Independente da separação, sempre serão os pais

Outro dia conversando com uma amiga de velhos tempos (aquela que é amiga pra toda hora, de balada, de dormir uma na casa da outra, de ir para a praia tomar sol, de morar na mesma cidade e escrever milhões de cartas e mandar pelo correio, amigas loucas de verdade) falávamos sobre aniversário e lembrancinha. Logo, lembramos que outro dia mesmo estávamos em busca de nosso príncipe encantado (ah, isso não existe!) e que no próximo mês o filho dela fará 7 anos e que a sobrinha fará 16 anos. Como assim? Quando éramos amigas inseparáveis eles nem existiam.

Na hora, veio aquele sentimento da velhice. Aquele sentimento de como o tempo passou. Enfim, sentimento que nos persegue a cada dia. Ainda mais quando a gente se olha no espelho e começa a ver os cabelos brancos, começa a ver que o filho dá conta de fazer um tanto de coisas sozinho e de que emagrecer começa a ser algo mais difícil.

Mas filho foi o assunto daquele momento. Contávamos uma para outra sobre as conquistas, sobre o jeito de ser de cada um deles. A grande amiga me contou que o filho dela é tão carinhoso, que acorda e sai correndo para lhe dar beijos, que quer passar creme em suas espinhas. Um cuidado sem fim um pelo outro e uma relação muito amorosa. Contei das conquistas atuais do Thomas, em relação a fala, ao jeito de lidar e se relacionar com o Felipe.

Falamos e falamos sobre os filhos. Falamos sobre essa conquista tão especial que é formar uma família, pois filho logo lembra uma conquista familiar. Lembra laços afetivos, responsabilidades, valores e cuidados.

Tempos atuais em que existem novos tipos de família, no qual a união necessariamente não precisa ser de uma mulher com um homem. Que os pais, para serem pais de verdade, não precisam morar na mesma casa, que tem o direito de buscar a felicidade.

Tempo em que o mais importante são os pais reconhecerem a importância que tem para o desenvolvimento da criança, para que desenvolva todas as qualidades, para que a criança adquira valores tão sublimes para a vida. E toda essa formação depende muito da conduta dos pais, da relação que é construída com a criança. Para que aprendam não só através do que é falado para elas, mas pelo que vêem neles, como agem, como respondem perante os problemas.

Enquanto continuávamos a conversa, no meio de uma contação ou outra sobre os filhos, o ex marido, da minha amiga, ligou para dizer que estava levando o filho de volta para casa. Foi uma conversa tranqüila e com demonstração de carinho. Nesse momento, enquanto estava do outro lado da tela, no meu computador, por termos intimidade de anos, logo perguntei como andava o relacionamento entre eles; já que foi um grande susto quando soube da separação. Sabe aquele casal que você vê, convive e diz que viverão felizes para sempre. Pois é, mas as escolhas no decorrer do tempo foram outras.

Então, minha amiga respondeu: Hoje nossos somos os melhores amigos. Somos confidentes, pais de um menino lindo, no qual fazemos de tudo para que ele tenha uma infância feliz e para que saiba que estamos aqui, bem próximos. Apenas não somos mais casados, não somos amantes; apenas amigos.

Cada vez é mais freqüente ver filhos de pais separados. O que não é comum é ver um relacionamento assim, de amizade, talvez com intenções futuras, mas que hoje priorizam e dão toda a atenção do mundo para o filho. Afinal, é melhor assim para a criança. Ver os pais como sua maior referência.

Fiquei orgulhosa ao saber desse cuidado para o fortalecimento dos laços afetivos entre pai e filho, mãe e filho e respeito entre mãe / pai. Contente de saber sobre o abraço, sobre o abraço que dão ao filho diariamente por ele existir e fazer parte da família. Mais ainda, por ser também, a minha amiga!


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12 comentários:

Carol Garcia disse...

ótimo post celi,
muitas famílias deveriam pensar da mesma maneira.
avaliar o que pode ajudar no desenvolvimento do filho em questão.
e com certeza isso não inclui brigas e desavenças.
sua amiga está certíssima.
bjocas

Kcau disse...

Se todos os pais separados pensassem assim seria tão mais fácil. Sua amiga está de parabéns!
Bjocas

Dani Cassar disse...

Se todos pensassem assim, seria tao otimo ne, meus pais sao separados e tem uma relacao amigavel, mas nao que sejam amigos, mas com filhos tem que se suportarem...hahaha
Bjs

Sarah disse...

Celi, que lindo texto. E que linda a relação da sua amiga com o ex. Realmente souberam priorizar o bem maior e mútuo entre eles: o filho. São poucos os casais que se separam que têm esse cuidado.
Aliás, queria te mandar um email, mas não achei seu contato aqui, só um formulário para contato mesmo... Quando puder, me manda uma mensagem? Meu email é sarahmoura@hotmail.com
bjos
Sarah
http://maedobento.blogspot.com/

Nave Mamãe disse...

Celi,
Concordo, não existem ex-pai e ex-mãe! Mãe que ofende pai perante os filhos (ou vice-versa) está ofendendo o próprio filho (50% dele não é?).
Beijos

Renata disse...

Se todos os pais separados fossem assim, seria perfeito, né?
beijos

Mikelli disse...

quem dera todos os relacionamentos terminassem assim: em amizade. Nada melhor para a crianca. Infelizmente acho que isso ainda é raridade, apesar da crianca precisar tanto de uma referencia de "pai" e "mae". Muito legal que sua amiga conseguiu isso. adorei a foto tb =) bem sapeca e colorida! bjs!

Adri Portella disse...

É, separação não é boa para ninguém, nem pais, muito menos filhos. Digo isso como uma filha com pais separados, que quando tomaram esta decisão, nos disseram que era melhor ter pais separados e amigos do que casados e inimigos, se isso fosse verdade.....Foram separdos e inimigos.....
Que bom que Cássia consegue ter esta relação bacana, principalmente pelo filho, afinal, não foi por conta dele que a união não deu certo, não é mesmo??
E quanto ao se sentir velha.......é amiga....os cabelos não mentem jamais, rsrsrsrs. Por isso que pinto os meus!!!!!
Bjs

Anônimo disse...

Oi Celi, muito obrigada pelo seu comentário no meu post lá no MMqD!
Então vc mora na alemanha?! Com estas duas coisas mais lindas, Felipe e Thomas!
Que delicia de história!
pelo visto vc entende muito mais dos costumes europeus do que eu! mas e vc, estudou antropologia para dar conta de tanta diferença!! hehe
eu já tinha visto sua fotinho e comentários em outros blogs mas eu ainda não tinha vindo "passear por aqui"! Vou voltar para poder acompanhar tudo mais de perto!
bjs
Pat(Vida Nova no Velho Mundo)

Patrícia Boudakian disse...

Querida, concordo muito com o que escreveu e acho que as coisas deveriam ser assim, naturalmente...

Vim aqui te dar um abraço e agradecer pelos comentários fofos que deixa no meu canto.

Super obrigada, tô sempre por aqui...

Beijo!

Chris Ferreira disse...

Oi Celi,
Muito legal o post! Gostei de tudo que você escreveu!
O livro travesseiro é o máximo mesmo, mas as meninas aqui já gostam de todos os tipos, graças a Deus! Mas já teve essa fase de escolher demais!rs...
Um beijo enorme!
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/

Telma disse...

Celi, adorei seu blog! Sobre esse tema, concordo com você que pais não precisam ser casados para serem bons pais e parceiros na criação dos filhos. Mesmo assim fico muito triste quando um casal se separa... Na maioria das vezes acho que os casais se separam porque não sabem ou não querem enfrentar as situações de crises. É só na saúde e na alegria, esquecem do resto... Também acho que o casal deve fazer de tudo para não virarem apenas bons amigos. Mas se isso infelizmente acontecer, que seja tão bom o relacionamento assim como o da sua amiga. Beijos