Dialogando sobre amizades

Eu e a Cintia (da Suécia) nos tornamos amigas - por enquanto virtuais - através dos nossos blogs. Pelas conversas, percebemos algumas semelhanças quanto ao nosso olhar sobre amizades. Fatalmente a mudança de país desencadeou uma série de reflexões sobre nós mesmas e sobre as pessoas com as quais nos relacionamos. Para transferir a espontaneidade do nosso bate-papo cotidiano, dialogaremos em parágrafos - azuis os meus e verdes da Cíntia. Assim, tentaremos compartilhar nosso ponto de vista sobre amizades, que neste post, é feito a quatro mãos. Vamos lá?

De certa forma este post está relacionado à recente viagem que fiz para o Brasil e revela um tanto da maneira como penso ultimamente. A idéia de escrever sobre esse assunto surgiu de alguns pontos que passei a analisar. Um deles se refere ao fato de que pude realmente compreender sobre o que disse minha querida amiga Jasmin: talvez eu não conseguiria fazer tudo, encontrar todas as pessoas quando eu fosse ao Brasil. Lembrei do dia que ela falou o quanto seria corrido, que o tempo passaria rápido demais e que era realmente o caso de optar por alguns encontros e de priorizar a família. Antes de mudarmos de país estávamos cercadas de amigas, tínhamos as que conviviam diariamente e tornaram-se amigas por conta do trabalho, as de tempos atrás, da época de colégio, as que tornaram-se amigas por conta do convívio na academia, faculdade e, em outros lugares. Por circunstâncias da vida encontrávamos com elas de vez em quando, mas falávamos sempre que possível. Então, que mudamos de país e muitas pessoas que mostravam-se próximas, amigas, sumiram de repente. Por quê? Por conta da distância, de não convivermos mais com freqüência?

Eu não tenho uma opinião muito formada acerca dessa constatação, mas tenho duas hipóteses: 1- Amigo é amigo em qualquer circunstância. Se sumiu, não era amigo! 2- Uma vez eu li num livro uma frase que dizia que alguns amigos eram cometas e outros eram estrelas. Que os cometas são intensos, mas passam muito rápido. Já as estrelas são permanentes e simplesmente brilham!

Entendo perfeitamente e acredito que as pessoas tendem a se aproximar por interesse, por comodismo, por gostarem da outra, mas em fases que se encontram e, se pensarmos bem, cada hora estamos numa fase, em um momento da vida. Natural nos afastarmos de muitas amigas, afinal o contexto, a cultura, o fuso horário e tudo que envolve morar em outro país marcou e se fez muito presente em nosso dia a dia. Além disso, o fato de termos outro ritmo de vida, no qual somos responsáveis por toda a demanda da casa, por termos filhos (independente de ser um ou três), organizamos o que fazer, elencamos prioridades e passamos a perder tempo com as amigas verdadeiras, com as pessoas que valem realmente a pena, não porque há interesse, querem saber como anda a nossa vida, mas por aproximação, vínculo, carinho e dedicação. Mudamos nosso jeito de ser! Morar em outro país, conseqüentemente favorece olhar para si mesmo, para a própria vida, trazendo tombos, conquistas, sentimentos até então adormecidos, favorecendo aprendizados, mesmo que muitas vezes não sejam de imediato tão perceptíveis.

Particularmente, eu nunca fui uma pessoa popular. Faço mais o gênero de "poucos amigos". Mas uma mudança notável na minha forma de fazer amigos tem relação ao fato de morar na Suécia. O sueco corresponde em sua maioria, num ser sincero, direto, muito franco. Já o brasileiro, como bem sabemos, é aquele tipo "legalzão". Quer agradar a todos, quer ser aceito, quer fazer bonito. Eu penso logo no "Baby", aquele personagem do desenho "A família dinossauro" que repetia sem cansar: Você tem que me amar! Você tem que me amar!!!! Parece que nós, brasileiros, andamos por aí querendo que as pessoas nos amem a qualquer preço e por isso, nos dobramos para agradar a todos. Fui educada para ser assim, mas nunca gostei disso. Hoje em dia, venho me respeitando mais. Eu me permito não gostar de certas pessoas e de não estreitar os laços com elas, assim como respeito àquelas que se afastam por falta de afinidade comigo.

Também fui educada dessa maneira Cíntia. Mas sabe o que acredito? Que mudamos! Que a mudança de país, com o dia a dia, os inúmeros desafios diários para viver bem fora do nosso país de origem fez com que olhássemos para a amizade de maneira diferente. Além disso, também passamos a viver muito mais para nossa família. Hoje temos filhos e as prioridades acabam sendo outras mesmo. Tem que valer muito a pena! Tem que ter uma "liga", uma "relaçao" boa, que corresponda 99% nossas expectativas. 

Nesse caso, tratamos de um tema comum na vida dos terráqueos: tempo. Ou melhor, a falta dele. Todo mundo tem 24 horas por dia, e a diferença que notamos nas relações é como distribuímos o nosso tempo livre com os amigos. Mas quais amigos? As novas amizades do facebook? Aquela amiga de infância que o papo não bate como antes? Seriam ideais as amizades feitas pela internet, onde a gente dá atenção só quando quer? O tempo é escasso, especialmente quando se tem filhos. Urge levantarmos critérios sobre aquilo que é importante em nossas vidas. Aquelas amizades fortuitas naturalmente sumirão... Afinal, cada minuto gasto com uma pessoa que não vale a pena significa um minuto a menos com aquele amigo que merece nossa atenção.

Tempo livre? Onde? A verdade é que deixamos de fazer algo para darmos atenção ao amigo. Sendo assim, por isso mesmo que devemos rever nossos critérios para que o amigo verdadeiro, aquele que merece nossa atenção, seja correspondido.

Sabe que aprendi um tanto desde que vim para cá e a viagem para o Brasil também ajudou a lembrar de alguns acontecimentos importantes do passado, no qual tinha amizade com algumas pessoas que sempre demonstraram enorme carinho, mas que não eram tão amigos assim, faltava algo ou sentiam-se tão, mas tão amigas que se intrometiam além da conta na minha vida. Qual será o limite? Difícil para muitas pessoas.


Quanto a amizade virtual, através do facebook e do blog. Acho que tem um limite também, mas que conseguimos fazer amizades e extrapolar a simples telinha. Não acha?

Uma vez alguém disse que amizade surge sempre por dois fatores: "interesse ou prazer". Achei tão ilógico quando escutei, mas passei a ver sentido nessa afirmação. As pessoas se procuram por interesse, e muitas amizades são construídas por base única no interesse. Sabe assim: "Aquela fulana é um pé no saco, mas sabe como é, ela mora em NY e um dia eu posso precisar dela. Não vou descartá-la!" Fala sério hein Fiona. Que miséria de ser humano estamos nos transformando??? E outras amizades são as ideais (e raras), que refletem o prazer em estar junto. Quando olho para minha própria rede social, vejo hoje muito mais naturalidade que antes. Algo que deixei de fazer, foi pisar em ovos. Sabe quando você tem vontade de dizer o que pensa e não diz "prá não magoar porque o fulano não vai gostar". Essa amizade nunca será verdadeira, porque o fulano é amigo de um personagem que a gente criou para ele gostar, e não de nós mesmos. É uma armadilha que a gente cria prá si mesmo ao tentar ser "o legalzão" o tempo todo. Estamos a cada dia mais distantes de nossa essência. Sobre as amizades virtuais, acredito demais nelas. Já encontrei pessoas incríveis por aqui, mas o critério é o mesmo para as amizades reais - tem que ter afinidade, uma química e principalmente, espontaneidade.

Interesse! O que realmente interessa é mostrar o maior número de amigos, por exemplo, no facebook. Nessa rede social, há quem vê milhões de amigos, todo mundo é meu amigo! Quem considera milhões de conhecidos, já vi e conversei uma vez, então aceitei e, tem aqueles que consideram esse espaço realmente de troca e amizade, por isso só aceitam os mais próximos mesmo. Depende da importância que dão e conceito que tem sobre amizade. Tudo muito relativo! Os valores estão se perdendo...

Em 2013, eu quero continuar nessa linha de "gastar meu tempo com quem importa". Nada de agradar para parecer legal, fazer coisas que eu nem estou afim para satisfazer o desejo de outros e querer que o mundo todo me ame. As coisas nao funcionam assim. Amigos reais e virtuais recebem a mesma atencao, desde que valham a pena. E muitos valem. Estou bem feliz com o ciclo que estou fechando. Claro que o número diminuiu, mas para quem nunca foi popular mesmo, nao há o que reclamar. :)

Hoje eu também tenho total convicção de que são poucos os meus amigos verdadeiros. Em primeiro lugar estão as pessoas da minha família e as que moram em meu coração fiz questão de incluí-las também através do convite para serem padrinhos dos meus filhos. Fora essas conto nos dedos e nem chego a encher uma mão dos amigos que estão presentes, mesmo que distantes. Não são muitas, mas o bastante para me sentir acolhida e feliz! Lógico também, que não posso deixar de citar poucas, mas as virtuais. Aquelas que se aproximaram, pois também sei que valeu e que poderá valer muito a pena daqui pra frente! 

Para encerrar o ano, brindamos, brindamos aos amigos! A uma nova etapa...




15

Passeios com as crianças

Estava muito claro que a viagem para o Brasil tinha como objetivo maior reencontrar a família e os amigos mais próximos. Desde o princípio não pensávamos em grandes viagens, em inúmeros passeios. Queríamos mesmo curtir a família! Sabíamos que não seria tão simples com os três filhos, pois por serem pequenos, com idades próximas, apresentam demandas bem diferentes e, por mais que deixássemos uma rotina mais maleável haveriam necessidades e interesses diversos.

De qualquer forma, lógico que três semanas antes listamos as possibilidades de passeios. Incrível, pois logo vieram nossos interesses. Eu estava entusiasmada para levar meus filhos em lugares que gostava de ir como, por exemplo, museus e livrarias. Meu marido ficou quebrando a cabeça pensando onde poderíamos levá-los para brincar ao ar livre, como: parques, parquinhos, espaços da natureza. A grande preocupação dele era que as crianças ficariam muito dentro da casa da minha mãe, entre portões trancados, sem insetos do jardim, sem muito espaço para correr.

Tínhamos que organizar essa rotina, tivemos que nos adaptar ao espaço, as condições de vida em São Paulo. Deu tudo certo! Geralmente nós criamos uma expectativa e temos uma preocupação em garantir muitas variáveis. Mas no fundo sabemos que as crianças não exigem tanto assim, que se contentam com pouco.

Nossa avaliação geral foi que as crianças aproveitaram bastante, curtiram muito os familiares, tudo de mais simples e diferente do habitual da vida na Alemanha. Entediados de maneira alguma, só se os pais ficaram em alguns momentos...

Apesar de vivermos muito tempo no Brasil, em São Paulo, de conhecermos muitos lugares nos deparamos muitos dias com o guia da Folha de São Paulo nas mãos, com a pesquisa na Internet, conversando com amigos a fim de solicitar dicas de passeios.

Nossas questões eram: onde levar os filhos? O que era mais apropriado para a idade? O que conciliaríamos entre o interesse do Felipe e do Thomas? Como gerenciaríamos os horários e necessidades do Lucas?

Por sorte tivemos a presença constante da minha querida mãe que ajudou bastante para que realizássemos alguns passeios com os meninos, ora com os três, ora com dois, ora somente com um. Então, seguem fotos de alguns passeios que fizemos com os meninos:



Instituto Butantan: Quem mora em São Paulo e nunca foi? Meu marido e eu conversamos tanto a respeito da época que nós fomos, sobre a quantidade de cobras que vimos e o quanto seria interessante para os meninos que adoram bichos.

Nesse passeio fiquei com o Lucas enquanto eles foram com o pai. Foi divertido! Ficaram entusiasmados e chegaram em casa contando tudo para os avós.



MASP: Aproveitando que teria um almoço na Av. Paulista lá fomos nós quatro para o MASP, para o parque Trianon.

A diversão já começou a partir do momento que fomos de ônibus. Isso mesmo! Meus filhos queriam a qualquer custo andar de ônibus e metrô. A única diferença foi a quantidade de pessoas. Mas eles toparam e nem perceberam um tanto de coisas que meu marido e eu notamos durante o passeio (quantidade de pessoas, trânsito).

No MASP aproveitamos para ver a exposição 600 anos de cerâmica coreana. Conversamos com as crianças sobre como fazem os potes e pratos de cerâmica. Morri de saudades da época que fazia aula, quando fazia pratos, estátuas nem tão perfeitas, porém cheias de significados.

Adoramos ver os pratos gigantes com pinturas de rostos. Mais um olhar a arte pelos meus filhos, que dizem coisas interessantes querendo tocar nos objetos.

Já no parque Trianon foi engraçado e um pouco assustador, já que meus filhos acostumados com a rotina dos parques na Alemanha chegaram e foram logo arrancando os tênis. Muitos executivos, pessoas que estavam na hora do almoço arregalaram os olhos para as únicas duas crianças felizes da vida brincando por ali.



Livraria: Livraria na Alemanha eles sempre vão, agora no Brasil, para folhear e ver livros em português foi uma outra experiência. Felipe logo escolheu alguns e foi logo para a mesa disponível. Na verdade, acho que queria mais que meu filho me acompanhasse na livraria tão adorada e que sempre freqüentava.... Como foi bom matar as saudades!



Instituto Tomie Ohtake: Lá fomos nós para outra exposição. Dessa vez nesse prédio gigantesco que chama a atenção. Pelo menos meus filhos ficaram deslumbrados olhando para o tamanho do prédio. Sei lá o que chamou mais a atenção deles...

Na exposição do Bruno Munari foi aguçada a curiosidade e principalmente Felipe ficou perguntando um tanto de coisas sobre as obras (quais eram os materiais utilizados, o nome).



Cidade das Abelhas: localizada no Embu das Artes.

Quando morava em São Paulo já tinha ouvido falar muito, porém nunca fui conhecer. Foi preciso mudar de país, ter filhos para voltar...

Pra ser sincera esperava mais do espaço, mas foi interessante, pois os meninos brincaram bastante no pula-pula, no escorregador, enfim, no parquinho.

Além disso, teve uma pequena palestra bem informativa e bastante didática para a criançada. Thomas e Felipe aproveitaram muito.



Liberdade: Queríamos apresentar alguns pontos turísticos e marcos da cidade de São Paulo. No entanto, precisaríamos avaliar o melhor horário para irmos em cada um desses pontos.

Como comentamos bastante com Felipe e eu também não perderia a oportunidade de passear pela Liberdade, de olhar para as coisas miúdas interessantes lá fomos nós. Compramos algumas coisas e Felipe achou muito engraçado o fato de ver muitas pessoas com os olhos puxados. Por que será...



Sesc Belenzinho: Exposição do Pinóquio

Tínhamos visto na internet e fiquei bastante curiosa para levar os meninos, principalmente Felipe que conhece a história, que solicita muitas vezes a leitura.

Uma bela exposição interativa. O interessante foi o fato de atender diferentes idades, trazendo significados no qual somente o adulto compreende,  uma interação e fantasia que só uma criança é capaz de lidar tão bem.

A exposição era composta de 9 salas, no qual cada uma trazia um aspecto da obra.  Vejam as fotos acima (da esquerda para a direita), no qual deixo abaixo os títulos de cada uma para você estabelecer uma pequena e sucinta relação com a história:

1) Floresta Suspensa - o carpinteiro, 2) Memória, entendimento e vontade das Marionetes, 3) Sonho Dourado, 4) MetaAmorPhosis - o vôo do Pombo, 5) Castelo de Açúcar - Ilha das abelhas operárias, 6) Paredes Avessas - País da Folia, 7) Mar Aberto - O mar, 8) Big Fish - O Monstro Marinho, 9) Sombras de Passagem - Transformação de Pinóquio

E você tem uma dica especial para nosso próximo retorno? O que geralmente considera imperdível para fazermos com as crianças em São Paulo? Conta pra mim...
 
6

Tão especial quanto o Natal

Hoje é Natal! Gostaria de escrever sobre essa data tão esperada por tantas crianças e adultos, porém se tiver oportunidade quem sabe outro dia. Continuando a série de posts sobre o Brasil considero que essa data que desejo contar tenha sido tão especial quanto o Natal para mim.

Tínhamos em mente que assim que fôssemos para o Brasil o Thomas e o Lucas seriam batizados. Muitas pessoas não acreditam no ritual do Batismo e dizem que nada mais é do que um evento, uma festa. No meu caso, não sou católica praticante, mas gosto de seguir os mesmos rituais pelos quais passei quando era criança. O Batismo é um marco, um acontecimento importante perante a igreja, pais e padrinhos. Tenho ótimas recordações, adoro minha madrinha e acredito que cria-se um vínculo muito forte, praticamente familiar.

Felipe foi batizado antes de mudarmos para a Alemanha. No entanto, era mais que um desejo batizar Thomas e Lucas no Brasil. Além disso, acredito que os padrinhos precisam ser escolhidos a dedo, com grande reflexão anterior a realização do convite, pensando que deva haver uma maior aproximação e não um distanciamento. Sem sombra de dúvida, também deve haver vínculo e nem preciso afirmar que minha relação com as pessoas do Brasil é muito mais próxima.

Continuando, independente do que cada um considera ideal, batizar ou não, resolvi que tínhamos que fazer isso. Além de escolher os segundos pais para meus filhos, concretizar esse pedido seria também uma maneira de aproximar as famílias, comemorar com todos as pessoas tão queridas e presentes na minha vida. 



Agora, pensem numa mãe de três filhos, indo para o Brasil, na correria com toda a demanda tendo que organizar um Batizado. Por mais simples que pareça tem que realizar a escolha da igreja, ver as condições colocadas pela mesma em relação ao curso, data e tudo mais.

Acho que se dependesse de chegar lá para organizar tudo teria desistido. A sorte e alegria é que temos pessoas com quem contar, amadas da família que fazem de tudo para nos agradar, ajudar. Tive a sorte e, ao mesmo tempo uma cunhada, amiga, que organizou toda a parte da igreja para mim. Pude contar com ela para tudo! Agradeço novamente toda a disposição e carinho.



O Batizado foi realizado pelo Igor, recentemente nomeado padre, no qual mostrou tanta simpatia, fazendo uso de palavras belas para esse momento.

Na hora Thomas ficou com receio da ação em si, de ficar com os padrinhos. No entanto, em meu colo, realizei o grande ritual. Apesar de passar por essa situação somente mais tarde, não mais como um bebê, ficou envergonhado. Por natureza é muito apegado a nós, então não hesitou em fazer diferente. Também não forçamos a nada nessa situação! Padre respeitou e todos compreenderam...



Foi muito bom reunir todas as madrinhas dos meus filhos. Amigas, queridas, com histórias de vida tão diferentes, tão confidentes e particulares no nosso relacionamento. Favorecer o contato entre elas foi interessante, divertido, no qual conclui que fiz a escolha certa. Tive a certeza disso ao vê-las todas juntas! 



Além da querida cunhadinha, também ganhei um belo presente, melhor, meu filho Lucas ganhou padrinhos tão maravilhosos, no qual fizeram questão de possibilitar o encontro dos familiares através de uma comemoração organizada com planejamento e muitos detalhes.

Viram só as lembrancinhas? Lindas canecas para os adultos com trufas deliciosas (ahhh... a de maracujá.... ao lembrar deu até água na boca) e uma foto com imã. Para as crianças canecas diversas (planejadas de acordo com a idade) com chocolates. Para os bem pequenos tinha uma caneca com colher e biscoitinhos. Tudo muito caprichado! Nem preciso contar como fizeram sucesso. 



Um tanto da decoração para ficar registrado nesse blog o carinho, o capricho da querida madrinha pelo afilhado, por toda nossa família.



Nem preciso dizer muito sobre essa data que possibilitou tanta comemoração, tantos encontros entre os familiares, no qual ficamos pertinho dos nossos pais, IRMÃOS, tios e amigos bem próximos.  



Por fim meus filhos ao lado dos queridos padrinhos. Uma foto para ser compartilhada, colocada no porta retrato, para ser lembrada por todos nós dessa data tão especial, evidenciando o quanto somos amigos e afirmando que independente da distância nós pais faremos o que for preciso para que os padrinhos sejam lembrados, estejam presentes no coração dos nossos filhos: Felipe, Thomas e Lucas.



 Feliz Natal!
11

Estreitando vínculos: do virtual para o real

Daqui um mês completarei dois anos de blog, dois anos que relato muitas vivências, aventuras da minha família na Alemanha, compartilho um tanto de angústias, alegrias e tristezas.

Nesse meio tempo passei a acompanhar muitas blogueiras, prestigiando belos textos, sorrindo pelo desenvolvimento dos filhos e torcendo para novas conquistas. Impossível não se envolver realizando comentários. Com isso, um hábito instaurei quase diariamente: ler, comentar, ler, comentar. 

Dessa maneira conheci um tanto sobre a vida da blogueira, um tanto sobre a pessoa, possibilitando a imaginação, uma percepção sobre o jeito de ser de cada uma, sobre condutas com os filhos, valores e princípios.

Tornaram-se minhas conhecidas, no qual talvez até possam ser chamadas de amigas virtuais. Digo isso, pois da mesma forma que passei a acompanhá-las, muitas visitam freqüentemente esse meu espaço, praticamente meu diário. Vibram comigo, dão dicas especiais e, acima de tudo, são muito carinhosas. 

Acredito que com a distância real das minhas amigas do Brasil isso me fez muito bem. Tanto que não foi a toa que não fechei as portas para conhecê-las ao vivo e a cores. Primeiramente conheci a Ingrid do Family Around, no qual vieram até minha casa, conversamos por um bom tempo, compartilhando um tanto da vivência de morar fora do país, das saudades do Brasil.

Depois foi a vez da Juliana do Contos de uma Mãe Pandora, no qual tive o privilégio de conhecê-la antes de ir para o Brasil. Interessante como esse hábito quase diário, aproxima, mesmo que virtualmente. Com a Juliana foi assim... passamos a trocar mensagens via facebook, continuamos sendo fiéis aos comentários no blog, até que veio o santo skype e o encontro. Foi com grande prazer que também a recebi em minha casa com sua linda família. Conversamos sobre a vida, filhos, morar fora e chegamos a conclusão que já nos conhecíamos há um tempo. Foi muito gostoso! Que possamos repetir isso muitas vezes, esse é o meu desejo!



 Considerando todos esses encontros, o quanto foi bom conhecer algumas mães, blogueiras, resolvi que me organizaria no Brasil para conhecer algumas que moram em São Paulo ou nas extremidades. A princípio cheguei a ouvir pessoas questionarem o porque de destinar meu tempo a isso, já que com três filhos seria corrido demais, que talvez devesse focar nas pessoas já conhecidas, presentes em minha vida de alguma maneira, em algum tempo.

Sabem que não entrei em discussão, medi esforços sim, pois além da vontade ser maior, também queria conhecer as pessoas que acompanho, me acompanham há um tempo, mostrando-se tão amigas, próximas no pensamento, receptivas demais. 

O primeiro encontro marcado foi com a Ilana do 1 + 1 são três e também com a Dani do Viagens de Primeira Viagem. Foi um almoço super gostoso, no qual parecia que já havíamos nos encontrado em outro momento. Conversamos um tanto sobre a vida pessoal de cada uma, sobre os filhos já conhecidos através do blog, sobre o universo materno na blogosfera. Lógico que tecemos elogios a respeito dos textos, blogs e comentários sempre tão sinceros e interessantes.

Com a Ilana antes desse encontro cheguei até a receber uma carta, no qual começaríamos uma correspondência a distância. Quem sabe retomamos essa idéia, hein? Agora que já passaram os nascimentos dos meninos, meu Lucas e seu pequeno Nicolas.

Dani, uma querida, sempre realizando comentários tão pertinentes. Destinando seu tempo, com vontade e dedicação. Adoro! 

De tudo foi uma pena não termos colocado todos os filhos juntos! A correria foi grande e não conseguimos efetivar o encontro no Parque de Toronto (sugerido pela Ilana). Na próxima vez, já fica como planejado e combinado esse encontro, certo?



 O segundo encontro foi pra lá de especial, já que as queridas Alê e se organizaram para passarem por São Paulo bem na época que estaríamos também. Foi tudo muito planejado e faziam questão de me conhecerem, ops...só eu não, a família toda. 

Não tivemos tanto tempo juntas, mas foi o suficiente para confirmar o quanto são queridas, para confirmar as hipóteses que tinha das duas através dos doces, encantadores, sinceros e interessantes comentários. Sempre trouxeram grandes contribuições, mostraram uma grande experiência em seus relatos. Sabem quando os comentários são bem vindos, que fazem você repensar sobre um tanto do que escreveu, viveu? Pois bem, essas são minhas parceiras, cheias de vida e alegria.

Adorei o encontro! O carinho com minha família! Obrigada meninas! Que possamos muito em breve nos encontrarmos novamente!



Por último, foi a vez de encontrar com a Gabriela do Tudo do Tom. Foi através dos blogs que nos conhecemos, depois trocamos mensagens, nos deparamos com a coincidência de morarmos perto na Alemanha, porém nosso primeiro encontro foi mesmo no Brasil. 

Foi uma aproximação através dos inúmeros comentários, no qual trazia um tanto da história já vivida na Alemanha, no qual a bela poesia em seus textos me encantou. Tudo tão poético, verdadeiro! 

Nossa conversa, nosso encontro também foi assim verdadeiro, repleto de aspectos comuns vividos na Alemanha, cheio de planos para um futuro próximo, com muitos encontros. E que assim seja...



Adorei todos os encontros e tive uma impressão muito boa. Foi um momento de troca muito enriquecedor, no qual as características, o jeito de ser de cada uma possibilitou muita alegria.

Por sinal, se tem alguém que também desejo conhecer e que já estamos planejando tudo, esse alguém é a Cíntia do Minha Aquarela. Uma amiga que estreitamos o vínculo através dos comentários, depois via skype... Tantos pensamentos próximos, tantas idéias em comum.  Logo, logo... Aguardem!


Por isso tudo, só tenho a agradecer o blog e todas que passam por aqui. Um vínculo, com interesses em comum, que pouco a pouco, extrapola o mundo virtual.

20

Além dos muros da escola

Quando planejei a viagem para o Brasil, o que faríamos, quais seriam os passeios, tinha muito certo que iria nos espaços onde trabalhei e reencontraria as pessoas, próximas, amigas ou somente conhecidas, colegas. Um passeio que estava totalmente dentro dos meus planos.

Junto a isso pegaria as cartas de referência que havia solicitado por email. Cartas de referência que estão comigo, serão traduzidas e utilizadas provavelmente no futuro, já que fiquei sabendo que na Alemanha isso conta bastante junto ao currículo. Certeza disso? Que utilizarei essas cartas? Ainda não é certo! No entanto, vale deixar toda a documentação em ordem e fechar o ciclo, de trabalho, que parece ter continuado em meu dia a dia por um bom período. 

Assumo que foi muito difícil desvincular da vida que tinha no Brasil, do trabalho que realizava nas escolas, porém hoje tenho total convicção de que fiz o melhor para minha família e principalmente para meus filhos.

Foi importante estudar tanto, me dedicar aos cursos, ao trabalho como professora e formadora, perdendo finais de semana de passeios, optando na maioria das vezes em fazer mais e mais. Mas tudo tem um fim e hoje enxergo o quanto tudo isso foi importante para a Celi aqui como pessoa, para minha formação e princípios de vida.

Tamanho foi minha surpresa e encantamento ao ler cada uma das cartas de referência. Além de fechar o ciclo, meu tempo em cada uma das escolas, foi importante demais pois através delas retomei a posição que tive, o quanto deixei marcas. Ficou nítido enquanto lia o relato e elogio deixado por todas. Lógico que geralmente escrevem aspectos pouco positivos somente se o profissional, a pessoa deixa muito a desejar. Claro que fariam uma boa indicação. Tudo muito natural aos olhos de quem trabalhou um certo tempo numa empresa. 

Agora, independente do peso da escrita, todas foram importantes para mim. Possibilitaram que lembrasse da minha postura, do quanto fiz, me dediquei... praticamente um pontapé inicial para não deixar tudo guardado na gaveta. 

Uma maneira de olhar e pensar o quanto sou capaz. Lógico que hoje há outros obstáculos culturais, relacionados ao idioma também e a necessidade de fazer a equivalência do curso que realizei no Brasil. Tudo uma questão de tempo e possibilidades! Afinal, quem sabe do futuro?

Hoje, sem sombra de dúvida, minha maior dedicação, estudo está direcionado aos meus três filhos. Não consigo visualizar outra cena a não ser esse tempo com eles, olhando passo a passo para as conquistas e todo o desenvolvimento. Porém, significa que não foi porque mudei de país, que passei a ser mãe de três que futuramente não possa fazer algo na minha área. Não é mesmo? Tudo uma questão de tempo, momentos da vida! 

Atualmente minhas prioridades são outras e isso de maneira alguma me faz ser mais ou menos profissional, muito pelo contrário, só me trouxe mais experiências.

Carrego comigo as boas lembranças, não como era o meu dia a dia, mas o que ficou de tudo, das parcerias e contatos que fiz. Aprendi muito como educadora, como ser uma boa professora, sobre ser formadora e agradeço todas as pessoas com as quais convivi por muito tempo nas escolas. 

Reencontrá-las nesse período, no Brasil, foi muito significativo para minha história. Foi importante saber o quanto fui profissional, que colaborei para o processo pedagógico da escola, mas melhor ainda foi ver que o contato com muitas pessoas extrapolou os muros e o dia a dia. 

Por quanto tempo teremos esse contato? Sabe-se lá, mas foi o suficiente nesse momento da minha vida. Saber um pouco de como tudo continua e que há laços além do profissional. Tudo isso me fez muito bem! Tem pessoa que quando sai de um lugar que trabalhou deseja jamais voltar a colocar os pés, a encontrar com os profissionais daquele espaço. No meu caso foi muito diferente, sai em condições favoráveis, além disso, mesmo o lugar mais desafiador, difícil de conviver com algumas pessoas, foi um belo reencontro. Um reencontro para brindar o diferente e as grandes conquistas. 

Valorizo a oportunidade que tive e as pessoas que conheci em cada uma delas. De alguma forma, me incentivaram, contribuiram para o meu processo de formação e, também, aos valores que trago comigo.

Muitas desejo fazer referência no futuro! Muitas são minhas amigas do coração! Muitas foram importantes naquela época! Outras gostaria que estivessem aqui ao meu lado!


Um reencontro divertido demais! Pessoas que estavam muito perto quando tomei a decisão de mudar de país. Amigas que me apoiaram e incentivaram bastante.


Próximas demais por um período, convivemos diariamente no mesmo espaço e tivemos muitos objetivos em comum. Foi bom o reencontro! Relembramos muitas situações...


Uma grande amiga que através do contato profissional, de interesses em comum, houve muita troca e aprendizado. Trabalhamos muito pertinho, dividimos muito e hoje somos além... somos comadres.


Algumas parceiras de trabalho, amigas que contribuíram muito no meu processo de formação... Que sempre confiaram e me apoiaram...

8

Família

Realmente não dá para ficar muito tempo distante dos familiares. Além das saudades, há algo maior ainda que é favorecer o conhecimento e o convívio dos meus filhos com os avós, a bisavó, tios, tias e primos. Algo tão significativo, com raízes e que apresenta uma ligação familiar.

Considero importante meus filhos saberem quem é quem, valorizarem, contarem casos, falarem a respeito. Terem esse sentimento querido e que saibam que podem contar, afinal família é família.


                                                                       Meus irmãos!

A grande verdade é que após minha mudança de país passei a valorizar mais o momento de ficar ao lado dos meus pais e irmãos. Atualmente gosto de ficar ao lado, conversar e saber tudo que diz respeito a vida deles. Talvez esteja mais madura, olhando para a vida de uma maneira diferente! Hoje faço questão de falar sobre meus sentimentos, expor meus pensamentos.

Dizem que a gente muda após o nascimento dos filhos, após ser mãe e principalmente quando ficamos distante dos familiares. Então, esses são os motivos em querer minha família por perto.


               Minha querida avó... bisavó dos meus filhos! Não era para eles conhecerem?

Apesar de saber de tudo isso, de querer que meus filhos conheçam todos confesso que não foi uma tarefa fácil. Não foi fácil conciliar o tempo com a minha família e a do meu marido.

Acredito que se dependesse dos familiares teríamos pulado igual pipoca de uma casa para outra, mas sou chata. Assumo isso e atualmente penso em primeiro lugar no bem estar dos meus filhos e lógico no meu...

Tinha toda uma organização na casa dos meus pais no que se trata da rotina das crianças, no espaço para dormir, nos cuidados com as roupas e mudar tudo seria tornar a viagem cansativa demais não só para nós pais que organizamos tudo, mas para as crianças também.

Meus filhos ainda são pequenos e precisam de referência em relação ao horário, ambiente e pessoas. Realizar muitas adaptações não estava nos meus planos. Falem o que for, mas esse é o meu jeito de lidar... Realmente queria um tanto de férias! Agora, se tive férias? Dizem que com filhos pequenos é difícil, porém minha vida foi bem mais tranqüila se comparada aos dias de hoje. Tive férias sim, pois com o apoio da minha mãe aproveitei e esqueci por um tempo muitas tarefas domésticas. Acho que foi merecido, não? Além do mais mãe é mãe e estar perto da nossa é bom demais. Geralmente a mesma faz coisas por nós que muitos jamais fariam...

Considerando isso, conciliamos os dias, as pessoas e nossos interesses.

Precisava curtir meus pais, meus irmãos e tudo que envolvia a lembrança maravilhosa desses encontros em tempos atrás.

Comer comida de mãe, churrasco de pai e cunhado, pão de queijo, caipirinha incomparável de tão deliciosa feita pelo meu pai, bolo de chocolate da irmã, fazer pedidos de compras de frutas típicas (maracujá, caju, goiaba) e especiais para minha mãe. Conversar com minha mãe, em sua cama, antes de dormir. Enfim, repetir ações freqüentes e marcantes, comer novamente o que é preferido, saboroso e traz uma história. Engordei? Claro que sim... por comer tanto, de felicidade.


              Doces saborosos da minha mãe e irmã. Caipirinha de frutas feita pelo meu pai.

Dar essa oportunidade aos meus filhos foi muito bom. Ver meus pais, meus irmãos repetirem simples brincadeiras com meus filhos não teve preço. Algo que acontecia comigo e que passa de geração pra geração.

Agora se tudo foi perfeito? Não! Vô, vó mimam demais e fazem as vontades dos filhos, dos netos, então nem preciso contar...

Mas foi um período! Algo extra a rotina como, por exemplo, comerem bolo caseiro dia sim, dia não. Sempre pensava que estávamos de férias, que muitas coisas são permitidas, que precisam ser mais leves e divertidas.

Meus filhos readaptaram rapidamente a rotina e não me cobram o que viveram intensamente ao lado dos avôs, tios e primos. 




                                                        Meus filhos com os primos!

Adoraram! Brincaram com os avôs, cada qual com seu jeitinho especial. Conviveram com os primos, com alguns mais do que com outros de acordo com as circunstâncias, pois nem sempre tudo sai 100%.  


                                        Meus filhos com a vovó... (minha sogrinha)

Hoje sinto falta de pequenas coisas que deixei de fazer com e para a família. Quem é perfeito? O que vale é que farei algumas coisas diferentes na próxima vez. Vale que todos os familiares deixaram marcas para meus filhos. Hoje não são mais desconhecidos...

16

12 horas

A pergunta que não quer calar: Quantas horas de vôo? 12 horas! Um tempo considerável quando se pensa em enfrentá-lo com três crianças pequenas. Não é mesmo? Todos que acompanham o blog sabe o quanto fiquei aflita com esse momento. Conversei com muitas amigas blogueiras que já haviam enfrentado essa viagem, li um tanto na internet e me preparei com brinquedos e passatempo para as crianças. Na verdade, nem precisei pois Felipe e Thomas organizaram uma mochila contendo o essencial: brinquedos e mais brinquedos. Logo foi necessário realizar alguns acordos.

A realidade é que o momento da ida é sempre muito desafiador, há uma grande expectativa, ansiedade e felicidade. Então, vale o tempo de espera! De modo geral, meus filhos reagiram muito bem. Dormiram praticamente umas 7 horas direto. Lucas acordava para mamar e voltava a dormir. Lógico que fizeram um rodízio para solicitarem isso ou aquilo. Portanto, a finalização da viagem foi com pai e mãe totalmente zumbis. 

Há aqueles senhores e senhoras super simpáticos no vôo que sorriem, conversam com as crianças e elogiam a família. Também há aqueles que se incomodam com o choro, com a fala um pouquinho mais alta das crianças. Há aqueles que pensam: “- Nossa, que doidos esses pais! Viajam com três crianças pequenas, como podem?”



Só conseguia pensar em uma coisa: no encontro com meus pais e meu querido irmão no aeroporto. Isso mesmo! Havíamos combinado e ficava imaginando a cena, o meu tempo no Brasil. Parecia um sonho sabem... após três anos e meio voltar para a minha casa. Será que ainda seria minha casa? Bom, falarei a respeito disso no final da série de posts, pois há muitos aspectos a serem considerados.

O encontro foi mágico e digo que jamais esquecerei o olhar dos meus pais e, em especial, do meu pai ao ver os netos, a nossa família caminhando em sua direção. Como foi lindo! Piegas dizer isso, que nada! O amor fala mais alto! 

Meu irmão todo paciente, carinhoso com meus filhos. Como é bom ter um irmão assim. Porém, logo a situação dizia Bem Vinda a realidade de São Paulo, recordar o que é viver em cidade grande. Isso aconteceu assim que entramos na marginal, numa bela quinta-feira, às 7h da manhã. Conseguem imaginar o trânsito? Um absurdo! O mais engraçado de tudo foi ouvir Felipe dizer assim para o tio:

“- O que está acontecendo?”
“- É um farol?”

Até parece, meu irmão nesse momento só ria e falava que era trânsito mesmo. Esse é o primeiro aspecto que notei e senti uma diferença enorme. O trânsito aumentou consideravelmente... bairro centro, centro bairro, a qualquer dia da semana e hora.

Lucas chorou um tanto exausto com a viagem, com a mudança de temperatura. Logo chegamos, chegamos na casa dos meus pais. A aventura estava prestes a começar...



Reencontro como é bom! Aquele primeiro impacto ao olhar para os familiares e amigos queridos. Essa situação foi a primeira e a mais emocionante de todas: ver meus pais, meu irmão naquele saguão do aeroporto.

Agora, se por um lado tem o momento mais emocionante, tem também aquele mais triste que é a despedida. Ou não, talvez apenas uma maneira de dizer tchau para quem amamos tanto! Pode ser que seja a maneira como nós enxergamos a despedida. Mas que é duro, ahhh se é...

Meus pais fizeram questão de não nos acompanharmos no aeroporto. Isso mesmo! Já pensaram após um mês e meio grudado nos netos, na filha, de repente precisarem dizer tchau e ver a família partindo entre os corredores do aeroporto? Não seria uma situação fácil. Mas não foi mesmo no portão da casa deles, enquanto colocávamos as malas nos carros. 

Primeiro ver minha irmã e minhas sobrinhas indo embora de carro, após a despedida. Todas com aquele olhar de quero mais. Depois abraçar meus pais, entrar no carro e partir rumo a marginal, ao aeroporto. Chorei!


Ao mesmo tempo que chorei, fiquei pensando em tudo que vivi no Brasil, sonhando com o próximo encontro, tive a companhia maravilhosa até ao aeroporto de praticamente uma esquadrilha, de fãs, amigos queridos e padrinhos escolhidos a dedo para meus filhos. 

Sabe quando você se sente amparada e abraçada? Foi isso! Uma delícia de ajuda com as malas, de diversão até o último minuto para meus filhos. Obrigada de coração! Não sabem o quanto isso me fez bem!



Foi-se a hora, hora de embarcar! Voamos um longo caminho, com uma mãe, blogueira, filha, amiga, esposa, mulher oscilando a expressão do rosto entre sentimentos contraditórios (entre sorrisos e lágrimas). Com um fim de férias total, no qual passamos a ser o único porto seguro dos filhos. Pensando: ainda faltam 4 horas para chegarmos! Lidando com choro, com fome, nariz entupido... Agora, 2 horas e meia.... assim foi...passou....foi longo o retorno...

Mas valeu! Valeu muito a pena enfrentar tudo isso, esperar todo esse tempo para viver intensamente e novamente no Brasil.
22

Demorei mas voltei!

Praticamente dois meses sem escrever no blog, sem dar notícias de como andam as coisas com o trio e como foi a viagem para o Brasil. Confesso que por um instante pensei em desistir de vez, pois sabe-se bem que há uma demanda enorme ao voltarmos de uma viagem. Tenho uma lista interminável de tarefas, porém os emails, as mensagens e comentários deixados me animaram a voltar para esse espaço único de registro.



O Natal está próximo! Com isso, sabemos que são inúmeros os preparativos. Amo de paixão essa data e por mais que não passaremos com os familiares no Brasil, aproveitamos, decoramos e curtimos muito só nós... só nós cinco.

Vale fazer de tudo desde decorar a casa, esperar presente do Papai Noel, esperar ansiosamente pelo próximo Advent, passear no frio, tomar chá quente, fazer boneco de neve, tomar vinho quente, fazer e comer bolachinhas típicas do Natal. Gosto dessa data e de tudo que envolve aproveitar ao máximo o que dá para fazer nessa época. Minha família em especial acha maravilhoso o Natal na Alemanha, as luzes, a neve, as famosas feirinhas, árvore de Natal, ficar embaixo das cobertas todos juntos se aquecendo e assistindo um filme, mesmo que seja infantil.







Agora, apesar da correria são muitas as novidades, momentos especiais vividos nesses últimos meses. Será que devem ficar apenas na memória? ou Será que merecem um belo registro? Sei que preciso contar do Brasil, de tudo que aconteceu por lá. Por isso daqui pra frente farei uma série de posts, mesmo que já tenha acontecido, pois vale, valerá falar, declarar, compartilhar o que jamais esquecerei. Afinal, foi um belo e interessante reencontro após três anos e meio. Foram muitas as surpresas e impressões...

Curiosa? Então, volta... volto logo!

27