Sonho


Um certo dia minha professora de alemão disse que quando passamos a sonhar com o lugar, com as pessoas que estão ao nosso redor é porque já estamos de corpo e alma vivendo, aceitando a mudança que tivemos em relação ao local onde moramos.

Ainda não sei se estou lá ou cá, o que sei é que ultimamente sonho que:

- Meus filhos estão me chamando
- Brigando
- Chorando
- Sorrindo
- Disputando um brinquedo
- Pedindo para assistirem filme
- Querendo nutella no café da manhã
- Correndo
- Gritando
- Que tenho que trocar uma fralda, depois outra
- Mamando
- Mamando
- Que tenho que trocar uma fralda, depois outra
- Gritando
- Correndo
- Querendo nutella no café da manhã
- Pedindo para assistirem filme
- Disputando um brinquedo
- Sorrindo
- Chorando
- Brigando
- Meus FILHOS ESTÃO ME CHAMANDO...

Realidade ou sonho?

Dia e Noite! Faz parte do ato de maternar! Aqui ou lá, mãe sempre vive pensando nos filhos, sonhando...

Ou se assim posso dizer tudo isso pode ser conseqüência de ser mãe de três. Vida louca, corrida demais!!!! A impressão que tenho é justamente essa... que acordo, durmo e estou pensando, sonhando com os filhos! Descansar pra que?

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Roither See

Quem disse que na Alemanha não faz calor? Quem disse que os dias são todos cinzentos? Quem pensa assim está muito enganado! A diferença é que há uma quantidade menor de dias plenos de verão, no qual a temperatura pode chegar a 32 graus. 

Tem quatro dias que a temperatura está alta e literalmente estamos derretendo e passando mal. Já imaginaram uma mãe, uma mãe que amamenta teoricamente já sente mais calor, os hormônios já estão a flor da pele. Agora, imaginaram uma mãe amamentando nesse calor? Pois é, a vontade que tenho é de tomar banho após cada mamada. 

Mas quem tem sofrido mais é meu pequeno Lucas. Durante o dia tem chorado bastante, mesmo ficando somente de fralda. Anda com dor de barriga, está mamando, voltando leite. Um pouco de refluxo, se assim posso dizer... 

Agora, novamente imaginaram uma mãe amamentando, nesse calor, tomando banho de leite. Prazer, essa sou eu. Diz se não dá vontade de tomar banho no chuveiro, na poça, no rio, no lago, na piscina, seja onde for.

A sorte é que dá sim para se refrescar. Meus filhos estão aproveitando muito esse verão indo para o rio, piscina ou lago. Nessa época que damos conta das inúmeras possibilidades para se refrescar. Delícia demais!

Apesar de optarmos por não viajarmos nessas férias, por conta do pequeno Lucas, de toda a demanda no momento, decidimos que faríamos passeios interessantes com os filhos. Então, a rotina anda intensa de parques e lugares para tomar banho, tomar sol. Pois sabemos que para eles não precisamos fazer muito, basta um espaço para brincarem.

Um dos passeios preferidos do Felipe e do Thomas foi acordar, tomar somente leite e ir para o lago Roither fazer um piquenique de café da manhã e, em seguida, curtir o que o mesmo oferece para nós.

Todos nós curtimos esse momento família. Muito bom! Não tem algo melhor do que aproveitar o que a natureza oferece para nós. Aqui as estações, a estrutura nos convida para viver, para fazer o que há de melhor, mais simples e gostoso.

Tudo passa a ser aproveitado e da maneira mais natural possível. E, agora que vem a parte divertida ou talvez comum da história. Estávamos nós no lago, acabamos nosso café da manhã e ajeitamos nossas coisas na sombra.

Logo, os meninos tiraram as bermudas, ficaram somente de shorts de banho. Lógico que como bom brasileiro fomos com os shorts e biquíni por baixo da roupa. Mas tamanho foi nossa surpresa quando pensamos que estávamos num lago de nudismo. Isso mesmo!

De repente, com a maior naturalidade do mundo, os alemães chegaram, começaram a se despir, tirando roupa, calcinha, cueca para colocarem as roupas de banho. Olhávamos para um lado, uma pessoa pelada, para o outro, outra também. Assim foi nossa manhã no lago.

Tudo muito natural, aproveitado da maneira mais simples, assim como nascemos... sem precisarmos de muita coisa, sem desejarmos isso ou aquilo.

A simplicidade das pessoas, de uma outra cultura.

Ao mesmo tempo que penso assim, confesso que achei um tanto estranho. Tudo igual, tudo junto, adulto, homem, mulher e criança. Sem vergonha alguma, sem preocupação... Na minha opinião, não é nada tão trabalhoso, difícil já ir com a roupa de banho por baixo. Mas sabe-se lá o que pensam...

Enquanto isso, curtimos o verão da nossa maneira, do nosso jeitinho. Talvez não estamos acostumados! Mas que foi divertida nossa manhã, ahhhhh se foi....







Informações sobre o lago:
Localizado na Baviera, distrito de Regensburg
Área: 0,13 km2
Comprimento da margem: 1.800 m
Horário de funcionamento: 06:00 às 22:00
Estacionamento: 450 lugares
Quiosque / restaurante: 1 Restaurante (norte) / 1 Quiosque / 1 Vestuário
3 WC
1 WC móvel
Chuveiros: não
Playground: não
Esportes: Voleibol de Praia / Remo
Grelhar / tendas: grelhar é possível
Proibido acampar
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Brincando com Lego®

Impressionante como de um dia para o outro, a partir de uma determinada data o interesse das crianças mudam, demonstram habilidades jamais vistas anteriormente.

Felipe ganhou vários presentes de aniversário e entre eles diversos legos. Acredito que todas vocês leitoras, blogueiras, amigas conhecem o lego e suas variações (duplo, por temas). Não estou aqui para fazer propaganda, está longe de mim. Quero mesmo é falar da influência que o Lego tem na vida das crianças, das crianças alemãs e muito mais, para contar o que pensei de início, durante a montagem e depois enquanto Felipe brincava. Minha idéia é compartilhar a similaridade que enxergo entre os alemães e a montagem de um lego. Pode ser que esteja viajando, doida das idéias, mas enxergo prós e contras quando damos um brinquedo desse tipo para a criança.



Sabe-se que o Lego é dinamarquês e espalhou-se por todos os países. Hoje encontramos em todas as lojas e dificilmente uma criança não tem, já que é grande a influência através dos colegas e principalmente das propagandas. Na Alemanha, pode ser somente impressão, mas é muito grande o espaço que ocupam nas prateleiras. Lembro de ter ficado de boca aberta a primeira vez que fui numa loja de brinquedos.

Felipe sempre teve o lego duplo em casa, somente as peças e sem figuras prontas. Entusiasmado sempre brincou brinca criando inúmeras coisas, figuras do imaginário e do dia a dia.

O tempo passou, Felipe cresceu e junto com os 5 anos também ganhou legos com peças menores. O que de certa forma marcou a idade, uma grande conquista lidar com brinquedos que não conhecia, que apresentam outras possibilidades / objetivos e requerem novas habilidades. *Um agradecimento especial aos queridos padrinhos e amigos que deram de presente.

Felipe adorou! Para ele foi uma grande conquista lidar com peças pequenas, dar conta sozinho de seguir passo a passo no caderno para montar algo desejado. A graça de tudo para ele realmente é essa: montar para brincar em seguida.

Quando realiza isso fica nítida a concentração que tem para chegar ao objetivo final.  



No entanto, é realmente nesse aspecto que comparo o lego com as pessoas, com a cultura alemã. Tudo por aqui é muito técnico, passo a passo, no qual há pouca criação, incentivo a imaginação nos momentos de desenho, do fazer uma produção, por exemplo, no Jardim da Infância. Não vejo um incentivo para desenharem sem apoio, um pré modelo, não vejo que isso também aconteça nas produções de escrita na Escola.

O que me parece dessa forma ser o jeito mais fácil de ensinar.

Sendo assim, questiono esse passo a passo e faço com que haja um equilíbrio nas escolhas dos brinquedos. A criação, a imaginação nesse caso aparecem somente após a montagem do Lego, mesmo assim dentro do tema escolhido (polícia, cidade, aeroporto, espaço, estação de trem, super heróis etc.).

Segundo a vivência que tenho como educadora e mãe faz-se necessário depertar o universo imaginário das crianças através do brincar, oferecendo diferentes recursos para isso.

O Lego® é uma das possibilidades, mas há outras tão interessantes quanto...





 









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Menino moleque

Outro dia mesmo me lembrei do Felipe olhando para o irmão Thomas e falando para nós que ele era pequeno, que engatinhava, chorava muito, não sabia comer sozinho, que tínhamos que trocar a fralda toda hora, entre outras coisas. 

Então, de repente como um passe de mágica, com a rapidez que só o tempo tem Thomas cresceu e hoje com 2 anos e cinco meses deixou de ser aquele bebê para ser um menino e detalhe um menino moleque.

Dizem que é influência do irmão, que geralmente o irmão do meio e o mais novo são mais descolados, avançados em todas as atitudes. Sem dúvida, eles imitam e aprendem muito com o irmão mais velho, mas por outro lado, também tem o fato da personalidade, do jeito de ser de cada um.

Felipe mostra-se muito responsável e cuidadoso com si próprio. O que é natural de acordo com a posição que ocupa na família. Já falei bastante sobre isso aqui.

Thomas, por ser o filho do meio, pode fazer um tanto de coisas para chamar a atenção, mostrar-se bem avançado safado para a idade. O fato é que não tem medo de viver, de brincar perigosamente e quando se machuca dificilmente faz um drama e chora de montão. 

Felipe adora brincar com o irmão. Lógico que ambos apresentam seus momentos diários de brigas e disputas. Mas de modo geral, brincam bem e fazem questão um da presença do outro.

Impossível não contar sobre isso, já que estão de férias e o tempo todo há brincadeiras, passeios no parque e muita diversão. Cada dia mostram-se que são mais cúmplices para os momentos de farra e de brincadeiras no jardim.

Em muitos momentos já fico com o coração na mão. É muita farra, muita molecagem. Sempre me pergunto se meu coração agüentará tudo isso. 

O que é natural de ser mãe!

O que é natural de menino, menino moleque, criança feliz!

Com essa idade eles gostam de correr, brincar de pega-pega, subir na árvore, descer num escorregador em grande altura, pular no sofá (mesmo quando falamos que não é bacana), descer rapidamente da cadeira, brincar com o Bobycar (desse jeito que verão a seguir). 

Me digam se não é para o coração palpitar forte, para a mão suar frio com as aventuras dos filhos moleques. Um desafio, melhor, desafiam os pais. Haja limites! 

Agora, o pior é quando penso que isso está só no começo...  Criança, menino, menino moleque, adolescente, nem quero ver! Ou melhor, até lá tenho que me preparar para enfrentar isso tudo e um pouco mais.

Permito que vivam intensamente, que pisem na grama, que andem descalços, subam em árvores, corram e rolem. Ao mesmo tempo, é impossível não nos preocuparmos, não fecharmos os olhos de vez em quando...

Só peço que olhem por eles! Ohhhhhh.... pelas traquinagens que fazem.

Só peço que olhem.... orem por mim!!!



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O castelo e o barco

Fomos conhecer mais um parquinho na região que chama-se Römerspielplatz. Esse também apresenta uma construção temática com barco e uma espécie de castelo. Localizado numa área verde, no qual há muito espaço para as crianças brincarem.

É dividido em três partes:  barco, castelo e casinhas de madeira. A área onde fica o barco é destinada para as crianças pequenas e a do castelo já foi planejada para as crianças maiores (a partir de 6 anos). Se bem que Felipe aproveitou e brincou muito nos desafios propostos dentro do castelo.

Os parques onde há construções temáticas despertam o entusiasmo das crianças e fazem com que muitas vezes criem cenas simbólicas, por exemplo, convidando-as a brincarem de pirata, de piloto do barco com passageiros, entre outras.

As propostas se misturam, pois além do jogo simbólico há também inúmeros desafios motores.






Outro barco só que com molas que permitem o balanço.



Muito comum encontrarmos Wasserspielplätze (parquinhos com água). As crianças amam bombear, se molhar... Acaba sendo prático quando brincam com areia e fazem melecas.



Vejam abaixo as casinhas e também o cercado dando a impressão da construção de um castelo.


Por dentro, em toda volta do castelo há os desafios motores. Assim como podem ver...



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Engolida pelo sapo, pelo monstro...

Já contei para vocês que adoro os parquinhos que tem na Europa e, principalmente, os que estão ao nosso redor na Alemanha. Parece até que não tive infância, a verdade é que eles são demais em relação a estrutura física que apresentam para toda a criançada.

Aproveitando que estamos de férias, ops... quer dizer os meninos estamos explorando tudo que tem de bom para fazer com crianças pela cidade. Lógico, que não conhecemos tudo e, agora, com o pequeno Lucas é hora de fazer isso, já que sabemos que com bebê pequeno, no verão, não dá para abusar nos passeios.

Então, que nosso amigo Google é tudo de bom nessas horas. Começamos a pesquisar parquinhos pela cidade de Regensburg e encontramos um mapa com inúmeros pontos. Tem muitos parquinhos! No site constam 114 parquinhos, porém somente alguns apresentam fotos e avaliação. De qualquer forma, um OBA para nossos filhos. Como a cidade não é tão grande assim, conseguimos localizar no mapa e irmos até o local.

Todos possuem um nome de acordo com a localização ou tema. Esse, por exemplo, chama-se Monster. Quando mostramos para os meninos lógico que eles toparam na hora. E assim estão curtindo o verão.

Passamos a tarde no parquinho com direito a fazer piquenique. Felipe e Thomas brincaram muito, enquanto Lucas aproveitou para dormir ao ar fresco.

Quero muito compartilhar com vocês esses espaços. Eles merecem que eu fale sobre a estrutura, sobre os brinquedos a favor do desenvolvimento motor, exploração e brincadeira por parte das crianças. Não há simples brinquedos, mas são planejados para que as crianças avancem no desenvolvimento motor, com inúmeros desafios. Tem infância mais bem vivida do que essa? Lembro da minha infância no qual adorava freqüentar o parquinho do clube. Sempre conservado e cheio de novidades.

Então, vamos lá... 

Esse parquinho possue duas enormes construções: esse sapo e também um monstro.

Não poderia deixar de pagar esse mico. Fiz igual meus filhos. Olhem só ...



Vejam o sapo por todos os lados. Meus filhos entravam e saiam... Um tal de abaixar, levantar, um convite para entrar praticamente igual um sapo.



Perto desse sapo tem um espaço para bombear e brincar com água. Felipe junto com o papai fizeram caminhos pela areia, transformaram baldes em barco, se molharam... Para bombear a água é necessário fazer uma força. Brincávamos com o Felipe dizendo que ficaria com o braço forte.



Além disso, tem também uma enorme ferramenta parecida com a do trator para tirarem areia de um lado e colocarem do outro. Requer uma certa habilidade.



Cercado por uma enorme área verde cheia de caminhos para as crianças percorrerem...caminharem, observarem folhas e insetos.



Ao lado tem o monstro, no qual há um enorme escorregador e pneus que servem como escada. Interessante que os pneus estimulam as crianças escalarem, subirem de uma forma diferente. Um desafio muito maior do que subirem por uma escada ou rampa.



Conheçam o monstro. Cheio de furos e ondulações na construção que permitem que as crianças subam, entrem pelos olhos e brinquem dentro como se fosse uma mini caverna.



Em cima do monstro sai um enorme escorregador.



 Várias fotos que permitem conhecerem o monstro por todos os lados.



Ainda por perto encontramos gira-gira, balança, tanque de areia e outros brinquedos comuns e também preferidos pelas crianças.

Volto, volto para mostrar mais e falar sobre outros parquinhos e suas possibilidades de exploração e divertimento.

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3 por 24

 

Não recomendo a leitura para quem está tentando se animar para ter o terceiro... rs

Há muito tempo que minhas amigas, queridas companheiras de desabafos, contadoras de aventuras, acontecimentos inesperados perguntam como estou me virando com os três filhos. Um tanto de preocupação, de carinho e abraços mesmo a distância. Obrigada, obrigada mesmo!

Essa também tem sido a pergunta freqüente de muitas mães que me encontram no meio do caminho entre as escolas do Thomas e do Felipe. Logo dizem em alemão: Sehr anstrengend! (Muito trabalhoso!) referindo-se a minha vida, em ter três filhos com pouca diferença de idade. Por aqui as pessoas olham, observam e comentam entre si quando me vêem com os três passeando, caminhando. O fato é que na verdade é pouco comum, já que a maioria das famílias não tem filhos ou apenas um, dois...

Eu também fico admirada com minha vida. Nossa, como mudou e também fico observando-me quando estou com os três. Uma tarefa difícil de administrar em casa e, também, durante os passeios. Já que geralmente Lucas está no carrinho ou no sling, Thomas de mãos dadas ou na prancha de surf do carrinho e Felipe ao lado, mais pra frente, ou olhando algo que ficou para trás. Uma loucura!

Confesso que apesar da loucura, de ser tudo muito bom, de amar de paixão meus três filhos estou cansada. O meu dia a dia é como se estivesse numa prova de corrida (mas bem que podia ficar magrinha, magrinha...) Sabem o que é você não parar e se quiser descansar ou dormir um pouco precisar fechar os olhos para a casa. Pois é assim... Caso contrário, além de dar de mamar, trocar fralda, colocar o Lucas para dormir, trocar fralda, brincar, pegar suco para o Thomas, jogar, ler, limpar o bumbum do Felipe entre outras coisas, vivo para a casa: limpar, limpar, limpar (pois não sei de onde sai tanto pó, ou melhor, por onde entra), lavar, passar (pois sou das pessoas que adora ver uma roupa arrumada), cozinhar entre todas as tarefas que vocês já imaginam que uma dona de casa tem diariamente. Olha, a impressão que tenho é que isso não acontece para qualquer pessoa, só para aquelas que procuram, que desejam mais e mais desafios pela frente.

Além de ser mãe, dona de casa, pois também tenho que pensar que sou esposa, blogueira e mulher com desejos, vontades e necessidades. Difícil, difícil mesmo quando temos três filhos pequenos, moramos longe dos familiares e num país no qual a mulher precisa dar conta de tudo, caso contrário, deve pagar por um preço alto. 

Então, é isso mesmo: se quiser, por exemplo, fazer a mão com freqüência tenho que me organizar, pagar um preço não tão acessível e ainda levar os filhos comigo. Tem que ter muita disposição, senão acaba sendo uma mulher amélia de verdade ou uma típica alemã, já que são poucas mães, donas de casa que se cuidam, preocupam-se com a aparência, com o corpo, em fazer coisas interessantes para si.

Uma luta diária para contemplar tudo isso na minha vida, somente na minha já que desejo tanta coisa ao mesmo tempo. Dizem que é uma fase, sei disso! Mas não posso abandonar tudo e viver somente para a casa, para os filhos. Tenho que equilibrar tudo isso e, principalmente, meu pensamento. Sabem por que?

Não me arrependo de toda essa mudança, mas tenho uma cobrança e preocupação muito grande. Além do mais, o fato de viver somente com o meu marido por aqui aumentou ainda mais tudo isso. 

Então, junta o cansaço, as noites mal dormidas ou quase sem dormir, a cobrança diária em todos os aspectos referindo-se a uma mãe, blogueira (pois vejo esse espaço para compartilhar, distrair, de troca constante, quase uma terapia) mulher e esposa. Será que é normal? Será o acúmulo de cansaço? Será influência dos hormônios? Será os quilos gordura que ainda fazem parte do meu corpo?

Ora um sentimento estranho, uma insatisfação, uma tristeza que parece bem mais uma depressão. Outros momentos, uma alegria, um pensamento positivo e uma energia enorme para fazer tudo que tenho na lista para um único dia. Assim a vida segue...

Os filhos estão bem! Melhor agora que estão de férias, pois estão aproveitando o verão intensamente. 

Engraçado foi quando estavam prestes a saírem de férias, me perguntaram como faria, professoras e mães me olharam com um olhar de poxa vida, que dó dessa mãe, pois um mês com três filhos pequenos. Mas tamanho foi a alegria e comemoração de todas e, principalmente minha quando combinei com o marido que o mesmo tiraria férias também nessa época.

Pois sozinha 3 por 24 horas durante 31 dias seria demais! Seria demais para dar conta. 

Hoje, apesar de dias melhores, outros piores, estou com minha família (durante esse mês), dividindo as tarefas com meu marido e passeando, aproveitando... E dá um alívio, viu!? Pois sabemos que esse início não é fácil, acho que não foi fácil também para você. Foi?

Prefiro me forçar a olhar para tudo com leveza, como a beleza de uma flor e dos meus filhos, com toda a inocência... Assim tudo fica melhor!
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família E escola: parceria para um lanche saudável

Recentemente a querida Mari escreveu um post sobre o Desafio da lancheira e, em seguida, a querida Ivana escreveu Nada de fruta... como faz? Temas interessantes e que despertaram uma vontade imensa de escrever sobre os lanches das crianças alemãs; além de compartilhar os hábitos dos meus filhos e minhas preocupações quando se trata de uma alimentação saudável.

Quando trabalhava no Brasil como professora lembro de observar atentamente as lancheiras dos alunos e comentar com parceiras de trabalho sobre a falta de diversidade dos alimentos no lanche e hábitos das crianças. Meus questionamentos: Como podia a mesma criança sempre levar um lanche igual? Como muitas crianças levavam lanches pouco saudáveis? A questão da repetição e da pouca variedade sempre me incomodaram.

Então, que agora como mãe me coloco nas mesmas condições. Aquela velha história de cuspir pra cima e cair um dia na testa. Pois bem, hoje observo que meus filhos fazem a mesma coisa. Gostam dos mesmos alimentos, que dificilmente aceitam algo diferente e sugerido por nós. Principalmente Felipe que vai para o Kindergarten (Jardim da Infância) gosta que repetimos o que colocamos quase todos os dias. No caso do Thomas, o berçário oferece o lanche, mas mesmo assim temos notícias que cisma em não experimentar, comer determinada fruta. 

Para o Felipe geralmente preparamos algo saudável, já que a escola orienta os pais a não mandarem doces. E posso dizer, as professoras realmente inibem os pais e conversam com as crianças pedindo para que não levem pães com nutella, bolos e bolachas. Elas vetam mesmo! Acho que estão certas, pois terão outros momentos para experimentarem ou até mesmo quando crescerem, no qual poderão escolher e terem suas próprias opções de alimentos. 

Felipe lida com isso de maneira muito tranqüila. Simplesmente diz: “- Na escola não pode levar isso referindo-se, por exemplo, aos bolos caseiros”. Confesso que não é sempre, mas quando faço um bolo de cenoura ou outro qualquer, coloco num dia da semana e explico para ele que não é sempre que fará isso, que a intenção é não exagerarem e comerem demais. 

Seguindo essa linha, bolo caseiro é o único que entra no cardápio do lanche. Isso não quer dizer que de vez em quando não coma bolacha, bala e outros doces. Felipe conheceu doce muito tarde, então, por exemplo, dificilmente pede por chocolate, bolacha ou bolo. Come muito pouco e se contenta com um quadradinho de chocolate. Parece que ainda é fácil colocar limite para isso.

Quanto ao lanche sempre oferecemos diversas frutas, legumes, pães, frios, cereais e iogurtes. Geralmente escolhe sempre as mesmas coisas: pão integral ou branco com um pouco de manteiga, queijo, gelbwurst ou presunto magro. Às vezes, opta por passas, outras vezes por pepino, cenoura ou paprika (pimentão). Quanto a bebida, geralmente não leva, pois oferecem água e chá na hora do lanche. 

Opções de lanches freqüentes das crianças alemães:

- Pães variados, desde o famoso Bretzen até pães integrais. Aqui na Alemanha há uma diversidade enorme de tipos de pães. Qualquer dia compartilho com vocês.
- Frios (gelbwurst, salami, presunto, mortadela e outros).
- Queijos (mussarela, Kiri (espécie de polenguinho), Gouda).
- Pimentão, cenoura, pepino, tomate cereja.
- Iogurtes (também há uma variedade imensa e com diversos pedaços de frutas).
- Frutas (maçãs, pêras, bananas, uvas). Há outras também, mas geralmente optam pelas mais práticas e que não estragam. Também pelas frutas das épocas, já que não encontramos todos os tipos de frutas o ano inteiro.
- A escola oferece todos os dias chá e água.
- Algo interessante é que toda quarta-feira é o dia do Musli. A escola deixa a disposição das crianças Cornflakes, diferentes cereais, coco, sementes de girassol, passas, nozes e leite. A idéia é que as crianças possam se servir, desfrutar dessa variedade para montarem seu próprio lanche. Felipe sempre conta para nós que comeu Musli. 
- Outro importante acontecimento são os lanches coletivos propostos durante o ano, no qual a escola elabora a lista de alimentos, solicitando que os pais escolham para as crianças levarem no dia. E dentro dessa lista, alimentos saudáveis. Algo diferente de propor um lanche coletivo deixando totalmente aberta as opções para a escolha das famílias.

Apesar de vermos a escola como parceira, também temos um desafio diário para preparar a lancheira do Felipe. Frutas, por exemplo, dificilmente colocamos pois costumam voltar pela metade. Então, o que fazemos é incentivá-lo a comer conosco. Então, toda tarde, quando voltam da escola preparo uma, duas ou até três opções de fruta num prato. Tivemos uma fase que Felipe comia todos os tipos de frutas, quando era pequeno... bem pequeno. Depois passamos por um tempo no qual não queria saber de fruta e, agora, parece que está voltando o apetite, o interesse em experimentar e comer as diversas que oferecemos e compramos de acordo com a estação do ano.

O que consideramos importante? Sempre, sempre oferecer. Fazer com freqüência salada, legumes, verduras e colocarmos frutas à disposição. Os modelos são os pais, não é mesmo? Então, vale olharem para nós enquanto comemos, vale a insistência, pois acredito que haja também fases nas quais as crianças comam mais e outras menos. Assim espero....

Não vale desistirmos e partirmos para o que é mais prático.

Então, o desafio continua para todas nós e aqui muito mais para as verduras e legumes.

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E o Lucas, como está?

Conto muito sobre o Felipe, Thomas e a relação deles com o pequeno Lucas. Pouco escrevo sobre o Lucas, mas a verdade é que a rotina com ele é tão intensa. Parece que vocês já sabem um tanto de como anda tudo por aqui.

Quero aproveitar que estamos na Semana Mundial do Aleitamento Materno para falar um pouquinho desse momento e, principalmente das conquistas do meu bebê Lucas.

Amamentei meus dois filhos e, agora, o Lucas. Agradeço imensamente por nunca ter tido alguma dificuldade para fazer isso. Além de considerar importante para o desenvolvimento e alimentação do bebê, amo o vínculo e interação que acontece enquanto estamos juntos.

Ainda mais agora que está com quase 4 meses costuma abocanhar o mamilo, soltar, olhar e sorrir para mim. Parece que quer dizer algo do tipo: "- Mamãe que delícia!" ou "Como é bom estar com você!".  Mas o sorriso já diz muito... Um momento simplesmente mágico, encantador.

Outra coisa que faz e não é novidade para vocês, assim acredito, pois imagino que seja uma ação comum entre muitos bebês, é o fato de segurar minha mão enquanto mama. Faz questão de segurar e apertar. Será que tem alguma explicação para isso? Uma relação que está sendo construída, com amor e muita alegria.

Tranqüilidade nem sempre é possível quando os dois irmãos estão em casa. Ora me pego amamentando o Lucas, dando colo para o Thomas e conversando com o Felipe.

Com o tumulto com todos filhos juntos, mãe pressente e sabe quando o bebê está bem. Lucas, apesar de todo agito, mostra-se um bebê tranqüilo.

A verdade é que o bebê entra na "dança" e aprende com os irmãos, acostuma com o ambiente e barulhos da casa. Lucas na maioria das vezes dorme com barulho e basta ligar o aspirador para ficar tranqüilo. Qualquer barulho constante parece que acalma. Se está reclamando, chorando, para na hora.

Lógico que tem seus momentos no qual está com calor ou dor de barriga. E cansa, viu? Ainda mais que está com 7 quilos. Dá para acreditar? Pesado que só...

Atualmente resmunga, emite alguns sons quando falamos com ele. Sorri para os irmãos e começou a experimentar quando está deitado virar para o lado.

Quando está bem dorme sozinho. Basta deixarmos no berço, no carrinho, no sofá ou seja lá onde for. Além disso, sorri enquanto está dormindo. Sorri, sorri muito! Bebê feliz, expressivo e pais mais ainda...

E seu bebê, o que marcou para você nessa fase? Caso não lembre, pois por exemplo eu não sou boa de memória, conte-me o que mais gostava que ele fazia quando era bebê.

*Deixo claro que relato apenas meus sentimentos sobre o ato de amamentar. Estou referindo-me ao meu momento especial, somente meu... De maneira alguma quero desmerecer alguém e afirmar que é o único jeito de estreitar e construir vínculo com o bebê. Respeito e compreendo que há diferenças no modo de pensar, dificuldades e inúmeras condições para que aconteça isso.

Quis apenas registrar e compartilhar como está meu bebê com quase 4 meses.

E o tempo passa...



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O presente


Vocês imaginam o que foi embrulhado com esse papel? Farei suspense até o final...

Imaginam quem fez esse pacote de presente? Darei três chances!

Pois bem, você acertou! Isso mesmo! F-E-L-I-P-E

Há 10 dias atrás Felipe teve aniversário de um colega, o mesmo que já contei várias histórias sobre a amizade e brincadeira entre eles. No entanto, comprei uma camiseta de polícia, a mesma que Felipe usou no dia do aniversário. Logo, o amigo viu, gostou e pediu uma igual.

Pode parecer estranho, mas aqui é costume perguntar para os pais do aniversariante ou para a própria criança o que gostaria de ganhar. Geralmente seguem direitinho o pedido. Apesar de não gostar muito disso, quem sou eu para sair fora dos costumes alemães. Penso que é um presente, que pode e deve ser surpresa. Não?

Lógico que algumas mães falam mais de uma opção, mas mesmo assim a criança ganha algo que gostaria na data. Os valores também são sempre acessíveis ao pedido.

Bom, mas vamos ao assunto principal desse post.

Felipe ficou ao meu lado enquanto fazia o pacote de presente. Ah, detalhe aqui também dificilmente as lojas fazem pacote para presente. Geralmente você precisa comprar o papel e sozinha fazer com fitas e laços ou simplesmente reaproveitar uma caixa, um papel já utilizado.

Logo embrulhei o presente, ou melhor, a camiseta. Enquanto cortava o papel e o durex Felipe observava atentamente. Quando terminei pediu se podia pegar o pedaço de papel que sobrou e também alguns pedaços de durex. Achei que experimentaria fazer um igual, brincar com o papel.

Foi para o quarto dele e quando cheguei lá olhem só o que havia feito. Isso mesmo havia preparado um presente. Então, segue nossa conversa:

“-Um presente para quem?” (amigas queridas blogueiras CONSEGUEM adivinhar?)

“- Para o Lucas mamãe!!!!”

“- Sabe o que tem aqui mamãe?”

“- Coloquei um carrinho que gosto muito!”

“- Vou dar de presente para o Lucas quando ele fizer 4 anos”.

“- Mas filho ainda demora um pouco para chegar...”

“- Ele tem 3 meses e meio e primeiro fará 4, 5, 6.... até completar 1 ano!”

“- Que tal você dar de aniversário de 4 meses!”

“- Não mamãe! Vou guardar para dar quando ele fizer 1 ano!”

E assim o pacote continua guardado no armário do Felipe.

Preciso escrever mais alguma coisa? Não é muita fofura com o irmão?

Pelo menos o presente de 1 ano já está garantido.... Será que aguentará esperar até lá? Já passaram 10 dias. Depois conto para vocês!

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