Presente: um passeio especial








Hoje é um dia muito especial, pois Felipe está completando 4 anos de idade. Como o tempo passou! Além de toda correria durante o dia, com os preparativos da pequena festa que faremos na quinta-feira, aproveitei para rever fotos de anos anteriores e matar um pouco as saudades de quando tinha meses, um ano, dois anos, três anos e agora... QUATRO. Como é bom ver o quanto cresceu, como está bem, porém como dá vontade de fazer o tempo parar e curtir mais e mais os meus filhos pequenos. Bateu uma enorme saudade. Quando olho para "trás" vejo como passou... como cresceu... quantas conquistas já fez...

Vendo as fotos deu vontade de compartilhar aqui no meu blog os marcos dessa data tão especial para nós. Uma data que vai além de um simples presente e de uma pequena festa. Quando mudamos para cá decidimos que aproveitaríamos o que o país oferece de interessante para as crianças. Logo no primeiro ano conhecemos o Zoológico de Munique. Felipe curtiu bastante. Tanto que desde então, escolhemos a dedo um lugar para marcar esse momento da vida dele. Agora, com 4 anos, fomos ao parque Legoland. Que maravilha que foi para todos nós. Como nos divertimos! Aproveitamos esse feriado que passou para fazermos uma pequena viagem e, entre os passeios, esse marcará o aniversário de 4 anos do Felipe. Tenho certeza que pelo menos para os pais e para a vovó do Brasil que também estava presente.
 
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2 semanas de MICO

Ahhhh criança... como é bom ser criança! Adoram brincar e cada hora uma nova descoberta, uma paixão por um brinquedo. 

Felipe sempre gostou de brincar com carros. Os mais variados, mas os Hot Weels são seus preferidos.
Além dos carros tem os trens. Agora mais crescido, por sinal faltando poucos minutos para fazer 4 anos, já monta várias pistas com as peças de madeira e brinca, brinca, brinca muito. Se diverte sozinho, mas também a interação está cada dia mais presente ao lado dos colegas. Como é bom observar e vê-lo conversando, planejando cada ação ao lado deles.

Com toda situação de brincadeira muitas vezes surge o desejo de querer ganhar isso ou aquilo. Nessas horas freqüentemente conversamos com ele e falamos que não dá para querer tudo, toda hora, mesmo porque custa dinheiro. Falamos que não dá para ter tudo sempre novo. Tanto que compramos brinquedos usados, mais baratos, em bazar que costuma ter por aqui (são brinquedos ótimos, com qualidade e preço excelentes, mas usados). Lembramos o pequeno da quantidade de brinquedos que tem e reforçamos que pode ter vontade, querer ganhar isso ou aquilo, mas que tem data certa para fazer os pedidos. Isso não quer dizer que uma vez ou outra não damos um presente para ele, que esquecemos tudo isso e fazemos um mimo para o Felipe. Mas, nós pais, temos procurado manter a mesma atitude e cuidado bastante disso. Não queremos ver nosso filho em toda loja chorando, esperneando e agarrando um brinquedo. E isso tem dado muito certo! Geralmente Felipe olha um, pega outro, diz que já tem e continua o passeio ao nosso lado.

Mas agora está chegando o aniversário e Felipe sabe que é o momento certo de palpitar e falar o que gostaria de ganhar. Há um tempo já tínhamos algumas idéias, porém quisemos ouví-lo. E sabe qual a paixão atual do Felipe? Baustelle, obra ou construção. Isso mesmo! Impressionante como na Alemanha nesse período do ano, nas estações da primavera e verão, fazem obras, consertam as estradas, fazem de tudo para deixarem as casas, estradas e tudo mais em ordem.

Nesse meio tempo, entre uma obra e outra, há milhares de caminhões e os mais variados tratores. Felipe fica paralisado com cada um que vê.

Agora, sabe o que vivemos durante 2 semanas? Durante o caminho para a escola estava tendo uma construção e Felipe não viu somente um trator, mas quatro e um diferente do outro. Além disso, muitos caminhões. 

E lógico que onde há obra tem pessoas trabalhando. Felipe numa dessas paradas para observar os tratores começou a falar: “- Mami quero um desse no meu aniversário! Também quero mais um desse no meu aniversário! (apontando todos os tratores: grandes, médios e pequenos)”. “- Papi, traktor zu mein Geburtstag!”. Ouvimos ele falando isso para nós, durante toda o período da obra e, detalhe, falava na frente dos homens que estavam trabalhando. Um mico danado! Uma situação divertida! Imagine a cara de cada um olhando para nós. Davam risada. E nós brincávamos: Esse também no meu Geburtstag, esse também no meu aniversário... Um marco a poucos dias do aniversário.

E vocês, acham que ele merece ganhar mais um trator? rs


 
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Já, já estou de volta...

 
  
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Contagem regressiva

Faltam poucos dias para o aniversário do Felipe. Já imaginou a expectativa do filhote que fará 4 anos?

Tenho tanto para contar sobre os episódios de Felipe e os preparativos para o aniversário. Cada dia uma cena e uma fala encantadora. O tempo passou e Felipe mostra-se mais envolvido com cada acontecimento, seja na escola, com a família e, agora, com o próprio aniversário.

Todo entusiasmado quer participar de tudo sempre dizendo: “- Mami, eu quero ajudá!”

Sendo assim, desde o começo quando resolvemos que faríamos uma festa pequena em casa conversamos com o Felipe sobre quem gostaria de convidar, o que gostaria que tivesse para comer e também sobre a decoração. 

Acho que a curtição é maior ainda quando há participação dos pequenos. E, agora quase com 4 anos começa realmente a vontade de participar. Há interesse, entusiasmo e uma maior compreensão sobre fazer isso ou aquilo.

Felipe tem alguns temas preferidos para a hora de brincar. Gosta de carro, trem, caminhão, trator, de brincar com lego, quebra-cabeça, jogo da memória e outros. Não há nenhum personagem tão marcante para ele. Refiro-me aos personagens presentes em filmes e que são expostos demais pela mídia como os Carros, Toy Story, Shrek, Pinguins, Era do Gelo e outros. Assiste muitos desses filmes, mas não é fascinado ao ponto de querer que seja tema para o aniversário. Também confesso que acho ótimo! Acho importante que haja variação de temas para o brincar, além do mais tenho certeza que não escaparei desse dia em que baterá o pé e escolherá o tema da decoração da festa. Mas, por enquanto, maravilha! Vamos curtir a possibilidade de sugerir, apresentar o que achamos bacana para que venha fazer a escolha.

E, assim que tudo aconteceu...

Por conta do aniversário do Thomas procurei uma loja de tecidos para comprar alguns para fazer a decoração da mesa e os convites. A princípio achava que não encontraria nenhuma 25º de março com milhões de tecidos maravilhosos. Mas, engano meu quando um dia meu marido disse que perto do trabalho dele havia uma loja pela qual ficaria encantada. Disse e acertou! Fiquei apaixonada pela loja, pela variedade e por encontrar tecidos tão interessantes para fazer decoração, para fazer roupas, bolsas e tudo mais. Adorei! Tenho vontade de fazer tanta coisa.

Então, conversei com o Felipe. Retomei como havia preparado todo o aniversário do Thomas e sugeri de irmos até a loja para escolher um tecido. Talvez um tema presente no tecido! 

Fomos até lá e tivemos muitas opções para a escolha do Felipe: tecidos listrados, tecidos lisos, tecidos com os seguintes temas: dinossauros, tratores, gatos, animais da fazenda, carros, ônibus, fundo do mar, flores, alimentos, robôs etc etc etc. Felipe acabou escolhendo o tecido com tratores que viu em uma almofada. Mas para nossa sorte não tinha mais. Falou que queria muito. Conversamos com a vendedora que tentou encomendar novamente, pegou nosso telefone e... Passou uma semana quando a vendedora retornou falando que não conseguiria mais! Voltamos na loja para escolher outro, já que o de trator estava esgotado. Felipe numa boa voltou comigo e acabou escolhendo o tecido com robôs. Particularmente achei uma graça. E você? Não pense que teve influência do filme Robôs, pois esse não é um filme apreciado por ele. 

Saímos de lá bastante contentes pela escolha. Logo comecei a planejar o aniversário e surgiram mil idéias. Agora, aguarde que em breve contarei mais para você. Terei que deixá-la na expectativa também.

Como gostaria que conhecesse a loja. Juro que é encantadora desde a organização, disposição dos tecidos e, detalhe, tem aula de corte e costura para adulto e criança. Prometo que quando me visitar levo você para fazer um passeio por lá. Agora, se preferir também aceito encomenda rs rs rs






  
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Blogagem Coletiva - Quem cuida dos nossos filhos



Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi
Papi Mami Papi Mami Papi Oma Opa Mami Papi Mami Papi Oma Opa Mami Opa Oma Papi Mami 

Pronto! Respondi. Da forma como Felipe diariamente fala em alemão para nós. Sempre a mami, o papi, eventualmente a oma (avó) e o opa (avô) postiços, outras a oma (avó) do Brasil.

Brincadeirinha.

Mas confesso que quando li qual seria o assunto da blogagem coletiva foi isso que veio na minha cabeça e, acredito, que para muitas das mães internacionais também. 

Mudei para a Alemanha e trouxe muitos pertences, enchemos boa parte de um container, foram malas e malas; porém a Família (com letra maiúscula, pois merece um destaque importantíssimo na nossa vida), a babá do meu primeiro filho (demais de amorosa e prestativa) e amigos muito próximos não vieram conosco. Uma mudança e tanto! 

Logo um turbilhão de sentimentos tomaram conta de mim. Percebi que tudo havia mudado demais e que seria assim: meu marido, Felipe e eu. Nós três e mais ninguém conhecido, próximo e familiar ao lado. Uma grande responsabilidade cuidar totalmente do Felipe e, hoje em dia, do Thomas também. Digo responsabilidade ainda maior, pois distante do meu país de origem, senti que sobrecarregou em todos os sentidos. Cuidar de tudo que envolve uma casa, cuidar dos filhos, do marido, conhecer um país novo com características próprias, conhecer uma cultura, aprender um novo idioma e cuidar de mim. Sabe quando tudo ficou distante e algo totalmente novo começa a fazer parte da sua vida. Isso mesmo! Passei a ter uma nova vida. 

Agora, não pense que me enganei. A escolha foi minha e imaginei que seria assim, com um período longo de adaptação e com momentos bem difíceis.

Durante esses 2 anos aprendi muito sobre como viver na Alemanha e mudei bastante também. O dia a dia, a distância de tudo conhecido, as saudades, o precisar fazer isso e aquilo, o sentir-se sozinha em muitos momentos interferiram muito no meu jeito de ser. Algumas pessoas dizem que foi para melhor. Que mostrei o quanto sou capaz e dou conta de tudo que fazia no Brasil e um pouco a mais. Outras dizem que me revelei como dona de casa e mãe. Ainda tem aquelas que dizem que me tornei auto suficiente, totalmente independente e mais distante. 

Na verdade, meu jeito de ser se sobressai perante o meu modo de viver na Alemanha. Uma vida totalmente diferente, no qual minha família é prioridade, a maior preciosidade.  

Com a mudança larguei o trabalho também. Uma tarefa diária que ocupava demais meu tempo e o tempo de viver para a família. Amava de paixão o que fazia, mas afirmo que hoje estou realizada e sou uma mãe muito feliz por acompanhar os passos de cada filho, por cuidar de cada detalhe e demandas relacionadas ao ser criança. Se estivesse no Brasil trabalhando talvez não daria conta, existiria uma cobrança interna maior ainda de fazer sempre o melhor e de querer fazer isso e aquilo. Pois bem me conheço e sei o quanto sou detalhista e perfeccionista. 

Com a escolha feita aqui estou cuidando dos meus dois filhos, pois sabe-se bem que aqui na Europa dificilmente as pessoas tem uma empregada, uma babá; o custo é muito alto e as pessoas não tem esse costume.

Minha impressão durante esses dois anos é que elas são plenamente responsáveis por tudo que escolhem ter. Tem casa, então se esforçam para cuidar, pois sabem que o custo é alto para delegar a outro alguém. Por exemplo: pintar, consertar etc. Tem filhos, cuidam dos filhos sozinhas. 

Ficar junto com o filho chamou muito a minha atenção logo que cheguei na Alemanha. Lembro bem de todo lugar encontrar os pais com os filhos, mães e filhos, pais com os filhos, mães e bebês, mães e filhos, pais e filhos, mães e filhos... Um exagero na escrita, porém isso é o que realmente acontece. Os filhos, na maioria das vezes, estão com os pais e, principalmente com as mães, já que o pai trabalha fora. 

Por aqui não tem essa de deixar com a empregada dois minutinhos para tomar um banho e deixar com a babá para fazer compras no supermercado. Os pais ficam com seus filhos, são obrigados a pensar em soluções para resolverem tarefas simples do dia a dia; muitas vezes antecipando a realização de pequenas coisas pelas crianças, tornando-as “pré autônomas”. Ou seja, antecipando e fazendo com que dêem conta de se vestirem, calçarem o tênis, comerem sozinha; entre outros cuidados básicos. Elas acabam aprendendo na marra, na repetição e com as circunstâncias trazidas pela rotina dos pais.

Agora, você pode estar se perguntando se as crianças daqui não tem avós e outros familiares. Lógico que tem, mas pela experiência e contato que tenho com outras mães, são poucas as que contam diariamente e delegam tarefas para os avôs e tios. Uma vez ou outra, mas não sempre.

Também tem as mães que trabalham fora. Tem uma grande parte. Mas nesse caso muitas conciliam o trabalho com o horário da escola. A escola, é quem cuida e ensina. Agora, quantas mães no Brasil fazem isso? Milhares. Quando as mães tem um bebê e não tem com quem deixá-lo após o término da licença maternidade acaba optando pela escola. Muitas vezes por questão de segurança ou mesmo por querer garantir alguns aspectos importantes para o desenvolvimento. 

Mas tem algo que preciso confirmar com você que é mãe e está no Brasil, na Alemanha ou em outro país. Independente dos costumes, da influência de outras pessoas que cuidam, sejam elas babás, empregadas, familiares, amigos ou responsáveis na escola me diga: Quem realmente cuida do(s) seu(s) filho(s)? Quem cuida melhor dos seu(s) filho(s)? Aposto que responderá que é você. Se pensou isso, não fique preocupada que é uma mãe coruja e ciumenta; pense apenas que tem um filho, alguém que ama incondicionalmente, que fez você aprender a ser mãe e que os sentimentos maternos levam você a ter esse pensamento e muitos outros. Todos com um propósito maior: de cuidar e querer bem.

Parabéns! Parabéns por cuidar tão bem do seu filho!

Aproveite clique aqui e conheça a realidade de outras mães que estão pelo mundo.



           
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Como seu filho dorme?

Cada filho é único e com características próprias. Podemos identificar muitas semelhanças físicas e poucas relacionadas a personalidade. Isso pelo menos é o que observo estando ao lado e sendo mãe de dois meninos.

 Fica evidente o quanto eles são diferentes para dormir e quando estão na cama.

Quando engravidei do Thomas logo falei para meu marido que as noites teriam que ser aproveitadas durante a gestação e, olha lá, já que a barriga faz com que percamos o sono, faz com que haja certo incomodo para uma noite de sono profundo; pois depois seriam iguais a fase de quando Felipe era bebê. Muitas e muitas noites em claro, um tal de deita e levanta.

Felipe desde bebê sempre foi muito apegado e dependente dos pais para dormir. Teve um período em que as cólicas tomaram conta e, lógico que apareciam durante a madrugada. Também demorou para começar a mamar somente a noite e de manhã. Um tanto da livre demanda, depois um tanto de manha e um gostar imenso de dormir embalado no colinho da mamãe ou do papai. Demorou! Cansou! Foi uma delícia e não me arrependo de tanta curtição e das noites mal dormidas. Pois elas passam... Lembro bem de muitas pessoas dizerem para cortar logo as mamadas da madrugada e para deixá-lo chorando no berço até dormir. Mas cadê a coragem? Um bebê inocente, cheio de amor para dar e ganhar, com um sorriso encantador querendo a mamãe por perto. Não tinha como... Sofria muito de vê-lo chorando e berrando. Pois berrava mesmo! Não era um chorinho qualquer e depois dormia. 

Assim foi até os 2 anos de idade. Quando completou 2 anos e meio passou a dormir na cama. Mas não tivemos nenhuma surpresa, pois continuava chorando e exigindo nossa presença. Recorremos a milhões de estratégias para solucionarmos as nossas noites mal dormidas. Fizemos de tudo. Dormimos um pouco com ele, dormiu na nossa cama, colocamos o nosso colchão do lado da cama dele, demos um bicho de pelúcia querido por ele para ser o companheiro durante as noites, colocamos abajur e passamos a rezar mais. Ora pensávamos que era pesadelo, ora manha, ora vontade de ter os pais por perto. Foi uma fase muito longa e, que se assim posso dizer está melhor agora com poucos dias para Felipe completar 4 anos.

Com o Thomas foi muito diferente. Desde quando nasceu sempre foi muito tranqüilo para dormir. Até poucos meses atrás bastava embalá-lo um pouquinho no carrinho ou mesmo colocá-lo no berço. Quando mamava também. Ficávamos juntos, mamava, curtia um tanto esse momento e depois dormia sozinho. Hoje colocamos Thomas no berço e ficamos um pouco ao seu lado cantando uma música ou mesmo lendo uma história. Em seguida, falamos boa noite e saímos do quarto. Dorme que é uma beleza! Isso sempre aconteceu desde bebezinho. Choro? Muito pouquinho e, agora, nadica de nada.

Sem sofrimento! Sem deixá-lo sozinho esgoelando. Apenas uma tranqüilidade de criança. E que assim continue...rs

Agora, vem cá. Tive ou não uma bela surpresa? Cada um com seu jeitinho encantador e marcas no dia a dia que ficarão para sempre guardadas em minha memória. Não só o momento da dormida, mas a maneira que dormem também. Felipe sempre de barriga para cima e Thomas sempre de barriga para baixo.

Lindo de se ver! Emocionante em pensar!

Fiquei me perguntando muitas vezes se influenciamos esse jeito de dormir. Entre nós, acho que sim. Toda o período de gestação, a ansiedade da mãe, ser o primeiro filho, as características próprias do jeito de um bebê (segurança, vínculo com a mãe, entre outras).

E você, o que pensa sobre isso? Já viveu algo parecido? Tem uma explicação? Adoraria conhecer...




         
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Sentir-se filho único

Sempre tive em mente que teria mais de um filho. Acredito que isso deve-se ao fato de viver rodeada de irmãos. Ah, como era bom e admirava ver a minha mãe rodeada de filhos. Levava minha irmã para o curso de inglês, emprestava o carro para meu irmão, levava meu outro irmão para o judô e junto comigo íamos para o balé. Velhos tempos! Mãe dá conta de tudo e mais um pouco.

Tenho muitas recordações boas dos momentos que ficávamos juntos em casa. Brigávamos, ficávamos de mal, de castigo, mas também sempre fomos muito cúmplices. Aprontávamos e pedíamos um para o outro guardar segredo de coisas que não queríamos que nossos pais soubessem. Como é bom ter um irmão! Hoje mesmo distante de todos sei que estão lá, que me querem muito bem e que posso contar a qualquer hora. 

Temos nossas diferenças e, agora, talvez entenda ainda mais os reais motivos de algumas vezes não me ouvirem e agirem como gostaria que tivessem feito. Vivemos momentos diferentes, temos nossas preocupações diárias; mas o que jamais ficaram distantes foram o respeito e o carinho.

Hoje a emoção toma conta quando penso nos meus irmãos e o quanto desejo que meus filhos tenham entre eles uma relação de amizade, carinho, respeito e cumplicidade. 

Sei que para isso faz-se necessário um convívio diário. Convívio que possibilitará conhecer o outro, entender as características da idade e o jeito de ser. Isso leva tempo! Muito tempo! Por isso, percebo quanto o papel dos pais é de suma importância para que haja uma construção sólida, verdadeira e de amor entre os filhos.

Desde o momento que um bebê está na barriga o irmão pode estabelecer um vínculo e começar a compreender o espaço que o mesmo terá na vida de sua família. A intervenção é fundamental! 

Os pais devem olhar o filho com características próprias que definem a personalidade. Ainda que sejam pequenos, como é o caso dos meus meninos, temos feito de tudo (pelo menos achamos...) para que passem a olhar um ao outro como irmão, como alguém próximo, amigo que precisa ser respeitado e que tem muitos direitos enquanto irmão e filho. Tendo o direito de ser filho único!

Filho único no sentido de ser uma pessoinha com um jeito de ser tão próprio e incomparável a qualquer outro filho, a qualquer outra criança. Lógico que comparações são inevitáveis, mas tomamos muito cuidado quando, onde falamos e como referimos frente a eles. 

Filho único que tem direito de ter momentos exclusivos com os pais. Como é importante que sintam-se acolhidos, que não haja atenção dividida e que possa brincar, passear, conversar, ficar bem grudadinho só com o papai ou com a mamãe. Procuramos favorecer esses momentos principalmente para o Felipe, sendo o filho mais velho no qual cada dia torna-se mais autônomo. Percebo que eles vibram por cada minuto, tempinho que ficamos só nós dois. Já temos alguns momentos marcantes durante o dia do Felipe como a hora do banho, no qual brincamos com os bichos de plástico fazendo de conta que nós somos os bichos. A hora de levá-lo e buscá-lo na escola, que fazemos com que seja uma curtição total quando vamos no caminho procurando por caracóis, apostando corrida, quando o pai sugere que assistam um filme juntos deitado na mesma cama etc. São poucos minutos e algumas horas do dia que fazem uma diferença imensa para sentir-se único e com um espaço garantido na família; tendo o sentimento de pertencer e fazer parte do coração dos pais. Fundamental para o desenvolvimento.

Filho que sabe e vê que não está sozinho em casa, mas que tem direito de brincar, de ter oportunidade de fazer algo que gosta sem a presença do irmão. Como é importante que ambos percebam o quanto é bom ficar junto, mas que existem instantes na vida que também é muito bom ficar sozinho. Devendo acontecer e ser respeitado desde já, ainda que sejam pequenos.

Estamos vendo fortemente como nossa intervenção está ajudando na construção de um bom relacionamento entre os meninos. Thomas está na fase de mexer em tudo e muitas vezes se impõe de tal maneira querendo ocupar o mesmo espaço do Felipe, em querer brincar com os mesmos carrinhos que ele. Por ser pequeno, está começando a ter noção do que pode ou não fazer para o irmão.  Tanto que faz algumas coisas e já olha para nós. Como se diz: "- Olha o que estou fazendo!" (com um sorriso no rosto)

Eles brincam juntos. Gostam da presença do outro e já mostram sentir falta quando um está dormindo ou mesmo em outro ambiente da casa. Mesmo assim, tem hora que é inevitável, brincam, brincam e logo começam a disputa por um brinquedo. Falamos uma vez com eles. Explicamos para o Felipe que Thomas é pequeno e precisa de ajuda, que pode dividir ou emprestar os brinquedos. Felipe muitas vezes entende, brinca junto, empresta, mas também tem vontade de brincar no exato momento com muitos dos brinquedos que foram escolhidos por ele. E aí, o que fazer? Procuramos variar as nossas intervenções fazendo com que ora Felipe acolha o irmão e ora brinque sozinho. Pois também tem todo direito! Tiramos o Thomas da situação e Felipe fica super bem brincando sozinho até que, logo mais, cansado, novamente vem perguntar pelo irmão: “- Mami, cadê o Thomas?” “-Thomas, acordou?” 

Essas são algumas das situações que farão parte sempre da vida dos pais de quem tem mais de um filho. Situações que são importantes de serem mediadas pelos pais. Um ciclo constante.

Agora, vem cá... Me diga se não é gostoso ser filho único por um tempo! Filho único para brincar, filho único para ficar sozinho ao lado do papai e da mamãe. 

Por outro lado, como é bom ter irmão. Irmão para compartilhar, para dividir as alegrias, para brincar, para brigar, para ser cúmplice, para chorar, para contar....

Uma alegria radiante e uma união sem tamanho! Ser irmão, ter irmão e poder ao mesmo tempo, ser único!




  
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O pequeno explorador


Sempre tive receio dos passeios, estudos ou qualquer outro nome que dão para essas atividades propostas pelas escolas. Mas no contexto atual considerando a proposta em si Felipe foi para o bosque. A atividade foi realizada durante uma semana, no qual iam e voltavam todo dia, de ônibus, com as professoras e colegas da escola. Um aspecto relevante foi a escolha de um bosque localizado perto da escola, na própria cidade. Deixando-me assim mais tranqüila para permitir a participação do Felipe.

Você pode me achar preocupada demais ou mesmo paranóica, mas as condições sociais do país em que morava tiveram forte influência sobre mim. Lembro da minha infância, do meu tempo indo para a escola, de muitas pessoas desconhecidas que encontrei pelo caminho, enfim; da falta de segurança e dos meus pais dizendo para tomar cuidado com isso e aquilo. E lógico que nessas horas a história de vida e as lembranças chegam à tona. Penso que talvez ainda esteja num período de adaptação em relação a escola que esperava para meus filhos. Não que as escolas daqui não sejam boas, porém sempre tive um “modelo” e, pra falar a verdade, brasileiro para eles. No qual, envolvem outras condições sociais, físicas, propostas pedagógicas, valores, costumes e o ser criança.  

Nessa realidade, tenho certeza, que mesmo as escolas sendo diferentes, meu filho está tendo oportunidades excelentes para ser e viver realmente o tempo de criança. Viver intensamente cada momento, com a possibilidade de olhar o que a vida oferece de tão belo como a natureza. E o que mais posso querer disso? Tenho que aceitar pois apesar das diferenças há aspectos positivos também.

Para essa proposta a escola tinha como objetivo geral a vivência dessa experiência, a sensibilização dos sentidos, o despertar da curiosidade e de sentimentos para construirem uma relação positiva com a natureza; a fim de servirem de base para uma futura ação consciente e responsável sobre ela. Avalio esses objetivos amplos para crianças da Educação Infantil. Na verdade, são inúmeras minhas questões diante do currículo. Mas aos pouquinhos tenho me colocado para entender melhor e concordar ou não com toda proposta de ensino.

Agora, despertar o tato quando está com uma pena na mão, o cheiro de um galho de árvore, escutar o silêncio e em seguida diversos barulhos, sentir a brisa do vento batendo no rosto, perceber a diferença entre a sombra e a luz no rosto, estimular a fantasia e a criatividade por parte das crianças acredito que seja possível com as intervenções do adulto.

Independente de todos esses objetivos ressaltados pela escola e minhas preocupações, talvez, até falta de conhecimento; Felipe deixou evidente a animação e adoração pela realização do passeio. Pude notar dia a dia as novidades trazidas por ele. Um dia comentou com quem sentou no ônibus, outro dia do piquenique, das formigas que observou de pertinho, da joaninha, das árvores e flores bonitas. 

Foi a primeira experiência! Um tanto de exploração para o despertar do olhar, de conhecimento, de aproximação e respeito à natureza. No qual ficará em sua memória o que foi significativo durante esse passeio no bosque.

Afinal, valeu a pena!

 
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"- Como? Meu filho no bosque?...

...Por uma semana?"

Semana retrasada fui buscar o Felipe na escola e me entregaram um comunicado. Estava todo em alemão, era frente e verso e junto tinha uma revista falando sobre a natureza e possíveis bichos. Quando cheguei em casa comecei a ler e não acreditei o que estava escrito. Mas como não entendo 100% alemão preferi esperar meu marido para lermos juntos. 

Ao finalizarmos a leitura confirmei minha hipótese inicial. Eles realmente iriam para o bosque durante uma semana. Agora, você já imaginou essa situação? Seu filho que ainda não tem 4 anos de idade ir para o bosque com as professoras e colegas da escola. Era exatamente essa a proposta da escola para a semana seguinte.

O que me parece muito comum nas escolas daqui. Desde as Kinderkrippen (Berçário 0 a 3 anos) até as Kindergarten (Educação Infantil 4 a 6 anos). Lembro-me quando Felipe começou a freqüentar o berçário que recebemos alguns comunicados de passeios na beira do rio, no centro da cidade e de café da manhã numa certa padaria. E agora, com o Thomas. Outro dia mesmo, enquanto ainda estava no período de adaptação, com a mamãe por perto na escola, as professoras colocaram as crianças no chamado Kinderbus (uma espécie de mini ônibus) e foram até a igreja e espaço de grama para brincarem. Percebo que as escolas realmente fazem uso dos espaços que estão ao redor e que podem ser aproveitados de alguma maneira.

Desde esses primeiros acontecimentos são inúmeros meus questionamentos e tudo parece muito estranho para mim.

Tenho uma idéia muito diferente a respeito de realizar passeios propostos pela escola e participar de pequenas excursões. Por ter acompanhado muitas propostas de passeios (zoológico, museu etc.) realizadas pelas escolas de São Paulo, surgiu o meu olhar tão cuidadoso e questionador. Primeiro por conta das propostas e seus objetivos. No qual, muitas delas não tinham objetivo algum, com propósito de arrecadar dinheiro dos pais, por puro divertimento e cumprimento de dia letivo. Segundo por conta de todos fatores externos (deslocamento, meio de transporte, tempo, pessoas responsáveis, cuidados extras, segurança, idade apropriada para tal atividade).

Não sou totalmente contra as propostas, mas a escola precisa avaliar todos os prós / contras e precisa compartilhar os reais objetivos da atividade. Pode sim realizar um passeio com o grupo, mas desde que tenha clareza dos objetivos e da idade adequada para tal atividade. 

Na Alemanha tenho mudado um pouco meu olhar a respeito disso. Pois percebo que as condições são outras. A estrutura em si, como a questão da segurança, trânsito, tamanho da cidade, clima, etc. Nessa época do ano, por exemplo, eles prezam aproveitar ao máximo as estações da primavera e verão.

Outro fator na minha opinião que interfere nessa proposta pedagógica é o olhar que a escola e mesmo as pessoas tem a respeito das crianças. Percebo que favorecem e incentivam muitas situações para as crianças “caminharem sozinhas”, ou seja, para que adquiram autonomia. 

Agora, eis a questão: Deixar o filho participar dessas atividades?

No próximo post conheça mais sobre a proposta, as minhas impressões e como foi para o Felipe ir todo dia para o Bosque.


                  
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Kibü

Todo ano aqui na Baviera acontece uma vez por ano uma festa especial para a criança (Kibü). Cada ano  é patrocinada e organizada por uma cidade. No ano passado foi em Regensburg e esse ano foi na cidade de Wörth a.d. Donau. Geralmente acontece nas proximidades de onde moro e vale muito a pena participar nesse dia.

No primeiro ano fiquei impressionada com a dimensão e organização da festa. Também não era pra menos, considerando que organização e planejamento são características relevantes das pessoas daqui.

Eles escolhem um lugar amplo, com área verde e adequam o espaço com as propostas de atividades que farão para as crianças. Tem em torno de 30 atividades e o melhor de tudo é que acontece na faixa, ou seja, não precisamos pagar nenhum centavo pelo dia de diversão. Apenas pagamos pelas comidas e bebidas. Mas também há possibilidade de fazermos um belo piquenique nesse espaço. E como vemos pessoas com sacolas, com mochilas e com cestas de piquenique. Tranqüilidade e diversão garantida para a criançada!

Outra aspecto interessante é que por acontecer cada ano em um local diferente sempre tem novas atividades para as crianças. Uma maneira de conhecermos um outro lugar e de garantir a participação. As crianças reencontram com muitas brincadeiras, porém também notam há presença de algo novo. Uma brincadeira até então desconhecida, mas que encanta e faz com que as crianças queiram mais e mais.

No ano passado Thomas participou, porém ficou a maior parte do tempo no carrinho pois ainda era pequeno. Esse ano Felipe e Thomas participaram com grande entusiasmo. Que gostoso que foi nosso dia. Me diverti tanto ao lado dos meus filhos, que cheguei a ouvir do meu marido: "- Nossa, você está parecendo uma criança! Está se divertindo mais do que o Felipe!" Ah, e foi pura verdade! Se pudesse teria participado de todas as atividades que Felipe fez questão de ir.

Felipe ficou encantado com o túnel com desafios motores, com a possibilidade de fazer a vontade muitas bolhas de sabão, participar do arremesso de bolinhas que caem em pequenos canos, brincar no pião, com tecido gigante, participar de alguns circuitos e desenhar.

Agora, tinha uma atividade que encantou muito a maioria das crianças. Tinha também muitos adultos com vontade de participar dessa brincadeira. Era possível ver muitos pais animados acompanhando os filhos no momento de espera na fila. Foi uma proposta muito certa para um dia de calor. A brincadeira chamava muito a atenção por acontecer num pequeno lago. O nome? Ah, o nome da brincadeira ficava a critério de cada um, mas podíamos chamar de: bolhas na água e brincadeira dentro de uma bola.

No começo da festa Felipe curtiu as diversas brincadeiras que estavam concentradas no gramado. Porém, quando viu o lago e a possibilidade de participar dessa última brincadeira não quis mais saber de outra coisa. Logo, pediu para ir também. Enquanto estávamos na fila observava as outras crianças, perguntava quanto tempo faltava para chegar a sua vez. A princípio achei que desistiria no meio do caminho, já que presenciamos crianças que desistiram na hora H e outras que diziam assim: "- Ah, não quero ir! Como que vou respirar lá dentro?"

Não tinha perigo algum, mas ficar por um tempo dentro de uma bolha no qual não daria para ficar em pé e sair caminhando na hora que quisesse poderia ser um tanto assustador. Mas a surpresa foi tanta!!! Felipe sem receio algum logo foi para dentro da bolha e brincou feliz da vida, sem preocupação alguma com o tempo que estaria dentro da bolha na água.

Ficamos muito surpresos com a coragem de nosso pequeno. Quer dizer, nem tão pequeno assim, pois para participar dessa atividade sozinho…

Numa situação dessa é lógico que avaliamos a segurança da brincadeira, se é adequada à faixa etária e ficamos ao lado apoiando caso o filho queira participar. Confesso que fiquei um pouco aflita com a situação, mais ainda por lembrar que em alguns momentos Felipe se mostra tão frágil, tão dependente e inseguro. Pensei que não chegaria até o fim. Pensei que não daria conta! Engano meu, não é mesmo?

Mas mãe, ser mãe! Como os filhos nos surpreendem a cada dia. Engraçado, pois apesar de intervir e querer vê-lo mais autônomo nas inúmeras tarefas e escolhas do dia a dia, ainda me pego pensando que é muito pequeno e que não dará conta sozinho de participar de algumas atividades. É um elo e um desejo de querer vê-lo bem e ao meu lado. Como é difícil perceber esses avanços e o caminhar para que haja realmente total autonomia. Uma super proteção! Algo que preciso cuidar a cada dia. Agora, será que sou a única a agir e pensar dessa maneira?

Felipe não parou por aí. Quis participar de todas as propostas que falávamos e que eram oferecidas pelos adultos que estavam trabalhando no local. Uma das últimas, já muito cansado, foi a pintura do rosto. Quis porque quis que pintassem o rosto dele de gato. E vejam só que belo gatinho! Ficou quietinho e após se ver no espelho realmente começou a fazer de conta que era um gatinho ao brincar com o Thomas.

Pura diversão e encantamento! Pura imaginação!








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O Felipe, o morango vermelho maduro...

Conhece algum título parecido? A nossa história é um pouquinho parecida, mas o final e os personagens são diferentes. Quer conhecê-la? Então, vamos lá:

Oi, Felipe. O que você está fazendo?

Estou procurando morangos grandes vermelhos maduros.

Para que?

Para levar para casa!

Olha aqui tem um, vou comer. Huuummmmmm!

Ahhh!

Você não quer experimentar?

Ahhh, não! É para levar para casa. Só em casa.

Mas Felipe... você não está vendo esses morangos maduros. Eu adoro morangos! Olha esse aqui! Deve estar tão saboroso!

Então, me dá. Deixa eu por aqui.

Nhac. Iiiiiiii! Desculpe, não deu tempo. Tive que saboreá-lo. Ele estava olhando para mim!

Ahhhhh... Agora chega! Vamos pegar mais! Coloca aqui, tá bom? Esse grande, esse pequeno. Ah, esse aí também. Vamos colocar muito!

Vamos comer só esse?

Mais esse! Vocês já comeram muito! Chega? Agora é tudo meu!

Felipe pegou o recipiente e seguiu em frente para encontrar mais e mais morangos vermelhos maduros.

Felipe olha como esse é grande.

Ah, me dá ... E Felipe numa rápida bocada, não resistindo, COMEU!

Agora, confesso que o mais gostoso para ele foi colher. Quis comer mesmo em casa! Depois de limpo! Sem essa de ser esfomeado! rs rs rs

Ficou com vontade. Deu água na boca. Então, segue o manual da colheita:

1º) Você precisa gostar da natureza. Gostar de ficar no meio do mato, sem se preocupar com os bichos pequenos que pode encontrar. Quase todos bichinhos são inofensivos, com exceção do carrapato. Carrapato? Isso mesmo! Nessa época eles aparecem de montão e gostam de passear principalmente pelo corpo das crianças. Tanto que não é à toa que a vacina é recomendada pelos pediatras. Mas outra hora conto mais para você!

2º) Escolher um dos lugares para a colheita.
Outro dia fomos ao supermercado e, em seguida, fomos até uma barraca próxima que vende morangos frescos. Quando chegamos lá, nos deparamos com a seguinte placa: Selbstpflücke (ou seja, colha você mesmo). Quando olhamos para trás da barraca haviam muitas pessoas agachadas, muitas crianças espalhadas, inúmeras bacias coloridas. Na primeira vez que fomos Felipe estava dormindo. Então, voltamos num outro dia. Detalhe: Se você colher você paga mais barato. Não é o máximo? Além do contato com a natureza, do divertimento você ainda leva morango para casa e, por um preço mais acessível.

3º) Chegar na barraca e entregar a vasilha para a vendedora, o pote, a caixa; ou seja, o recipiente que levou para colocar os morangos. A vendedora pesa para calcular a diferença entre o pote e os morangos. Você realmente só paga pelos morangos!

4º) Você entra naquele espaço verde, se depara com alguns casais, alguns pais e seus respectivos filhos, encontra até bebê conforto estacionado nos caminhos entre os canteiros dos pés de morango. Em seguida, rapidamente aciona o radar para localizar os melhores morangos. E o critério é seu: morangos vermelhos maduros, pequenos, grandes, nem tão maduros assim.
Que diversão para o Felipe. Achou o máximo carregar seu próprio recipiente. A intenção dele era encher mesmo com grandes morangos vermelhos maduros. Não queria saber dos pequenos, dos morangos que não estavam tão vermelhos assim...

5º) Anda, agacha, pega um morango, coloca no recipiente, anda, agacha, pega outro, outro e mais outro morango. Depois vai para o outro lado do canteiro, anda, agacha, pega outro morango... só que dessa vez COME! Isso mesmo, além de você encher seus recipientes com a quantidade mínima de 1 kg por pessoa, ainda pode matar a vontade. Comer, comer, comer, comer o quanto quiser.

6º) Pronto, cansou! Já encheu todos os recipientes! Então, é hora de pesar tudo. Volta para a barraca e entrega para a vendedora. Pesa somentes os recipientes. Você não precisa! Então, essa é a vantagem. Paga por um 1kg, mas quantos você realmente colheu? Quantos comeu?

7º) Finaliza sua aventura. Paga e sai contente observando a beleza dos morangos que foram colhidos. Coloca no carro e, no caminho para casa, começa a pensar nas diversas formas de comer essa fruta deliciosa.

Uma aventura e tanto para nós! Maravilha possibilitar ao filho o contato com a natureza, o conhecimento de como as frutas aparecem. É muito diferente viver essa aventura e comprar a fruta no supermercado ou no sacolão. Se queremos garantir uma alimentação saudável, porque não mostrar a delícia que é pegar uma fruta do pé.

Se tiver oportunidade, experimente fazer isso com seu filho!





      
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Uma conquista, um sorriso

Durante os primeiros anos de vida sabemos que uma criança se desenvolve em muitos aspectos. São inúmeras as conquistas!

Acompanhar de perto esse processo tem favorecido inúmeras reflexões sobre o que realmente está por trás em cada conquista e aprendizado realizado pelos meus filhos.

Como está sendo bom esse tempo de dedicação exclusiva. Estar ao lado e ver cada passo que dão, poder dar a mão incentivando-os a ultrapassarem qualquer obstáculo ou novidade que esteja pela frente. Se entregar, dar afeto e mostrar-se inteiramente disponível, sem preocupações com o trabalho e com outras tarefas tem feito toda a diferença para mim.

Ainda que sem hora marcada, consigo perceber muitos avanços e a importância que tenho para favorecer as mais belas descobertas sobre o mundo. Refiro-me aqui a importância dos pais nesse momento, o relacionamento que criam com os filhos, a espontaneidade, os pequenos gestos, a comunicação, interação e o carinho; pois será através desse ato e intervenção que veremos os marcos iniciais do desenvolvimento do filho e as possíveis marcas para a vida inteira. Então, um brinde a responsabilidade!

Andar, falar, comer sozinho, outros aspectos relacionados à autonomia e a percepção de si mesmo, para a criança, a princípio não passa de uma simples diversão, experimentação, descoberta e realização de algo novo, com inúmeras sensações para algo adquirido e conquistado. Que aos olhos dos pais é o desenvolvimento do filho. Uma conquista adquirida. Uma etapa para o crescimento.

Fico pensando se quando meu filho Thomas está sorrindo e irradiando alegria faz isso pois percebe a conquista e a sua descoberta ou porque está simplesmente feliz com a novidade, com as sensações prazerosas que a ação possibilitou naquele momento.

Faz questão de mostrar para nós! De sorrir! Realizar a ação em si. Um ato de repetição... mostrando assim, grandes emoções para cada descoberta.





  
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Consciência X Indecência

Amamentarei meu filho? Conseguirei amamentar meu filho? Serei a favor da Livre Demanda. Prefiro estabelecer uma rotina. Amamentarei somente os 6 primeiros meses. Amamentarei em público ou não? Essas e muitas outras questões / afirmações fazem parte do dia a dia de uma mãe. Uma mãe que pensa, sonha, decide, idealiza, planeja e faz acontecer! Ou simplesmente deixa acontecer.

Tenho acompanhado muitos relatos sobres esses assuntos. Mães que defendem fielmente o direito de amamentar em público, mães que não conseguiram amamentar o filho, mães que são a favor da livre demanda e, assim por diante. Além de todos esses relatos, acompanhei muitos blogs falando sobre o Mamaço. Mas tenho que compartilhar que a piadinha sem graça que foi realizada no CQC foi a gota d’água. Não foi à toa que muitas mães fizeram um certo “protesto” sobre o que foi dito e, que o Mamaço Nacional ocupou o espaço merecido. Aqui está meu apoio. Durante esse período, acompanhando maravilhosas reflexões e depoimentos, em ótimos blogs como Super Duper! Mamãe está ocupada! e outros pude organizar melhor minhas idéias para escrever um pouco sobre esse assunto.

A princípio gostaria de contar que raramente amamentei meus filhos em espaços públicos. Porque nunca me senti a vontade para fazer isso. Uma questão particular e de exposição do meu próprio corpo. Sempre preferi um lugar mais reservado e tranqüilo. Agora, de maneira alguma critico ou sou contra quem amamenta. Quem dá alimento ao filho no momento imediato que está desejando, que está com fome.

Independente do meu jeito de ser essas piadas realmente foram imperdoáveis. Pessoas que criticam, que comentam deixaram de considerar a importância do ato de amamentar (melhor, esqueceram ou não sabem), que quando uma mãe está amamentando ela está suprindo uma das necessidades do bebê, que o seio também é produtor de alimento, um meio de aproximação mãe e filho, que esse ato implica carinho e muito amor. Como não conseguem ver que é algo natural? Que a mãe não está querendo mostrar os peitos? Isso é a forma como cada um enxerga. As pessoas enxergam somente aquilo que elas querem... não é mesmo? Há críticas e valores tão enraizados que não conseguem ir além. Por exemplo: aqui na Alemanha, agora que estamos com uma temperatura mais alta há várias mulheres tomando sol com os peitos de fora. E que mal há nisso? Com certeza, deve haver pessoas que criticam, pessoas que param para olhar e pessoas que lidam de forma mais natural possível. As pessoas que vi ao meu redor trataram de maneira natural. Ou seja, acredito que há valores, posturas impostas pela sociedade que interferem muito no jeito de cada um agir e ser no lugar onde vive.

Agora, na minha opinião, está para existir alguém que conheça mais sobre o ato de amamentar e sobre a relação mãe e filho do que a própria mãe. Essas piadas foram feitas por quem? Então, já sabemos que pouco conhecem sobre o assunto. O que sabem sobre ser mãe? Sobre a relação mãe e filho?

Mulher... Mãe, independente do jeito que prefere lidar com o momento de amamentar, seja em público ou não; faz desse momento o mais especial possível, sublime e encantador para a relação mãe e bebê. Mãe ama incondicionamente seu filho. Você pode pensar, mas eles são pai. Então, pai também ama o filho, porém acredito que é diferente, que o amor da mãe vai além. Foram 9 meses, um acompanhamento passo a passo do crescimento do bebê, das modificações do próprio corpo, de sentimentos, de sensações diversas; enfim, um amor que foi surgindo... crescendo... tomando conta... E só quem é mãe sabe do que estou falando!

Por isso, vamos sim dar um basta a tudo isso. São diferentes visões e há diferentes formas de dizer. Mas respeito é bom!  
  
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Bela Primavera








    
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3º Selinho


Mais um selinho para a coleção.

Dessa vez ganhei da Carol do Diário de uma Mãe Brasileira na Hungria.

Quem diria que conheceria tantas mães virtualmente. Fazer parte do Mães Internacionais está sendo muito bom, pois através dele estou conhecendo mães brasileiras espalhadas pelo mundo. Como é bom saber que há pessoas no mesmo barco que você, tendo que se adaptar a uma realidade totalmente diferente. Através delas estou ampliando meu olhar sobre a forma de enxergar todo o processo de mudança. Obrigada a todas as mães pelas trocas realizadas.

Também não poderia deixar de falar dos blogs das mães do Brasil. Tenho realizado a leitura diária de muitos que linkei e estou simplesmente adorando. Já virei fã número 1 de muitos deles.

Agora, vamos lá. Cumprir as tarefas relacionadas ao selinho.

1) Linkar o blog que te indicou.
Foi a Carol do blog que freqüentemente leio todos os posts. Adoro! Para cada leitura, uma reflexão profunda.
Blog: Diário de uma Mãe Brasileira na Hungria

2) Quais são seus maiores sonhos?
Acho que quando era mais jovem sonhava mais. Agora, raramente sonho enquanto estou dormindo... rs rs rs Brincadeirinha! Só para descontrair.
Mas sonhos, quem é que não vive de sonhos? Como é bom sonhar e idealizar algo para um futuro próximo.
Sonho em realizar muitas viagens que tenho vontade. Sonho com um futuro maravilhoso para meus filhos. Sonho em viver muito tempo ao lado do meu marido. Sonho em ter uma menina! Sonho! Sonho! Sonho com tanta coisa, que se ficasse aqui escrevendo não caberia num único post.

3) Para você, a aparência importa?
Depende em que aspecto essa pergunta se refere. Se estiver referindo-se a aparência de roupa, estar bem vestida e arrumada, vou responder que sim. Eu me preocupo com isso em relação a minha própria pessoa. Gosto de me arrumar e, só não faço mais por conta de tempo e dinheiro rs
Agora, aparência... Acho que cada pessoa precisa se sentir bem. Tem pessoas que não ligam para isso. Respeito e respeito muito o jeito de ser de cada um. Acho que antes de qualquer aparência, o que vale mesmo é a beleza interna que a pessoa apresenta; ou seja, o seu jeito de ser, agir e pensar.

4) O que é ser feliz?
É enxergar a felicidade nas pequenas coisas que fazemos no dia a dia. Felicidade é viver intensamente cada segundo. À noite, colocar a cabeça no travesseiro e dar o dia como encerrado, sem pensar no que deixou de fazer ou no que fará no dia seguinte. Sem “pré-ocupações!”

5) Você é uma pessoa amiga?
Acredito que sim... Sou aquela amiga que se entrega de verdade. Que considera muito e que lembra mesmo estando distante. Sou aquela amiga que sempre está pronta para ouvir, para abraçar, para falar, falar...

6) Conte-nos 4 defeitos seus.
- Querer dar conta de tudo.
- Às vezes querer antecipar demais o que ainda está para acontecer.
- Ficar brava demais por acontecimentos tão pequenos.
- Extremamente ansiosa.

7) Conte-nos 4 qualidades suas.
- Dedicada a tudo que faço.
- Carinhosa.
- Determinada.
- Pontual.

8) Tem algum preconceito? Se sim, qual?
Não. Se demonstrei um dia ter algum tipo de preconceito juro que foi sem intenção. Não admiro nem um pouco as pessoas que são preconceituosas.

9) Indique alguns blogs:
Uma difícil tarefa, pois já percebi que tem pessoas que não curtem receber esses selinhos. Outras que não se importam.
Pra falar a verdade, acho os selinhos muito fofos. Mas tem hora que também tenho preguiça de responder essas perguntinhas prontas sobre o meu jeito de ser, sobre a vida. Gosto de algo que seja mais espontâneo.
Mas vamos lá, continuo aceitando os selinhos rs rs rs

Vou indicá-lo para os seguintes blogs:
- Vieste! (Renata)
- Mãe de Duas (Priscilla)
- Super Duper (Anne)
- Diário de uma Mãe Polvo! (Mari)
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Presente

Como é gostoso ganhar um presente! Gosto ainda mais por saber que ele traz um tanto de sentimentos, pensamentos, idéias ou mesmo a representação de uma data especial. O objeto em si, lógico que muitas vezes é útil, adorável, amado e quase uma jóia para nós. Mas o que mais me surpreende é que ele  representa muito da intenção de quem deu e também mostra o quanto já sabem sobre nós.

Adoro presentear todos que gosto (só não faço mais porque senão ohhhhhh a conta 000000000). Sempre penso na pessoa abrindo o presente que eu também gostaria de ganhar. Não tem essa de pensar vou comprar uma lembrancinha, “tipo qualquer coisa” só para dizer que dei.

Seja grande, médio, pequeno, roupa, brinquedo ou bilhete o que vale mesmo é saber que fui lembrada por alguém. Alguém da família, amigo próximo, distante ou mesmo virtual.

Também tem aqueles presentes considerados simples e pequenos, que muitas vezes marcam mais do que um gigante ou muito caro. A intenção de quem deu e o valor sentimental que atribuímos deve ser muito maior! Gosto, me apego e guardo. E haja espaço... Quantas cartas, bilhetes e desenhos de crianças, de alunos e amigos não tenho guardado. Ah... que bela lembrança!

Por outro lado, conheço pessoas que curtem o presente quando ganha e, a depender do objeto, do símbolo em si, dificilmente faz questão de guardar. Prefere guardar na memória o que foi vivido por um momento.

Recentemente vendo alguns presentes que ganhei me deu uma vontade imensa de compartilhar esse momento de alegria com você.

Não pelo simples presente, mas sim pela aproximação que tive por um instante das pessoas que deram. Pessoas que valem muito mais do que um presente!

Vixe, a saudade bateu rs rs rs

Mas toda essa demonstração de carinho só mostrou que apesar da distância, ainda há vínculo e aproximação. Que independente de qualquer coisa, as lembranças de alguns momentos que vivemos juntas jamais serão esquecidas. Que tudo que foi conhecido e descoberto de uma sobre a outra, fica na lembrança, fica no gesto de cada dia, de cada troca de emails, na conversa através do skype, nos cartões recebidos, nas lembranças; enfim, tudo que envolve esse presente. Ou seja, a amizade.

Um brinde para o maior presente que deve ser guardado e cultivado: amizade!

E para você, qual é o valor de um presente?


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Troca Virtual - Meus primeiros selinhos

Como está sendo bom ter um Blog. Um espaço só meu e que posso compartilhar um tanto da minha vida. Ter um momento de interlocução comigo mesmo. Ele realmente vem cumprindo essa função, no qual desabafo, organizo ao mesmo tempo meu pensamento e faço pequenas reflexões. Além, é claro, de um belo registro!

Hoje percebo que vai um pouco além de uma troca comigo mesma. Tenho trocado com muitas mães blogueiras virtuais. Está sendo muito bom! Dá até para viciar... rs rs rs

Primeiro porque adoro ler os posts de algumas mães do Brasil / Internacionais e fazer comentários, segundo pois também estou adorando receber algumas visitas e comentários no meu blog. Uma troca! Uma "amizade" virtual. E confesso que me deixa feliz, já que aqui na Alemanha quem são mesmo minhas amigas?!

À partir das pequenas trocas outro dia tive uma surpresa quando a Sarah (mãe do Bento) me indicou para ganhar doi selinhos simpáticos. Pra falar a verdade, não entendo muito bem como funciona essa história toda de selinhos. Mas já vi que várias pessoas recebem e colocam no blog. Então, por que não fazer também?

Agradeço a Sarah e quem quiser também me contar um pouco mais sobre isso fique à vontade.

Agora, já percebi que não ganhamos um selinho e pronto. Não pense que foi fácil assim. Que foi só salvar e inserí-los aqui. Para isso precisei cumprir uma pequena tarefa kkkkkkk


O que marcou sua infância que te deixa saudade?
Brincar no clube e passear com meus irmãos.

O que mais te apaixona no seu filho?
Nos meus filhos... o sorriso! A alegria!

Qual foi o momento mais difícil nos primeiros dias como mãe?
Entender um pouco as necessidades dele: fome, sono, hora de trocar a fralda. Enfim, entrar no ritmo do dia-a-dia.

E o momento mais feliz / emocionante após o nascimento do baby?
Ficar bem pertinho dele. Ter alguém do meu lado totalmente dependente de mim.

Qual era a sua segunda opção de nomes para o baby? Se menino (a)?
Tínhamos em mente Felipe ou Lucas. Para menina tínhamos uma infinidade de nomes. Achávamos muito mais fácil.

Pretende se mãe novamente? Se sim, quando? Se não, por que?
Talvez... sei lá. Hoje morro de vontade de ter uma menina. Porém, tem alguns aspectos a serem cuidados anteriormente a essa escolha. Infelizmente...


E uma segunda tarefa para o outro selinho.


1. Não gosto de deixar assuntos para serem resolvidos depois... Me dá uma angústia e chego até a ficar sem dormir. Nada para depois, tem ser agora.
2. Adoro comer doce. Ai como é difícil fazer regime!
3. Sou muito exigente e perfeccionista com as minhas coisas. Um defeito ou qualidade? Tem horas que vejo mais como um defeito.
4. Amo Arte.
5. Adoro livros de Literatura Infantil.
6. Amo de paixão minha família.
7. Tenho amigas que valem ouro.
8. Sou muito persistente e, às vezes, teimosa demais. Quando tenho uma idéia na cabeça, não tiro mais.
9. Amo comida japonesa.
10. Não gosto de mamão. Não tem jeito... nem posso sentir o cheiro.

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O relógio


O tempo não para, mas o relógio... Já não posso dizer o mesmo!

Conheça outro episódio sobre o tempo, o relógio e a chuva.

Ontem estava em casa dando ordem em um monte de coisas. Arruma aqui, olha no relógio, coloca roupa na máquina, vê que horas são, olha os emails, organiza as roupas das crianças, olha novamente no relógio, almoça, continua a arrumação e quando olhei de novo para ver o horário não me conformei. Até então estava tendo o relógio pendurado na cozinha como minha maior referência. Mas quando abri o armário e vi o relógio do microondas, depois o horário no computador tive que sair correndo. Não acreditei que já haviam passado 15 minutos do horário que costumo buscar Felipe e o Thomas na escola. Sabe quando você não acredita no que vê. Pois é, foi essa a minha sensação. Fiquei p da vida com o relógio. Olhei para minha mãe nesse momento e perguntei:

“- Você limpou o relógio? Tirou ele do lugar?” (imagine minha cara... rs)

Nessa hora logo respondeu:

“- Eu não!”

“- Então... não pode ser. O relógio está lento, está parando”.

Bom, mas nem tive muito tempo para conversar sobre o assunto. O desespero foi tanto! Não sei se fiquei mais desesperada pela bronca que levaria na escola ou por conta de deixar meus filhos esperando.

Tive que sair correndo. Mas detalhe: estava sem carro e estava chovendo. Coloquei um tênis e uma jaqueta pra chuva e fui para a escola. Desci as ruas quase rolando de tão rápido (sei lá onde foi parar meu almoço).

Chegando lá uma professora abriu a porta e logo começaram a perguntar: “- Was passiert?” (O que aconteceu?) Lógico que já fui justificando o atraso por conta do relógio dorminhoco que estava quase parando e pedi mil desculpas.

Felipe saiu da sala, no qual haviam poucas crianças que geralmente ficam até mais tarde. Ele estava ótimo, mas com aquele olhar de interrogação. Me abraçou, me deu um beijo e falou: “- Mami, você demoro!” Pedi mil desculpas para ele também. Ai como o coração apertou nessa hora. Na hora veio um sentimento de culpa. Foram apenas 20 minutos, mas uma grande angústia para mim. Uma preocupação grande com o Felipe, já que sempre me vê no horário e compreende a hora de ir embora.

Todas as professoras estavam na escola, pois teriam reunião. Me olhavam e eu com meu alemão básico, básico fui dando minhas explicações. Que vergonha!

Mas tudo não parou por aí. Fomos para a escola do Thomas. Sabia que havia uma flexibilidade um pouquinho maior. Foi imensa a surpresa quando vimos que Thomas não estava nem um pouco preocupado com o atraso da mami. Estava brincando com pequenos blocos de espuma, tirando da caixa e colocando novamente. Um sossego! Uma alegria! Logo uma tranquilidade também por parte da mãe.

Coloquei eles no carrinho que costumamos andar para lá e para cá e voltamos para casa.

Somente mais tarde pude verificar que o relógio realmente estava parando, parando até que dormiu de vez. A pilha já era. E quer saber mais? Trocamos a pilha e quando colocamos ele no lugar, ele não quis ficar por lá. Logo levamos um susto quando ele pulou e caiu no chão. Foi ponteiro para todo lado e acabou naquele momento, por alguns instantes com a pressão do tempo, da hora e horário marcado. Mas não ficou por aí, consertamos e começou tudo de novo. Amanhã às 8h15 temos reunião com a professora do Felipe, depois levamos o Thomas para a escola, depois farei compra de mercado e... assim é o dia a dia.

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