Entretendo os irmãos

Contei aqui para vocês o quanto Felipe gosta de “conversar”, contar tudo que fará no dia, acontecimentos para o irmão Lucas. Maravilhoso de ver!

Agora, sem mais nem menos, começou a realizar inúmeras atividades que gosta com os irmãos. E tudo bem que o Lucas está lá quietinho no carrinho. Felipe de plantão, em pé, fica ao lado e começa a cantar, ler história.

O mesmo acontece com o Thomas. Pega um monte de livros já conhecidos e preferidos, convida-o para sentar ao seu lado no sofá e assim começa a leitura. Faz a leitura do seu jeito, ora inventando partes a partir do conhecimento que tem das ilustrações, ora recuperando o que foi contado por nós.

E assim o tempo passa com a mamãe por perto trabalhando, realizando as inúmeras demandas de uma casa e também parando para filmar essa beleza!

Um aprendizado em conjunto! Um irmão puxando o outro adiante! Apesar de todo trabalho, dedicação e tempo que exigem... é BOM DEMAIS ser mãe de três.





35

1 de 4 - Diferenças culturais na criação dos filhos


Mais um mês, mais uma blogagem coletiva das Mães Internacionais. Esse mês escolhemos falar sobre as diferenças culturais na criação dos filhos, desde escrever sobre as diferenças culturais de acordo com cada país de origem ou também sobre as diferenças culturais que os pais apresentam de acordo com a influência da própria criação, dos princípios trazidos desde a infância.

Escolhi falar sobre o segundo aspecto, ou seja, o quanto meu marido e eu apresentamos diferenças na maneira de olhar para a vida, no jeito que lidamos com as situações do dia a dia e criação/educação dos filhos. Temos muitas diferenças no modo de pensar, em relação as nossas atitudes. E de antemão já digo que não é fácil chegarmos a um consenso, dá-lhe conversa, discussão...

Tanto ele como eu somos brasileiros, porém a família dele mantém a tradição alemã por conta dos avós, seguindo alguns princípios e costumes bem diferentes dos brasileiros. Lembro como se fosse ontem do meu primeiro Natal junto com a família dele, dos almoços de domingo, ao lado de toda família. Alguns costumes e uma tradição muito diferente. Me encantei, pelos princípios e postura que sempre apresentaram diante da vida, dos acontecimentos marcantes, da relação familiar. Cá entre nós me apaixonei e hoje estou casada com ele. Hahahaha...

Porém todo esse encantamento, depois de anos de convivência, quando temos filhos nos impulsiona aos questionamentos, favorece algumas discussões, algumas horas sem falar com o outro. Isso mesmo! Aquela postura tão admirada pode incomodar muito!

Mas a graça da relação é justamente essa troca, a discussão para chegarmos a um consenso de opinião, de postura diante da criação dos filhos. Muitas vezes, mesmo não aceitando totalmente, porém existindo respeito. 

Há três aspectos que vira e mexe estamos discutindo, argumentando ao nosso favor ou por consideração ao outro relevando uma série de coisas para um bom convívio. O primeiro é em relação a proposta pedagógica das escolas, ou seja, a maneira como aprendemos e atualmente nossos filhos. O segundo se trata dos cuidados e olhar que temos diante do ser criança, o que sabemos que homem e mulher lidam de maneira muito diferente. Por último é a questão do consumo. 

Comecei a conversar com o marido sobre os três aspectos durante a escrita e, detalhe, parei... A conversa tomou uma dimensão que não consegui finalizar. Por um lado, achei muito interessante, pois assim posso aprofundar os assuntos nos próximos posts. Esse é o motivo desse post ser 1 de 4. Aos pouquinhos darei continuidade...

Agora me contem...

Vocês também têm aspectos que permeiam a família, que batem de frente, discutem sempre com o marido pensando na melhor criação / educação dos filhos? Quais são?

Aproveitem e conheçam mais sobre esse assunto. É só clicar aqui.
27

Uma situação totalmente inesperada


Estamos na primavera tendo dias de verão, no qual o sol permanece durante o dia todo. E lógico, lógico que as crianças querem brincar ao ar livre, no jardim. Para o Felipe tem sido a maior novidade e alegria vestir camiseta de manga curta. Isso mesmo! Algo pouco usado por aqui. Essa é a conclusão que cheguei, já que a temperatura predominante não colabora muito.

Mas isso é apenas um detalhe para a história que compartilharei com vocês.

Felipe tem adoração para brincar ao ar livre, brincar junto com o irmão dirigindo tratores, brincar de capturar bichos do jardim para colocar na lupa, de futebol e com os colegas.

Então, que entre uma brincadeira e outra, no jardim, em frente ao espaço da garagem, Felipe e o colega sumiram. Geralmente de dentro da casa conseguimos ver o jardim e praticamente quase toda a área, mas fiquei preocupada já que a pouco tempo atrás estavam todos ali. Assim...

Sem mais nem menos, fui até o jardim, ao invés de chamar pela janela falando alto ou gritar por eles. Quando cheguei chamei pelo Felipe que imediatamente correu, vindo de um lugar pouco visível. Praticamente um esconderijo de crianças...

No entanto, faro de mãe é incrível e como conheço o filho que tenho achei que o shorts, a camiseta estavam um pouco tortos, não exatamente do jeito que saiu para brincar. Detalhe: a parte do elástico da cueca estava aparecendo. 

Huuummmmm na hora quando vi pensei na brincadeira de médico, no conhecimento e interesse que as crianças apresentam pelo próprio corpo, pelo do colega. Mas será? Será isso mesmo que imaginei...

Então, um pouco mais tarde conversei somente com o Felipe:

Acompanhem só!

“- Felipe, do que você e seu colega estavam brincando?”
“- Ah, de nada! (com olhar estranho, que deixa dúvida no ar)”
“- Como assim, de nada?”
Não tendo resposta, logo fui mais direta.
“- Agora, porque sua cueca estava aparecendo, sua camiseta estava pra cima, vocês estavam brincando de alguma coisa? Você tirou a roupa?”
“- Ah mamãe foi ideia do... Ele que pediu para eu abaixar o shorts e a cueca”.
“- E ele também fez?”
“- Também fez mamãe!”
“- Então, me conta o que vocês fizeram!”
Com a maior inocência e confiança começou a me contar.
“- Nós abaixamos a cueca, aí ele pediu para eu segurar o pipi dele e ele segurou o meu!”
Lógico que fiquei surpresa, tentei me conter, foi totalmente o inesperado para a mamãe aqui.
“- Ahh, e só isso!”
“- Depois ele pediu para eu sentar no colo dele.”
“- Pelado? E você sentou?”
“- Sim e depois sai”.
“- Mas você acha que é uma boa brincadeira? Que pode fazer isso?”
“- Mamãe foi ideia do... Ele que pediu...”
“- Felipe não é bacana fazer isso. A gente não pode sair tirando a roupa no jardim, na rua. Não é mesmo? E vocês já sabem o que cada um tem, que menino tem pipi. Da próxima vez que ele pedir para você diga que não é uma boa brincadeira, que você não fará mais isso”.
“- Pode deixar mamãe que vou falar isso para ele. Mas se ele pedir muitas vezes?”
“- Bom aí você fala que não vai fazer e vem contar para a mamãe. Tá bom?”
“- Tá mamãe.”

O assunto parou por aí, mesmo porque acredito que não devemos estender além da conta algo que pode parecer tão natural, com ar de brincadeira para eles. Na hora fiquei muito surpresa e chocada.  Preocupada, de boca aberta essa foi minha atitude! Apesar de me conter... me conter muito! Imaginaram a situação? Você ouvindo isso do seu filho de quase 5 anos... Mas mesmo assim, acredito que tenha tido uma boa conduta já que preferi conversar com ele numa boa, sem dar bronca, sem repreender e, muito pelo contrário, somente explicar tentando ao máximo que tivesse confiança, se sentisse a vontade para contar tudo para mim.

E acredito, acredito que fez mesmo! Contou tudo da forma mais natural possível.

Mas, e agora... e o colega? O que vocês fariam nessa situação? Acham que é totalmente algo espontâneo, natural e de interesse de explorar, conhecer o corpo (o próprio e do colega)? Da maneira que relatei, realmente como tudo aconteceu, você vê malícia nessa brincadeira? Acha mesmo que um menino dois anos mais velho sabe o que está fazendo ao incentivar meu filho a tirar a roupa?

34

Falta pouco...

Em maio de 2009 mudamos para a Alemanha, Felipe estava prestes a completar 2 anos de idade e agora, falta pouco, muito pouco para fazer 5 anos. Como pode? Como passou rápido!

No primeiro ano estávamos nos instalando então comemoramos os 2 anos fazendo um belo passeio. Felipe gostou muito de conhecer o Zoo (zoológico de Munique). Desde que mudamos para cá temos como meta realizar um grande passeio (Zoo, parque de diversão) no aniversário dos meninos e a depender das condições fazer uma pequena festa.

Com 3 anos fizemos uma festa, convidamos apenas dois amigos mais próximos e vizinhos. No ano passado, convidamos os amigos mais queridos e aumentou um pouco o número,  sendo 6. Fizemos em casa mesmo e foi muito gostoso. Contei para vocês!

Mas esse ano tenho uma grande questão: O que fazer? Devo fazer algo?

Sabemos que a criança deseja comemorar o aniversário. Por aqui, todo ano tem a possibilidade de uma comemoração simples na escola, apenas com bolo, o que já deixa Felipe muito contente.

Agora, para o aniversário de 5 anos perguntei para ele se queria fazer algo em casa. Lógico que a resposta foi sim, como poderia ser diferente! Logo mostrando os dedos da mão começou a falar que convidaria esse, aquele e aquele outro amigo. Bom, no total 7 amigos, sendo uma menina. Pois é, somente uma, a querida e parceira das brincadeiras.

Também falou que gostaria que o tema fosse de polícia. Como assim, polícia? Isso mesmo foi o que ele me disse. Bom, até aí tudo bem. Pode ser que ao conversar novamente com ele sobre o assunto apareça outro.

Mas minha preocupação, ou melhor, meu pensamento gira em torno de como fazemos algo, sendo que tudo precisa ser organizado por nós mesmos; desde a mesa, comes e bebes, até o entretenimento com as crianças. E detalhe, planejar, dar conta de fazer tudo isso, tendo um bebê de praticamente 2 meses para cuidar, que exige um tanto do tempo e dedicação. Será que é possível? Será que darei conta?

Falei com o marido que topou ajudar, tirar o dia de folga. Mas mesmo assim, fazer em casa? Dentro ou fora? Contar com o tempo bom ou não? Oferecer um piquenique para as crianças? Convidar as famílias para um encontro no parque? Fazer um piquenique com as famílias? Não fazer nada? Ter uma lista de brincadeiras e cartas na manga para o dia, independente do tempo. Quais? Desistir e fazer apenas um bolo, algo bem simples para nós? Muitos questionamentos e uma decisão para ontem.

Já que organizarei tudo, se optar por fazer, preciso começar.

E vocês, já viveram algo parecido? Já fizeram um piquenique só com as crianças ou em conjunto com os pais?  Aceito sugestões e ideias do que um dia já fizeram ou que pelo menos acham interessante nessa situação.

E pensando nesse tema que Felipe sugeriu de primeira mão: POLÍCIA, o que acham? O que realmente dá para fazer? 

Conto com vocês! Nem que seja apenas com uma simples sugestão ou uma experiência vivida... 

41

Sorriso em série: 1 mês e 10 dias



48

Ser auto-suficiente ou dependente?

No post anterior falei da importância de ser auto-suficiente para viver bem na Alemanha, ou pelo menos, que devia agir fingir sendo assim...

O povo alemão é muito cada um na sua, o que por sinal acho ótimo! Já falei outras vezes, mas repito o quanto cada um faz de tudo para “caminhar com suas próprias pernas”, sem depender de ninguém, ninguém mesmo. Quantos velhinhos vejo pelas ruas caminhando com andadores, em cadeiras de rodas e, detalhe, sozinhos. Quantas pessoas de idade andam de ônibus, caminham, andam de bicicleta. Se bem que penso que há toda uma estrutura física própria e que facilita o fazer independente da faixa etária.

Isso não quer dizer que são individualistas, muito pelo contrário, há os solidários e bastante acolhedores.

A realidade é que mesmo não querendo, muitas vezes dependemos da ação do outro, temos que esperar por isso ou aquilo. Enquanto morei no Brasil, dependia da babá para ficar com o meu filho para trabalhar fora, dependia da empregada para cuidar da minha casa enquanto estava trabalhando, dependia da ajuda da minha mãe para costurar minhas roupas, enfim; jamais seremos suficientes por si só. Sempre estamos a espera de algo, precisando de alguém...

Mas desde que me mudei, com o jeitinho que apresento (conforme o aprendizado no dia a dia), deixei de depender tanto das pessoas. As condições me colocaram dessa maneira tendo que realizar as inúmeras tarefas da casa e toda demanda com os filhos. Aprendi a me virar nos trinta (mais ainda) e a cada dia aumenta o meu desejo de ser assim, simplesmente auto-suficiente. 

Não sei se é porque não quero incomodar, não sei se a sociedade impõe esse jeito de ser. Mas por outro lado sei que é praticamente impossível. Então, prefiro agir de maneira a dar conta sozinha (contando apenas com meu marido) dos meus filhos, da minha casa, da minha vida. Prefiro assim e gosto muito! Gosto muito, pois assim faço do meu jeito, conforme minhas condições.

Mas logo me deparo com a boa ação das pessoas que olham e dizem: “- Nossa, três filhos!”, “- Posso ajudar?”

Então, ajudam mesmo... Uma mãe convida o Felipe para brincar com o filho na casa dela e se prontifica a trazê-lo de volta. A outra mãe se prontifica a levá-lo direto da escola para brincarem juntos. Logo, pensam e dizem que assim fico mais tranqüila nesse início, tendo que dar conta apenas de dois filhos. 

Dar conta! A gente faz o possível, surgem inúmeros imprevistos quando estou com os três, mas dou conta do meu jeito. De qualquer forma, agradeço e deixo Felipe ser feliz na casa dos colegas. Apenas uma tarde, o que só faz bem.. Não é mesmo?

Mas meu questionamento acontece em outra situação. Tem acontecido todas as manhãs quando corro para levar Felipe e Thomas para a escola e depois quando vou buscá-los. Pensando na simplicidade e na agilidade das coisas tenho uma pessoa bastante confiável que fica com meu bebê Lucas por alguns minutos, isso para facilitar, não ter que levá-lo no bebê conforto até a escola dos meninos, ficar naquele põe e tira do carro. Mas quando volto adivinham o que sinto? Meu bebê exalando o perfume dessa pessoa. Agora, me diz qual é a melhor alternativa...rs

a)Nesse caso ser totalmente auto suficiente e arcar com o peso do bebê conforto, demanda de tempo para levar o pequeno para buscar os irmãos;

b)Começar a buscar os meninos a pé, assim evito o põe e tira do carro, tendo apenas que ir com o carrinho ou sling;

c)Passar a dar dois banhos no Lucas, já que são momentos diferentes que fica com ele;

d)Pedir para evitar perfume, desodorante com cheiro ou seja o que for. Talvez pedir para tomar banho antes de ficar com ele... Talvez essa alternativa seja indelicadeza da minha parte, não é mesmo?

Mas o que sei é que quero meu Lucas com cheirinho de bebê ou ao menos com o meu cheiro. Será que estou querendo muito?

E vocês, já passaram por algo parecido. Tem hora que também tem vontade de não depender de ninguém, ser totalmente auto-suficiente? Conta pra mim...

"- Acho que vou espirrar!"
26

3 anos na Alemanha!


Hoje, 21 de maio, faz 3 anos que estou morando em Sinzing/Regensburg na Alemanha. No ano passado quando completaram 2 anos escrevi um tanto sobre as minhas impressões, aprendizados, conquistas e aspectos marcantes. Mas a realidade é que mais 1 ano se passou e aqui estou para “falar” sobre esse tempo da minha nova vida. Não quero somente escrever, mas convidá-los para fazer um brinde. Um brinde, pois é um tempo mais que merecido, afinal são 3 anos vivendo longe do meu país de origem, dos meus familiares, tendo que me adaptar a uma cultura totalmente diferente, a um idioma difícil e a uma grande mudança.

Não foram 3 anos fáceis, pois exigiu muito de mim. Tive que dar conta de aspectos do dia a dia que pensei que jamais conseguiria, uma descoberta incrível sobre meu jeito de ser, sobre minha personalidade. Foram 3 anos de descobertas e de muitos conhecimentos. Sofri, chorei, me descabelei em muitos momentos tendo vontade de largar tudo, de fugir, mas avalio que tive inúmeras conquistas. Amadureci, cresci muito sobre a maneira de olhar para a vida, de lidar com os imprevistos e com as situações do dia a dia. Mudei, mudei bastante, talvez tornando-me mais dura, mas jamais deixando a alegria e os sonhos de lado. Apesar de dias com sofrimento aprendi a ser auto suficiente (pelo menos fazendo de conta), pois aqui ninguém mede esforços por você, mas também atualmente não faço questão alguma que me ajudem, que me aceitem, que me integrem na sociedade. Sei que todo esforço e desejo são meus e tenho que batalhar para superar todos os obstáculos como, por exemplo, a comunicação com as pessoas que nasceram, cresceram e vivem aqui.

Hoje me dou como vencida, pois sei que realmente não é fácil passar por tudo isso. Quando escuto das pessoas (familiares e amigos) que sou corajosa, quando me questionam como consigo dar conta de tudo, aí sim por mais que haja um pingo de tristeza, de vontade de desistir, aumenta a minha força e vontade de superar tudo. Aumenta minha auto estima, pois apesar dos dias difíceis, dou conta, sei que dou conta de tudo, mesmo que não seja da melhor maneira, com toda perfeição do mundo. Nessas horas penso que vale mais um brinde, mais um brinde pelo meu jeito de ser, por conseguir viver esse tempo na Alemanha. 

Apesar das saudades do Brasil, dos familiares e amigos vivo bem, tenho dias mais felizes e outros nem tanto. Mas a minha família, ahhhh a minha família é tudo que tenho morando aqui. Ela é o alicerce que preciso para ficar bem. Também questiono o quanto seria diferente, melhor, se morasse no Brasil. Estaria trabalhando, tendo mais amigos por perto, mas certeza que não viveria intensamente esse lado de ser mãe, esposa, enfim; a mulher da casa. Não podemos ter tudo ao mesmo tempo, não é mesmo? O desafio é encontrarmos equilíbrio para vivermos bem. Hoje busco, busco um tanto para viver melhor ainda.... são inúmeras as metas, são inúmeros os sonhos; pois na minha opinião, é isso que nos impulsiona a seguirmos adiante, a não desistirmos.

Quando penso no tempo que estou aqui vejo que hoje é o meu melhor dia, hoje sou praticamente uma “nova mulher” com a minha “nova vida”. Aprendi a valorizar o que conquistei nesse tempo, aprendi a olhar para frente sempre pensando que darei conta, que conseguirei superar mais um desafio. Hoje estou mais segura e corajosa, mas não deixo de ter meus medos e minhas tristezas. Essa é a graça da vida! Não é mesmo?

Quanto ao futuro, sabe-se lá... Procuro não pensar muito a respeito, prefiro deixar os dias correrem. Por um lado avalio que viver aqui é bom, é muito bom pela questão da segurança, da qualidade de vida que acabamos tendo e proporcionamos aos filhos. Por outro, fica o peso das saudades, do que sempre foi conhecido, dos familiares e amigos. Fica a saudade da receptividade, do povo brasileiro, do sorriso e da alegria. Mas nada melhor do que o tempo, o tempo para dizer, para decidirmos o que será melhor para nossa família. Enquanto isso, deixo de lado todo esse sentimento para compartilhar com vocês os aspectos marcantes melhores, maiores nesses 3 anos na Alemanha:

Melhor viagem: Encontrar minha grande amiga Renata em Barcelona. Viajar e conhecer Barcelona foi uma viagem encantadora.

Melhor encontro: Com a minha mãe, com a minha sogra, com pessoas queridas que nos querem bem, muito bem e vieram nos visitar.

Maior alegria: A união e amor da minha família. Pois já falei e repito o quanto essa mudança nos aproximou como casal, como essa mudança fez bem pra nós.

Maior tristeza: Estar distante nos momentos que minha família mais precisou de apoio.

Melhor presente: Os meus três filhos. Em 3 anos na Alemanha ter engravidado 2 vezes, ter tido 2 filhos.

A grande freqüente pergunta das pessoas: Quando voltaremos e se voltaremos para o Brasil.

Maior admiração: As Estações do Ano, a beleza incomparável que cada uma apresenta...

Melhor Natal (como pude esquecer!): Na França junto com minha grande amiga Jasmin. Um reencontro que jamais será esquecido. Amiga de velhos tempos, sempre confiável e muito querida.

Maior riqueza: Conhecer pessoas de culturas diferentes: Turquia, Rússia, África, Austrália.

Maior ajuda: Conhecer e ter uma amiga brasileira desde que cheguei na Alemanha. Foram 2 anos e meio de muita parceria (já que faz 5 meses que voltou para o Brasil).

Maior decepção: As pessoas. Muitos alemães são rudes, frios e nada acolhedores (mas há exceções).

A grande meta: Fazer de tudo para ser feliz e aproveitar o que tem de melhor por aqui.

Maior dificuldade: Pensar no futuro, se voltaremos ou não para o Brasil...
44

Recado do Prefeito

Você ou seus familiares já receberam uma carta do prefeito que não fosse para pedir voto ou que não fosse para contar sobre algum imposto?



Meus filhos já!!! Essa é a vantagem de morar numa cidade pequena. Além do cartão do prefeito, pouco tempo atrás compartilhei no face o quanto havia sido cumprimentada por pessoas desconhecidas pelo nascimento do Lucas. Tudo isso porque viram no jornal.

Um nascimento, uma nova vida e boas vindas!
15

"- Lucas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"

“- Lucas, agora vou para o Kindergarten. Depois vou brincar na casa do Julian e volto para casa só de noite. Você vai ficar com a mamy. Tá bom?”

“- Lucas, sabia que uma lagarta queimou a mão do irmão do papai. Ele chorou *três dias*...”

“- Lucas, agora vou trocar de roupa para ir para o Kindergarten. Você fica aqui que eu já volto”.

“- Mamãe o Lucas sorriu pra mim!”

“- Lucas você está acordado! Deixa eu ver seus olhos!”

“- Lucas você foi no médico. Está tudo bem com você? A mamãe falou que sim.... Que bom!”

Adivinhem quem está falando tudo isso? Isso mesmo, o Felipe. Agora, basta Lucas estar por perto para Felipe criar um "diálogo" com o irmão. E parece que não, mas Lucas fica atento, arregala os olhos e experimenta um sorriso.

Felipe feliz da vida está curtindo o irmão, melhor, contar todas as aventuras, todas as atividades da rotina. Parece que é tão bonzinho, do jeito que fala, do jeito que faz... dizendo que precisa fazer isso, aquilo. A verdade é que no dia a dia as coisas não são tão tranqüilas assim.

 Um menino doce preocupado com irmão, criando um diálogo, mesmo que ainda não seja correspondido. 

Mas o mais interessante de tudo é ver a expressão e seriedade que fala, explica tudo para o Lucas. Os pais aqui ficam só antenados, escutando e orgulhosos quase babando.

*Felipe lembra de eventos, histórias contadas em outro dia para compartilhar com o irmão. Essa, por exemplo, da lagarta marcou imensamente para ele, já que o tio chorou três dias. Essas expressões, figuras de linguagem, até então utilizadas por nós adultos caem tão bem para as crianças. Ficam totalmente impressionadas! Bastou papai falar três dias para Felipe utilizar em outra situação. A gente se diverte, mas requer toda uma atenção. Não é mesmo? Expressões que aprendem e fazem uso, mesmo sem saberem o real significado.


21

1 MÊS ou se preferir AGORA SOMOS 5!


Passou... passou rápido e hoje o Lucas está fazendo 1 mês de vida. Hoje praticamente está fazendo 1 mês que somos 5. Se considerarmos mesmo estamos fazendo uma semana, já que minha mamãe estava até alguns dias atrás conosco.

Uma vez, quando ainda era menina, bem jovem, fui numa cartomante que me disse que teria três filhos. Isso ficou guardado, mas jamais imaginaria que seria assim. Na minha cabeça sempre tive em mente que seria 1, no máximo 2 filhos. Nunca fui fã de número ímpar. Porém, a vida é engraçada, bela e tudo pode tomar outro rumo, basta darmos espaço para acontecer. A realidade é que meus sentimentos, meus desejos após ser mãe do primeiro, do segundo mudaram, mudaram bastante. Essa terceira gravidez foi desejada, só não esperávamos que aconteceria tudo tão rápido.

Esse mês também só vem a confirmar o quanto um filho requer investimento. Isso é fato! O quanto um filho pode mudar a nossa vida! E pra melhor... sem sombra de dúvida!

Apesar de toda a adaptação, de todas as preocupações, não poderia ter acontecido algo melhor na nossa vida. Hoje não me imagino sendo mãe de uma menina, acho que teria que ser assim mesmo. Teria que ser mãe dos três Meninos e, digo, três meninOS mesmo! Nada acontece por acaso e sei que não é à toa que meus três filhos Felipe, Thomas e Lucas estão aqui, fazendo parte da minha família.

Por outro lado, tem um tanto de investimentos, de mudanças de planos. Assim como fizemos em relação a disposição dos móveis e decoração na nossa casa. Hoje estamos pensando, pensando no aperto que está nosso carro com as três cadeirinhas. Isso será um sinal? Será que teremos que comprar um micro-ônibus? 

Além disso, dizem por aí que três filhos também requer um investimento diferente, por exemplo, na reserva de um hotel. Requer um certo pagamento para a reserva de um ou talvez dois quartos. Nada começa a ser tão simples assim...

Nessas horas tenho duas escolhas: pensar que Três realmente é demais ou, assim como a história, como o Felipe diz Três é demais! Prefiro pensar que três é booom demais, mesmo que demore nossa adaptação em relação aos horários, a demanda da casa e necessidades dos três filhos. Mesmo que haja uma infinidade de imprevistos...

Pois me diga se tem algo melhor no mundo do que ter um bebê em casa, um bebê começando a ter um olhar parado para você, um bebê que começou a ensaiar o primeiro sorriso, dois irmãos que começaram a construir uma relação de amor com o bebê. Algo que devagarinho passa a ser recíproco. Que é encantador!

Obrigada pela minha família. Realmente somos 5!

Parabéns para o Lucas! Com amor....
26

Passando o bastão

Parece maluquice, mas agora além de toda a demanda da casa, dos filhos ainda tenho que lidar com o cacoete, se preferir, mania ou simplesmente a meia como elo de ligação.

Pois é... sabia que não seria fácil dar conta dos três filhos, que passaria por momentos bem difíceis, com inúmeras crises de ciúmes disputa e necessidades entre os irmãos. Agora, só não sabia que teriam tantas mudanças no comportamento do filho que, até meados de abril, era o caçula da casa. 

Estudei muito sobre o desenvolvimento infantil e realizei muitas leituras sobre as inúmeras fases, sobre a crise birra dos 2 anos de idade e também sobre a relação entre irmãos, mãe e filho após o nascimento de outro bebê. 

Por coincidência venho confirmando nos blogs das amigas (Laiz, Dani, Carol) que tem sim a famosa tão esperada terrível fase dos 2 anos (que pode variar, começando antes ou encerrando um pouco mais tarde). Ufa, juro que pensei que tudo fosse por conta do nascimento do terceirinho.

Então, que na minha casa vem acontecendo tudo junto e misturado. Cada qual na sua fase exigindo um tipo de atenção diferenciada. 

Felipe, o mais velho, mostra-se compreensivo e um super ajudante. Porém, tem hora que deseja toda a atenção do mundo, solicitando nossa presença para as inúmeras atividades presentes na rotina. Nós, pais, entendemos e fazemos também por ele e para ele. Por fim, sabemos que devemos equilibrar o tipo de ajuda, o momento de estar ao lado, momentos únicos com cada um deles até que passe essa fase. A fase, um dia a dia diferente, no qual Lucas requer cuidados específicos e um estar junto, bem juntinho para mamar.

Mas Felipe já está beirando os 5 anos, uma idade no qual há bastante compreensão, mesmo que não haja 100% a aceitação.

Agora, o nosso pequeno Thomas (conhecido aqui também por Momas) está revelando uma personalidade até então desconhecida. 

Ao conversar com ele, pedir que faça isso ou aquilo, a depender da hora costuma gritar conosco. Isso mesmo! Solta a voz para acordar a vizinhança.

Em outros momentos demonstra uma sensibilidade sem tamanho no qual as lágrimas escorrem, escorrem por qualquer motivo: durante a brincadeira com o Felipe, por um pequeno tropeção, para tomar banho, ao pedir água; enfim, tudo é motivo para choro.

Com o irmão pequeno, recém nascido, ora beija, abraça e passa a mão fazendo carinho; ora balança o carrinho com aquela vontade tremenda. Grita chamando pelo irmão, pedindo para deixarmos o Lucas do lado.

Durante a noite agora deu para acordar aos prantos, chorando, chorando... Chamando pela mamãe ou pelo papai. E pra acalmá-lo pensam que está fácil. Que nada! Além de muita paciência, carinho e amor ainda precisamos ora colocar sua meia no pé, ora preparar seu leite (afinal, Lucas mama de tempos em tempos, porque com o Thomas seria diferente, não é mesmo?)

Fora todos esses momentos, ainda temos aqueles no qual a meia toma conta da situação. Você não está entendendo nada. Então, vou contextualizar e contar o que anda acontecendo por aqui.

Abre parênteses

Moramos na Europa e sabemos que a depender da estação o dia está mais fresquinho e principalmente a noite requer uma meia no pé. Algo comum e de costume de todos alemães. Tanto que muitos usam meia até no verão e, detalhe, meia com sandália. Conseguem imaginar? Pois é, sabe-se lá se é para esconder o pé, se é pura questão de costume ou mesmo de frio nas extremidades.

Fecha parênteses

Thomas acostumou! Isso é fato e faz questão da meia para realizar um tanto de tarefas. Mas a mania da vez é tirar a meia o tempo todo e pedir para colocarmos para ele. Já mostramos como pode fazer isso sozinho, mas não basta.

Então, pega a meia joga longe, joga na nossa direção cara, tira a meia no meio da noite, enquanto toma o leite tira e põe, tira e põe a meia e fica mexendo no pé. E agora, me diz: É cacoete? Apenas uma mania? Mostra uma insegurança? Um jeito de chamar nossa atenção fazendo com que fiquemos mais próximos?

Um período, uma fase... E nós pais ficamos com o coração apertado. Juro que tem hora que bate o desespero, dá uma vontade de chorar. Sofro, sofro junto. E o que será que passa na cabeça dele? Será que está sofrendo? Tããão difícil!            

Ao mesmo tempo, tenho certeza que estou fazendo meu melhor, abraçando, beijando, dando a atenção que tanto precisa, compartilhando tudo que anda acontecendo, as necessidades de cada filho, pois meu amor é maior.... só aumenta por cada um deles. 

Agora, me diz... diz que essa fase vai passar!

22

Minha mãe e meus filhos


“Beijinho de avó
Beijinho de avô
Não tem nada melhor!
Não não não

Carinho de avó
Beijinho de avô
Não tem nada melhor!
Não não não

Que sorte a minha vida ser assim
Avô, avó, aqui
Sempre perto de mim
Chu ru ru ru ru ruuh“

Quem nunca ouviu essa música do Cocoricó? Pois é aqui tem as fases no qual o DVD está em alta. E incrível como crianças de 1 a 2 anos se interessam pelas músicas e clipes. Felipe quando era pequeno assistiu bastante e, agora é a vez do Thomas.

Por coincidência essa música ficou na minha cabeça e tem tudo haver com o período que vivemos aqui. Foram 35 dias da avó pertinho dos netos. Foram 35 dias da minha mãe pertinho de mim.

Por um lado as saudades, a tristeza, por outro fico pensando o quanto foi bom esse período que esteve pertinho dos meus filhos. Como é boa essa possibilidade da mãe vir para a casa da filha, dormir no mesmo teto, acordar juntinho com os netos.

Uma relação de avó e neto, ora a distância, via skype, ora pertinho no qual não tem igual. Uma relação de amor, de proximidade e de muita brincadeira. Um estar junto o tempo todo, para solicitar, contar as aventuras vividas na escola, chorar e ter espaço até para brigar.

Tenho certeza que não seria assim se morássemos no Brasil. A avó ficaria por perto, faria visitas, meus filhos passariam boa parte do tempo na casa da avó. Mas o que vivemos foi intenso! Aproveitamos até o último momento!

Meus filhos adoraram! Adoraram ter a avó para passear todos os dias, para ir ao bosque, até a estação do trem simplesmente para contar o número de trens que passam de tantos em tantos minutos, para ir ao parque, comer bolo, comida feita pela avó, para pegar flores espalhadas pelas ruas, ver tratores e ônibus. Enfim, um momento mágico e de grande alegria.

E para avó também tenho certeza que foi inesquecível, desde pegar o novo neto no colo pela primeira vez até a despedida. Uma despedida difícil, mas com gostinho de em breve, um novo encontro.

Para meus filhos momentos vividos ao lado dela que serão guardados na memória dos adultos, que foram registrados através das fotos, que estão sendo lembrados a todo momento. 

Para a filha algo muito importante que é valorizar cada vez mais o quanto é bom termos a família por perto, o quanto devemos agradecer por isso. No qual, geralmente só nos damos conta quando estamos longe, quando estamos sozinhos.

24

Quase um bicho de estimação


Ahhhh que saudades! Que vontade de escrever... escrever.... são tantos pensamentos, tantos sentimentos, tantas novidades! 

No entanto, o tempo anda escasso demais. Vocês imaginam, né? Mas estou curtindo, amando essa nova fase, apesar do cansaço e das noites mal dormidas.

Mesmo assim tem certos acontecimentos que não gostaria de registrar somente no mês que vem ou deixar passar. Talvez não haja uma interlocução com você, mas faz parte do meu percurso, da minha vida e faço questão de deixar marcado nesse espaço.

Por exemplo, que além dos meus três filhos, da presença da minha mãe, do meu marido, agora também tenho a presença constante de caramujo, tatu-bola, formiga e joaninha na minha casa. Você pensa que é por conta da primavera, dessa bela estação do ano? Que eles entram mesmo sem querermos... Que nada! Isso tem feito parte do dia a dia do Felipe. 

Por conta da escola, de um projeto, foram durante duas semanas para o Bosque. Isso mesmo! Para despertar uma série de sentidos, para explorarem tudo que há de mais curioso e belo na natureza. Já contei um tanto sobre isso aqui, no ano passado.

Mas dessa vez está sendo interessante demais ver a relação do Felipe com os bichos, com a natureza. Cada dia volta do bosque com uma novidade e despertou, despertou o interesse para caminhar também pelo nosso jardim, cercado de potinhos com lupas, pinças e gravetos a fim de capturar esses bichos já citados.

Agora, pensam que a diversão fica apenas no jardim, do lado de fora? Que nada! Felipe faz questão de trazer para dentro de casa e acompanhar os passos do caramujo: quando dorme, está acordado, se está embaixo da tampa, escondido ou não...

Como se não bastasse falarmos para os filhos que está na hora de comer, de dormir. Felipe também cria um diálogo com esses bichinhos. Interessante ver que é pura imitação do jeito que falamos e agimos diante dos acontecimentos da rotina. Posso com isso?

Entre as inúmeras tarefas a gente também entra na roda procurando por eles no jardim, ajudando a colocá-los nos potinhos, a devolvê-los na grama, a irmos novamente no bosque e tudo mais. E isso faz parte, não é? Faz parte da curiosidade e interesses da criança. A gente se encanta e lembra também da nossa infância. 

Tem como não gostar disso? Se envolver e favorecer um grande aprendizado?

Felipe com a vovó no bosque. Não basta ser avó....rs
13

Kaum auf der Welt, schon ein kleiner Fotostar!





24