Quase bateu na minha porta

Tudo começou quando falei que fiz Pedagogia e que trabalhei sempre com crianças. Num certo dia ao deixar o Thomas no Kinderkrippe (Berçário) conversei com a Leitung (coordenadora) e falei do meu interesse futuro de voltar para minha área de trabalho. Mas falei da boca pra fora deixando claro que no futuro, quando meus filhos estivessem maiores, pelo menos o Lucas e, também quando meu alemão estivesse melhor, num nível mais avançado.

Conversa vem e vai e a mesma sugeriu que organizasse todos meus papéis: históricos escolares, diploma, currículo e também sugeriu que trouxesse do Brasil todas as cartas de referência das escolas que trabalhei. Aqui as cartas de referência contam bastante.

Fui para o Brasil, solicitei as cartas de referência, no qual recebi de todas as escolas. Me emocionei, li, chorei e apertou meu coração. Deu uma tristeza pensar que fechei o tempo no Brasil, nas respectivas escolas que recebi as cartas. Talvez não as portas, mas o tempo, o ciclo... 

Voltei e guardei com carinho todas as cartas numa pasta, para uma futura tradução. 

Passou um mês, talvez dois e num belo dia ao buscar o Thomas na escola disseram que a coordenadora gostaria de conversar comigo. Logo pensei que seria a respeito do meu filho, fiquei curiosa e ao mesmo tempo preocupada. 

Encontrei no dia seguinte com a coordenadora, no qual perguntou imediatamente se trouxe do Brasil todos os documentos que precisava para iniciar a equivalência dos estudos na Alemanha. Ao responder positivamente solicitou que pedisse a tradução do histórico escolar da faculdade, do Ensino Médio, o currículo e tudo mais. Falou que tinha interesse em me contratar como professora (Erzieherin). Fiquei feliz da vida e, ao mesmo tempo, preocupada! Feliz pela oportunidade, preocupada com o momento da minha vida.

Foi uma burocracia e tanto. Demorou, demorou muito esse processo entre tradução e análise dos documentos. O sistema de ensino é diferente e por isso foi difícil terem uma posição imediata sobre a minha formação, sobre a experiência que apresentei através do currículo.

Precisei além do currículo, das traduções dos históricos escolares, apresentar uma tabela mostrando o sistema de ensino no Brasil e os respectivos anos (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Universidade). Ainda bem que uma querida amiga (né Bruna?) deu a ideia de apresentar esse documento, caso contrário não seria tão simples, não teria conseguido a equivalência como professora, sem precisar cursar nenhum ano, nenhuma matéria.

Ufa... depois de alguns meses deu certo! Consegui! Estava tudo organizado para começar a trabalhar. No entanto, a princípio havia pensado em algo para o futuro, depois de um, dois anos. O que aconteceu?

A oportunidade chegou... Queriam me contratar, contratar de verdade, com documentação, registro e tudo que tenho direito. Mas para ontem, afinal entrariam mais algumas crianças na escola do Thomas (Kinderkrippe – berçário) e era o momento, a necessidade era maior. 

Difícil decisão! Aceitaria de imediato tendo que fazer a adaptação do Lucas com 1 ano e 1 mês ou perderia essa oportunidade considerando que não falo alemão fluente, que na cidade onde moro além desse berçário há apenas mais um Kindergarten (Jardim da Infãncia). 

Abriram totalmente as portas para mim! De um lado o peso de poder ficar mais um tempo com meu filho Lucas em casa (pelo menos até completar 1 ano e meio), de ter um tempo só para mim, para fazer o que bem quissesse, estudar, cuidar da casa, enfim, dar uma desacelerada após uma gravidez, depois outra. Por outro a oportunidade de voltar para minha área, de começar a trabalhar, ter uma vida social, contato com outras pessoas, conhecer mais sobre o sistema de ensino na Alemanha, falar alemão, sentir-se obrigada a falar e correr atrás das dúvidas.

Pensei, pesei, conversei com o marido, com minha mãe, com algumas amigas que vivem fora do país e tomei a decisão: Comecei a trabalhar na escola dos meus filhos. Já faz um tempo que estou trabalhando no Kinderkrippe (berçário).

Você que me conhece consegue imaginar isso? Eu, com três filhos, casa, marido, vivendo em outro país - apenas 4 anos, sem falar alemão fluente trabalhando com crianças de 1 a 3 anos de idade... Isso está acontecendo! De verdade!!!

Estou num momento de transição, numa outra rotina, no qual trabalho apenas meio período, 3 a 4 dias na semana, um tanto feliz, um tanto inquieta, sonhadora, preocupada, pensativa, ora arrependida, ora agradecendo... 

Mas volto assim que der para contar como tem sido tudo após essa grande oportunidade.
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A festa de 6 anos: um dos motivos do meu sumiço

Hoje faz exatamente uma semana que meu filho Felipe fez 6 anos de idade! Foi uma data especial e uma semana muito importante para todos nós, pois tivemos um compromisso atrás do outro. Isso acontece com maior freqüência no verão, no qual o clima possibilita um tanto de afazeres, passeios e diversões. Então, não tem como não ficar ausente. Aproveitamos mesmo para viver o que há de bom do lado de fora.

Saudades de vocês! Saudades desse espaço tão importante para mim. Um lugar no qual realizo uma troca com cada uma de vocês, no qual minha família e amigos acompanham um tanto dos acontecimentos. Será que vocês ainda gostam de mim? Ainda perdoam que não visitei mais o blog de vocês? Voltarei sim.. em breve... Ando curiosa para me atualizar nos blogs das amigas queridas e mais que queridas (Gabi, Cíntia, Dani, Carol G., Dayane, Alê e Ro, Laiz, Ana G., Ingrid, Myriam, Carolina, Karen, Sandra, Carol D. entre outras).

Estive muito, mas muito ocupada. Tenho vários motivos que justificam minha ausência, mas o mais divertido e que me envolvi demais foi a festa de 6 anos para o Felipe. Uma festa de Pirata, no qual planejei com bastante antecedência. No entanto, por mais que haja antecedência, rascunhos dos desejos e tarefas sempre ficam várias coisas para a última hora. Foi corrido, na véspera fui dormir super tarde, mas valeu, valeu muito pelo resultado e principalmente por ver a felicidade do Felipe quando viu a mesa, quando fizemos as brincadeiras e tudo mais.



 Antes de contar sobre a festa quero registrar algo breve para o Felipe, porém que transborda de sentimentos. Felipe querido, meu filho, menino pirata, você completou 6 anos de idade. Agora, é um menino pra lá de crescido, que mostra-se tão independente, que em breve estará no 1º ano, na escola. Estou muito feliz por você! Por todas as suas conquistas aqui na Alemanha, ao lado da sua família.
Preparei essa festa de coração e fiz tudo especialmente para você! Talvez tenha feito um tanto a mais, pois esse é o meu jeito de ser. Algumas vezes exagerada e perfeccionista demais! Não somos tão perfeitos assim, não é mesmo? Um dia entenderá tudo isso. O importante é que te amo e desejo que seja muito, mas muito feliz. Isso é o que mais desejo... o que mais quero na minha vida... que meus filhos sintam-se realizados, amados e queridos. Muitos beijos!



Adorei a mesa e a decoração! Dessa vez calculei bem o tempo e terminei tudo assim que tocou a campainha, quando o primeiro colega do Felipe chegou... Isso mesmo, incrível, pois não parei até o último minuto. Também quem mandou me empolgar, inventar moda e pedir tantas coisas lindas para as queridíssimas Carol e Érika do Ideias e Afins.

Assim como na festa do ano passado, contei com a ajuda de uma costureira para finalizar minhas ideias. Além disso, lógico que o papai Boris ajudou muito e também a nossa visita, a sogra, a avó que veio diretamente do Brasil para passar duas semanas conosco. Agradeço imensamente vocês e também a queridíssima amiga e comadre Leila que criou a história e desenhos do livro para a lembrancinha.



As ideias para a festa, mesa, decoração e brincadeiras foram pesquisadas na internet. Além disso, contei com a ajuda e troquei muito com as meninas do Ideias e Afins. Caso não conheça o trabalho delas, vale muito a pena. Não estou patrocinando, mas indico de olhos fechados.

Logo na entrada as crianças receberam uma bandana. A ideia era mesmo que entrassem no clima do tema da festa. Todas toparam e ficou tudo muito bom.



Decoração: Fantasias de pirata, apetrechos e barcos de papel com moedas de chocolates, passas...



Logo que todos chegaram fizemos uma roda para o Felipe abrir os presentes, agradecer e matar a curiosidade dos colegas. Como não tinha muitas crianças deu certo, não foi algo chato, ainda mais que Felipe girava uma garrafa para ver quem seria o escolhido para dar o presente. Também contou com a ajuda do colega mais velho que leu os cartões.



Alguns apetrechos (Ideias e Afins) para um momento de diversão. As crianças brincaram, fizeram caras e bocas e tiramos muitas fotos de todos juntos!



Entraram no clima... Não acham?



Em seguida, tivemos os momentos das brincadeiras! Entre elas: cabo de guerra, com tecidos e bolas, com o tecido: gato e rato, acerte o alvo, Bola na Lata, caixa de areia, entre outras.



 As crianças brincaram bastante, mas também desejaram com animação sentarem na mesa que preparei para elas.



Foi uma delícia, pois curtiram esse momento! Não estavam interessadas em terminarem logo para brincarem. Ficaram sentadas por um bom tempo comendo, conversando... pareciam até gente grande! 



Também digo com a boca cheia d'água, pois os muffins ficaram divinos. Experimentei receitas novas e foram aprovadas!



Bretzel - um pão conhecido e querido pelas crianças na Alemanha

Lógico que toda a decoração deu um toque especial.



Falei no último post que me despedi do brigadeiro, porém o beijinho foi pedido do marido. Beijinho de colher e nem tão querido assim pelas crianças.



O que será que tinha nessas caixinhas simpáticas? Um mimo! Bolachinhas caseiras nos formatos de papagaio, âncora, enfim, relacionadas ao tema da festa.



Algo que as crianças adoram e estão acostumadas a comerem... pimentão de várias cores e pepino.



O tão querido cachorro quente! Würst, salsicha, lingüiça, chamem como preferir, é o que os pequenos alemães adoram!



Espetinhos divertidos (tomate cereja, mussarela de búfala e gelbwurst - uma espécie de salame, algo parecido). Também é muito apreciado pelas crianças.



Tubetes que alegram qualquer criança. Tubetes com os tão conhecidos Gummibärchen (ursinhos).



A hora tão esperada... cantar em alemão e depois em português. Pudemos ainda contar e ter uma surpresa com a música cantada e desejos realizados pela vovó Ingrid. Foi um momento emocionante para mim! Marcou, pois foram votos vindos do coração, tão singelos...



Logo depois da comilança aconteceu o que é esperado por todos numa festa de pirata.



Um dos grandes tesouros: saquinho com uma bolacha especial com embalagem de pirata.



Um outro tesouro: balas gelatinosas (tipo Gummibärchen) em formato de moedas.



Para finalizar a lembrancinha! Uma sacola especial e feita também pelas meninas do Ideias e Afins. Contendo.....



Um livro criado por uma amiga: um presente para o Felipe, no qual a história tinha o personagem com o nome dele. Adesivos do tema e um pequeno bloco de desenho.



Por fim não poderia deixar de registrar a família... todos juntos! Algo que quando temos crianças pequenas é muito difícil de conciliar, fazer, pois cada hora um deseja fazer uma coisa. Uma pose, um click não é tão simples assim, mas aqui está uma foto tirada no final da festa.

Até breve! Assim espero...
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Agradar, compensar ou mimar

Falta 1 semana para Felipe completar 6 anos de idade. O tempo passou rápido demais e já já meu filho estará no primeiro ano. Isso significa tanto para uma mãe que sempre viu seu filho tão pequeno e dependente. Não é mesmo?

Considerando essa data tão especial e marcante lógico que não deixaremos passar em branco, assim como preparei com muito carinho uma festa para o Thomas e, posteriormente para o Lucas, farei também para o Felipe. Uma festa de pirata, com os amigos da escola, comes e bebes, brincadeiras, presentes e muita diversão.



Com isso tenho pensado muito, muito! Faço uma crítica para mim mesma, pois ao mesmo tempo que acredito que o dia requer uma comemoração, acho que desejo sempre fazer demais! Desejo dar tudo para meu filho! Quero vê-lo feliz! Muito feliz! Coração de mãe, coruja e que muitas vezes - sempre -só pensa nos filhos.

A festa será pequena, mas com uma bela mesa decorada. Isso me dá prazer, já falei muitas vezes aqui no blog o quanto gosto de pensar em tudo, decorar, pesquisar, me acabar :). Pois se por um lado faço tudo, por outro fico esgotada. Considerando a fase que estou vivendo, somente com minha família, sem parentes por perto, com três filhos pequenos talvez seja demais. Mas logo quando olho e vejo a felicidade deles não me arrependo nenhum pouco.

Mas pergunto para mim mesma: Será que ele não ficaria feliz com menos, sem muita decoração, sem toda essa preparação que faço sempre? Talvez um bolo bastaria para a ocasião. Confesso que me empolgo, que resolvo fazer isso, isso e mais aquilo. Enfim, sempre arrumo para minha cabeça. Marido vive dizendo que exagero, que gasto demais. Acho que tem razão...

Será uma característica de mãe coruja? Será característica de uma mãe sem noção? De uma mãe que que deseja compensar algo de alguma maneira? Sei lá! O que sei é que dá para manerar em todos os gastos, em todo o exagero. Não digo isso somente por desejar uma bela mesa de aniversário, mas em relação ao presente também.

Você sempre compra presente para seu filho? Compra tudo que ele deseja hoje e sempre? Nós temos o combinado de comprar presentes para as crianças no aniversário e também no Natal. Algo maior, desejável e querido por eles. Esse ano, por exemplo, não compramos para o Lucas. Afinal, tem um tanto de coisas herdadas dos irmãos. Mas juro que nem sempre consigo cumprir com nosso combinado. Ora vejo uma liquidação, ora quando estamos ao mercado acabo cedendo ora para o Thomas ou para o Felipe. E nesse caso sozinha com um dos filhos não tem quem me segure. Diz que não sou só eu que sou assim...

Por me preocupar com essa questão, no Natal passado encontramos uma boa liquidação de um Lego que Felipe estava paquerando. O que fizemos? Compramos o Lego e guardamos para dar no aniversário. Juro que me segurei e aqui está para presenteá-lo. Mas lógico que agora Felipe pediu, melhor, educado, disse que gostaria de ganhar, de ter um conjunto do Playmobil. O que acha que fiz?

a) Ignorei o pedido, a fala tão educada e carinhosa. Afinal de contas, já tinha comprado um presente.
b) Comprei e pronto. Nem pensei muito, afinal é aniversário. Considerei que não é sempre que ganha algo assim tão desejado e especial.
c) Comprei e fiquei com a consciência pesada por todos os gastos, pensando muito o que achará quando ganhar mais de um brinquedo desejável. Será que sempre terá tudo que deseja? Será que se tornará uma criança mimada demais?

O que sei é que tenho olhado mais para essa questão, apesar de me empolgar algumas vezes, de saber que meu filho não fica o tempo todo querendo isso e mais aquilo. Acredito que tenha consciência, que não seja uma criança que não valoriza o que tem, o que ganha... Mas é uma questão séria pra pensar... considerar...

Olhar para a formação de valores e princípios dos filhos, para o valor das coisas e a questão do consumismo. Ora dou um breque, ora me empolgo pois desejo dar o mundo para meus filhos, mesmo que não seja realmente o que querem. Engraçada essa postura de mãe: Amor, desejo de vê-los felizes, talvez de dar o que não teve.

O bom de tudo é que os três aproveitam, aproveitarão.

Mas foi bom fazer tudo isso, pois sempre pensamos em relação as nossas atitudes. Agora, convites entregues e presente comprado. Juro que continuarei cuidando dos valores, conduta e valor as coisas, a vida que desejo que meu filho tenha. Sempre fui assim, mas morar fora, na Alemanha, fez com que olhasse de maneira diferente para o valor que as coisas tem, ocupam na vida das pessoas. Um ponto positivo. Um outro estilo de vida. Tanto que quando fui para o Brasil no ano passado, lógico que revi lojas que adoro, comprei algumas - muitas - coisas para mim. Sabem que quando voltei logo me arrependi e pensei: Por que mesmo precisava disso? Por que fiz isso?

Um mudança vagarosa... passos de tarturuga! Aos pouquinhos espero me segurar mais ainda, mas não ao ponto também de ser igual muitos alemães. Quero um equilíbrio e espero encontrá-lo!



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Conseguirei amar TANTO, TANTO outro filho?

Você que acompanha minha história, meu blog sabe que estou com três filhos totalmente numa escadinha de idade. Felipe prestes a fazer 6 anos, Thomas com 3 e Lucas com 1 ano e 2 meses. Todos pequenos! Uma fase tão gostosa, que apesar de muito trabalhosa, que exige grande dedicação é totalmente maravilhosa.

Divertido aqui na Alemanha é andar com todos pelas ruas, logo as pessoas param, comentam, perguntam e dizem “- Olham só! Uma escadinha!” Olho com orgulho, pois realmente jamais pensei em ter três filhos, o que sabia de verdade é que se tivesse filhos, mais de um, ambos seriam próximos de idade. No entanto, nem acho eles tão próximos assim... O que sei é que são pequenos e exigem muito de mim. Exigem tanto que no final do dia, ainda mais nesse calor que estamos tendo (melhor não espalharem e falarem alto, pois sei lá se o verão permanecerá assim) estou acabada, louca para me jogar no sofá.

Mas vale, sou muito realizada. Quando paro pra pensar nas fases que se encontram, no jeito especial de cada um, não só eu, mas marido também. Logo sorrimos e bobos falamos sobre o amor intenso que temos por cada um deles. Um amor tão especial e diferente! Nem mais, nem menos, apenas diferente de acordo com a fase, o jeito que estão, cada particularidade. 

Tem como não compartilhar? Tem como não registrar as fases de cada um deles? Talvez esse post seja mais para os pais, do que para aszamigas. Mas como adoro trocar figurinhas com vocês, aqui estou...

Temos um vínculo tão grande com cada um deles. Temos afinidades e nos identificamos com os gostos e preferências. O interessante também é o inverso, no qual nos conhecem bem. Sabem exatamente o que a mãe faz melhor, o que agrada ou quando deve pedir algo para o pai. Isso só mostra que pai e mãe por mais que tenham princípios e condutas iguais, lidam de maneiras diversas, encantando mais ou menos. Nesse aspecto, dá-lhe conversa entre o casal para que haja um senso comum. Nem sempre é tão fácil assim...

Felipe praticamente um menino, um menino que irá para a escola - primeiro ano - a partir de setembro. Ao mesmo tempo que é criança, que gosta de brincar muitas vezes de faz de conta, hora mostra para nós o quanto é crescido e capaz de compreender as necessidades dos irmãos, apresenta um vocabulário que muitas vezes nos surpreende. Atualmente muito mais interessado pelas atividades de desenho, pintura e escrita. Ama, ama de paixão assistir filmes, brincar ou passear de trem. Incrível essa preferência que continua por um longo tempo.

O que nos encanta realmente nesse menino é sua sensibilidade. É um menino tão presente e preocupado com todos os irmãos (característica de irmão mais velho). Sério, organizado e que precisa de uma rotina estabelecida por um adulto. Seu grande companheiro é o pai (ainda mais quando juntos jogam no Ipad), apesar de ter os momentos especiais ao meu lado. Ouvir histórias comigo tem sido o melhor momento do dia para nós, no qual há um aconchego e um carinho sem fim.

Total transição de brincadeira de criança e de menino crescido que irá para a escola, que passará a ter mais e mais responsabilidades. Que deixará mais ainda a ajuda do adulto de lado... Isso tem seu lado positivo, mas hora aperta o coração!



Thomas... o Momás para muitas de vocês, o Tomate, Tomatinho para algumas... esse menino é feliz! Sempre de bom humor, com o sorriso estampado no rosto. Como gosta dos irmãos, hoje eles são sua maior referência para as brincadeiras. Parece lhe dar mais e mais segurança nessa fase que se encontra. Se por um lado adora os irmãos, outra ama de paixão ser filho único. Aqui está nosso jogo de cintura... conciliar três, mas perceber que esse, do meio, requer muita, muita atenção.

Também está na transição, numa mudança no qual o desfralde o acompanha e que em breve estará no Kindergarten (Jardim da Infância). Uma fase difícil para ele, pois embora está cada vez mais independente para realizar certas coisas, também reforça que ora precisa de ajuda e muita ajuda. Quando na verdade quer apenas carinho, ficar junto, enfim, todas as disputas que já contei aqui para vocês.

O melhor e marco para nós nos dias de hoje é seu sorriso, o jeito sapeca de ser. Menino descolado, muito moleque, adora brincar no jardim descalço nos dias de calor. E o assunto preferido e marcante atualmente é construção, todos os tipos de tratores. Diversão para ele é assistir e passear para ver tratores.



Lucas, o pequeno, o caçula... total fase de descoberta, de experimentar, aventurar-se na escola e no jardim de casa. Moleque sapeca, que aprende um tanto com os irmãos, que seguro de si, dá tchau tchau ou manda beijo com a mão. Uma delícia!

Sobe escada, anda para lá e para cá, sobe na cadeira, quer brincar com a água da privada, que pega os brinquedos dos irmãos, que dorme com os pais, que adora fruta e uma das suas preferidas uva, que já diz: Mama, Papa e Auau.



Agora me diz... tem como não amar, se encantar por cada uma dessas fases? Uma adoração pelo gesto de um, pela fala do outro, pela descoberta intensa e diária. Quem disse que coração de mãe não cabe mais um? Hein?

Um grande amor, um amor diferente por cada um deles!

Um post patrocinado por uma mãe de três que acha possível sim dividir todo o amor, todo o carinho e dedicação, pois quando temos só um filho sempre há essa dúvida: Será, será que conseguirei amar tanto, tanto o meu segundo filho? Uma mãe que incentiva (sem lucros) quem quer ter mais e mais um filho. Ao mesmo tempo, que respeita e compreende todos os motivos do mundo daquela mãe, amiga, que está feliz da vida com um único filho, pois sabemos também o quanto somos realizadas :)

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Tão pequeno na escola

Pode parecer loucura, pode parecer descuido, querer ficar sem o filho, mas a minha realidade é bem outra. É verdade que meu filho Lucas começou a freqüentar um Kinderkrippe (berçário). Para muitas pessoas, no Brasil ou aqui, colocar o filho com 1 ano no berçário muitas vezes não é a melhor coisa, uma atitude correta. Já ouvi muitas pessoas dizerem que até os três anos o ideal é o filho ficar ao lado da mãe, em casa. 

Entendo perfeitamente os argumentos das pessoas, porém acredito que faz-se necessário respeitar as escolhas dos outros. Na Alemanha, por exemplo, as pessoas mais velhas e algumas mães não olharam minha escolha com bons olhos. Elas apresentam alguns motivos: primeiro que acham a escola cara, segundo que acreditam que o filho pequeno deva ficar com a mãe e, por último, que pensam que quem tem filhos deve ser exclusivamente dona de casa e mãe. Bom, cada contexto, cada situação a gente vê de uma maneira. Lógico que há exceções e pessoas que apoiaram também minha decisão. Ninguém melhor do que a família para saber o que é melhor para o filho.

Confesso que ver o Lucas, tão pequeno, no Kinderkrippe de primeiro impacto não foi tão tranqüilo, por duas questões: primeiro porque sempre estava comigo, diariamente, já num ritmo de rotina organizada; segundo que o fato do Lucas estar nos primeiros passos, começando a andar me preocupava um tanto. Por mais que a escola tenha crianças de 10, 11 meses até os três, também pequenos, sempre vi o meu filho como o mascote do grupo. Uma preocupação de vê-lo sempre para trás ou tendo que ficar no colo das professoras. Bom, receio de algum acidente acontecer... 

Mesmo assim tomei a decisão. Só fiz isso, pois confio totalmente nos profissionais e adoro a escola. Tenho como referência o tempo que o Thomas está lá. Com ele foi a mesma coisa, também sofri um tanto. 

Além disso, Lucas hoje tem como referência e proximidade na escola o irmão Thomas. Será por pouco tempo, pois daqui poucos meses Thomas sairá do Kinderkrippe para ir para o Kindergarten (Jardim da Infância). Bom ter um irmão por perto, não é mesmo? Estão pertos, se encontram, mas não estão no mesmo grupo. 

O tempo passou, hoje após 2 meses Lucas está adaptado e feliz. Acompanhei a adaptação dele durante quase 3 semanas. Foi um período longo e tranqüilo. Não ouve grande sofrimento para ambos, pois foi uma separação gradual. 

Atualmente fica muito bem no Kinderkrippe e vê os outros adultos como referência. Sei o quanto faz bem ter a mãe por perto, porém está desenvolvendo-se de uma maneira encantadora, mostrando em casa um tanto de coisas que já aprendeu a fazer sozinho. Tem lá muitos ganhos! Acredito! Fora também o fato de entrar em contato com outras crianças. 

O único aspecto negativo que enxergo de antemão é o fato de ficar mais vulnerável as doenças. Lógico que nesse meio tempo já ficou doente, tendo que ficar com medicação e alguns dias em casa para se recuperar. Faz parte do processo, da infância, como muitos dizem é bom para fortalecer o sistema imunológico.

O que me deixa feliz e tranqüila foi acompanhar a adaptação e saber que meu filho está bem, fica bem por lá. A rotina, com os novos horários, também foi ajustada aos poucos. No início, logo após o café da manhã já dormia. Agora, agüenta mais tempo acordado e dorme logo após o almoço. As professoras respeitam o tempo e necessidades de cada criança. É de se esperar, não é mesmo? Espero mesmo que um berçário olhe e compreenda que os pequenos requerem cuidados tão especiais, um carinho a mais. 

Tudo isso aconteceu antes do que esperava...(pois minha ideia era somente colocá-lo em setembro) Sabem por que isso aconteceu agora? Porque recebi uma proposta de trabalho. Algo especial e que não poderia deixar passar... Volto, volto logo para contar mais detalhes para vocês.



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CIÚMES, desejo, NECESSIDADE, carência da mãe



De modo geral os três, meus três meninos relacionam-se muito bem. Ainda são pequenos, porém é notável o sentimento que há entre eles. Cada dia fica mais explícito o quanto gostam da presença do outro. Tanto que quando um não está em casa ou um deles está dormindo logo surgem as perguntas: "- Cadê o Felipe? ou "O Lucas ainda está dormindo!" Gostam mesmo é de pegarem fogo, correrem um atrás do outro.

Felipe, como irmão mais velho, sempre está de olho no Lucas, o irmão menor. Interessante como tornou-se o irmão protetor, que gosta de cuidar e ajudar o caçula. Ao mesmo tempo, que gosta de brincar e ajudar o Lucas, também adora a companhia do Thomas. Ambos tornaram-se belos parceiros para muitas brincadeiras: carrinhos, trens e tratores são os preferidos. 

Thomas como irmão do meio ocupa duas posições interessantes. Aquele que gosta de brincar com o irmão mais velho, que gosta de aprender um tanto, fica satisfeito por ser menor e como irmão mais velho, no qual quer ensinar a qualquer custo o irmão menor, Lucas, brincar, se comportar perante Felipe e ele mesmo. 

Lucas, o caçula, com apenas 1 ano e praticamente 2 meses, com toda energia do mundo para andar para lá e para cá, faz questão de acompanhar os irmãos seja lá onde estiverem. Gosta de ficar junto, pegar os brinquedos deles, dançar, sentar também no sofá como os irmãos, enfim, total fase de descoberta e imitação.

Mas se por um lado o vínculo entre eles está sendo fortalecido, um sentimento forte permeando toda a relação diária, por outro já começaram as brigas, o pega o brinquedo daqui, de lá, do outro. O que parece natural e faz parte em toda família. Não é mesmo? 

Fora isso há também as disputas diárias pela mãe. Um querer ficar ao lado, no colo, junto, que eu faça isso e mais aquilo. Um que chora quando o irmão está no meu colo, o outro que chora quando não é o primeiro a ser colocado para dormir e, assim por diante.

Questões que me preocupam sendo mãe de três: as brigas, o relacionamento entre eles e o amor enlouquecedor (espero que seja!), melhor, o ciúmes.

As brigas e o relacionamento entre eles: sempre penso nessa questão, pois desejo tanto que meus filhos sejam amigos, sinceros, cúmplices e que tenham respeito um pelo outro. As brigas parecem ser intensas quando pequenos, quando há maior competição entre os irmãos. A tendência é melhorar com o tempo. Sei disso! Vejo por experiência própria. Mas quero muito que elas passem e não sejam significativas e marcantes na vida de cada um deles. Como garantir isso? Intervenções diárias, conversas, espaços para que um olhe para o outro com suas particularidades, com o jeito próprio de ser.

Outro fator importante que percebo que pode favorecer, intensificar as disputas e desentendimentos pequenos (pois ainda são pequenos e os motivos são muitas vezes engraçados considerando a idade deles) é o decorrer do dia, ou seja, situações que não agradaram como acordar e não ver a mãe ainda na cama (nesse caso quando dormem comigo), quando as coisas não aconteceram exatamente como era planejado, imaginado na seqüência do dia ou mesmo quando está sentindo falta de mais colo, atenção, presença e brincadeira comigo.

Por fim, as brigas, disputas e desejos diários muitas vezes são decorrentes e podem prevalecer mais ou menos de acordo com o relacionamento que as crianças tem com os pais. Lá vai a preocupação de mãe! Ohhh tarefa difícil ser mãe e ser mãe de três mais ainda...

Escrevo isso pois percebo que a depender do dia tudo flui de maneira tranqüila, ou seja, quando garanto atenção exclusiva para cada um deles. Para mim, garantir um tempo, ficar somente com um filho, realizando uma brincadeira, indo as compras ou fazendo um passeio, além de ser bom demais, para conhecê-lo, fortalecer o vínculo, tem sido bom para amenizar os ciúmes que permeia minha casa diariamente. Sem falar que requer um jogo de cintura para garantir isso! Marido e eu temos isso como meta e temos colhido bons frutos.

Agora, se pensarmos bem, talvez nem seja caso de ciúmes, assim como defini, seja apenas o desejo e necessidade de ter a mãe por perto. São pequenos, requerem atenção e a presença da mãe. Agora, como equilibrar tudo isso? Falar, mostrar, abraçar, ficar junto, fazer um tanto para que saibam o quanto eu amo cada um deles parece pouco.

Cada dia um novo desafio...



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Uma profissão, três histórias e o encontro

Escolhemos a mesma profissão e foi assim que nos conhecemos. Trabalhávamos na mesma escola e pouco a pouco ficamos mais próximas e confidentes. Tínhamos rotinas completamente diferentes. Eu ainda na época da faculdade, ela morando longe, mas mesmo assim sempre arrumávamos um jeitinho de bater papo, sairmos juntas após o horário de trabalho ou até dormirmos uma na casa da outra. Época que morávamos com os pais e não tínhamos tantos compromissos e cobranças. 

Um, dois anos se passaram e logo tive a notícia de que minha amiga casaria e mudaria de país. Dito e feito, aconteceu dessa forma. Pensei que não fôssemos nos falar tão cedo. Afinal, uma mudança de país muitas vezes faz com que as pessoas se distanciem, passem a viver completamente em outro mundo de ideias. Com ela não foi assim, começamos algumas correspondências por cartas, depois por email, até que surgiu o bendito skype. Vez ou outra tive notícias, de que mudaria novamente de país, a primeira gravidez e sobre a visita ao Brasil.

Nos vimos algumas vezes no Brasil quando foi visitar a família. Sempre do mesmo jeitinho, com o mesmo carinho. Comemorávamos o nosso encontro. Encontros esporádicos, mas sempre deixando boas lembranças e fotos encaminhadas por email. 

Muito tempo passou e após 11 anos também mudei de país. Eu na Alemanha e a Jas dessa vez em Hong Kong. Mais perto ou longe? Sabe-se lá... Em muitas das nossas conversas tive o apoio para começar a vida numa cultura totalmente diferente. Tivemos um encontro que aconteceu no meu primeiro ano de Alemanha e em comemoração ao aniversário de 2 anos do Felipe. Foi muito bom! Uma pessoa conhecida, um abraço e um apoio de uma amiga.

Logo tive a notícia de que mudaria novamente, dessa vez para a França e agora, há 1 ano e meio na Suiça. Mais perto! Sem sombra de dúvida! Hoje nos falamos freqüentemente e nossa amizade voltou com a força total. Uma amizade muito verdadeira e com muitos aspectos em comum. Agora, muito mais confidentes e, lógico encontros, ainda mais que estamos apenas três horas e meia de distância.


Último final de semana... Mesmo com o tempo ruim, o encontro foi ótimo entre nossas famílias. 

Tenho várias amigas queridas no Brasil, mas voltar a ter uma freqüência com algumas antigas por aqui faz muito bem. Digo isso, pois nos entendemos melhor, sabemos realmente quais são as dificuldades que temos, onde aperta o "calo" do sapato. Acho que com toda pessoa que mudou de país acaba sendo assim... Temos o mesmo desafio, no qual só muda o país, a língua e a cultura. Há sempre algo novo para aprender.

Nossos encontros além de favorecerem uma paz interior, uma felicidade e uma cumplicidade também possibilitaram momentos agradáveis entre nossos filhos. Os mesmos apresentam pouca diferença de idade e como todos são meninos acabam tendo muitos gostos parecidos referentes as brincadeiras.



Outra grande surpresa, outra história... Voltando ao tempo....

Éramos desconhecidas, mas estávamos em busca de troca, de mais e mais conhecimentos. Um aspecto em comum, nossa formação, nossa adoração por crianças e a sala de aula. Um dia, eu como formadora dando um curso, ela como participante ativa e entusiasmada. Conversamos e trocamos um tanto. 

O tempo passou e um dia recebi um email lindo, no qual tinha uma carta que relatava o tempo que estava morando fora do Brasil. Fazia um ano que estava fora, que havia casado e estava morando na Suíça. Sempre pensava como seria isso. Como o percurso da vida das pessoas podem mudar de uma hora pra outra. Sempre fiquei muito curiosa para saber sobre as escolhas das pessoas que conhecia e que moraram fora, que tiveram coragem de mudar totalmente a vida.

Um ano, dois anos, talvez três anos passaram. Não sei exatamente quanto... Um dia trocamos email e logo nos falamos por skype. Isso aconteceu logo que mudei para cá em 2009. Depois disso, apenas passou a fazer parte do meu rol de amigos no facebook. O tempo, a vida, a rotina não permitiram um contato maior. Sei lá sobre os reais motivos...

Em 2012 e próximo do nascimento do Lucas passamos a nos falar mais. Tínhamos um motivo especial e comum: teríamos o nascimento do filho no mesmo mês. Aconteceu assim... ambos nasceram com poucos dias de diferença.



Uma troca maior, constante passou a acontecer entre nós. Nunca fomos amigas íntimas, confidentes, mas sempre tivemos uma grande admiração. Tudo começou profissionalmente e hoje estamos morando perto e temos um tanto para trocar sobre o jeito de viver por aqui, sobre as dificuldades e a beleza que encontramos diariamente ao nosso redor.

Por falar em beleza, vocês viram nossos filhos juntos? Isso mesmo! Fizemos um encontro também no último final de semana. Foi uma maravilha! Minha admiração só aumentou pela pessoa bacana que a Bruna é. Além de tantas qualidades, dos aspectos em comum, ainda faz uma comida japonesa que dá água na boca. Ahhhh... esperam que vocês não fiquem com vontade.



Não só preparou um almoço especial para os pais, como para meus filhos também. Fez tudo com muito carinho.

Um encontro, após muitos anos. Uma amizade sendo fortalecida, no qual os laços se estreitam.

O melhor de tudo é quando penso nas voltas que o mundo dá, no percurso da vida de cada pessoa conhecida e nos possíveis reencontros. Talvez não seja à toa, sem querer, que as pessoas aparecem no nosso caminho...



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A visita, os passeios de turista e meus filhos

Após alguns meses após fazer uma visita ao familiares e amigos no Brasil tive o prazer de receber uma pessoa muito querida. Uma prima que adoro, no qual sempre nos demos muito bem. A mesma resolveu passear entre Suíça e Alemanha e nesse meio tempo ficar um final de semana conosco.

Nem preciso dizer o quanto é gostoso receber alguém depois de um longo tempo, receber uns mimos vindos diretamente do Brasil e também conversar, conversar muito em português. Conversar com alguém próximo, que tem a mesma cultura e princípios parecidos.

Recebê-la na primavera foi um presente para ela e também para mim, já que pudemos fazer passeios e ver a beleza dos jardins, das árvores, flores e até um clima melhor. Digo isso, pois o final de semana retrasado foi de sol e com uma temperatura muito gostosa.



Como é bom ter alguém que consegue olhar para além da simples natureza. Fotografá-la e sentir-se leve e feliz por estar num outro ambiente, bem diferente do que está acostumada # vida em São Paulo # trânsito # loucura # medo.

Às vezes tem pessoas que estranham, mas minha prima estava disposta a tudo. A conhecer e curtir intensamente cada momento ao nosso lado.



Juntas ficávamos encantadas com cada beleza da natureza que encontrávamos. Belas árvores, bichos de jardim e flores. Lógico que parávamos para fotografar tudo. Turista, sabem? Consegui me sentir novamente uma turista ao lado da minha prima.



O interessante de tudo isso é reviver algo que já aconteceu. Acompanhá-la para mostrar a cidade, os lugares que são os tops  - os mais vistos e conhecidos foi ótimo, pois passei a olhar tudo novamente, alguns lugares da mesma forma que antes, mas outros de uma maneira diferente. Tive um olhar ora de curiosidade para saber mais sobre o que está a minha volta, ora de alguém que já sabia totalmente a história.



O gostoso também de receber alguém é saber a visão que a pessoa tem sobre o lugar. Logo que mudei para cá, tinha lá as minhas dúvidas, todas as diferenças se sobressaiam o tempo todo. Totalmente outro lugar. Mas ouvir as impressões de outra pessoa faz a diferença. Ainda mais quando pontuam as coisas boas e nos apoiam em relação as escolhas.



Também fez parte levá-la para comer e saborear as delícias típicas da Alemanha. Por coincidência fomos a uma festa chamada Dult, no qual já contei uma vez aqui. Tudo muito diferente, desde as roupas típicas. Por falar em roupas, agora muito mais solta com o alemão, ou talvez mais cara de pau, também tive coragem de parar as pessoas na rua para tirarmos fotos.  Vejam só... Uma diversão!



Esse passeio todo de conhecer a cidade e ir na festa fomos sozinhas, pois seria difícil ver a parte histórica, conhecer as igrejas e todo o restante com as crianças. Tenho certeza que não agüentariam muito tempo.

Agora, também fizemos um belo passeio com todos os meninos. Optamos em levá-los no ZOO de Nüernberg, já que além de ser um dos mais pertos, também apresenta show dos golfinhos.

As crianças amaram... Lucas ainda não tinha ido ao zoológico e Thomas tinha ido somente quando era menor, por isso não lembrava de nada.



A maior aventura de todo o passeio para eles posso dizer que foi andar de trem. Foi aproximadamente uma hora no trem e todos na maior euforia.



Felipe ficou praticamente de guia, já que o tempo todo olhava no panfleto para identificar os lugares e dizer quais seriam os próximos bichos que olharíamos. Se bobear olhar no mapa do zoológico foi mais divertido que propriamente ver os bichos.

Agora, sair com os três realmente é um trampo. Vocês nem queiram imaginar... Minha prima Cristina que fale, não é mesmo? Além de todos os apetrechos que são necessários, quase uma mala de viagem, tem toda a logística com os três, com as fases e gostos diversos. Comer, trocar fralda, gerenciar quem está com sono, quem quer ver qual bicho, horários das atrações, do bonde, do trem, toda euforia realmente cansou! Mas valeu! Valeu muito a pena voltar a proporcionar passeios gostosos para os meus filhos, já que é nessa estação que conseguimos aproveitar mais ainda o lazer ao ar livre. E lógico que a companhia fez a diferença ajudando com os meninos e também com a diversão!

E assim como as más línguas dizem: são dois pais, temos duas mãos, dois filhos são mais fáceis de dividir e gerenciar, porém quisemos ir além, pois pouco desafio é bobagem. Não é mesmo!? Ainda mais morando fora do país de origem...

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Conhecer o mundo

Tem como não escrever, compartilhar e registrar esse momento tão especial na vida dos filhos? E a mãe babona então como fica...

Lucas está andando! Quase correndo pra falar a verdade! Logo após uma semana do aniversário começou a andar. Devagarinho, entre quedas, senta, levanta, hoje está andando e quando os irmãos estão por perto ou atrás dele chega quase a dar uma corridinha. O coração de uma mãe tem que ser forte mesmo, pois ver a cena do Lucas disparar a andar rápido, pois os irmãos estão atrás dele não é tranqüilo. Dá um receio de vê-lo cair, tropeçar... É uma grande emoção!

A verdade é que tenho que deixar as coisas acontecerem, afinal de contas é mais um aprendizado para ele. Cair, levantar, andar e correr fazem parte de todo o processo. Não é mesmo? Mas quem agüenta uma mãe super mega protetora...

Andando sabe que pode conhecer e explorar tudo que está ao redor. Não para mais um minuto. Vai de um lado para o outro, sobe no sofá, pega tudo que teoricamente não pode e ai se encontra a porta aberta do banheiro. Já sabem o que faz... logo corre para abraçar o vaso sanitário e colocar a mão na água.

Está numa fase muito bonitinha. Aquela que faz de tudo, pois imagina que acharemos uma graça. Interagindo cada vez mais com os irmãos, batendo palmas quando escuta uma música, apontando para tudo e dando tchau para as pessoas.

Um vínculo delicioso com os pais e com os irmãos. Ahhhh e o meu cabelo como ele adora! Não sei se corto curtinho ou deixo ele segurar para dormir. Uma mania que começou a alguns meses atrás e que continua. Adora segurar meu cabelo, acredito que além de lhe dar segurança, sabe que é uma forma de me segurar. Sair de perto fica difícil, pois arranca meu cabelo e dói... dói, viu!?

É uma delícia, está uma delícia curtir essa fase do meu menino. Nem imaginam a loucura e o amor que permeiam aqui diariamente...





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4 anos na Alemanha



Parece que foi ontem que escrevi os posts em comemoração aos 2 anos e depois 3 anos morando na Alemanha. O tempo passou rápido demais e hoje tenho tanto para comemorar, brindar, planejar e conquistar. Sabemos que a vida é assim, independente do lugar onde escolhemos para viver, mas realmente morar na Alemanha e ter uma família grande (três filhos, então posso escrever isso, não?) jamais passou pela minha cabeça anos atrás. 

Lembro bem da minha irmã e eu conversando sobre morar fora do Brasil. Enquanto morei no Brasil, nós duas trabalhávamos em escolas, no entanto minha irmã sempre soube aproveitar melhor o tempo para viajar e curtir a família. Eu sempre muito dedicada, com uma paixão além da conta pelo meu trabalho sempre me envolvia demais deixando muitos momentos, finais de semana e feriados o lazer e as viagens de lado. Também confesso que nunca tive o espírito muito aventureiro, preferindo na maioria das vezes fazer o trivial, o mais simples e tranqüilo possível.

Mas minha irmã não, após viajar para Londres, sempre sonhou em viajar, viajar mais e até morar fora. Além dessa vontade toda, minha irmã sempre foi fã de cartomante, de ler as cartas, de aprender a jogar tarô e tudo que envolve saber um tanto do futuro, mesmo que não seja a mais pura verdade. Então que em uma das consultas uma moça falou para ela que uma de nós duas moraríamos fora do Brasil. Eu, eu não! Sempre essa foi a minha fala, sempre dizia que tinha certeza que seria ela. Engraçado, pois nunca tive vontade, sempre criei raízes fortes no Brasil, com as pessoas e com tudo que estava ao meu redor. 

E hoje.... hoje estou numa condição totalmente diferente que imaginei um dia. Passaram-se 4 anos! Vocês conseguem imaginar um tanto do que já vivi nesse período todo? Foi um período longo de adaptação que só eu sei o quanto chorei, tive vontade de fazer as malas e voltar para meu país de origem. Foram inúmeras as dificuldades para conhecer e aprender um pouquinho sobre a cultura alemã e, ainda hoje, tenho muito para superar. Inúmeros foram os obstáculos para me virar com a língua, medo, vergonha de não saber, de falar errado. Enfim, a adaptação foi grande em todos os âmbitos já que tive que conhecer as estações do ano e aprender a reconhecer, aproveitar o que há de mais belo em cada uma; organizar meu tempo para dar conta das inúmeras tarefas que uma casa requer além, é claro, dos meus filhos. 

Cheguei somente com o Felipe na Alemanha. Hoje brindamos juntos nossa chegada! Agradeci a força que me deu para continuar e não desistir. Sabemos que um tanto fazemos por eles, para eles, esquecendo um tanto os nossos sentimentos. Mas foi bom! Felipe precisava dessa nova pessoa que me transformei e dessa mãe “24 horas”. Superei minhas expectativas e foi aqui que arquei com todas as minhas responsabilidades como esposa, como uma pessoa que aceita um desafio de mudança de vida e como ser mãe. Como mãe mesmo, pois não foi do nada que tomamos a decisão de ter mais e mais um filho. Em 4 anos de Alemanha mais dois filhos. 

Quisemos ter mais filhos, mas nesse meio tempo, com a decisão, com a diversão, com a gravidez de um, o nascimento e o período de dedicação exclusiva também sofri bastante. Tive dias de loucura total, sem saber por onde começar as inúmeras tarefas, tendo vontade de sumir e largar tudo. Tive dias que remoía as minhas escolhas, fechando os olhos, pensando em algo totalmente diferente para ver se realmente acontecia. Um duelo de sentimentos. Medo de deprimir...

Mas o dia a dia e todas as demandas mantiveram-me ocupada sem tempo para parar e sentar. Com isso, tudo foi acontecendo, os dias foram passando e hoje tudo está mais fácil, um pouco mais tranqüilo. Os meus pensamentos são outros. Vivo mais e melhor! Isso é fato e basta olhar para meu dia e tudo que está ao meu lado. 

O tempo ajudou, mas as pessoas também. Além do meu querido marido que sempre me apoiou e fez de tudo para me ver bem, também tive a presença constante mesmo que virtualmente dos meus familiares (minha mãe, minha irmã, minha sogra, Zara, cunhadas), de amigos queridos do Brasil (Leila, Adri P., Renata) e de muitas amigas espalhadas pelo mundo que por terem uma visão parecida me ajudaram muito (Jas, Bruna) e nesse caso incluo também as amigas que conheci através do blog (algumas que através dos comentários me ajudaram muito e outras que tornaram-se mais próximas, não é mesmo Cíntia, Alê, Rô, Dani, Gabi, Lu, Carol...)

Não consigo comemorar sem agradecer a ajuda que tive de todos vocês! Obrigada mesmo! De coração muito obrigada por cada palavra e cada ombro amigo.

Quando viajei para o Brasil no ano passado relembrei como era a minha vida, revi os lugares e hoje penso em tudo de bom que tenho. Realmente essa mudança foi uma oportunidade maravilhosa! Atualmente tenho dúvidas se largaria essa vida para voltar a ter aquela, aquela que ficou no passado. Sinceramente quase certeza que não... 

Dá saudades! Tenho muitas saudades! E quando reencontro uma pessoa querida da minha vida que atualmente está distante? Que dorzinha que dá. O coração aperta como aconteceu nesse final de semana ao reencontrar minha prima Cristina. Foi bom demais,  ouvir uma opinião, mas despedir foi triste também. Penso que isso sempre fará parte da vida, independente do lugar.

Agora, quero ficar com tudo que tenho vivido de bom com minha família, quero continuar abraçando meus filhos, acompanhando cada minuto ao lado deles, conhecer o que o país me oferece de bom, o que está tão próximo e o que ainda posso conquistar. Quero continuar com o pensamento de que aqui é o melhor lugar atualmente para viver! Que foi um presente não só para mim, como para meus filhos. 

Tive a prova de que as coisas boas podem acontecer, de que apesar das inúmeras dificuldades, os sonhos tornam-se realidade a partir do momento que abrimos as portas do nosso coração, dos nossos pensamentos e temos coragem. Em breve compartilho com vocês a grande conquista às vésperas dos 4 anos de Alemanha. A dica: tem haver com algo que sempre gostei de fazer, com a minha formação. Estou feliz! Feliz demais!

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Para guardar na memória

Diariamente as crianças aprendem e fazem inúmeras associações. Impressionante as sacadas e as relações que estabelecem sobre tudo que acontece ao redor. O que muitas vezes parece tão simples para nós, que demoramos um certo tempo para darmos conta sobre o que realmente aconteceu, para elas pode ser um grande mistério.

Thomas está na fase dos por quês? De repente, começou a perguntar, perguntar e hoje se anotarmos num único dia teremos uma lista enorme. Das perguntas mais simples, que respondemos rapidamente, a que nos leva a pensar a querer saber de onde surgiu a curiosidade, por que nesse momento, até as respostas desconhecidas.

Nas últimas semanas aconteceram algumas situações divertidas, no qual demos boas risadas ao compartilharmos um para o outro.

1) Papai e Thomas antes de irem ao mercado.

De repente Thomas olha para a blusa do papai e pergunta:

"- Papai, porque você já está de cinto de segurança?"

Logo papai olha para a blusa que está vestindo e tenta compreender...



2) Thomas e eu estávamos juntos no sofá. Sozinhos (com os irmãos dormindo), um minuto de chamego, só ele e eu, antes de ir para a cama.

De repente pergunta:

"- Mamãe, onde papai foi?"

"- Foi caminhar um pouco. Quis fazer uma caminhada aproveitando que o dia está claro e bonito".

"- Mas por que ele foi de caminhão?"

Logo demorei para responder.... A ficha demorou para cair! Tóóóói....

E lá veio ele com mais uma pergunta...

"- Por que ele não foi de carro?"

"- Ahhh Thomas ele não foi de carro, papai foi ANDAR um pouco".

Caminhão! Tratores! Os grandes atrativos do Thomas. Uma fase total de construção. Como não pensar em caminhar como caminhão?

Coisas simples e divertidas para ficarem na memória.

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