Família, Decisão e Felicidade

Como é difícil tomar uma decisão quando não somos mais uma só pessoa, um único ser que pensa individualmente. A partir do momento que a gente casa tudo passa a ser dividido, compartilhado, discutido, organizado para o bem comum. 

Sempre fui muito independente, sempre tive um tempo para fazer as coisas que gosto; sempre fiz meus passeios, sozinha ou com minhas amigas; sempre trabalhei; sempre tive um salário na minha conta; sempre planejei vários acontecimentos na minha vida e sempre sonhei, sonhei...

Nunca deixei de idealizar, de pensar em uma vida melhor. Afinal, quem aqui nunca sonhou? Nunca planejou uma série de coisas, como uma bela viagem, a compra de um novo apartamento, um carro novo, engravidar em tal ano e, assim por diante. Isso faz parte, não é mesmo? Ainda mais depois do casamento! 

Queremos viver um amor intenso, ser namorados para sempre e jamais cair naquela rotina. Muitas vezes é inevitável. Mas a gente se esforça, “planta” uma sementinha aqui, outra ali. Um dia vivemos com mais emoção, outro mais triste, com uma angústia e, outro ainda, com muita esperança. Ainda bem, pois como já diziam há muito tempo atrás: a esperança é a última que morre.

Quando penso em alguns anos morando no Brasil lembro que tinha uma vida totalmente diferente. Mas não era a vida que gostaria após o nascimento dos meus filhos. Trabalhava bastante, realizava poucos passeios, não curtia como poderia o meu marido, a minha casa e a minha família. Hoje, após toda mudança, me deparo com algumas melhoras nesses aspectos, sou feliz com meus filhos e com a minha família. Tenho certeza que fiz a escolha certa no sentido de acompanhar o crescimento dos meus filhos, de abraçar realmente o que é ser mãe e de acompanhar meu marido nessa nova etapa profissional.

Agora, ser feliz por completo. Ah, isso é difícil ou será que sou a pessoa mais complicada do mundo? 

Vivendo aqui na Alemanha, praticamente 2 anos e 3 meses, tenho muitas dúvidas se quero continuar por aqui. Consigo enxergar um tanto de aspectos positivos, mas por outro lado, pesa muito o meu jeito de ser, a vida que levo, a falta que sinto das pessoas e dos lugares no Brasil. É difícil ter que se adaptar a um novo lugar, uma nova cultura, um novo idioma e a um novo grupo de pessoas. Não sou assim tão fácil... Juro que estou tentando, mas tem dia que acordo com a maior dúvida do mundo, logo me perguntando: “- Será que é isso que quero para mim? Será que conseguirei viver assim? O quanto já conquistei? - Será que falta pouco para a minha vida ficar melhor ainda?”

Por outro lado, sei que tudo só depende de mim. Só eu conseguirei encontrar o melhor caminho. Mas o que pesa mais nesse momento é o fato de não conseguir e poder pensar somente em mim. Atualmente tem dias que a tristeza bate forte, mas não consigo tomar nenhuma decisão. Tem hora que reajo e começo a batalhar para que tudo melhore, para que tudo passe a dar certo e da melhor maneira possível. Começo a limpar a casa, estudo alemão, tento realizar alguns passeios sozinha, ligo a televisão, converso com as vizinhas. Tem hora que tenho vontade de fazer as minhas malas e voltar. Voltar de vez... no qual bate aquele desanimo.

Quando penso nisso fico angustiada. Percebo que cada dia as coisas estão mais complicadas, ou talvez, melhores (pode ser que não esteja conseguindo enxergar o lado bom de tudo).

A todo momento penso que independente das minhas vontades, a do meu marido, temos dois filhos. Com isso, uma família! Uma família que está vivendo na Alemanha, que pouco a pouco, está criando raízes em outro lugar, em outro país. A família, a casa, as condições financeiras, a qualidade de vida, a segurança, a escola, os médicos, enfim; uma série de fatores que influenciam muito. Como jogar tudo para o alto?! Será que se fizer isso será uma boa escolha? A melhor escolha para o casal e também para os filhos?

Uma difícil tarefa tomar uma decisão. Sentir-se plenamente feliz, mas também garantir o bem estar, uma vida boa e muita alegria aos filhos. Pois éééé... uma grande responsabilidade! O papel dos pais enquantos os filhos são pequenos!


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30 comentários:

Paula disse...

Celi posso te dizer que me identifico totalmente com os seus sentimentos. Agora tudo depende da nossa familia, eu por exemplo dificilmente poderei voltar porque o pai do meu filho nao tem nada que fazer no Brasil, e nao acredito que me daria autorizacao de ir morar longe com o filho dele caso viessemos a nos separar um dia. Penso em tudo isso, que aqui posso dar uma melhor educacao pra ele e por mais que ame o meu pais vejo cada vez mais longe essa volta. Acho que ninguem é feliz o tempo todo, temos momentos de intensa felicidade e tristeza sempre estamos questionando tudo. O jeito é achar aquilo que é melhor pra voces todos, mesmo sendo uma tarefa nao muito facil. Beijo grande e um abraco apertado a distancia!

Dani Cassar disse...

Acho que a maioria de nos que moramos fora sempre sentimos assim, nunca completamente satisfeita, eu mesmo as vezes estou bem, mas quando penso que parei a faculdade na metade e que nao poderei continuar aqui pelo menos por enquanto (pois minha gramatica nao e boa) e que tudo oq eu decidir pode afetar na vida da pequena a gente cai na depre =\, mas eu sinto falta da familia, ja tentamos morar no Brasil e nao deu certo, mas a saudades e o pensamento de que sera que pode ser diferente sempre nos assombra...rs

Bjos grandes!!

Dani Brito disse...

Celi, incrível, vc retratou um pouco da minha angústia. Ou seria a angústia de todos que moram fora de seus lugares de origem?

Não moro fora do Brasil, mas aqui é tão diferente que às vezes penso que sim. Vivo angustiada, querendo voltar pra uma cidade que me permitiria ter uma vida profissional mais promissora e me pego pensando na qualidade de vida dos meus filhos. Aqui em Floripa a marginalidade é muito, muito pequena comparada com a minha cidade natal. Aqui há possibilidade de passear em parques, fazer picnic no Horto, passear na praia no fim da tarde....sem medo.

Aqui dirigimos com vidros baixos, sem medo de assalto qdo paramos o carro num semáforo qualquer...

Isso é mais importante que o meu próprio bem estar? Essa qualidade de vida é mais importante que a convivência com os avós, com os tios?

Celi, sei que não te ajudei...mas saber que vc não está sozinha nessa angústia ajuda em alguma coisa?

Beijo

Christiane Thiele disse...

Celi,

Quando quiser conversar me liga no skype.

Quanto as dúvidas que vc tem, penso que sempre e em qualquer lugar temos sempre dúvidas com relação ao caminho que tomamos...não acredito em felicidade completa, penso que sempre querer algo novo ou diferente faz parte de nós seres humanos. Aliás, pessoas que não têm dúvidas, que não buscam outros caminhos são enfadonhas. Não vivem, vegetam...

Com relação aos filhos, tenho uma opinião muito particular e acho que é por isso que esperei tanto para ter um filho. Acredito que ao colocarmos uma criança neste mundo, temos que ter a consciência de que não mais seremos totalmente livres para decidir nosso destino.
Porém essas escolhas não podem ter como consequência nossa completa renúncia à felicidade.

Com relação a nova vida na Alemanha penso que a maior dificuldade que existe é o não domínio total da língua. Se você decidir ficar, acho que deveria ter como prioridade o estudo da lingua. Com um bom alemão você poderá trabalhar, ter novas amizades, construir muita coisa que hoje lhe faz falta.

Bjs

Chris

Sarah disse...

Oi Celi,
Como disse a Dani, vc retratou um pouco de cada uma de nós que mora longe dos queridos, dos familiares. Moro no Brasil, mas em SP, que é terra de ninguém. E longe pacas da minha família. Muitas vezes me sinto bastante sozinha.
Você me lembrou também da minha irmã, que morou 2 anos na Itália com o marido italiano. Ela também sentia bem o que vc falou, saudades de nosso povo, de nossa comida, de nossos costumes. E olha que italianos são latinos, imagina como vc deve se sentir na Alemanha!
Realmente há coisas que fazemos por nossos filhos e nossa familia que só o amor justifica. Só assim para aguentarmos.
Força aí... se quiser conversar mais, vc já tem meu e-mail (aliás, ainda vou te responder aquele último!).
beijo grande

Adri Portella disse...

Querida e Amada GRANDE AMIGA, saiba que você fez a escolha certa, tudo tem seu tempo de acontecer....você sabe que também tenho minhas dificuldades, dias em que penso "por que eu?????" e isso faz parte de nosso aprendizado. Como você mesma disse, tudo tem seu lado positivo e negativo...Não vou dizer que tem que ser forte, até por que, TODOS que nos conhecem nos acham assim, e no fundo não somos muito, rsrsrs....
Se permita fi8car triste, mas lembre-se que sempre terá o dia seguinte e nele, com ceretza algo de bom acontecerá para mostrar que todas as decisões que tomamos foram boas e logo vem uma compensação....
Os dias que estivemos juntas foram maravilhosos, e logo, estaremos juntas novamente, para lembrarmos coisas boas e felizes....
A tecnologia de hoje nos permite ficar perto mesmo à distância e assim conseguimos matar um pouco da saudade...
Você é minha ídola, já te falei isso, tenho muito orgulho de você!
E como te falei no inicio, fique triste sim é seu direito, mas não desanime, pois logo, coisas boas virão, tenho ceretza disso!!!!!
Te adoro muito...
bjs

Flavia disse...

Celi, costumo dizer que uma vez fora do país, a gente nunca mais vai estar completa em um só lugar. Tem coisas boas aqui, tem coisas boas no Brasil... Mas estando aqui nos privamos das coisas dalí e vice e versa.

Eu particularmente, acho que pra mim voltar seria muito dificil... Mas claro, já tive meus momentos de arrumar a mala e querer ir embora de vez.

Tempo ao tempo queridona, daqui a pouco os pequenos crescem um pouco mais e não são tão dependentes de você... Então aí vc pode encontrar alguma coisa que te motiva, alem dos fatores da familia, algo só teu!

beijão

Nave Mamãe disse...

Celi,
Li uma vez, acho que no Ny with kids, que expatriados nunca mais pertencerão a um único lugar. Isso que a Flávia disse em cima, se tu estás em um lugar, sente falta das coisas boas do outro.
Mas longe nós fantasiamos, esquecemos da parte ruim e só nos lembramos das boas.
Olha, eu daria tudo pra morar na Europa, ter segurança pra andar na rua. Aqui em Porto Alegre eu tenho medo de sair do prédio, tenho medo de tudo e sou refém deste medo!
Beijocas

Dani Rabelo disse...

Oi Celi,

Só quero dizer que entendo 100% do que vc disse. Não sobre morar no Brasil ou fora, por que eu moro aqui, minha família é daqui e tudo certo, mas em relação à nossa felicidade, em estarmos completas, nas escolhas que fazemos em prol dos filhos e que podem não ser as melhores escolhas para a nossa vida, individualmente. Acredito que a gente sempre vai ter essa inquietação, esse questionamento acerca da real felicidade, da realização completa, seja em SP, em Minas, no Brasil, na Alemanha, Itália, Estados Unidos. O ser-humano é um ser que busca a felicidade como um princípio de vida, como um carrinho que nos move. E a felicidade em si é mto subjetiva. Tem dias que estamos felizes e dias que não estamos. Tem dias em que acordamos deprê, outros dias acordamos melhor, em outros queremos cozinhar, brincar, ir ao teatro e em um outro, queremos dormir de novo. Acho natural ser assim, ao passo que é natural se questionar se está por fazer tudo o que pode para ser feliz.

Não te ajudei em nada, eu sei.. rs... mas saiba que todas nós sempre nos questionamos se estamos no caminho certo.

Beijos!
Dani!

http://viagensdeprimeiraviagem.blogspot.com

Luciana - Descobertas disse...

Eu li todos os comentários, para saber das opiniões e sugestões. Eu não moro na minha cidade mesmo e como a Nave Mamãe, tem situações que ocorrem aqui no Brasil, da falta de segurança pública, da falta de atendimento adequado na rede de saúde pública e até das privadas, da falta de educação e respeito entre as pessoas, da falta de muita coisas. Com certeza temos muitas coisas boas também, mas acho que se angustiar é naturalmente humano e creio eu , que expatriados ou não sempre estaremos inquietos buscando o melhor para nós e para os que nos cercam . A diferença agora é que como mães, não somos mais tão egoístas e pensamos primeiro nos outros depois na gente.

Ah! Adorei a receita e o passo a passo da tora de maçã e claro que vou tentar fazer.

Beijos

Luciana - Descobertas disse...

Aff.. cometi um erro no comentário.. Eu moro sim na minha cidade de origem... isso muda tudo né! rsrsrsrs nunca morei fora do meu Estado... bjos

Lu disse...

Oi Celi, acho q todo mundo é unanime no sentimento - quando saímos de Brasil, nunca mais seremos completas. Nós aqui pensamos muito em sair de Israel. Adoramos esse país, mas tem coisa q não dá, o povo é grosseiro, nos sentimos sozinhos, não queremos criar o Uri como as crianças mal educadas daqui. por outro lado, tenho pânico de pensar na violencia do Brasil, no absurdo q se paga por uma educação e uma saúde decentes, na loucura q é viver lá. Aí pensamos em outro pais, mas nunca nos decidimos e vamos ficando..

Acho q sao fases, tem hora q sofro menos, tem hora q sofro mais..

Beijo!!

Camila disse...

Ai, Celi, não consigo nem imaginar essas coisas, sabia? Já tive muita vontade de me mandar e ir morar fora, correr milhares de riscos e tal, mas o que me segura são as crianças! Apesar deles se adaptarem com maior facilidade do que os adultos, morro de pena de pensar neles sem os amigos, a família, a diferença do idioma, deve ser difícil. Por isso admiro tanto, tanto as mães e os filhos internacionais. Não deve ser fácil, mas vc e todas as outras merecem muitos parabéns!
Bjos,
Camila
www.mamaetaocupada.com.br

Anônimo disse...

Oi Celi!

Mas que coisa hein?! Deu pra sentir daqui a confusão de sentimentos. Toda escolha implica numa renúncia, neh, e na maioria das vezes, renunciamos ao que gostariamos para o melhor daqueles que mais amamos: nossos filhos.

De repente, ir morar tão longe do Brasil, dos familiares foi uma decisão acertada quando foi decidida, deve ter tido um motivo muito forte para vcs decidirem algo tão importante. Pense nisso.

Eu desejo que essa angustia passe, que vc tenha dias melhores, mais calmos e menos confusos, porque imagino o quanto deve ser difícil não ter ngm por perto a não ser sua própria família. Eu, por exemplo, sofreria muito, por isso nem me imagino numa situação assim.

Mas como vc falou, já somam ttas coisas desde que vcs estão aí... e os meninos, com suas vidas, e tudo o mais...

Assunto difícil hein?!
Olha, boa sorte!
Desejo tudo de bom para vcs!!!

E obrigada por seu carinho lá no blog. Mesmo vindo de tão longe eu consigo senti-lo bem pertinho :)

Beijo beijo
Ju

Nivea Sorensen disse...

Celi,
Eu vivo um dilema um pouco diferente. Eu sinto, claro, falta da vida que eu tinha no Brasil, mas ao mesmo tempo estou completamente adaptada à Irlanda. Por mim não sairia daqui nunca. Meu marido, ao contrário, nunca morou fora e sonha com a experiência de viver no Brasil por um tempo. Eu concordo que seria ótimo para ele e para nós, pois ele me entenderia muito melhor. Agora para complicar as coisas, tem o Erik que tem que ser colocado em primeiro lugar. Decisão difícil, viu?
Um beijo grande

Andréa Polo disse...

Minha querida! Minha opinião é de uma mãe apaixonada, mas que está com os pés fincados aqui no Brasil, portanto pondere: Nunca sai de minha pátria, mas se hoje, tivesse a oportunidade de proporcionar a minha filha uma vida sem as preocupações que levamos por aqui, iria sem a menor sombra de dúvida! Voltar, quem sabe, deixe rolar, dê tempo ao tempo! Ninguém é feliz todo o tempo, ninguém é feliz todos os dias! como vc bem disse, temos momentos de rotina, aqui, aí, em qualquer lugar do mundo! Talvez vc tivesse mesmo que mudar de país para ver seus filhos crescendo e poder se dedicar o quanto queria! Deixe um pouquinho o coração brasileiro de lado e ouça a razão neste momento! muitos beijos
Andréa Polo

Angi disse...

Celi,
nossa, me emocionei, e me vi em muitas das tuas dúvidas. Já vivi uma situação parecida, não era em outro país, mas outro estado, e tinha meus dilemas!
Vivia com saudades da minha vida de antes, das minhas amigas, o Antônio ainda era um sonho, e depois estava na barriga!
Vou resumir, voltei para onde achava que não deveria ter saído, e me sinto muito sozinha, as amigas sumiram, mais do que antes, quando estava longe, estranho não?
Pensa em vocês, na sua família que formaste!
Com certeza é difícil saber o que é melhor, mas creio que para os meninos, essa experiência será única!
GRANDE BEIJO, E SEMPRE QUE PRECISAR FALA COMIGO MESMO, email, ou no face!
beijossss
Angi

Sandra Kautto disse...

É amiga, esse texto poderia ter sido escrito por mim...entendo perfeitamente todos esses sentimentos. Já vivenciei os dois lados, ir do Brasil e voltar para o Brasil e posso te garantir que ambas as alternativas causam essa angústia.
Então nos resta tentar relaxar e aproveitar ao máximo dessa experiência que é viver em outro pais.

Beijão

Ilana disse...

Difícil dizer, Celi.
Eu moro no lugar onde nasci e cresci, minha família toda está aqui, e ainda assim me pego pensando em muitas dessas coisas que você disse. Não acredito em felicidade plena, mas em momentos felizes. Acredito naquilo que podemos fazer pelos outros (filhos, marido) e por nós mesmas, e nem sempre os dois confluem para a mesma direção...
Se não compartilho da dúvida entre voltar ou ficar, compartilho da sua angústia, essa angústia de ser humana, questionar as decisões, viver em conflito de interesses internos.
Adorei seu texto, e acredito que vc tocou em um ponto fundamental e muito pouco falado.
Um beijo, querida!

Mari disse...

Estas decisões são muito complicadas mesmo, principalmente porque temos que escolher por eles, as crianças, que ainda nao podem decidir sozinhos. Todo mundo que mora fora do país, ou mesmo da cidade onde foi criado passa por este drama e estes questionamentos. Sempre temos que escolher, ponderar... ganhar e perder o tempo todo. E agora que vc já experimentou o gostinho de morar fora, mesmo voltando para o Brasil vai continuar na dúvida e com os mesmos questionamentos porque muitas raizes já estão fincadas na Alemanha. E o pior de tudo: só vc e seu marido podem tomar esta decisão tão importante!
Bem vinda ao clube dos divididos: um pouquinho lá e um pouquinho cá, não importa onde a gente esteja.

bjs

Lu Iank disse...

Celi
Essas duvidas existenciais sao super normal e comigo acontece tambem de vez em qdo. Eu tambem tinha uma vida completamente diferente no Brasil, era uma profissional com uma carreira em ascensao qdo decidimos aceitar a proposta de expatriacao. Engracado que essa semana aconteceu comigo exatamente o oposto. Fiquei pensando que nesse momento eu quero mais é continuar nessa minha vida pacata e de dona de casa. Só de imaginar ter que voltar para SP, voltar a trabalhar na rotina insana que eu tinha e me preocupar com o bem estar e seguranca de um filho adolescente e uma bebe, ja sofro por antecipacao. Eu sei que a nossa estada europeia é uma fase e que um dia acaba por isso aproveito mesmo para viajar, curtir a Mariana, ver umas vitrines e aproveitar o que a cidadexme proporciona. E os dias que me sinto meio para baixo pondero os dois lados, ou simplesmente dou um passeio para a cabeca ficar mais leve.
Anota meu skype caso queira conversar mais: msergio1968. Ta no nome do marido porque usamos o mesmo.
Bjs
Lu

Ingrid Gomes disse...

A primeira vez que me mudei de mala e cuia pra algum lugar foi quando eu tinha dezoito anos e fui pra Israel, de lá pra cá eu não parei mais, curto morar fora, conhecer novas culturas, viver e conviver com o diferente, mas agora as coisas mudaram e ao contrário do que era, as raizes começam a fincar e a Holanda agora é minha casa,a casa da minha familia e apesar de ter vários defeitos eu sei bem que o Paraiso não existe e aprendi a ser feliz aqui, claro que sentir saudades é inevitável, mas hei, no Brasil eu tb morro de saudades dos que estão aqui, então eu me acostumei! hahah

Quando eu sai de casa eu sabia que a vida seria assim pra sempre, não importa onde eu viva, sempre vou sentir falta de alguém ou de alguma coisa, é como diz o ditado "Na vida não se pode ter tudo!", no momento eu tenho o mais importante, MINHA FAMILINHA, com o resto a gente se vira!

Beijocas querida e qualquer coisa to por aqui!

Mari disse...

Celi, acho que felicidade completa não existe! Acho que temos que viver bem de acordo com as nossas escolhas e saber aceitar os lados negativos de cada situação. Claro que sempre tentar melhorar e ser mais feliz é otimo, sempre procurar novos caminhos faz parte da nossa evolução. Mas ter em conta a incompletude eternamente presente é essencial para não sufocar na culpa ou na tristeza. Eu também vivo tentando me equilibrar nesse fio, é uma crise eterna...
bjus! :t

Laiz disse...

Acho mesmo que felizes completamente nunca somos...sempre queremos algo mais... Por aqui tenho vários medos e acho que morar em um lugar que se tem mais segurança é a melhor coisa para seus filhos!!!! Aproveita bastante e quando acharem que não é mais o lugar certo voltem!!!
Bjãoooooooooo

Cíntia disse...

Nossa Celi, só agora vi esse post seu. Se puder, me adiciona no skype para conversarmos um pouquinho quando bater nossos horários, que tal? beijos

Telma disse...

Amiga, não tem nada mais difícil nessa vida do que decidir! Decidir é optar por um caminho e abrir mão de vários outros! Qual teria sido melhor?! Não saberemos nunca... Fique feliz com suas escolhas! Você esta ganhando em muitos pontos! Concordo que o fundamental é pensar na família em primeiro lugar! Sempre é tempo de mudar as metas ! Pense no hoje e aproveite o que tem de bom em estar aí! Pensar que é pra vida toda é prever o futuro e não temos esse poder. Fica com Deus! Beijao

Ananda Etges disse...

Oi Celi,

Fazia uns dias que não passava por aqui. Comecei a ler os últimos textos e me identifiquei muito com esse em particular. Concordo com a Flavia: uma vez fora do país, a gente nunca mais vai estar completa em um só lugar. Eu já vivi a experiência de sair e voltar e posso te dizer: continuo dividida. Morei 7 meses em Londres. Foi uma viagem incrível! Conheci meu atual marido, viajei, estudei, engravidei e fui muito feliz. Foi um período muito intenso! No entanto, quando estava lá sentia falta de casa, da minha família, dos amigos. Quando descobrimos a gravidez decidimos voltar para ficar perto de todos. Porém quando chegamos no Brasil tivemos dificuldade na adaptação. Ainda não nos sentimos verdadeiramente em casa, parece que sempre falta alguma coisa. A questão financeira pesa bastante: em Londres a gente tinha empregos básicos, não exatamente na nossa área de formação e ganhava o bastante para aproveitar a vida: jantar fora, comprar roupas e eletrônicos e viajar! Aqui no BR foi difícil começar a trabalhar e ainda não conseguimos nos estabilizar. Agora vivemos sonhando com o dia de voltar para o exterior e poder curtir o lado bom da Europa com o nosso filho (cultura, segurança, educação, etc.) Enfim, um pouquinho da minha experiência! Apenas para compartilhar...

Beijos, Ananda.

http://projetodemae.wordpress.com

Ana disse...

Celi, li com muita atenção, porque meu marido hoje passa por um momento bem dificil de adaptação e por mais que eu tente fica dificil compreendê-lo. Conheci meu marido quando ele estava voltando a morar no Brasil, depois de quase 10 anos fora. Ele morou a maior parte do tempo nos EUA, e isso foi tão marcante que acho que ele virou americano!Ele voltou sentindo falta de nossa terra, chutou o balde de uma carreira em ascensão, e certo que tava certo.
Mas toda vez que passamos por alguma má educação, uma desorganização, uma sociedade capenga, altamente tributada e com falsa sensação de eterno carnaval, sinto que ele se lamenta de estar aqui. Além de que viver no Brasil é coisa pra rico!E nem assim, blindados em casa, no carro e na alma há sossego.
Agora só terapia salva!
Acho que se vc tem os benefícios aí que sabe que tem, se vc consegue matar as saudade daqui, visitando no verão, acho que vc está perto de descobrir aonde quer ficar.
Bj!

Anônimo disse...

Boa noite adoraría se voce falasse sobre cidadania Seus filhos tem cidadania... Como conquistar ....este bem precioso.......obligada

Fabia disse...

Celi boa noite navamente desculpe TER saido como anónimo mas este iPad e mais rápido que eu , gosto do Brasil espaco físico ágora da maneira das pessoas quererem levar vantagens nao, imagine as pessoas matam por nada so ha noticias péssimas claro que uma pequeña parte ainda tem vergonha ña cara sim e triste ..... Portanto nao ha o que pensar finque raizes por ai claro uma vez estava em fuesen e foi estranho pois ouvi um nativo dizer que odiava sua cidade seu país e quería víver acredite no Brasil foi um caso raro claro ele sabia tudo sobre nosso país uma loucura total mas como disse acida adoraría se voce esclareces como sao as leís ña alemanha suas criancas que ñasceram ai tem direito ao passaporte europeu ou brasileño??? Voces tem ajuda do governo ???