Do Kindergarten para a Escola

A partir de setembro, no próximo ano escolar, Felipe não estará mais no Kindergarten (Jardim da Infância). Já contei aqui que atualmente é um aluno de Vorschule e expliquei um tanto sobre as atividades.

6 anos! Entrada na escola significa um marco para as crianças e na Alemanha também cuidam muito dessa passagem a fim de que seja tranqüila e que as crianças fiquem animadas e alegres. Na verdade, também acho que vale todo esse cuidado para as mães, para eu saber melhor sobre todo o funcionamento e organização, já que tudo é muito diferente.

São praticamente 6 meses que antecedem e que há uma série de eventos. Primeiro foi a reunião de pais no qual compartilharam informações sobre a equipe de professores, horários, materiais que serão utilizados, mochila apropriada, entre outras.

No mês seguinte tivemos o horário especial para a Schnupperstunde, ou seja, uma hora para os pais espiarem o que acontece na sala de aula, desde encaminhamentos das professoras, a relação entre as crianças até todo o material utilizado diariamente.

As crianças também tiveram duas situações especiais: uma no qual as professoras foram até o Kindergarten conhecerem os futuros alunos numa rotina habituada por eles, no qual as mesmas observaram o relacionamento, a postura, a fala, enfim; um pouco do jeito de ser de cada uma. Interessante foi no final do período, quando fui buscá-lo, escutar o quanto a professora da escola elogiou a fala do Felipe. Por ser uma criança brasileira, apresentar dois idiomas há uma grande preocupação com a fluência do que é prepoderante no local. Melhor assim, não é mesmo? Bom saber que dá conta, que compreende e fala com fluência alemão. Ai, ai, ai quem me dera ser assim, igualzinho meu filho.

O último evento tão esperado foi a vivência na escola. As crianças tiveram uma hora com a futura professora e fizeram uma série de atividades. Praticamente uma mini aula. O objetivo com essa proposta era observarem a criança em diferentes aspectos, além de avaliarem o que sabem sobre a escrita, os números e como fazem desenho. Após o término dessa pequena aula os pais receberam um feedback da professora.

Realmente Felipe cresceu e iniciará uma nova fase. Reforçaram apenas para todos os pais e crianças que é importante darem conta de se vestirem sozinhas, tanto que Felipe chegou em casa dizendo que daquele dia em diante teria que fazer mais coisas sozinho no que diz respeito aos cuidados com o próprio corpo (tomar banho, vestir-se, organizar os próprios pertences...). Que assim seja... O fato de incentivarem a autonomia desde cedo, quando são bem pequenos, sempre chamou muito a minha atenção. Algo que observo sempre, sempre por aqui! Jamais subestimam a capacidade das crianças, muito pelo contrário, dão um voto de confiança e deixam fazerem por si só. Desde bem pequenas aprendem fazendo.... fazendo... Aposto que isso é cultural, já que as pessoas por aqui são muito independentes! Além disso, será que tem haver com o fato dos pais cuidarem de tudo, dificilmente terem a ajuda de outra pessoa?

Outro aspecto que ressaltaram, chamaram nossa atenção, pediram para observarmos e até indicaram a ajuda de um profissional foi o fato do Felipe ainda não ter definido o lado que escreve. Para melhor compreensão, Felipe ora escreve ou desenha utilizando a mão esquerda, ora a direita. Disseram que já era para estar certo e definido. Observando Felipe percebemos também que faz isso a depender do lado do papel, então se deseja desenhar do lado direito, a mão direita parece ajudar e ser melhor, assim rapidamente muda a caneta de mão.

A minha experiência com crianças dessa faixa etária é que isso dificilmente acontece. Geralmente por volta dos 5 e 6 anos a grande maioria das crianças já apresentam claramente com qual mão escrevem. Nesse caso, observando em casa durante as atividades de desenho ou mesmo de escrita Felipe permanece com a caneta mais tempo na mão esquerda tendo uma forte tendência a ser canhoto. Há problema nisso? Nenhum... não é mesmo? Espero que na Alemanha não olhem para isso como um problema :)

Agora penso que a professora do Kindergarten poderia fazer algumas intervenções mais pontuais, não!? Talvez conversar com ele e explicar que o braço pode ir de um lado para o outro e que necessariamente não precisa mudar a caneta de mão. Poderia falar que as pessoas tendem a utilizar e ter maior habilidade para realizar inúmeras ações somente com uma das mãos. Sei lá... mas será o caso da ajuda de um profissional? Acredito que não, que daqui um tempo terá isso muito certo para ele e assim mostrará para todos também.

Entendo perfeitamente a postura e preocupação das professoras, tanto do Kindergarten como da Escola. A verdade é que a partir da escola as crianças tem inúmeras atividades de escrita, enfim, serão alfabetizadas e haverá um trabalho constante. Nesse caso não querem preocupar-se com isso! Simples assim...

O que mais me espera, hein? O que mais acontece de diferente... de marcante nessa passagem toda para a escola? Aguardem, pois assim que souber mais compartilho com vocês.

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De pernas pro ar

Era uma vez duas pernas tão agéis, dois pezinhos tão pequenos e um menino sapeca, levado e que vive intensamente o tempo de ser criança. 

Sábado passado estava brincando com o papai e o irmão de pega-pega no jardim quando de repente virou a perna e simplesmente quebrou. Quem viu? Felipe diz que viu como aconteceu, descreveu uma parte, porém não podemos ter certeza de todos os passos que foram dados. 

Chorou, doeu muito e ficamos desconsolados, preocupados e corremos para o hospital. Thomas simplesmente quebrou a perna na altura da canela. Dá para acreditar? Parece um pesadelo! Sabe quando você acorda e pensa que poderia simplesmente ter sonhado, ter vivido um pesadelo. Mas infelizmente é a verdade! 

Fiquei incorfomada com a situação, pois imaginem um menino de 3 anos com grande parte da perna engessada. Pensem num menino levado, completo de energia para correr, brincar, pular, parado, sentado ou deitado. Considerem um menino muito independente, que faz quase tudo sozinho e que está no processo de desfralde tendo que chamar os pais para levá-lo ao banheiro. Difícil, bem difícil a situação, pois a perna está totalmente parada, sem conseguir apoiar no chão. 

Desistir nesse momento do desfralde? Pensamos nisso, já que colocamos a fralda para dormir após o almoço e a noite também. No entanto, não queremos desistir, fazer a pausa nesse momento. Não sabemos ainda quanto tempo ficará com a perna engessada. Voltar a usar fralda por duas, três, quatro semanas e depois começar tudo de novo. O quanto será bom e dará certo?

Por outro lado estamos mais flexíveis, pois são muitas variáveis nesse momento para esse pequeno menino. Dor, perna engessada, corpo parado e dificuldade para vestirmos. Bom, vamos ver o que conseguimos...

Juro que jamais passou pela minha cabeça um acidente desse tipo e ter um filho pequeno imobilizado. Dizem que ser mãe de menino é assim mesmo. Dizem que são mais sapecas que as meninas. Nos dias de hoje, sabe-se lá se há diferença. O que sei é que não esperava por isso. Sofri, chorei e fiquei muito triste. 

Acidentes acontecem. Fazem parte do tempo de ser criança, mas... foi um grande susto! Uma surpresa e tanto já que um dia estávamos correndo, brincando e curtindo intensamente a melhora da estação do ano, no outro estamos assim.

Realmente um dia é bem diferente do outro e só temos a agradecer pelo que temos e por tudo que acontece. Sempre penso que há coisas piores pelo mundo. Mas dói, coração de mãe ao mesmo tempo que é forte, também é frágil. Jamais queremos ver nosso filho triste, chorando ou machucado.

Alguns dias passaram e hoje Thomas está mais animado, apesar das dores. O sorriso está voltando a aparecer e juntos estamos aprendendo a lidar com esse acontecimento inesperado. Logo, logo experimentaremos o retorno ao Kinderkrippe (berçário), já que parece possível. Desejo vê-lo ocupado, fazendo o que gosta e para isso faremos o possível para esse tempo, essas semanas passarem rápido, muito rápido.


 
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A despedida do brigadeiro

Após uma semana aqui estou para contar sobre a festa de aniversário do Lucas. Festa de 1 ano realmente é complicada, pois a criança sente, percebe que a festa é para ela e resolve contrariar. Elas estranham muito! Essa é a verdade! Lucas apesar de engatinhar de um lado para o outro, de inúmeras tentativas de andar apoiado nos móveis não quis saber de nada. Mesmo sendo pouco os convidados havia algo diferente acontecendo, uma alegria no ar e um stress para toda organização. Fato: as crianças percebem e mudam totalmente a postura, mas não deixaria de comemorar em conjunto o aniversário do meu marido e do meu caçula.

Foi cansativo, pois vocês já organizaram uma festa com crianças em casa? Tendo que pensar e fazer tudo, tudo, tudo! Desde os comes e bebes, a organização da festa, a decoração, a arrumação da casa até o almoço dos filhos. Tudo no mesmo dia, praticamente ao mesmo tempo...

Lógico que antecipei e fiz um tanto no dia anterior, mas mesmo assim no dia foi muito corrido. Era marido, eu, os três e tudo para fazer. Confesso que poderia ter antecipado algumas coisas, principalmente em relação a decoração. Muito ficou para a última hora e conclusão: não fiquei fã da mesa, não curti 100%. Uma lição sobre fazer festa para o filho. Da próxima vez, já conseguirei prever um tanto, antecipar, deixar de lado coisas que fiz e que foram desnecessárias.



A bandeirola com o nome do Lucas. Amei! Amei o formato de ovo de Páscoa. Os toppers para colocar nas comidas. Tão fofo esses de coelho! Coloquei nos pães e nas tortas que fiz...



Toppers e forminhas para os doces

Mais uma vez pude contar com a parceria da Erika e Carol do Ideias e Afins. Elas fizeram pequenos detalhes da decoração. Coisas fofas e que foram o charme da mesa e do tema da festa.



 Carol e Erika do Ideias e Afins também mandaram desmontadas (pensando no melhor para o transporte e quilômetros de distância minhas encomendas) essas caixinhas acima e as cestinhas. Adorei todas! Essas cestinhas de papéis ficaram lindas! Super delicadas! Com isso, fiz lembrancinhas personalizadas para as crianças e também para os pais. Foram somente três casais, então algo super possível de fazer...

Todos ficaram felizes com a lembrancinha. Pensei na amiga que está grávida, no bebê, no Felipe que era o mais velho; enfim, uma surpresa carinhosa para os convidados.

Uma curiosidade a compartilhar é que a decoração, todos as fofuras feitas pelo Ideias e Afins foram o destaque. Tanto os convidados da festa do Lucas como do Thomas amaram. Ficaram encantados com tudo, perguntando como havia feito. Ficaram de boca aberta com a organização e de onde vieram as coisas. Jamais fazem isso por aqui. O máximo são os copos, guardanapos, a toalha e a vela do mesmo tema. A verdade é que acham tudo um disperdício. Jamais investem tanto numa decoração. Mas cada um pensa e faz de uma maneira. Não é mesmo?



Quanto aos comes e bebes achei que fiz além da conta. Os salgados foram torta de frango, torta de cebola, salada, pepino e cachorro quente. Escolhi tortas pensando nos adultos, já que teria um número maior. Os doces: brigadeiro, beijinho, mousse de maracujá, muffins, bolo de nozes e frutas.



Novamente tive uma surpresa com o meu cardápio. Muito do que fiz achei que foi demais de doce para os alemães. Geralmente estão acostumados com bolo, bolo e bolo. Os bolos daqui são de frutas, de queijo e muitos são com cremes e mais cremes. Usam bastante creme de leite e chantilly. Apesar dos cremes, a maioria não são tão doces. Não estou acostumada e não faço coisas da culinária alemã, tanto que nessas datas especiais tenho lá meus destaques com: bolo de chocolate, bolo de nozes, laranja ou cenoura.



Ahhh as bolachinhas todos adoraram. Agora o mousse, os beijinhos e o brigadeiro ficaram de lado. Comeram um pouco, mas não foram os prediletos. Os convidados estranham muito doces com leite condensado. Além de ficarem doce demais, não ficam igualzinho do Brasil. O leite condensado é diferente, tem uma consistência mais líquida e por mais que tenha dado certo a massa, não fica no formato correto. Fazia as bolinhas, colocava nas forminhas todos redondinhos e daqui a pouco estavam quadrados.

Ficaram deliciosos (ao gosto brasileiro), mas além do formato as pessoas que comeram disseram que era doce demais e também muito estica e puxa. Sabem como é? Pois é... O que sei é que daqui pra frente darei um basta. Aniversário por aqui terá somente frutas, legumes cortados (pepinos, pimentões, cenouras), pães, salsichas e bolos. Polparei trabalho! Tenho que entrar aos moldes do povo alemão? Não acham? Talvez seja mais fácil...




O aniversário era do Lucas, mas nem preciso dizer que Felipe e Thomas se divertiram muito!

Tinha um bolo de nozes e outro de maçã. Esses fizeram sucesso!



No dia seguinte todos de olho no brinquedo do Lucas. Uma diversão esses irmãos, uma disputa constante também...

Mais um aniversário passou! Ufa! Agora só em junho... mas concordam que daqui a pouco já tenho que planejar tudo. Ainda mais que Felipe faz questão e já está todo empolgado! :) Agora garanto que o cardápio será bem diferente...
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Lucas, 1 ano!



14 de abril, Lucas hoje é seu aniversário! Você está completando 1 ano de vida, 1 ano de muita felicidade para mim! Você nem imagina como fiquei surpresa e emocionada quando soube que estava na minha barriga. Foram muitas preocupações, mas saber que teria mais um filho me impulsionou a atravessar todos os obstáculos. Deu certo! Tudo aconteceu dentro do esperado, muito do planejado e só tenho a agradecer pelo filho que você é e por tudo que passamos juntos durante todos esses meses. 

1 ano... um marco para você e para nós mamãe, papai e irmãos babões e emocionados também. Cadê aquele bebezinho? Cadê aquele bebê totalmente dependente? Hoje você está quase andando, falta pouco, muito pouco... Nossa, o tempo voou e tamanho é minha emoção e aperto no coração. 

Sei, sei que devemos entregá-los para o mundo, que devemos ajudá-los, possibilitarmos que caminhem sozinhos. No entanto, sempre fiz muito por você, sempre pensando que é o meu último filho, meu caçula, meu dengoso, meu amado! Como é bom carregar você no colo, mesmo que seja um tanto pesado. Como é bom dormir juntinho com você, mesmo que seus irmãos sintam ciúmes e queiram espaço também. Como gosto de vê-lo sorrir, um sorriso tão ingênuo, de criança feliz e realizada! 

Hoje você está deixando de ser um bebê de colo, pois quer conhecer o mundo, engatinhar para todos os lados, andar segurando nos móveis, alcançar seus irmãos e explorar tudo que está a sua volta. Está certo! Estou e estarei sempre ao seu lado para orientá-lo e ajudá-lo nos momentos de dúvida. 

Aos poucos, pelo convívio com seus irmãos, vem demonstrando um tanto do seu jeito de ser. Parece determinado e que não desiste facilmente do que deseja. Atualmente vem colocando suas manguinhas de fora, mostrando para nós pais e irmãos, que tem vontade, que garante seu espaço na família, comunicando-se bravamente. Parabéns!

Seu pai, ahhhh seu pai não cansa de admirar sua expressão! Seus olhos dizem muito, comunicam-se conosco! Como é bom ficar olhando você!

Thomas apesar das "disputas", de me querer só pra ele, o que é natural e desejável de qualquer filho, gosta muito de você. Jamais deixa de te dar um beijo antes de dormir e sempre busca seus brinquedos. Gosta de ver você entretido, fazendo algo que não seja só ficar no meu colo :)

Felipe é tão cuidadoso com você. Gosta de cuidar, dar carinho e brincar juntinho. Característica de irmão mais velho querer ser o professor, mas Felipe realmente é sensível o bastante. Quer sempre o seu bem! Adora vê-lo brincando.

Amamos você Lucas e desejamos que venham muitas conquistas. Toda sorte do mundo, meu filho, meu menino...

Um grande beijo! Um aconchego e um abraço apertado!

Mamãe feliz, emocionada e sensível pelo dia de hoje!

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Está chegando...


Isso mesmo! Está chegando o dia. Não da Páscoa, mas do aniversário do meu pequeno Lucas. Uma felicidade sem fim para a mãe. Vocês nem imaginam...

Como havia compartilhado com vocês anteriormente decidi fazer o tema de Páscoa. Tudo bem que já passou, mas acho tão lindo, adoro ver os enfeites de coelhos, pintinhos, galinha, ovos; enfim tudo que está relacionado.

Além disso, Lucas nasceu praticamente na Páscoa. Então, porque não comemorar assim o primeiro aniversário. Fora tudo isso, foi ótimo pois além de todo o apoio da Carol e da Érika do Ideias e Afins, também contei com a promoção de inúmeros enfeites por aqui. Acreditam que após a Páscoa tudo entrou em liquidação e valeu muito a pena. Paguei por cada coisinha fofa um preço inacreditável.

Convites foram entregues. Dessa vez não teremos muitos convidados, apenas os amigos mais próximos. O que quero mesmo é não passar em branco essa data. Quero comemorar de uma maneira especial o aniversário de duas pessoas que amo demais.

Os dizeres do convite:


Para melhor compreensão, pois ninguém merece tudo em alemão:

Farei 1 ano de idade no dia 14.04.2013.

Para alegria do meu pai eu nasci um dia depois do aniversário dele. Como presente de aniversário comemorarei meu aniversário com ele.

Ficaremos felizes com sua presença.

Lucas e Família


Será que esse coelhinho gostará da festa que estou preparando para ele? Espero que sim... Por sinal, deixa eu continuar com os preparativos.

Depois volto para contar mais do Lucas, dessa data tão marcante e especial para os pais.

Bom final de semana!

*Um agradecimento especial para a madrinha que fez esses detalhes na foto do Lucas. Um presente de longe, mas de coração! Adoramos a surpresa!

*Um pedido de paciência para as minhas queridas amigas blogueiras... Não abandonei vocês! Logo, logo me atualizarei... darei notícias!
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O pipi, o aniversário e a troca de roupa

Como não registrar o que anda acontecendo de marcante com meus filhos. Impossível! Ontem foi o dia do Felipe, hoje do Thomas e os próximos por um motivo pra lá de especial serão do Lucas.



Thomas ou como muitas a conhecem Momás me surpreende a cada dia. Na semana passada, após muitos ensaios decidimos que seria o melhor momento para avançarmos no processo de retirada da fralda. Por conta da semana de Páscoa que estariam de férias resolvi que faria um intensivo, mesmo com os três em casa comigo.

Experimentamos no verão passado e foi muito difícil para o Thomas, pois fazia pouco tempo que o Lucas havia nascido. Tudo muito confuso! Sentimentos à tona, como muitas de vocês acompanharam em posts anteriores.

Mas dessa vez seria pra valer, pois além da cobrança de muitas pessoas: "- Nossa, já tem 3 anos! Vocês ainda não tiraram a fralda?" o que incomoda um tanto responder, explicar que ainda não estava preparado, que ainda não estava no momento, resolvemos que já era hora pela desenvoltura e jeito que começou a mostrar em casa. Acredito que ninguém melhor que os pais para saber a hora certa. Não é mesmo? Os palpites a gente escuta, explica e deixa de lado.

A opinião do berçário também era de que não era hora, pois com a presença do pequeno Lucas, com o início da fala e de duas línguas era melhor esperar. Não abracei essa ideia por completo, pois Thomas mostrava que ainda não era o melhor momento.

Engraçado, pois sempre vimos esse pequeno com um tanto de avanços, sempre realizando inúmeras ações sozinho, mas nesse aspecto não mostrava interesse. Talvez tenha sido por isso que muitas pessoas e familiares questionavam.

Aqui na Alemanha eles respeitam e algumas escolas (Jardim da Infância) após os 3 anos de idade começam o processo, ajudam os pais, enfim, não vêem como uma obrigação o início no Kindergarten sem a fralda. Agora, que fique claro que nem todos agem dessa maneira :)

Muitos dizem que depende muito da criança e para o Thomas esse processo todo foi difícil. Sente-se seguro com a fralda. Agora, tivemos um avanço enorme tanto que essa semana passou a ir para o berçário com cueca. Apenas colocamos a fralda para dormir ou para fazer cocô. Como muitos dizem para o número 2 ainda não é tão simples assim.... Mas sou da opinião que daqui a pouco estará sem fralda, totalmente desfraldado, já que atualmente passou também a incomodá-lo e ser um menino que usa diversas cuecas, que pode escolher o personagem, a cor passou a ser mais divertido.

Outro aspecto que mostrou o quanto meu filho cresceu foi o convite para o primeiro aniversário. Logo a gente pensa que não ficará sozinho e que exigirá a presença da mãe. Que nada! Thomas feliz da vida falou que ia no aniversário e que permaneceria sozinho.



Dito e feito. Foi assim que aconteceu. Brincou e se divertiu muito. Uma outra fase está iniciando. O mais interessante foi ver outra mãe saindo da festa de aniversário com o filho e uma sacola com uma troca de roupa. Uma cueca e outra calça. Todos com a mesma faixa etária e alguns na mesma fase que o Thomas.

Está muito crescido, falando tudo e mais um pouco, cantando horrores... um lindo!!!!!!!!!!!! Posso dizer que o tempo de berçário acabou. Já, já a partir de setembro estará no Kindergarten (Jardim da Infância).
Bebê, adaptação e berçário somente o Lucas agora... Ai que aperto no coração! Assumo que sou muito a galinha e seus pintinhos. Meu marido vive dizendo que sou assim, mas que precisamos criá-los para o mundo.

Logo prefiro dizer que será só mais um pouquinho... que desejo que seja meu chiclete! Tenho direito, não?!

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Aula no Turnhalle (espaço de ginástica)

Sabe-se lá como posso chamar essa aula: aula extra, oportunidade especial, complemento ao Kindergarten (Jardim da Infância), um achado. O que sei é que é algo que surgiu, simplesmente do nada e que deixou meu filho Felipe pra lá de feliz.

Fiquei sabendo através de uma mãe que tem uma aula semanal de ginástica no espaço da escola chamado Turnhalle. Para completar é uma aula gratuita e num horário super possível para minha família, ou seja, para administrarmos o levar e permanecer com ele por lá.

Felipe e eu fomos assistir uma aula e posteriormente começou a freqüentar uma vez por semana. Assumiu, entusiasmou-se de uma tal maneira que conta os dias para ir novamente na ginástica. Impressionante como revela um tanto da personalidade: responsável, animado, dedicado e organizado. Faz questão de ir, faltar nem pensar... arrumamos uma briga com ele.

Nós também adoramos essa oportunidade, pois não estávamos contentes com o espaço garantido no Kindergarten (Jardim da Infância). As crianças brincam um tanto, mas algo planejado e organizado acontece raramente. Considerando o quanto já falei por aqui no blog sobre a falta que sinto de atividades de Artes e Movimentos simplesmente amei essa aula. Não só eu, mas as crianças também adoram...

É uma aula planejada, com propostas de brincadeiras com música, circuito motor e diversos níveis de desafios motores. Ahhh como lembrou um tanto de aulas que observava na escola que trabalhava no Brasil.

Há um cuidado especial por parte das professoras, desde o planejamento, a organização e a diversidade de desafios motores em cada aula.

Achamos ótimo para o Felipe, pois além de desenvolver vários aspectos, ultrapassar os próprios limites, gasta um tanto de energia. Algo que é tão importante na Infância.

Assim vamos descobrindo o que há de bom por aqui, mesmo que não seja na escola. Bom!! Não é?



Cada aula uma proposta e um tanto de material para as crianças conhecerem...
1º foto) Uma brincadeira com música parecida com dança da cadeira. As crianças correm e precisam entrar dentro do espaço do bambolê quando a música para.
2ºfoto) Felipe iniciando o circuito. Os mesmos materiais elas propõem diferentes desafios.
3º foto) Finalizando o circuito. Ora começa de um lado, ora do outro no qual os movimentos também mudam.



Para finalizar a brincadeira com tecido e bola. Vários movimentos com tecido, no qual exige a parceria entre as crianças. Mais uma vez lembrei do trabalho do André Trindade, do Marcola, da Andréa Polo, enfim; de pessoas que admiro o trabalho, queridas e sabidas nessa área. Como é bom recordar...
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Uma surpresa para a médica

Calma lá pessoal, pois não estou grávida novamente. De agora em diante, algo que tem uma porcentagem pequena de acontecer. Estamos felizes e realizados com os três meninos. Pensando e tendo novos planos para o futuro.

Sabemos que filho é tudo de bom na nossa vida. O melhor e maior presente que podíamos ganhar. Mas se por um lado, sabemos que é bom demais, que escolhemos isso, sabemos também que dá trabalho e que exige um tanto de nós. Exige tempo, paciência, dedicação, cuidar, amar, dar carinho... enfim, poderia elencar uma série de ações e demandas.

Já compartilhei um tanto do quanto dá trabalho ser mãe de três. O quanto passo grandes apuros por aqui, morando na Alemanha, estando longe da minha família, não tendo ninguém por perto para ajudar. Conto, desabafo nesse blog, pois faz parte da vida e do meu dia a dia. 

Não dá só para falar o quanto acho eles lindos, o quanto apresentam uma boa relação, o quanto é maravilhoso ser mãe de três. Tem lá seus acontecimentos, tenho as minhas dificuldades diárias para lidar com eles, para lidar com as pessoas e com a cultura alemã.

Nos dias de hoje são poucas famílias que buscam, apresentam condições e desejam ter mais de um, dois filhos. Apresentam inúmeras questões pessoais e estou longe para julgar e conhecer a realidade de cada família. Na Alemanha, por exemplo, são raras as famílias com mais de dois filhos. A média é de um, dois ou NENHUM filho. O governo incentiva e até ajuda com uma certa quantia mensal toda família que tem filhos. Mas mesmo assim não querem saber...

Então, lógico que as famílias e as pessoas apresentam um olhar para as que tem mais de um ou dois filhos. Nós somos uma família no qual as pessoas tendem a olhar para os três, para nós e também para a língua que permeia nosso dia a dia. Um destaque! Algo diferente para eles!

Mas o que tende ser diferente é difícil pra caramba. Ontem vivi uma situação inédita, também pela idade que estão e como costumo dizer fiquei sem fôlego, com o "saco" na lua :) 

Tinha uma consulta marcada há um tempo e não gostaria de desmarcar (uma falha minha não olhar direito no calendário). Por coincidência numa data cujo meus filhos estariam de férias. Isso mesmo férias de Páscoa. As crianças do berçário e Jardim da Infância tem uma semana de férias e as que estão na escola tem duas semanas de férias de Páscoa. Booommmm! Bom quando viajamos! Aproveitamos intensamente esse tempo. 

Mas o que fazer numa situação dessa... sem ajuda, sem ninguém para contar. Bom, decidimos levar os três. Por que? Porque em algumas situações ainda preciso da presença do meu marido, já que é difícil demais compreender 100% os termos técnicos e médicos. Além é claro da rapidez que falam o alemão. 

Fomos todos pra que? Para uma consulta, mas também para viver um momento de estresse total. Felipe e Thomas não pararam de discutir. Lucas querendo engatinhar por todos os lados. Foi difícil manter a tranqüilidade entre todos. Os outros no caminho, na sala de espera, olhavam, alguns sorriam, alguns diziam: "- Três! Três meninos?" Chegaram até a perguntar se Felipe e Thomas eram gêmeos. Posso com isso? rs

Por sorte a médica mostrou-se bem tranqüila e reagiu até que bem quando falei que meu marido estava a caminho com meus filhos. Acredito que também não acreditou na presença dos três filhos, da escadinha... Tanto que disse: "- Nossa! Três filhos! Três meninos!" Uma fala que pode até ser sem intenção, mas já traz um pensamento: "- Nossa! Meu Deus! Três meninos!" Olhares e pensamentos das pessoas.

Atualmente não ligo para isso, mas confesso que ter três filhos, distante dos familiares, de ninguém que possa contar, muitas vezes é difícil demais. Por fim, consegui fazer a consulta. Voltamos para casa. A mãe aqui de língua de fora. O pai foi trabalhar. Pensam que acabou? Que nada, hora de dar comida para o Lucas, de arrumar a casa, de ajudar o Thomas a fazer pipi no penico, separar brigas, fazer almoço, brincar com eles e tudo mais. Uma coisa atrás da outra, uma que começou, depois parou, depois voltou. Agora, diz: quem vive isso tudo? Será que todo mundo tem coragem? Confesso que não é para qualquer mãe. Sem querer dizer demais, mostrar o quanto faço e dou conta, pois muitas vezes não dou... não sou perfeita! Eu mesma vivo repensando minha vida, tudo que tenho por aqui, todas as dificuldades diárias. Vira e mexe tenho vontade de largar tuuuuudo!

Enfim, a vida de quem mora fora, fez algumas escolhas, teve algumas conquistas.... A vida como ela é! Parece fácil, parece muitas vezes que tudo dá certo, que é tudo de bom morar fora, MAS NÃO É... Ainda mais quando há três crianças que dependem totalmente de você. Quando há uma mãe exigente demais consigo mesma. 

Assim os dias passam... a vida segue...


Olho para eles.... penso em tudo de bom que tenho, respiro fundo, agradeço e continuo! Eles me fazem perder e, ao mesmo tempo, ganhar fôlego.
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Ter amigo na Alemanha. Ser cordial!

Vira e mexe vocês sabem que gosto de escrever sobre acontecimentos na Alemanha, contar causos, falar sobre a cultura e o jeito de ser do povo alemão.

Um dia em algum dos meus posts e não lembro-me exatamente qual foi recebi um comentário da querida Francine no qual sugeriu que escrevesse sobre amizade na Alemanha, sobre como era a relação entre as pessoas e tudo mais. No momento, quando li o comentário logo pensei que gostaria de fazer isso, mas não de imediato, já que o contato era bem restrito com as pessoas.

Hoje após proximidade com algumas mães, após viver alguns episódios no dia a dia, lembrei-me disso e fiquei com uma vontade enorme de escrever sobre o jeito de ser das pessoas, sobre a tentativa de estabelecer uma boa relação, ser cordial com o outro. Amigo mesmo talvez não seja a palavra, ainda não tenha conseguido ter uma pessoa a qual possa chamá-la de amiga. Refiro-me aqui a uma pessoa com nacionalidade alemã, já que atualmente tenho uma amiga turca que vive na Alemanha.

Temos filhos e é natural que nos aproximamos das pessoas por conta de assuntos em comum, dos lugares nos quais as crianças ficam juntas e, assim foi: conheci uma, duas, três e muitas mães. Com a maioria delas os papos são muitos supérfluos e formais. Mas o tempo passou, por pura simpatia, aproximei-me de uma, duas mães. Os filhos brincam juntos, temos muitos assuntos em comum, inclusive começamos a fazer caminhadas. Aquela velha história de juntar o útil ao agradável, pois bem, a tentativa de voltar em forma e exercitar um bom papo em alemão. De certa forma, um ganho enorme para mim.

Então, que entre uma conversa, um encontro e outro, surgiu a possibilidade de tomarmos um café juntas. A primeira vez na minha casa, a segunda também, a terceira na casa de uma outra mãe. Um ótimo passatempo e uma distração para os bebês. Tudo muito divertido!

Mas algo que estava sendo bacana passou a ser algo constante, no qual minha casa passou a ser o ponto de encontro. Gosto disso, mas acredito que seja importante serem recíprocos os convites. Além do mais tenho uma rotina com três que já não é tão simples e fácil. Não é tão tranqüilo receber visitas quase diárias. Gosto de privacidade, de organizar tudo, ter as coisas em ordem, gosto de ser convidada e de ficar somente com meus filhos.

Em uma das visitas vocês acreditam que a mesma avisou o marido, no qual também dirigiu-se para minha casa. Pois bem, até aí tudo bem, sem problema algum, já que havíamos nos encontrado em outras situações, no qual brincou muito com Felipe e Thomas. Mas dessa vez pensei que fosse ser um encontro só de mães com filhos. Achei estranho, mas simpática, cordial talvez até demais recebi a família.

Tamanho foi a minha surpresa, sabem por que? Porque a postura deles foi de quem já me conhecia há anos. A primeira vez do marido na minha casa e já foi entrando olhando todos os cômodos, logo oferecendo-se e dirigindo-se para fazer um chá e café. Abriu uma gaveta e depois outra para achar as coisas. Sabem quando a postura incomoda. Até que ponto ser cordial, começar a ter contato, abrir a porta da sua casa dá liberdade ao ponto de solicitarem uma chupeta e fralda emprestada porque esqueceram, abrirem as gavetas da sua casa, mexerem na sua tão querida cafeteira sem autorização?

Incomodou! Achei que entraram demais, mesmo sem escancarar minhas portas e minha vida. Será que já nos consideram amigos? Será que é o jeito simples e natural do povo alemão? Parece que sim pelas conversas que tive com uma das minhas amigas que mora na Suíça e conhece um tanto da Alemanha, cultura e pessoas.

Compartilho tudo isso, pois sinceramente chocou um tanto o jeito de ser. Por outro lado, não virarei a cara para eles, pelo contrário, insistirei nesse contato pois o casal é simpático e apresenta alguns aspectos em comum conosco.

Mas simples.... tudo com certo limite! Tendo uma via de mão dupla!

E você o que pensa sobre essa história?  Tem alguma experiência ou conhecimento sobre o jeito de ser do povo alemão?

Vivendo... convivendo... aprendendo! :)

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