Do herdeiro do trono até o último do ninho

Folheando uma das revistas que gosto e que trata de assuntos da infância, principalmente na faixa etária que se encontram as crianças no Kindergarten (Jardim da Infância), deparei-me com o assunto principal da capa – Geschwister, para ser mais compreensível, IRMÃOS.

Parece mera coincidência, já que estou no tempo de ler, discutir, escrever e falar muito sobre a relação entre meus filhos, a minha relação com cada um deles e como lidar com a demanda que requer cada um na fase especial que se encontram.

Parece simples ter três filhos! Mas a exigência e cobrança interna são enormes para lidar com os inúmeros imprevistos, para termos uma conduta correta diante das situações, favorecermos uma relação boa, carinhosa, compreensível e de amizade entre eles. E o principal, garantir que tenham um espaço garantido na família.

São inúmeras as tentativas, ajustes necessários e tempo para que haja um olhar cuidadoso, uma atenção especial para cada um deles. Não é fácil driblar o tempo e a demanda do dia.

No entanto, através do artigo confirmei um tanto do que já sabia sobre ser o filho mais velho, filho do meio e, agora, sobre o caçula. Lógico que o fato de vir de uma família no qual somos em quatro irmãos me ensinou bastante sobre a posição que cada filho pode ter, sobre o que é relevante do jeito de ser de cada um e sobre as reais necessidades/cuidados.

O interessante do artigo é que além de ressaltar as características principais de cada um deles, como: o filho mais velho, que tende a ser visto como o responsável, perfeccionista; o do meio, no qual a desvantagem da posição é ser pré destinada a ser esquecida; o caçula, que apresenta inúmeras capacidades, no entanto a autonomia e o sentimento de responsabilidade nem sempre são a maior qualidade; também dava dicas de como os pais podem ajudar, quais são os aspectos que devem ser cuidados. Pensando bem, isso foi o que mais me interessou no momento. Pois, por mais que a gente siga nossa intuição, conheça um tanto sobre os filhos, sobre a faixa etária é sempre bom rever aspectos e conhecer algumas dicas possíveis.

Aproveito e compartilho com vocês os aspectos principais que chamaram minha atenção, as impressões e intervenções que tenho feito a fim de garantir o espaço de cada um deles na relação mãe e filho. 

Dicas de como os pais podem ajudá-los:

Filho mais velho

- Após o parto, por mais que a demanda seja do pai cuidar do filho mais velho, dedique-se e encontre um tempo na rotina para ficar somente com ele.
- Fazer com que perceba que tem vantagens de ser o filho mais velho, tendo algumas regalias como: ficar acordado até mais tarde.
- Unir os cuidados do mais novo com o mais velho. Fazer algumas coisas juntos!
- O mais velho não deve ser colocado no papel do mais responsável. A responsabilidade no momento pode ser demais, estar longe das possibilidades.

Felipe apesar de muito perfeccionista e organizado tem reagido muito bem com a presença dos irmãos e, em especial, do caçula. Ora brinca junto, ora quer ter seus momentos individuais só com os pais e ficar sozinho também.

Temos garantido esse momento e o interessante de tudo é que as reais necessidades e interesses atualmente são outros, comparados ao irmão do meio e o caçula. Sendo assim, tem momentos somente conosco. Por exemplo: para a confecção de alguns objetos de artes como a realização de uma colagem numa caixa para guardar o que traz da escola (sementes, pedras e gravetos). Além disso, momentos nos quais os irmãos dormem e assiste um filme conosco ou brinca com um jogo destinado especificamente para sua faixa etária.

Com isso, mostramos que é possível ter momentos de ser filho único.

Um aspecto que passei a ter mais cuidado é o fato de delegar responsabilidades. Muitas vezes, mesmo sem ter a intenção notava que falava ou pedia algo para ele. Perái.... ele só tem 5 anos e não é necessário assumir o papel que dá conta de tudo. Não é mesmo? Uma vez ou outra tudo bem e a depender do que também. Mas precisamos ponderar essa atitude.

Filho do meio, se preferir criança recheio do sanchuíche ou melhor e mais gostoso, recheio da bolacha

- Cuidar para que o do meio receba o aconchego e carinho na mesma proporção que os demais.
- Apoiar nas vontades. Se quiser realizar algo diferente dê apoio ou incentive para fazer algo que os irmãos não saibam.
- Deixar escolher algo novo para vestir, que não seja herança do irmão mais velho.
- Elogiar. Muitas vezes os avanços e desenvolvimentos se perdem no meio do encontro entre os irmãos.

Adorei ler o trecho que fala sobre o irmão do meio. Além das dicas, pontuam que esse irmão acaba sendo ofuscado pelo maior responsável e pelo menor o bonitinho. Muitas vezes tem o sentimento de não serem nada. 

E isso só vem reforçar o quanto meu Thomas requer um cuidado especial. Além de todas as características do filho do meio, também percebo e conheço muitos que se sentem carentes, quietos e esquecidos.

Não quero que o meu filho tenha esse sentimento! Por isso, ainda mais agora que é pequeno, sinto que devo, tenho a obrigação de cuidar desde já da relação com os irmãos, da relação que possa ter comigo.

Como ele sentiu a vinda do caçula. Nem imaginam! Hoje está bem melhor, mas requer, requer muito da nossa atenção, de carinho e brincadeira. Ele sofreu, eu também...
E a gente aprendeu muito durante esses três meses de vida do Lucas. Thomas aos poucos tem mostrado suas necessidades, como tem resolvido os conflitos internos para garantir o espaço na família. Mostrando uma birra tremenda, muita manha e choro.

Estamos acolhendo, abrindo algumas exceções na nossa rotina, para que sinta-se bem, acolhido e feliz. Ao mesmo tempo, colocando limite na medida certa. Uma das necessidades, ou melhor, exigência dele e tem dado muito certo é deixá-lo conosco a noite, após colocarmos Felipe e Lucas para dormir. Uma questão de minutos, de um tempo, que exige ficar somente com os pais. Um momento só dele, por mais que tenha alguns outros durante o dia.

Mas confesso que ainda temos uma longa jornada pela frente perante Thomas e seus irmãos.

Thomas que antes era o pequeno, caçula, agora é ao mesmo tempo criança grande e pequena. Que desafio para o filho do meio, um grande aprendizado.

Filho caçula ou mais novo

- Não deixar passar tudo, também pode contribuir para a arrumação.
- Quem mima muito o filho não faz nenhum favor a ele.
- De acordo com a idade o menor deveria ter também uma função de responsabilidade. Por exemplo: colocar a mesa aos domingos.
- Encontrar algo que faça bem, que goste, para que se sobressaia. Algo que só pertence a ele.
- Muitas vezes é desaconselhável falar para os mais velhos levarem os menores para brincar. 

Entre todas as dicas a que chamou mais minha atenção foi o fato de cuidar dos maiores com o caçula, de favorecer que tenham uma relação de amizade e que não sejam os cuidadores dele. Precisa ser uma relação harmônica e com poucos conflitos. Para isso, precisamos olhar para cada criança com suas reais necessidades e fases, sem fazer com que uma leve a outra, cuide da outra, mas sim que caminhem ao lado, juntas no dia a dia.

Pouco desafio para os pais é bobagem, não é mesmo?



*Revista: Móbile (Das Elternmagazin für die Kindergartenzeit)
www.mobile-elternmagazin.de
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Ser criança aqui ou aí

Com esse título vocês podem pensar que criança é criança, seja aqui na Alemanha ou onde moram. Estão completas de razão. Criança é criança quando pensamos no desenvolvimento, nos interesses de acordo com a faixa etária, na enorme vontade que as mesmas têm de brincarem.

No entanto, cada dia percebo que os pais favorecem mais ou menos o aproveitamento desse tempo, o tempo de ser criança em sua plenitude. Além do dia a dia, hábitos culturais e familiares, acredito que o local influência muito na conduta dos pais. O jeito de ser, como os pais foram criados também. Escrevo isso referindo-me em como foi a infância dos pais: Brincavam mais dentro de casa? Menina brincava somente com boneca? Exploravam o que a natureza oferece?

Tem os ideais dos pais, no qual desejam uma infância parecida, pois observam ganhos e uma infância "saudável", seja ao ar livre, longe da televisão ou dos jogos nos computadores. Desejam que prevaleçam o universo simbólico e de movimento.

Porém, nem sempre é possível....

Os pais precisam ter em mente claramente a importância do ser criança, dos filhos viverem intensamente esse momento, caso contrário, o tempo passa e o que foi feito por eles? Quais serão as lembranças de uma infância saudável?

Observo uma grande diferença cultural, de possibilidades de uma criança que vive na Alemanha e outra no Brasil. Lógico que há exceções e que muitas mães se esforçam para garantirem uma infância saudável, longe do mundo tecnológico 100%, do consumo de jogos, mais jogos de computadores e outros equipamentos eletrônicos. Uma grande alternativa e que tenho visto são as inúmeras confecções de brinquedos com materiais recicláveis.

Considero importante brincarem ao ar livre, explorarem tudo que há de mais simples e que estão a sua volta. Fazerem uso de um simples graveto para transformarem, criarem uma brincadeira. Sabemos que a criança se diverte e muitas vezes há uma enorme preocupação com a diversidade, em oferecerem todos os tipos de brinquedos. Algo que não termina jamais.... 

Porém, nem sempre é possível...

Muitas vezes o desejado pelos pais pode não ser alcançado, por conseqüência da vida, das condições em termos de estrutura física, da sociedade, da necessidade de trabalhar fora e do tempo. Quantos pais gostariam de oferecer um passeio no parque, abrirem seus portões para as crianças brincarem na rua, sem se preocuparem com a falta de segurança e o medo do que possa acontecer.

Novamente fiquei pensando em tudo isso a partir de uma conversa que aconteceu com uma grande amiga, no qual atualmente me encontro na mesma situação que ela. Levantamos mais uma vez os prós e contras de morarmos na Europa.

Felizmente há muitos ganhos na infância dos nossos filhos. Uma maneira de viver muito mais simples, de aproveitar o que realmente tem em cada estação do ano. Pequenas coisas, uma enorme felicidade. Entendem? Assim como foi nosso encontro...



Tivemos a oportunidade de passarmos uma tarde com nossos filhos no parque e foi um momento mágico, no qual brincaram tranqüilos, alegres, onde a areia e a água eram os objetos principais no momento. A infra estrutura já permitia total diversão. Ficaram sossegados, interagindo por um bom tempo.

Sabem um momento sem frescura, algo fácil de lidar, pois bem... As crianças brincaram com roupa, depois considerando o verão, o calor, acabaram somente de cueca. Ninguém acha ruim, não há um olhar pejorativo, tudo é possível e faz parte da cultura, do jeito que pensam... Crianças aproveitando o tempo de serem crianças! De fazerem o que está realmente dentro das possibilidades.



A impressão que tenho é que há maior interesse por tudo isso! Há um incentivo maior de toda sociedade e principalmente das escolas.

Vejam o Thomas quase esmagando a pequena joaninha. Ama qualquer bicho de jardim que aparece e logo quer pegar, brincar, guardar e levar para dentro de casa.



Enquanto conversávamos sempre questionávamos o que poderia ser diferente vivendo na Europa. Como seria nossas vidas, a rotina dos nossos filhos se morássemos no Brasil. A realidade é que nem sempre teremos tudo, porém essa fase em que nossos filhos se encontram é única e merece total atenção. 

Acreditamos que fará uma enorme diferença no desenvolvimento, no jeito de ser dos nossos filhos terem vivido tudo isso e dessa maneira.

Na verdade, é minha aposta...rs Faço questão de priorizar essa fase, favorecer a felicidade dos meus filhos, pensando nesse tempo, nesse tempo de ser criança usufruindo do que há de mais simples para buscar o que há de mais belo na vida.

Assim como já relatei, não precisam de muita coisa.... Vivem bem! Por exemplo, a diversão para meus filhos, para os amigos, e aqui incluo tanto a família da minha amiga como a maioria que vivem na Europa, é caminharem no bosque, fazerem um piquenique, empinarem pipa, jogarem pedra no lago, observarem os troncos caídos das árvores, comerem frutas do pé, compararem as cores das folhas das árvores e, assim vai... Coisas simples da vida!





Coisas simples da vida que fazem com que nos tornemos simples também.

Tem como não desejar que o pequeno Lucas participe de tudo isso aprendendo ao lado dos irmãos? 

As questões continuam, o levantamento dos prós e contras de vivermos longe do país de origem, porém tenho certeza, certeza absoluta que o tempo de ser criança dos meus filhos está sendo muito bem aproveitado. Como é bom quando compactuamos da mesma opinião de outras brasileiras que moram fora. Afinal de contas, pensando nos filhos...

Para uma mãe, tem como isso não ser bom?



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Meu dia, mais um ano, inicia-se outro ciclo da vida



22 de Julho, como passei a gostar desse dia.

Dia que nasci....

Que passei a esperar ansiosamente para apagar a velinha, para comemorar ao lado dos colegas da escola, para fazer pose ao lado do bolo preparado com tanto carinho pela minha mãe, para raspar a panela com brigadeiro e sentar ao lado da minha irmã para enrolar todos os docinhos. Dia que era para ganhar presente, muitos presentes.

Meu dia,

Dia que comemorei também quando deixei as festas de lado, para viajar somente com amigas, para frequentar discotecas e bares, para curtir uma praia, começar a trabalhar, ter meu próprio dinheiro, tirar carteira de motorista e comprar um carro.

Meu dia,

Dia que imaginava, sonhava, comemorar ao lado de um grande amor, ter uma grande surpresa. Uma enorme expectativa...

Meu dia,

Dia que passou a ser comemorado somente em família. No qual, a saúde, a união, os votos sinceros, lembrados passaram a ser minha maior alegria.

Meu dia,

Dia que continuou sendo comemorado, porém marcado por um tempo vivido, por mais um ano de aprendizado.

Mais um ano, outro ano e assim o tempo passou...

Hoje comemoro, comemoro verdadeiramente meu dia ao lado da minha família.

No qual, meu maior presente, estar ao lado do meu marido, dos meus três filhos. Já que não é será possível comemorar também junto com meus pais, irmãos, parentes queridos e grandes amigos.

Mas estou feliz por esse dia! Mais um ano...

E se paro para pensar nesses anos todos, já comemorei de inúmeras maneiras. Tenho tantas lembranças boas. Hoje é um novo tempo, um novo ciclo...

A infância se foi, a adolescência também, a fase de formar uma família e ter filhos. Agora, é tempo de curtir tudo que conquistei e aprendi durante todos os anos que se passaram.

Muito consciente, aprendi muito sobre com a vida, amadureci e reconsiderei tantos valores.

Novo ciclo da vida.

Fase também destinada a educar, ver os filhos crescerem...

Que não será passageira! Será intensa, aproveitar meu maior presente, presente que a vida me deu.

Se sou o que sou, devo a tudo isso, meus pais, minha família, meu marido e meus filhos, meus grandes amores, as vivências e mudanças que aconteceram em minha vida.

Agradeço e comemoro! Comemoro mais esse dia, MEU DIA!

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Ponto Positivo

Um dia ou outro escrevo sobre morar na Alemanha. Sempre conto para vocês sobre os aspectos diferentes, marcantes, engraçados e que incomodam muito nessa Nova Vida.

Então, que dessa vez não tem como não dar um ponto positivo.

Acompanhem....

Filho doente! Estado febril, garganta irritada, com pontinhos vermelhos e outros brancos (melhor nem descrever tudo!)

Preocupação de mãe, pois leu no Kindergarten que tinha um caso (no mesmo grupo do filho) de uma doença que afeta justamente a garganta. 

Dia seguinte, filho permanece em casa. Marido e eu chegamos a conclusão de que seria melhor levá-lo ao médico para dar uma espiada na garganta. Vai que é a bendita maldita doença.

Marido do trabalho resolve ligar no consultório da pediatra. O que aconteceu?

Recado na secretária eletrônica dizendo que estava fechado por motivo particular e que se fosse urgente poderia ligar na casa da pediatra.

Dito e feito: marido telefonou e conversou com a pediatra que estava de férias. A mesma aconselhou a tentar nesse e depois naquele consultório.

Então, nova tentativa. Marido ligou, depois ligou e nada. Médicos não atendem nesse dia da semana, nem no período da tarde.

E, agora?

Correr para o pronto socorro? Só em casos extremos durante a semana e no horário que não seja comercial. 

Mas logo marido lembrou da central. Ou seja, uma central que informa de acordo com o número do cep onde encontramos médicos trabalhando.

Então, discou, explicou a situação e logo a moça da central perguntou: Você prefere aqui ou na cidade onde mora? (Já que a maioria das tarefas que realizamos acaba sendo nessa cidade maior, central, onde tem tudo, médicos, supermercados, hospitais, shopping..).

O que acham? Marido disse que se tivesse alguém onde moramos seria melhor, já que sairia do trabalho e viria para pegar o pequeno doente, febril.

Assim, deixou seus contatos e, em seguida, ligou o médico que mora na mesma cidade, dizendo que estava saindo de casa para abrir o consultório. Detalhe: dia que não trabalha, mas mostra-se disponível nessa central.

Rapidamente marido e Felipe foram para lá. Um paciente exclusivo, médico de chinelo, num dia diferente, no qual foi atendido e medicado.

Por sorte, nada da doença preocupante e tudo resolvido. Resolvido, não! Agora dá-lhe medicamento três vezes ao dia.

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Festa de Verão e o orgulho da mamãe

Logo Felipe e Thomas estarão de férias! No entanto, todo ano nessa época, acontecem as chamadas Sommer Fest (Festa de Verão) nas escolas (Kindergarten e Kinderkrippen).

Primeiro tivemos a festa do Felipe com comes e bebes e banda de música. As crianças cantaram, com exceção de algumas e do Felipe que não gosta, que não faz questão alguma. Também não obrigo, deixo bem à vontade, já que tem que ser algo prazeroso. A impressão que passa é que os ensaios são meio massacrantes e quando chega no dia as crianças não querem. Para diversão tinha a possibilidade de pintarem o rosto com uma das professoras. Lógico que para ele foi muito melhor!



Felipe se divertiu bastante, pois só o fato de encontrar com os colegas fora do horário do Kindergarten já foi suficiente. Apesar que preferiu ficar a maior parte do tempo ao nosso lado, afinal estava toda sua família, incluindo o tão querido pequeno Lucas. Muito companheiro! Um orgulho só...

Tudo muito válido, pois para eles é um grande evento. Transformam qualquer coisa numa grande festa! Também torna-se um marco na cidade, no qual todos sabem da festa, no qual contamos até com a presença do prefeito. Já imaginou o prefeito da cidade na escola do seu filho? Pois é, isso que é morar em cidade pequena. Total comunidade.

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Exatamente após uma semana tivemos na sexta-feira passada a festa na escola do Thomas. Essa por ter um número menor de pais acaba sendo sempre mais gostosa, no qual os pais participam efetivamente levando um prato de doce ou salgado, além da possibilidade de interagirem mais entre si.

Vocês não imaginam como gosto desse berçário. Thomas além de ir para lá entusiasmado e muito feliz, permanecer super bem por todo o período, tem toda organização e propostas de atividades que me encantam.

Para a festa teve o preparo de uma mini apresentação de música. Por um bom tempo, anteriormente, já estávamos acompanhando Thomas em casa cantando uma das músicas, fazendo gestos animadíssimo.

No dia, não seria diferente! Mas juro que fiquei com receio que não cantasse, participasse no momento. Mesmo porque sabemos que quando chega a hora muitas crianças não participam, encabuladas com o número de pessoas em volta, por ser o grande evento.

Conversei com o Thomas e perguntei se cantaria maravilhosamente para mim. Falou que sim... Dito e feito, morri de orgulho e quase chorei de ver meu pequeno participando, sorrindo e trocando olhares comigo durante a apresentação. Lindo demais!

O que mais gosto nessa escola é que parece que tudo flui tranqüilamente, sem grandes pressões e preocupações. As professoras são super atenciosas e carinhosas (tá bom, com exceção de uma urgh###afe####).

Fora isso, além de ser algo bem caseiro, elas também pensam numa forma de entreterem as crianças. Esse ano, após a apresentação de música, momento destinado para comerem ao lado dos pais, tinha uma mesa com argila para fazerem algo e depois colocarem diferentes tipos de conchas e também outra com areia, giz grosso de desenhar no chão, para rasparem, formarem areia colorida para colocarem em potes transparentes. Ainda contaram com o tanque de areia e os diversos brinquedos.

Agora, vocês imaginam quem também compareceu à festa? Isso mesmo! Novamente o prefeito estava lá, conversando com todos. Brinquei com meu marido dizendo que as eleições estão próximas. Mas a postura é diferente, participa efetivamente dos eventos da cidade.

Por fim, acompanhem trechos do momento da apresentação.

Música: Lasst uns miteinander



Música: A-ram sam sam



Kasperltheater - Fingerspiel (teatro de dedo)



Spiellied "Schmetterling du kleines Ding"




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Revista Ser Mãe: Três é demais!

Para quem acompanha virtualmente sabe que escrevo na Coluna Mãe de Longe para a Revista Ser mãe. Já escrevi contando sobre a adaptação, sobre a alimentação e, agora, por coincidência fiz um pequeno texto falando sobre ter três filhos.

Se vocês lêem meu blog diariamente saibam que encontrarão uma síntese, algo muito parecido com o que já escrevi. Afinal, preparei esse pequeno texto prestes a parir o Lucas.

De qualquer maneira, para manter o costume, aqui está como parte dos meus relatos de mãe e de escrever para a revista.

Vocês já conhecem essa revista? Não! Então, aproveitem que já está nas bancas de todo o Brasil.

Ahhhh, esse mês também tem outras amigas blogueiras fazendo parte. A apresentação do blog da Carol - Viajando na Maternidade (que particularmente adoro acompanhar as aventuras do Isaac) e tem a foto no Momento ser Mãe da Ingrid com seu pequeno Károly. Confiram!


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9 anos

Hoje é um dia especial, um dia que jamais esquecerei, pois exatamente na mesma data e há 9 anos atrás começamos a viver juntos. Deixamos de lado, a sua, a minha para compartilharmos juntos a nossa vida. 

Conheci você por “acaso”, acaso nada, pois tinha que ser assim. Um grande encontro, um presente eterno em minha vida. E que presente, viu! 

Só tenho a agradecer por tudo. Por você ter entrado de mansinho, devagarinho, ocupando pouco a pouco espaço em meu coração. Tem aqueles encontros explosivos, uma paixão sem tamanho. Tem outros mais vagarosos, com mais emoção que tendem a durar, continuar eterno. O meu é assim...

Tenho tanto amor por você, que não consigo me imaginar longe, viajando sozinha ou qualquer que seja a separação. Prefiro nem pensar, somente agradecer e viver cada minuto ao seu lado.

Algumas vezes me pergunto: Por que alguém assim tão especial na minha vida? Só pode ser por puro merecimento. Modéstia a parte, pois sou feliz, muito feliz e não sou realizada somente como mulher, amante, esposa, amada, mas por tê-lo como pai dos meus filhos.

Acho que você sempre se imaginou pai, não é mesmo? Sempre teve esse desejo, pois tem uma presença tão marcante na família, exerce esse papel com tanta sabedoria, dedicação e amor. Não é a toa que de um filho, rapidamente tivemos outro e mais outro. Sede de ficar junto, de curtir cada momento, a nossa família. Encanta-me vê-lo ao lado de nossos filhos, brincando, cuidando, seja o que for. Emociona-me ver o quanto desprende de qualquer ocupação, colocando-nos em primeiro lugar.

Obrigada por tudo!!! Por todos esses anos meu companheiro. Amo você! E que venham mais 9 anos pela frente....


                                                                                                                            
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Brasil: O reencontro

Logo, logo, mais especificamente daqui alguns meses iremos todos para o Brasil. Oba! Bom demais! Saímos de lá quando éramos 3 para voltarmos agora que somos 5, após 3 anos e meio de distância geográfica e cultural.

Sabem o que isso significa para mim? Hoje significa muito, pois se tem algo que preciso viver novamente é a oportunidade de voltar, permanecer um tempo na minha cidade de origem, perto dos familiares e amigos. Quero que seja um período intenso de sentimentos e encontros para fazer um balanço da vida. Entendem? Ver tudo que mudou, o quanto realmente me faz falta ou se agora, de verdade estou bem morando na Alemanha. Será um momento de confirmações e avaliações. Preciso realmente viver isso!

Ao mesmo tempo fico apreensiva com toda a situação. Desde a organização com os filhos, malas e tudo que envolve para a viagem até a permanência no Brasil. 

Uma ansiedade tremenda, medo, saudades! 

Primeiro penso o quanto será difícil o tempo de vôo com meus três pequenos. Será que ultrapassaremos essa etapa? Tanto tempo no avião. Será que somos doidos de encararmos a viagem com três pequenos? Mas se não fosse agora, com o Lucas andando seria mais difícil. Não? E ficar mais um ano, não suportaria...

Depois tem o reencontro com os familiares. Momento que tocará fundo no meu coração, que transbordarei em sentimentos. Sem dúvida, de tudo, é a certeza de que será o melhor de tudo. Que será impossível não ser bom!

Por outro lado tenho receio quem encontrarei, como será esse momento, se haverá um forte abraço, palavras sinceras. Tanto tempo, tão distantes...

Sei que o percurso da vida muitas vezes aproxima, outras vezes distancia. Mas farei o que realmente tenho vontade. Encontrar, fazer de tudo para encontrar pessoas especiais que marcaram meu tempo vivendo no Brasil. Pessoas que me encorajaram a esse desafio, que me abraçaram e disseram “Vai, pois será bom! Muito bom para você, para sua família! Não perca essa oportunidade”.

Se por acaso, os encontros não acontecerem, não forem mais os mesmos, tão alegres, de grande troca, entenderei que cada um está num momento da vida. Afinal, não faz um dia e sim 3 anos e meio que mudei, deixei de viver numa cidade grande com inúmeras características. Características que me hoje me dão medo, que não sinto saudades! 

Por sinal, como será esse tempo em São Paulo? Louca para ver tudo que mudou, os lugares que frenqüentava como restaurantes, museus e praças. Curiosidade, enorme curiosidade!

Quero sim rever os espaços que freqüentava, os lugares que trabalhei, as pessoas que convivi diariamente. Pode parecer bobagem, mas foram importantes para mim. Apesar de hoje, viver exclusivamente para a maternidade, sinto saudades! Fui muito realizada exercendo minha profissão.

Como será a relação dos meus filhos com os familiares, com o próprio idioma. Será um momento mágico, diferente e de grande aprendizado. Sem dúvida! Quero ver, observar cada detalhe, cada fala dos meus filhos em relação a minha cidade, ao lugar que nasci e morei a maior parte do tempo.

Será tão bom!!! Será que agüentarei esperar? 

Um investimento em todos os aspectos que será válido nessa etapa da minha vida, nem que seja para dizer logo, logo, após uma semana... “- Que saudades da Alemanha! Que saudades da minha casa!” Mas preciso, preciso muito dessa experiência.

Mães brasileiras, que moram fora, como foi o primeiro reencontro para vocês? Que sentimentos vieram à tona? Quais foram os pensamentos? O que não posso esquecer?

E vocês, mães brasileiras, que moram em São Paulo, me aguardem pois em breve, muito em breve, já que o tempo voa, estarei pertinho de vocês. Quem topa um encontro? 


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Quer mais? Eu dou!



Vocês pensam que sempre estamos em festa? Vocês pensam que tudo é lindo, um mar de rosas por aqui? Que nada! Entre uma festa, uma organização na casa, um post, uma dormida há muitas situações tumultuadas, embaraçosas que exigem um tanto, um tempo grande da minha atenção.

Vocês imaginam o que estou querendo dizer? Isso mesmo! Com essa dica ficou fácil. Estou referindo-me aos filhos e principalmente ao Thomas. Já falei aqui e depois ali sobre a relação do Thomas com o nascimento do Lucas, com o convívio diário, tendo que dividir a atenção com mais dois irmãos.

Vim aqui para dar notícias e contar como andam as coisas. Falar que tudo melhorou, mas que ainda está longe de ser 100%. 

Isso mesmo! Ser mãe de três realmente é bom demais! Ao mesmo tempo, as exigências, cobranças e tarefas são triplicadas. 

Felipe tem lá seus momentos, porém compreende melhor toda a situação atual. 

Thomas é uma criança encantadora, super bem humorada, feliz! Realmente feliz! Não há tempo ruim para ele, mas de um tempo para cá tudo está sendo mais dramático, doloroso, fazendo inúmeras coisas para chamar nossa atenção. 

Uma criança em casa, outra na escola. 

Outro dia tivemos reunião na escola do Thomas para saber como andam os avanços, conquistas e dificuldades. Uma reunião que acontece de período em período, no qual todos pais são convocados em dias diferentes. 

Conversamos e ficamos sabendo o tão quanto amoroso o Thomas é na escola, com todos e em qualquer situação. Muito bonzinho, no qual jamais grita ou bate. Sempre muito atento, feliz respeitando e atendendo as solicitações dos adultos.

Lógico que seria diferente em casa, que isso acontece geralmente com muitas crianças independente da fase que se encontram, de ter um irmãozinho em casa ou não. Por que perto dos pais a manha é maior, certo? Querem chamar atenção de alguma forma. Nesse aspecto que questiono sempre: Se não ficasse praticamente período integral com meus filhos? Se trabalhasse fora? Se não brincasse com eles? Pois tem hora que parece que realmente não recebem carinho, que não tem pai e mãe por perto. E digo por perto mesmo, não aquela situação que estamos por perto e não estamos juntos, estamos somente ao lado, mas fazendo outras tarefas. Isso, ao meu modo de ver, não é estar junto! Dar atenção ao filho!

Lógico que acontece, que tem hora que estou falando no skype com minha família e eles estão ao lado. Que estou limpando a cozinha e eles estão brincando, entre outras tarefas. Mas diariamente nos organizamos ao máximo para ficarmos juntos, brincarmos realmente com eles. E sabe aquela situação de garantir o contato físico, de dar carinho, de ficar somente com um, nem que sejam poucos bons minutos. Então, isso sempre acontece por aqui. 

Porém, apesar dos momentos que brincamos todos juntos, que estamos as sós, parece sempre quererem mais e mais. Será que isso só tende a aumentar? Quantos mais filhos, mais manhas, maiores as exigências?

Só sei que preocupo-me, pois quero que seja uma criança feliz, segura e que se desenvolva em todos os aspectos da melhor maneira possível. 

Mas pode ser só uma fase, não é mesmo? Uma fase de disputa e de ciúmes no qual acredita que chorar, gritar, bater, arrancar o brinquedo da mão do irmão, debruçar-se no carrinho do Lucas, deitar quase em cima dele na cama, no tapete, no sofá, pular na cama, cair, machucar-se, correr para não trocar a fralda, não comer, querer manter a mesma mamadeira, não mudando de jeito nenhum para um copo com canudo, sem canudo, do jeito que mais gosta, enfim, é uma maneira de fazer com que estejamos mais ao seu lado, olhando, dando todo o carinho que realmente quer, exclusivamente, somente para ele. 

E vocês, acham que isso vai passar ou será uma característica exclusiva do filho do meio? Que será assim... assim para sempre?

Não precisa, não é mesmo? Tem todo nosso amor! Todo! Todo! Equilibramos ao máximo todo a atenção, todo carinho necessário na fase que se encontra.

Quem se habilita dizer isso para ele e fazer com que entenda só um pouquinho que coração de mãe, de pai sempre cabe mais um...  Quem?

Quem se habilita a me dar um abraço, só um? Pois, mãe de três também sofre...

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Festa do Felipe: Diversão

Encerrarei contando sobre a parte da diversão no dia da Festa do Felipe. Já falei que são os pais que preparam tudo. Apesar de ter um espaço favorável ao ar livre, do tempo contribuir um tanto, tinha também que preparar alguns espaços divertidos.

Entre eles:

- Pista com placas e semáfaro;

- Brinquedo com água e barcos;

- Bolinhas de sabão;

- Caça ao tesouro ou Polícia encontra o tesouro;

- Espaço para desenho com suportes recortados em formatos diversos (polícia, carros e outros);

- Caixa de areia.

Para fazer em tempo o picnic e as crianças se divertirem pensei previamente na ordem das brincadeiras. Ou seja, na ordem que convidaríamos as crianças para participarem. No entanto, entre todas os espaços, foram três os que mais chamaram atenção e entreteram as crianças: Brinquedo com água, Pista e Caça ao Tesouro. Contarei um pouco mais junto com as fotos:

* As crianças ficaram descalças e brincaram com água. Adoram esse brinquedo que é praticamente um caminho para os barcos. Elas dirigem e controlam as portas e quantidade de água.



Há possibilidade dos pais solicitarem através do convite que as crianças tragam algo para o dia. Então, em dias de chuva, podem pedir para trazerem roupas apropriadas, em dias de verão, para trazerem roupa de banho. Acabei optando e coloquei como lembrete no convite que se não estivesse chovendo trouxessem bicicleta ou carrinho (conhecido como Bobby Car). Montei uma pista, todos trouxeram e foi a maior farra. Todos amaram, com exceção da única menina que preferiu também desenhar, fazer outras coisas.

*Estacionamento dos carros



 * Todos brincaram juntos. O policial (aniversariante), o espaço organizado. Foi uma farra, no qual as crianças trocaram entre si os carros e bicicletas. 



* Depois fizemos uma pausa para o Felipe abrir junto com os amigos todos os presentes e agradecê-los. Foi gostoso, pois os colegas tem curiosidade para ver o que o outro deu... Sempre fazem comentários do tipo: "- Eu já tenho!" "- Esse é super legal!"

Mas vale um cuidado com o número de presentes, pois a depender torna-se um momento chato. Felipe só tinha 8 convidados, então foi rápido.



* Momento do caça ao tesouro, melhor, dos policiais encontrarem o tesouro roubado pelo ladrão.

Escrevi todas as pistas em português (mais fácil) e marido na hora falou em alemão para todas as crianças juntas.

Pensei em pistas que as crianças interagissem de alguma forma. Então, deixei um mini carro de polícia em cada pista e sempre tinha dicas do amigo que levaria o carro até a próximo local. A intenção era que fosse o guia dos demais, através do carro ou qualquer outro meio de transporte policial (helicóptero, barco...)

Eles amaram! No final, encontraram o tesouro roubado que nada mais era do que moedas e notas de chocolate. Dividiram entre si e tinha como proposta que brincassem todos juntos no tapete do quarto do Felipe.

Um momento que ficariam todos brincando, enquanto organizaria tudo para o momento do parabéns.


* As pistas
* Todos brincando com os carros de polícia.



* Por fim, a lembrancinha. Queria juntar os temas. Então, foi uma pequena cesta de picnic com um mini livro de história cujo tema era de polícia, mais o jogo americano. Além disso, pequenas guloseimas (balas). Não foram muitas, apenas para alegrar os fãs de Gummibärchen (as famosas balas de ursinhos).

Eles amaram a lembrancinha. Depois conversando com uma grande amiga me dei conta que a lembrancinha também seria linda se tivesse sido apenas a cesta com uma maçã dentro. No entanto, não pensei nisso e o tema de polícia não saiu da minha cabeça... Por que será, né?


 
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Festa do Felipe: Comidas e Bebidas



Sou sincera que pensei em coisas práticas e que soubesse fazer. Pois já falei e repito que teria que fazer tudo sozinha. Além do mais tiveram dois aspectos importantes a serem considerados: o primeiro refere-se a temperatura, um calor daqueles, isso mesmo! Você pode não acreditar, mas estamos na Alemanha e em pleno verão. O segundo diz respeito ao gosto da criançada, já que brigadeiro e doces, muito doces não são os preferidos dos alemães. Também tive que lembrar todo momento que era um picnic, que deveria combinar com o mesmo, servindo de maneira mais prática possível.

Então, optei pelo que fez sucesso nos aniversários anteriores. Contarei para vocês, porém não tenho foto de tudo. Não consegui dar conta de fotografar, servir, arrumar e tudo mais. Uma amiga veio me ajudar e acabou fotografando. O olhar dela foi para outras coisas...

Os salgados foram:

- Torta de frango (uma super mega novidade aqui), já que costumam comer tudo que envolve salsicha, linguiça e todos derivados de porco. Minha torta fez sucesso! Minha não, do site tudo gostoso.

- Mini cachorro quente. As crianças amam e tem uma saída super boa.

- Pipoca. Foram poucas crianças que comeram.

- Sticks de pimentão vermelho e amarelo, cenoura e pepino. As crianças adoram. Comeram super bem. Engraçado esses costumes, mas as crianças adoram e levam até de lanche diariamente no Jardim da Infância.



Os doces:

- Como estava muito quente fiz espetinhos de frutas (somente de uvas, de morangos, de uvas com morangos). As crianças comeram bem, não sobrou nada.

- Aproveitei que tinha polpa de maracujá trazida diretamente do Brasil e fiz mousse. Ao invés de brigadeiro, optei em colocar nos potinhos o mousse. Considerei a novidade e também que seria menos doce que o brigadeiro, talvez mais refrescante. Foram poucas crianças que experimentaram.

- Também fiz arroz doce e servi frio. Muitas crianças comeram, já que também é costume comerem por aqui. A graça foi colocar em potinhos em formato de carros. Engraçado como chama a atenção das crianças e como a maneira que a gente prepara para servir faz a diferença.



- Como já faria bolo de chocolate a pedido do aniversariante, além disso um bolo de frutas, achei que seria demais fazer um cupcake. Mas de qualquer maneira, não resisti e fiz exatamente para o número de crianças convidadas. Os cupcakes foram de baunilha, com cobertura e confetes coloridos. Que bolinho delicioso, pois todas crianças comeram.

- Para o momento do parabéns tinham os dois bolos. O de chocolate com recheio e cobertura de brigadeiro e também o bolo de frutas. Em relação aos bolos, vocês já devem ter visto o de chocolate em outros sites, já que amei a idéia que vi aqui e depois ali. O meu ficou um pouco diferente, pois preferi fazer um bolo menor, então cortei os chocolates e enfeitei colocando-os em volta em pé e depois deitado. Os smarties fizeram sucesso.




- Bolo de frutas que é típico e feito por muitas famílias alemãs. Uma receita nova que apesar de ter dado certo poucas crianças comeram. Acredito que a fruta em si não agrada tanto as crianças. Por sinal, conhecem essa fruta chamada Johannisbeeren? Eu conheci depois que mudei para cá, tem um pé no meu jardim e simplesmente adoro. Ela é um pouco azeda e muitas pessoas não gostam.



Mas para o bolo também é possível variar a fruta, já que é um bolo de verão, no qual são inúmeras as frutas possíveis: framboesa, amora, morango e em última hipótese maçã (fruta tão adorada e que apresenta vários tipos).

Em relação as bebidas, coloquei todas nos carrinhos de jardim (dá para ver na foto, perto da árvore, no post anterior). Coloquei água fria, praticamente gelada e fui abastecendo com minis garrafas de água, sucos de maçã, sucos de laranja, apfel schorle (uma espécie de suco de maçã com gás) e um suco que chama vitamina de frutas (um suco com diversas frutas juntas). 



As bebidas estavam disponíveis. Quanto as comidas fiz algo que realmente não sei se foi bom. Acabei servindo, colocando na toalha em partes. Primeiro servi os salgados, depois levei os espetos de frutas e, por último, os doces. Fiquei com receio que comessem somente os doces e também estava muito calor para disponibilizar tudo junto e ao mesmo tempo.

Bom, foi isso. Para finalizar compartilho com vocês a receita do bolo de frutas. Em outro post, lembro da Paloma, pelo menos, solicitar uma receita de um bolo cuca. Então, esse é muito parecido! Espero que arrisquem e façam também... 



Fiz metade de Johannisbeeren e outra de maçã, já que a receita rende muito! Se você se interessou saiba que você deve seguir a receita passo a passo somente se optar pelas frutas vermelhas. Caso escolha maçã, basta somente a massa, sem o recheio.
Bolo de Verão (não usa batedeira, tudo misturado, amassado e batido na mão)

Ingredientes para a massa:
- 500 g de farinha de trigo, 200 g de açúcar, 1 pacote de açúcar de baunilha (se não tiver tudo bem), 1 colher de café de canela em pó (fica a gosto, alguns gostam mais, outros menos), 1 pitada de sal, 1 ovo e 250 g de manteiga ou margarina.

Ingredientes para o recheio:
- 3 potes de Schmand (600g), que a meu modo de ver pode ser substituído por iogurte natural ou creme de leite que possa ir ao forno. Não sei exatamente o que tem no Brasil que pode substituir. Sei que esse produto tem a consistência de um iogurte natural e é bem refrescante. Quem souber e puder me ajudar agradeço imensamente.
- 2 ovos
- 70 g de açúcar
- raspas da casca de 1 limão

Para a cobertura:
- cerca de 800 g da fruta escolhida

Modo de fazer:
Coloque todos os ingredientes da massa numa vasilha e misture bem até você sentir que está uma massa parecida com migalhas.
Em seguida, coloque na forma (uma camada fina, cerca de 2/3 da massa) apertando com os dedos até preencher toda a superfície e no forno para assar por aproximadamente 15 minutos. Não esqueça de untar a forma com margarina ou utilizar papel manteiga.
Enquanto a massa estiver no forno, prepare o recheio. Para ele basta misturar tudo também.
Após retirar a massa do forno deixe esfriar por aproximadamente 15 minutos.
Em seguida, coloque o recheio, as frutas vermelhas em cima e por último o restante da massa. A massa deve ser esfarelada em cima das frutas, pequenos pedacinhos.
Novamente coloque o bolo no forno, na temperatura de 180 graus, por 25 minutos.
Deixe esfriar e sirva com açúcar confeiteiro (na minha opinião não é necessário).

Bom apetite!!!
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Festa do Felipe: Decoração

Decidida a festa comecei a pensar como juntaria o tema de Polícia com o tão querido, desejado Picnic. Olhando os brinquedos do Felipe organizei a festa tendo as cores do carro, vestimentas da polícia. Logo fui até a loja preferida de tecidos que tem na cidade. Já contei para vocês sobre minha paixão por tecidos e, principalmente, por essa loja. Tanto que no ano passado as lembrancinhas foram feitas lá, esse ano o tecido e tudo do quarto do Lucas também... Já viram, né? Sou cliente conhecida. O que me dá vontade mesmo tem hora é comprar uma máquina de costura e fazer um milhão de coisas com os tecidos que tem nessa loja. São lindos! Lindos! Fora que a loja dá curso de costura. Quem sabe me empolgo no futuro, quem sabe sobra um tempo. Pois compartilho com vocês que tudo nem sempre é tão barato assim...

Comprei os seguintes tecidos. 



Tinha intenção de fazer uma toalha de picnic. Além disso, jogos americanos para todas as crianças, pois já queria ter feito para o aniversário do Thomas. Então, dessa vez não deixaria de fora a tão sonhada idéia. Elaborei tudo como queria, expliquei para a costureira e pronto. Logo, decidi também que as crianças comeriam usando o jogo americano e, posteriormente, levariam para casa fazendo parte da lembrancinha. Chique, né?

A verdade é que sei que lembrancinha é apenas lembrancinha. Que tem propósitos no aniversário, de agradecimento pela presença, algo pequeno e singelo para a criança, sem muitos custos. Sei, sei de tudo, mas me empolgo. Confesso! Gosto de lembrancinha, mas acabo dando praticamente um presente, já que faço questão que seja algo que possa ser útil mais tarde. Apesar das crianças amarem guloseimas (balas, chocolates, pequenos brinquedos), prefiro algo que usem depois, num outro momento. Então, sempre apelo para potinhos, saquinhos para colocarem trocas de roupas e, dessa vez, não seria diferente. Cada uma... vai entender! Mas depois conto todos os detalhes sobre as lembrancinhas e podemos trocar mais figurinhas a respeito.



Além disso, resolvi que colocaria as famosas e maravilhosas bandeiras, flores, potinhos decorados com fitas, espetos para as comidas com detalhes de polícia, guardanapos do tema, pratos, talheres e copos nas cores possíveis para combinarem com tudo.

O mais interessante de tudo é que mesmo com meu alemão básico, básico encontrei sites que facilitaram muito a minha vida, já que muitas coisas foram compradas pela internet. Mas coloquei a mão na massa, tive que fazer um tanto. Preparei os potinhos com as fitas e joaninhas, coloquei os papéis no palito e o Felipe desenhou o rosto dos policiais, preparei lembrancinha por lembrancinha. Organizei uma cesta com brinquedos de polícia para enfeitar a toalha do picnic e, posteriormente, servir para brincadeiras entre as crianças. Também fiz cones com papéis variados para colocar as comidas e passei fitas nos copinhos. 







Entre toda a preparação da lembrancinha e decoração continuei com as diversas listas sobre o que seria colocado de comes e bebes, o que seria feito de entretenimento para as crianças. Assim acontecem os aniversários na Alemanha. Você quer fazer festa, então é você que prepara tudo, tudo, além de pensar nas brincadeiras que oferecerá para as crianças. Quase pirei, mas deu certo! Entre uma madrugada e outra preparei tudo. Fiz literalmente um planejamento das atividades, da hora do picnic e todas as brincadeiras para que fosse aproveitado pelas crianças e, para que acontecesse tudo dentro do horário estipulado. Lógico que exagero um tanto no que faço.... As mães não fazem nem metade do que fiz, acho que é modelo cultural de festa, elas são mais práticas e logo compram os kits prontos. O que não acho ruim, são escolhas, opções de cada uma. A vida é assim, a gente disponibiliza tempo para o que achamos necessário, gostamos e temos aptidão para fazer. Eu, nesse caso, amo preparar tudo e se tivesse mais tempo, nem imaginam o que teria feito.





Teve um detalhe importante que só me dei conta as vésperas da festa. Faria um picnic, certo? As crianças ficariam a maior parte do tempo fora da casa. Então, além de todo o espaço preparado para os comes e bebes, para as brincadeiras, para organizar as lembrancinhas, também tive que pensar na hora do parabéns. Tudo bem que picnic traz o conceito de algo divertido, prático e sem frescura. Mas até então, não estava convencida de fazer bolo enroladinho no papel alumínio, de cantar parabéns em volta da toalha, após todos terem comido um tanto, deixado uma certa bagunça por lá. Também daria trabalho tirar tudo, reorganizar a toalha para o momento do parabéns. E não cantar... acho que não seria bacana. Então, também organizei a mesa da cozinha somente para a hora dos parabéns. Fiz isso pensando no dia, na temperatura elevada para levar um bolo de chocolate para fora da casa. Deu certo, apesar de ter sido um pouco tumultuado todas as crianças em volta da mesa.

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Pausa para as dobras





Realmente uma pausa para todas as dobras. Não basta só um banho, só uma secada rápida... Tenho que ir dobrinha por dobrinha.

Enquanto isso as pessoas perguntam: Isso é só leite do peito?

Simmm! Simmmm!, respondo.

Por que, por que não pode ser assim saudável, gorducho, gostoso?

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Agora, 5 anos! Tantas mudanças...



Como falar da festa de aniversário, contar tudo que planejei, preparei e fiz para que o dia 28 de junho fosse mais que especial, sem antes deixar registrado sobre o autor principal. Dia 28 de junho, dia que meu filho Felipe fez 5 anos de idade. E assim como os últimos dias voaram e nem consegui escrever para sobre ele, o tempo passou rápido demais, no qual meu filho tem mais tempo de vida aqui, praticamente um alemãozinho, já que mudamos para cá quando tinha somente 1 ano e meio.

Foram 3 anos e meio! 3 anos e meio de muitas mudanças, mas jamais esquecerei o tempo que vivi ao seu lado, Felipe, antes de morarmos aqui, o quanto fui somente sua mãe, o quanto até pouco tempo atrás era tão dependente de mim. 

Hoje você tem, te dei dois irmãos! Mesmo sem você querer é o exemplo para eles, mostra-se tão independente, sabido de como as coisas funcionam, amigo, companheiro de todos nós. Tem um tanto da sua personalidade, mas você é encantador e nos comove com tamanho sensibilidade que há nesse jeito de ser, nesse coração. Tão carinhoso, identifica sempre meus sentimentos, faz questão de me ver bem. Se porventura percebe algo diferente, logo quer saber, ajudar e ficar ao meu lado para dar todo apoio do mundo. Impossível esconder um acontecimento, um sentimento atravessado, um soluço engasgado.

Podem dizer o que for, que você se parece fisicamente com seu pai. Verdade! Sempre achei isso desde o dia que você nasceu. Afinal, de vocês três quem mesmo se parece comigo? O que sei é que você pode não parecer fisicamente, mas identifico tanto do meu jeito em você, mesmo sendo pequenos defeitos (que aos meus olhos são grandes qualidades), divirto-me, admiro e amo demais tudo isso. O jeito que acorda, as cismas de como certas coisas devem acontecer, a imitação diária da maneira como falo e lido com as inúmeras situações em casa e com seus irmãos.

Sou muito mais feliz, porque tenho você! Agora, 5 anos tantas mudanças aconteceram, estão em processo, um turbilhão de sentimentos bons e preocupações caminham diariamente junto comigo. Nossa, como que pode o tempo passar assim... 

Hoje fico admirando seu jeito, como você cresceu. Não canso de brincar, falar com seu pai sobre suas longas pernas, parecendo mais de uma girafa. Muito mais ágil, brinca com desenvoltura no jardim dirigindo os carros, andando de bicicleta. Foi de uma hora para outra que com a maior segurança começou a andar de bicicleta sem rodinhas. Precisou apenas de um dia, de um apoio, de uma mão ao seu lado. 

Aquela criança que antes falava apenas algumas palavras e frases, hoje argumenta e conta as mais diversas histórias para nós. Ora mostra-se enciumado com seus irmãos, ora mostra-se tão crescido, o mais velho da casa, compreendendo o espaço garantido que tem na nossa família. 

Se antes precisava de apoio, da nossa presença o tempo todo para brincar; hoje já escolhe suas brincadeiras, ensina como tudo funciona para seu irmão e mostra-se o maior companheiro. De uma hora para outra, os interesses estão mudando, os brinquedos também. Hoje é capaz de passar um bom tempo montando puzzle (quebra-cabeça), lego e ouvir a leitura de uma história longa, muito longa. Uma interação, uma concentração!

Mas sabe o que mais me admira em você? É que não é por acaso que nasceu e faz parte da nossa família. Você realmente tem o seu espaço e deixa suas marcas em todos nós. Apresenta um jeito de ser tão único, especial que cativa e nos une ainda mais. Vê-lo brincando com o Thomas é minha maior alegria e sei que se por acaso acontece algo, se faz algo de ruim para ele, logo se arrepende, pois seu coração é bom demais. Você é sensível e muito carinhoso! 

Com o Lucas então, amo vê-los trocando olhares, conversando entre si. Parece que já se conheciam.

Filho, 5 anos! Assim como seu padrinho diz: "- Meu... agora você já enche uma mão! Assim ohhhh (mostrando os cinco dedos)". Parabéns! Que sejam grandes suas conquistas, já que minha maior foi tê-los em minha vida. Você e seus irmãos... Obrigada! Só tenho a agradecer!

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Imprevistos e hora marcada


Quem viu o post de ontem pensou: “Ah, a Celi ainda está viva! Voltou a postar no blog! Não desistiu! Estava apenas curtindo o verão!” Tudo isso não é totalmente verdade. Voltei sim, após uma semana distante da internet, dos blogs das amigas e principalmente do meu quase querido diário. Por sinal, agradeço as amigas que se preocuparam comigo e escreveram mensagens tão carinhosas. Tão gostoso saber quando fazemos falta de alguma maneira.

Mas a verdade é que após mãe de três, com um filho agora de 5 anos, outro de 2 anos e um de 2 meses e meio a minha vida mudou, mudou muito. Respirar! Pra que? Sentar um tanto no sofá! Por que? Tenho tanto para fazer.... para aprender como mãe de três. Nem imaginam!

Fora toda a cobrança de querer se fazer presente o tempo todo, de dar toda a atenção do mundo igualmente para os três. Um desafio diário! Estou me organizando com o tempo, com minhas inúmeras listas, driblando as inúmeras tarefas e conciliando na medida do possível o ser mãe, esposa, dona de casa e a própria Celi, com seus desejos e necessidades. Mas a cobrança é minha maior amiga, já que preciso muitas vezes abrir mão de passar roupa, para brincar com meu filho; tomar banho quase 10 horas da noite, após ter colocado todos na cama, ter dado de mamar para o Lucas; deixar a louça na máquina de lavar por um tempo maior, para escrever no blog. 

Mas como se não bastassem todas as tarefas e ajustes entre o que realmente é necessário ser feito, o que é prioridade no momento e me faz bem, tem os imprevistos diários. Imprevistos que fazem com que aprenda a ter jogo de cintura, a agir rápido, deixando de lado o que estava acostumada a fazer, considerando o politicamente correto para tudo dentro da rotina. 

E a gente aprende, ohhhhh se aprende a lidar com tudo isso. Uma questão de adaptação e os filhos entram na dança. Não tem como ser diferente quando você está sozinha tendo que conciliar entre buscar um filho na escola, depois o outro, o horário de mamada do terceiro. Quando você está dando banho nos maiores, enquanto o menor está chorando no carrinho. Quando você está amamentando e o outro filho está esperando no banheiro para você limpá-lo, quando dois estão disputando um brinquedo quase se pegando enquanto você está trocando a fralda do outro, quando você está colocando um para dormir e o outro começa a gritar.... Enfim, são inúmeros os imprevistos, no qual ou você se adapta ou você fica louca. Hora de priorizar, de realmente considerar o que é mais importante no momento.

Entre toda essa demanda ainda tem alguns acontecimentos extras que aparecem de repente, que tem data e hora marcada. Por exemplo: aniversário do filho. Já contei aqui o quanto estava em dúvida sobre fazer ou não uma festa para o Felipe. Não por ele, mas sim por conta de todo o trabalho e ter que fazer com as próprias mãos sozinha, sozinha. Por fim, contei que resolvi fazer e me empolguei de tal forma a ficar totalmente desconectada, a pensar somente em tudo que tinha para preparar. E que horas? Entre uma dormida e outra do Lucas, entre os filhos na escola, após todos estarem na cama. 

Foram duas semanas intensas de preparativos e de tarefas, no qual somente as listas, as listas me ajudaram a não me perder, a não esquecer tudo que tinha para fazer. Mas deu certo! Tudo aconteceu como esperava e valeu, valeu a pena todo meu investimento para lidar com os imprevistos, com o pouco tempo, com o cansaço. Pois ser mãe também é isso, envolver-se até o último para ver a alegria do filho... Não?

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Verão na Alemanha

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