A pequena vampira

Contexto: Volta às aulas. Thomas voltou para a escola na segunda-feira. Saiu animado junto com o pai, já que passeio é com ele mesmo. Chorou um pouco na hora da despedida e pronto. Ficou bem a manhã inteira. Terça-feira aconteceu tudo de novo, só que dessa vez eu que fui deixá-lo na escola. Chorou um tanto na despedida também e depois ficou bem.

Acontecimento: Na hora que fui buscá-lo vejo meu filho sentado no parque chorando e rapidamente indo para o colo da professora. A mesma tentou acalmá-lo. Quando me aproximei fiquei sabendo do pequeno empurrão que o colega havia acabado de dar. Realmente um pequeno empurrão e mais nada.
Quando olhei para o rosto do Thomas tinha uma marca na bochecha. Uma marca que parecia mais a impressão de uma bola de gude vermelha. Consegue imaginar o que aconteceu? Isso mesmo, Thomas levou a sua primeira mordida. Uma mordida que deixou uma marca considerável no rosto.

Causa: Não teve! Thomas estava brincando quando de repente a “pequena vampira” chegou e nhac.

Vítima: Na hora chorou muito! Não reagiu a situação. Foi um tremendo susto.

Culpada: Ficou muito triste pois levou uma “bronca”, a professora muito firme conversou com ela. Também chorou!

Professora: Ficou muito desconcertada na hora de contar para mim. Falou que foi tudo muito rápido e que realmente não deu tempo. Quando se aproximou já tinha acontecido. Relatou que a “pequena vampira” voltou das férias puxando o cabelo dos colegas, mordendo, empurrando e tudo mais. Que tem certas coisas que elas não conseguem prever, que certas coisas acontecem mesmo, por mais que cuidem.

Mãe da “pequena vampira”: Por coincidência também foi buscá-la no mesmo horário. A princípio sempre me cumprimentava, mas dessa vez mal conseguiu olhar para mim. Logo de início, não entendi muito bem quando falei “Hallo” e a mesma não respondeu, mas quando soube da história liguei os fatos e entendi um pouquinho aquela atitude. Vergonha? Chateada com a situação? Desconcertada? Triste? Brava?

Mãe da vítima: Engraçado viver esse acontecimento tendo outro papel. Enquanto professora presenciei algumas mordidas, algumas situações nas quais as crianças deixaram algumas marcas nas outras. Nunca gostei! Mas infelizmente acontecem e realmente muito rápido. Depende muito da situação, fazem muitas vezes como defesa, para agredir, para agradar, como demonstração de carinho, sei lá... Mas fazem! Dar a notícia para os pais sempre foi uma situação constrangedora, pois parece que não estávamos olhando, cuidando das crianças. É difícil para alguns pais entenderem a relação entre as crianças, as experiências com o próprio corpo ou até mesmo as atitudes do próprio filho.

Agora com esse ocorrido entendi um tanto do outro lado também, não só como professora, mas como mãe.

Logo de início deu um aperto no coração e bateu aquela tristeza. Olhava para a bochecha do Thomas, imaginava a situação. Fiquei realmente inconformada. Confesso que até passou um pingo de raiva. Como assim com o meu filho? Ele que é tão bonzinho. Que dificilmente empurra, cede na maioria das vezes. Apesar de saber que é genioso com o irmão, sei que na escola mostra-se muito tranqüilo. Por um instante pensei: Será que está se revelando? Colocando as manguinhas de fora? O que será que ele fez?

A verdade é que mãe sente, sente mesmo como se tivesse acontecido com ela. Sentimento, vai lá entender. Apesar de entender perfeitamente o ocorrido, pensei que ainda bem que ele foi a vítima, que não se transformou num pequeno vampiro. Talvez tenha sido melhor.

Você já viveu uma situação parecida? Quais sentimentos vieram à tona?

Em tempo: Passaram dois dias e a mãe da pequena vampira veio falar comigo. Pediu desculpas, contou sobre as atitudes da filha e mostrou interesse em ver o rosto do Thomas. 
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17 comentários:

Nivea Sorensen disse...

Ai que judiação, Celi. Também fui professora, e mesmo com aulas que duravam no máximo 40 min também passei por situações dessas. Tem pais que entende, mas tem outros que vou te falar, viu? Parece que a culpa é toda sua.
Espero que o Thomas esteja melhor. Aliás, Thomas sempre foi minha primeira opção de nome de menino quando engravidei. Optamos por Erik só porque Thomas é também o nome do meu sogro (e o segundo nome do meu marido), mas acho que se tiver um outro menino vou acabar usando o nome, tão lindo!
Um beijo

Carol Garcia disse...

tadiiinhooooo!
não somos insensíveis e podemos sentir raiva sim, mas uma raiva adulta que deve ser usada na medida certa para ensinar os filhos.
ensinar oq ue é respito e o que são limites.
depois a gente entende que pode acontecer. faz parte do processo de crescimento e descobertas.
e vamos respirando, aprendendo e levando. em momentos como mãe, outros como leoas, outros como professoras, vítimas opu não.

bjocas

Unknown disse...

Nossa como dá uma peninha deles, mas eu vou te dizer que eu tinha esse problema em casa, os meninos sempre se mordiam desde bebês as vezes estavam na minha frente e eu não conseguia separar antes da mordida. Mas ainda bem que são fases e passou, ah mas demorou foi no início do ano que pararam as mordidas!!!!
Bjos
Ana
www.amaedosgmeos.blogspot.com

Nave Mamãe disse...

Ai que dó Celi!
Dó mesmo!
Mas não vivi ainda - e espero nunca viver- não sei o que pensaria, o que faria...
Criança é assim né? Algumas tem mesmo essa vocação pro vampirismo!
Beijos

Paula disse...

O dóó eu ia ficar assim como vc muito chateada, pensando q eu nao o protegi. A gente sabe q acontece mas o q nao entendo da historia é a reacao da mae da menina. Porque nao pedir desculpa, ela piorou a situacao na minha opiniao coma atitude. Melhor o Thomas ficar longe da tal vampirinha hehhe. Beijos na bochecha mordida!

Dani Cassar disse...

Ai que dozinha, uma vez fui buscar meu sobrinho menor na escolinha e la tbm tinha um vampirinho, fiquei com o coracao partido!!! Ainda mais qd as vitimas nao boazinhas...mas acontece! E tomara que nao aconteca novamente =)

Bjos

Anônimo disse...

Aii Celi que dó..
O meu filho era o inverso normalmente ele quem mordia as outras crianças, e eu morria de vergonha.
Mas tudo é fase e essa passou rapidinha.
Bjos

Larissa Xavier disse...

tadinho, olha por enquanto Giovanna naum vai pra escola e ainda é pitica, mais qdo chegar minha hora nem quero ver como reagir, espero ter calma e entender q essas coisas infelizmente acontecem nas melhores familias :S

Sarah disse...

Bento já foi mordido sim na escolinha. Uma vez quando era mais bebezico, nem andava, e outra poucos meses atrás. Essa segunda vez foi pior, ficou um roxinho na perninha... E a professora veio falar comigo também desconcertada, pedindo desculpas...
Não tem mesmo como evitar, sempre há uma criança que morde, pelos mais variados motivos (ou sem motivo nenhum!). Mas que dá peninha dá...
bjos!
Sarah
http://maedobento.blogspot.com/

Ana disse...

Nossa Celi, meu filho que está agora com 8 anos quando era mordido ou qq outra coisa, eu quase morrrria. Não entendia, ficava totalmente revoltada. Claro meu revoltada quer dizer apenas que eu sofria muito, e o máximo que fazia era me inteirar da situação. Até hoje ele não é de reagir, e pelo que tenho acompanhado as crianças da idade dele (meninos)estão muito agressivos. Aliás essa informação veio da propria terapeuta dele.
Eu nunca aceitei agressão física e pra mim é realmente dificil lidar com isso.
Sei que os pequenos utilizam a mordida por diversos motivos, sei que passa, mas claro pimenta nos olhos dos outros é refresco!
Beijo!

Unknown disse...

Tadinho Celi!!! Minha filha mais velha quando era menor, tinha uns três anos, foi mordida por uma coleguinha. Claro que fiquei chateada com a situação, morri de pena de minha filha, mas não consegui sentir raiva da menina, ou da mãe dela, sei lá. Eu acho que os nossos próprios filhos acabam se resolvendo, aprendendo o que é certo e errado, enfrentando a situação, acredito que é algo natural. Não morder ou bater. Mas lidar com isso. Sempre vai ter um que vai fazer, entende? A gente é que sofre...!


Bjos!

Adri Portella disse...

Éh....a primeira mordida a mãe nunca esquece.....Tadico....mas, como você mesma disse, acontece. Acho que está é uma das vantagens de sermos professoras. Entendemos um pouco melhor este universo e sabemos compreender, apesar do aperto no coração. Uma vez me disseram que se passar manteiga sai logo....sei lá se funciona, mas....hehehe
Bjs

Sandra Kautto disse...

Que dó desse bebê fofo!!! Menina eu não sei como iria reagir diante de algo assim. Sei que isso acontece com muito mais frequência do que imaginamos, mas acho que ia rolar uma raivinha básica da minha parte...

Beijos pra vocês!

Priscila Quaquio disse...

Thomas lindo, tadinho! Já sei, acho q ela achou ele tão fofo, mas tão fofo com essas bochechas lindas e resolveu dar uma mordidinha...vai falar q vc não tem vontade ? rsrsrs Ela não passou vontade não! =P
Olha eu vivi uma situação parecida sim, fui mordida por uma prima hahahahaha! Ela "garrou" em mim e não soltava de jeito nenhum, fiquei assim q nem o Thomas, senti raiva, muita raiva aaa e dor!! Ai Celi, nem sei o q dizer, meu bebe é tao pequenininho q nem posso imaginar, acho q ia ficar chateada sim, tenta conversar com ele, entender o que aconteceu!...
O livro q estou lendo é aqueles q temos q ler de mente aberta sabe!? Faz pensar...Chama-se Nossos filhos são espíritos do Herminio C. Miranda, se te interessar e não achar por ai, me fala que te envio!...Beijos

Cíntia disse...

Celi, ainda não vivi experiência parecida. Tampouco posso imaginar minha reaçao, meus sentimentos, meu autocontrole... enfim... É bom ficar preparada! Eu queria saber se vc recebeu o meu email. Beijo

Rachel disse...

Olá, vez ou outra passo aqui e dessa vez me identifiquei bem! Meu David, ainda com uns 8 ou 9 meses chegou mordido em casa, no bracinho. Eu não vi na creche, mas quando cheguei em casa. Estava na agenda. Fiquei super chateada, imaginei a dorzinha que ele sentiu. Mas minha mãe é professora... e eu imagino que não seja simples cuidar de crianças tão imprevisíveis nessa idade. O fato é que se repetiu. E eu tive que então reclamar. A escola disse que havia uma criança com a "oralidade aguçada" eque isso estava sendo trabalhado com a família e na escola. Nunca mais aconteceu, mas meu marido ficou super revoltado. É chato mesmo, mas infelizmente, acontece. Eu sei que nós mães vamos lembrar, mas eles, os pequenos, com certeza esquecem rapidinho!! Um beijo!!!

Babi Alves disse...

awn tadinho, bem como não sou mãe não tenho uma história pra contar até porque não me lembro se isso aconteceu comigo mas na certa eu acho que ja fui vampira também ('risos')
Te espero no meu blog http://www.arockerdream.tk/

Beijos @babialves_