Quase bateu na minha porta

Tudo começou quando falei que fiz Pedagogia e que trabalhei sempre com crianças. Num certo dia ao deixar o Thomas no Kinderkrippe (Berçário) conversei com a Leitung (coordenadora) e falei do meu interesse futuro de voltar para minha área de trabalho. Mas falei da boca pra fora deixando claro que no futuro, quando meus filhos estivessem maiores, pelo menos o Lucas e, também quando meu alemão estivesse melhor, num nível mais avançado.

Conversa vem e vai e a mesma sugeriu que organizasse todos meus papéis: históricos escolares, diploma, currículo e também sugeriu que trouxesse do Brasil todas as cartas de referência das escolas que trabalhei. Aqui as cartas de referência contam bastante.

Fui para o Brasil, solicitei as cartas de referência, no qual recebi de todas as escolas. Me emocionei, li, chorei e apertou meu coração. Deu uma tristeza pensar que fechei o tempo no Brasil, nas respectivas escolas que recebi as cartas. Talvez não as portas, mas o tempo, o ciclo... 

Voltei e guardei com carinho todas as cartas numa pasta, para uma futura tradução. 

Passou um mês, talvez dois e num belo dia ao buscar o Thomas na escola disseram que a coordenadora gostaria de conversar comigo. Logo pensei que seria a respeito do meu filho, fiquei curiosa e ao mesmo tempo preocupada. 

Encontrei no dia seguinte com a coordenadora, no qual perguntou imediatamente se trouxe do Brasil todos os documentos que precisava para iniciar a equivalência dos estudos na Alemanha. Ao responder positivamente solicitou que pedisse a tradução do histórico escolar da faculdade, do Ensino Médio, o currículo e tudo mais. Falou que tinha interesse em me contratar como professora (Erzieherin). Fiquei feliz da vida e, ao mesmo tempo, preocupada! Feliz pela oportunidade, preocupada com o momento da minha vida.

Foi uma burocracia e tanto. Demorou, demorou muito esse processo entre tradução e análise dos documentos. O sistema de ensino é diferente e por isso foi difícil terem uma posição imediata sobre a minha formação, sobre a experiência que apresentei através do currículo.

Precisei além do currículo, das traduções dos históricos escolares, apresentar uma tabela mostrando o sistema de ensino no Brasil e os respectivos anos (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Universidade). Ainda bem que uma querida amiga (né Bruna?) deu a ideia de apresentar esse documento, caso contrário não seria tão simples, não teria conseguido a equivalência como professora, sem precisar cursar nenhum ano, nenhuma matéria.

Ufa... depois de alguns meses deu certo! Consegui! Estava tudo organizado para começar a trabalhar. No entanto, a princípio havia pensado em algo para o futuro, depois de um, dois anos. O que aconteceu?

A oportunidade chegou... Queriam me contratar, contratar de verdade, com documentação, registro e tudo que tenho direito. Mas para ontem, afinal entrariam mais algumas crianças na escola do Thomas (Kinderkrippe – berçário) e era o momento, a necessidade era maior. 

Difícil decisão! Aceitaria de imediato tendo que fazer a adaptação do Lucas com 1 ano e 1 mês ou perderia essa oportunidade considerando que não falo alemão fluente, que na cidade onde moro além desse berçário há apenas mais um Kindergarten (Jardim da Infãncia). 

Abriram totalmente as portas para mim! De um lado o peso de poder ficar mais um tempo com meu filho Lucas em casa (pelo menos até completar 1 ano e meio), de ter um tempo só para mim, para fazer o que bem quissesse, estudar, cuidar da casa, enfim, dar uma desacelerada após uma gravidez, depois outra. Por outro a oportunidade de voltar para minha área, de começar a trabalhar, ter uma vida social, contato com outras pessoas, conhecer mais sobre o sistema de ensino na Alemanha, falar alemão, sentir-se obrigada a falar e correr atrás das dúvidas.

Pensei, pesei, conversei com o marido, com minha mãe, com algumas amigas que vivem fora do país e tomei a decisão: Comecei a trabalhar na escola dos meus filhos. Já faz um tempo que estou trabalhando no Kinderkrippe (berçário).

Você que me conhece consegue imaginar isso? Eu, com três filhos, casa, marido, vivendo em outro país - apenas 4 anos, sem falar alemão fluente trabalhando com crianças de 1 a 3 anos de idade... Isso está acontecendo! De verdade!!!

Estou num momento de transição, numa outra rotina, no qual trabalho apenas meio período, 3 a 4 dias na semana, um tanto feliz, um tanto inquieta, sonhadora, preocupada, pensativa, ora arrependida, ora agradecendo... 

Mas volto assim que der para contar como tem sido tudo após essa grande oportunidade.
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A festa de 6 anos: um dos motivos do meu sumiço

Hoje faz exatamente uma semana que meu filho Felipe fez 6 anos de idade! Foi uma data especial e uma semana muito importante para todos nós, pois tivemos um compromisso atrás do outro. Isso acontece com maior freqüência no verão, no qual o clima possibilita um tanto de afazeres, passeios e diversões. Então, não tem como não ficar ausente. Aproveitamos mesmo para viver o que há de bom do lado de fora.

Saudades de vocês! Saudades desse espaço tão importante para mim. Um lugar no qual realizo uma troca com cada uma de vocês, no qual minha família e amigos acompanham um tanto dos acontecimentos. Será que vocês ainda gostam de mim? Ainda perdoam que não visitei mais o blog de vocês? Voltarei sim.. em breve... Ando curiosa para me atualizar nos blogs das amigas queridas e mais que queridas (Gabi, Cíntia, Dani, Carol G., Dayane, Alê e Ro, Laiz, Ana G., Ingrid, Myriam, Carolina, Karen, Sandra, Carol D. entre outras).

Estive muito, mas muito ocupada. Tenho vários motivos que justificam minha ausência, mas o mais divertido e que me envolvi demais foi a festa de 6 anos para o Felipe. Uma festa de Pirata, no qual planejei com bastante antecedência. No entanto, por mais que haja antecedência, rascunhos dos desejos e tarefas sempre ficam várias coisas para a última hora. Foi corrido, na véspera fui dormir super tarde, mas valeu, valeu muito pelo resultado e principalmente por ver a felicidade do Felipe quando viu a mesa, quando fizemos as brincadeiras e tudo mais.



 Antes de contar sobre a festa quero registrar algo breve para o Felipe, porém que transborda de sentimentos. Felipe querido, meu filho, menino pirata, você completou 6 anos de idade. Agora, é um menino pra lá de crescido, que mostra-se tão independente, que em breve estará no 1º ano, na escola. Estou muito feliz por você! Por todas as suas conquistas aqui na Alemanha, ao lado da sua família.
Preparei essa festa de coração e fiz tudo especialmente para você! Talvez tenha feito um tanto a mais, pois esse é o meu jeito de ser. Algumas vezes exagerada e perfeccionista demais! Não somos tão perfeitos assim, não é mesmo? Um dia entenderá tudo isso. O importante é que te amo e desejo que seja muito, mas muito feliz. Isso é o que mais desejo... o que mais quero na minha vida... que meus filhos sintam-se realizados, amados e queridos. Muitos beijos!



Adorei a mesa e a decoração! Dessa vez calculei bem o tempo e terminei tudo assim que tocou a campainha, quando o primeiro colega do Felipe chegou... Isso mesmo, incrível, pois não parei até o último minuto. Também quem mandou me empolgar, inventar moda e pedir tantas coisas lindas para as queridíssimas Carol e Érika do Ideias e Afins.

Assim como na festa do ano passado, contei com a ajuda de uma costureira para finalizar minhas ideias. Além disso, lógico que o papai Boris ajudou muito e também a nossa visita, a sogra, a avó que veio diretamente do Brasil para passar duas semanas conosco. Agradeço imensamente vocês e também a queridíssima amiga e comadre Leila que criou a história e desenhos do livro para a lembrancinha.



As ideias para a festa, mesa, decoração e brincadeiras foram pesquisadas na internet. Além disso, contei com a ajuda e troquei muito com as meninas do Ideias e Afins. Caso não conheça o trabalho delas, vale muito a pena. Não estou patrocinando, mas indico de olhos fechados.

Logo na entrada as crianças receberam uma bandana. A ideia era mesmo que entrassem no clima do tema da festa. Todas toparam e ficou tudo muito bom.



Decoração: Fantasias de pirata, apetrechos e barcos de papel com moedas de chocolates, passas...



Logo que todos chegaram fizemos uma roda para o Felipe abrir os presentes, agradecer e matar a curiosidade dos colegas. Como não tinha muitas crianças deu certo, não foi algo chato, ainda mais que Felipe girava uma garrafa para ver quem seria o escolhido para dar o presente. Também contou com a ajuda do colega mais velho que leu os cartões.



Alguns apetrechos (Ideias e Afins) para um momento de diversão. As crianças brincaram, fizeram caras e bocas e tiramos muitas fotos de todos juntos!



Entraram no clima... Não acham?



Em seguida, tivemos os momentos das brincadeiras! Entre elas: cabo de guerra, com tecidos e bolas, com o tecido: gato e rato, acerte o alvo, Bola na Lata, caixa de areia, entre outras.



 As crianças brincaram bastante, mas também desejaram com animação sentarem na mesa que preparei para elas.



Foi uma delícia, pois curtiram esse momento! Não estavam interessadas em terminarem logo para brincarem. Ficaram sentadas por um bom tempo comendo, conversando... pareciam até gente grande! 



Também digo com a boca cheia d'água, pois os muffins ficaram divinos. Experimentei receitas novas e foram aprovadas!



Bretzel - um pão conhecido e querido pelas crianças na Alemanha

Lógico que toda a decoração deu um toque especial.



Falei no último post que me despedi do brigadeiro, porém o beijinho foi pedido do marido. Beijinho de colher e nem tão querido assim pelas crianças.



O que será que tinha nessas caixinhas simpáticas? Um mimo! Bolachinhas caseiras nos formatos de papagaio, âncora, enfim, relacionadas ao tema da festa.



Algo que as crianças adoram e estão acostumadas a comerem... pimentão de várias cores e pepino.



O tão querido cachorro quente! Würst, salsicha, lingüiça, chamem como preferir, é o que os pequenos alemães adoram!



Espetinhos divertidos (tomate cereja, mussarela de búfala e gelbwurst - uma espécie de salame, algo parecido). Também é muito apreciado pelas crianças.



Tubetes que alegram qualquer criança. Tubetes com os tão conhecidos Gummibärchen (ursinhos).



A hora tão esperada... cantar em alemão e depois em português. Pudemos ainda contar e ter uma surpresa com a música cantada e desejos realizados pela vovó Ingrid. Foi um momento emocionante para mim! Marcou, pois foram votos vindos do coração, tão singelos...



Logo depois da comilança aconteceu o que é esperado por todos numa festa de pirata.



Um dos grandes tesouros: saquinho com uma bolacha especial com embalagem de pirata.



Um outro tesouro: balas gelatinosas (tipo Gummibärchen) em formato de moedas.



Para finalizar a lembrancinha! Uma sacola especial e feita também pelas meninas do Ideias e Afins. Contendo.....



Um livro criado por uma amiga: um presente para o Felipe, no qual a história tinha o personagem com o nome dele. Adesivos do tema e um pequeno bloco de desenho.



Por fim não poderia deixar de registrar a família... todos juntos! Algo que quando temos crianças pequenas é muito difícil de conciliar, fazer, pois cada hora um deseja fazer uma coisa. Uma pose, um click não é tão simples assim, mas aqui está uma foto tirada no final da festa.

Até breve! Assim espero...
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