No saco da cegonha

Um diferencial aqui na Alemanha e em outros países da Europa é o fato da grávida ter o acompanhamento de uma Hebamme (enfermeira). Pode ser desde o pré natal até o pós parto, enquanto a mãe estiver amamentando.

Na Clínica, assim que o bebê nasce uma das Hebammes dá uma lista de possíveis contatos de enfermeiras que moram perto da família. Elas incentivam que tenhamos alguém pelo menos nas primeiras oito semanas do bebê.  

É interessante, pois sabemos que há inúmeras questões quando se trata dos cuidados de um recém nascido e ao invés de querermos uma consulta semanal, quinzenal no pediatra para tirarmos dúvidas simples ou mesmo para termos um acompanhamento do desenvolvimento do bebê, temos uma enfermeira que acompanha com certa freqüência os marcos dos primeiros meses. 

Em relação a freqüência é muito particular e depende do interesse e necessidade de cada mãe. É um direito de cada família, já que os planos de saúde cobrem os custos.

A Hebamme ajuda na questão da amamentação, observa se o umbigo está em ordem, tira dúvidas em relação a alimentação, na passagem para alimentos sólidos, ao desmame, em relação as incertezas nessa nova situação vivida pela mãe e desenvolvimento do bebê de modo geral. Também acompanha e orienta a mãe na questão da recuperação pós parto (caso tenha sido uma cesárea), aos movimentos e atividades específicas (aulas) para voltar em forma.

Quando Thomas nasceu logo tivemos a presença de uma Hebamme. Não foram muitos encontros. Lembro de ter solicitado a visita nas primeiras semanas e antes de introduzir os alimentos sólidos. 

No início, temos toda a preocupação em relação ao aumento de peso, a amamentação, o umbigo e, muitas vezes, o banho. Lembro de orientar tudo da melhor maneira possível; além do mais outra cultura, outros hábitos até nos cuidados com os recém nascidos.

Agora que o Lucas nasceu novamente fomos incentivados a chamarmos uma Hebamme. Entramos em contato com a antiga, já conhecida e está sendo muito bom. Você pode pensar que é uma besteira, já que estou no terceiro filho. Porém te digo que não, pois além de todas as vantagens em relação a segurança que passa a respeito do desenvolvimento dele, a mesma além de simpática demais, esclarece todas as dúvidas que tenho, mesmo que sejam as mais simples.

Na verdade, é bom ter alguém para conversar, alguém que dá um retorno para você sobre o desenvolvimento do bebê, sobre o jeito de ser e lidar com os inúmeros imprevistos do dia a dia.

Tem aspectos do cuidar de um recém nascido que são muito diferentes da maneira que aprendi no Brasil.

* Umbigo: No Brasil aconselha-se passar o álcool 70 % e limpar com cotonete. Aqui apenas fazemos um curativo com gaze e trocamos diariamente. Falam para não darmos banho no bebê enquanto o umbigo não cair, caso contrário a umidade pode fazer com que haja infecções. Foi uma surpresa, pois banho é fundamental, já falei sobre isso aqui. No entanto, respeitei e segui a sugestão da Clínica e, posteriormente, da Hebamme.

*Para dormir: Aconselham-se a não usarmos cobertas, mantas, apenas os chamados sacos de dormir, no qual o bebê fica dentro e não há perigo de cobrir o rosto.
Também há possibilidade de dormirem enrolados na manta, assim como faziam antigamente com os chamados cueiros.

*Banho: Costumam usar sabonete líquido na água e não diretamente no bebê. Sugerem para darmos o banho após a mamada, uma forma de ficarem mais tranqüilos e não chorarem. Além disso, enquanto recém nascido falam que não há necessidade de virarmos o bebê na banheira deixando-o de costas para nós. Para o rosto e cabelo costuma-se usar uma espécie de luva atoalhada.

A freqüência do banho deve ser de duas a três vezes na semana, já que o bebê permanece boa parte do tempo em casa. Também para a proteção, pois a água resseca muito a pele. Por enquanto até pode ser, mas não sou a favor disso. O banho relaxa, renova, limpa...

Enfim, um lugar com hábitos diferentes.

Está sendo muito bom tê-la por perto do meu bebê. Um acompanhamento que tranqüiliza qualquer mãe ao tirar as dúvidas, já que tem aspectos em comum, que sabemos a partir do primeiro filho e jamais esquecemos. Mas cada bebê é único e os questionamentos são inevitáveis... A vontade de conversar também...

Acho o máximo essa balança que parece mais o saco da cegonha...

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Relato do parto - O GRANDE ENCONTRO



Chegou o dia dos irmãos se encontrarem, se conhecerem... Estávamos ansiosos por esse momento, pois uma coisa é terem acompanhado mês a mês a gestação, no qual contávamos das consultas, dávamos notícias do Lucas, observavam a decoração do quarto, a organização das roupas; outra coisa é realmente entenderem, visualizarem e conviverem com o mais novo bebê da casa, com o irmão.

Para Felipe tudo pareceu mais tranqüilo, praticamente com 4 anos e 9 meses, compreende e mostra-se mais cuidadoso, o que é muito diferente para o pequeno Thomas, no qual não sabia realmente o que estava acontecendo comigo, com minha barriga, com o Lucas, bebê ou coruja

Por isso a vontade imensa de vê-los entrando no quarto da clínica, de observar a reação de cada um ao se depararem com o pequeno Lucas. E realmente foi emocionante e de encher os olhos de lágrimas. Tantos pensamentos nesse momento. Nem imaginam... Quanto agradecimento!

Estava no quarto com o Lucas e com uma amiga que foi me visitar quando de repente o marido abre a porta e vejo Felipe e Thomas. Foi um momento mágico e inesquecível estar com o Lucas ao lado e ver meus dois meninos lindos, calmos, com olhares atentos a qualquer movimento, acontecimento ou encontro olharem para mim, melhor; para o Lucas.

Vieram em minha direção, me deram beijos e logo se aproximaram do berço. Olhavam, olhavam! Felipe logo disse: “- Mas mamãe ele está de olhos fechados! Está dormindo!”; enquanto Thomas olhou para o Lucas, olhou para minha barriga, olhou para mim. Somente depois disse “- Luca! Luca!” (apontando para o irmão)

Fiquei muito comovida nesse encontro, além de estar mais sensível nesse período todo, pois até então tinha apenas dois filhos, cujo mais novo e “bebê” até então era o Thomas. Como de repente tem outro bebê, que requer mais e mais cuidados do que o Thomas. Cada qual, cada fase! Mas difícil, difícil mesmo foi olhar para o Thomas e ver a reação dele, a expressão e comunicação apenas com o olhar.

Digo isso, pois Thomas sempre está sorrindo, muito alegre e de repente parecia que havia perdido algo, seu olhar estava estático, sem entender o que realmente estava acontecendo. Foi uma mistura de sentimentos, de agito, de querer chamar atenção e ficar no meu colo. Fiz, fiz tudo que pude no momento! Peguei no colo, falei que estava com muitas saudades, beijei, dei muito carinho para os dois. Mas mal sabia que estava só no começo desse grande encontro e que muita coisa estava por vir... 

Logo se despediram, mesmo desejando permanecerem na clínica e dormirem comigo. Voltaram no domingo e foram trocas de olhares, uma observação constante, o desejo de ver o Lucas de olhos abertos, a vontade de pegá-lo no colo. Animador de ver, preocupante ao mesmo tempo...


Felipe está desse jeitinho que vocês estão vendo na foto acima: Irmão mais velho, cuidadoso, preocupado, carinhoso, companheiro, amigo e feliz. 

O tempo passou! Me lembro como se fosse ontem do dia que cheguei em casa com o Thomas. Tudo foi muito, mas muito diferente! Afinal, Felipe tinha quase três anos de idade. Foi muito ciúmes, foi um querer a mãe só pra ele.

Agora, tudo muito diferente! Tão crescido meu menino! Cada dia aparece com uma fala mais surpreendente que a outra. Um orgulho danado, um coração apertado, uma felicidade sem fim.

É lindo! Lindo mesmo de ver o Felipe se aproximando do carrinho, dizendo ora em alemão, ora em português:

“- Lucas, você dormiu bem?”
“- Lucas você está acordado!”
“- Mamãe, estou aqui do lado do Lucas para fazer companhia para ele!”
“- Mamãe, não precisa fechar a porta? Você acha que o Lucas não sentirá frio?”
“- Posso pegar ele no colo!”
“- Quero que ele segure meu dedo!”
“- Lucas, você está com os olhos abertos!”
“- Mamãe eu não vou brigar com o Lucas, só com o Thomas...”
“- Vou brincar muito com o Lucas!”
"- Tchau Lucas vou para o Kindergarten!"

Será um belo irmão, companheiro e amigo. Será um ótimo ajudante, já está sendo... Agora, quero cuidar, cuidar muito, pois Felipe tem apenas 4 anos e 9 meses, ainda é uma criança e deve ser tratada como tal. Não quero que sinta que é o irmão mais velho, que requer o tempo todo de bons exemplos, de uma postura de irmão, de super ajudante... afinal, é uma criança! Requer tanta atenção assim como o Lucas e o Thomas.


Thomas está com esse olhar... Observando as atitudes do Lucas e principalmente dos pais. Tudo muito novo para ele. Ainda não entende perfeitamente tudo que está acontecendo a sua volta, porém mostra que tem personalidade forte, muito genioso não quer saber de ver o Lucas no meu colo. 

Que difícil! Tem hora que dá um aperto no coração, pois se por um lado tenho o Lucas no meu colo, vejo o desejo do Thomas de também estar ao mesmo tempo, igualzinho o irmão. Tenho colocado do lado, ora junto com o Lucas no colo, ora explico que está mamando e que precisa esperar. Agora a espera para um criança de 2 anos e 1 mês, o que é isso? Cadê a compreensão? Acho realmente que é pedir demais, mas aos pouquinhos um aprendizado importante e necessário. 

Percebemos que realmente faz mil e uma para me desafiar, para chamar a atenção. Uma carência sem fim e olha que fazemos de tudo um pouco. Por exemplo, de uma hora pra outra começou a acordar às 6h da manhã e ver o Lucas mamando ou no meu colo. Sabe que faz? Abre o berreiro. Aperta muito, mas muito o coração! Então, tenho me organizado para nesse momento dar somente o colo para ele. Difícil tarefa e o pai entra na dança.

O que tem me deixado impressionada é a animação que vai em direção ao carrinho do Thomas para balançar, melhor chacoalhar muito, com força, com uma vontade enorme. Nessa hora tenho sido muito firme dizendo que não pode fazer isso. Limite e carinho ao mesmo tempo. Muito difícil conciliar e saber a hora certa de tudo. 

Mas de modo geral, está reagindo bem. Tudo isso já era esperado! Já passei por um tanto quando tive o Thomas. Vamos conciliando, fazendo inúmeras tentativas, dando o carinho e amor que tanto precisam, que tanto desejam.

E eu como mãe de três estou aprendendo... estou amando intensamente meus três meninos. Aproveitando cada minuto que estou com cada um deles, para me entregar totalmente, para sentirem o quanto são desejados e amados. Para saberem como será bom ter um, dois irmãos...

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Boas Vindas

Um presente, um carinho a distância de uma grande amiga...

Uma música na história do meu pequeno. Boas vindas ao Lucas, a vida...

Gostei muito! Não tinha como não registrar por aqui esse presente e a nossa amizade!!!!

Aproveite também, relaxe uns minutos e curta a música. Já conhecia? Gostou?



Boas Vindas
Caetano Veloso

Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E a mãe do seu irmão
Minha mãe e eu
Meus irmãos e eu
E os pais da sua mãe
E a irmã da sua mãe
Lhe damos as boas-vindas
Boas-vindas, boas-vindas
Venha conhecer a vida
Eu digo que ela é gostosa
Tem o sol e tem a lua
Tem o medo e tem a rosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a noite e tem o dia
A poesia e tem a prosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a morte e tem o amor
E tem o mote e tem a glosa
Eu digo que ela é gostosa
Eu digo que ela é gostosa
Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E o irmão da sua mãe

Obrigada Guuuunga!!!! Minha amiga...
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Relato do parto - O MOMENTO

Sábado, dia 14/04, às 5h30 acordei. Logo olhei no meu celular para ver que horas eram, caminhei até o banheiro pensando que estava sentindo uma pressão na bexiga, uma vontade imensa de fazer xixi. Fiz, fiz muito xixi e depois fui até a cozinha tomar água. Junto comigo a dor permanecia, como se fosse uma pressão na virília, a sensação de uma bexiga cheia, explodindo. Realmente eu estava...

No entanto, pensei que já havia feito xixi, que algo a mais estava acontecendo. Então, deparei-me com minha mãe acordada na sala. Contei para ela que logo falou que as contrações estariam a caminho, que deveria ficar quieta, tranqüila. Que deveria relaxar, deitar. Mas como? Com dor! Com incomodo e preocupação...

Fui ao banheiro novamente, tentei fazer mais xixi a fim de aliviar a dor, pois nessas últimas semanas dormia, acordava de vez em quando para fazer xixi, mas sem forças, ou excesso de cansaço virava para o outro lado e dormia novamente. Então, conclui que pudesse ser xixi em grande quantidade, mas a dor continuava, tornando-se mais intensa, fazendo com que tivesse pequenas e rápidas paradas e travadas no corredor.

Rapidamente acordei o marido, que a princípio não me deu muita trela, apenas perguntou se eram contrações, fez um Tá Bom! e virou para o outro lado. Como as dores insistiam, comecei a olhar no relógio para perceber de quanto em quanto tempo apareciam. Notei que estava um espaçamento de 5 minutos, com dores cada vez mais fortes, começando a repuxar, virem desde as costas.

Meio brava, sem paciência, ciente de que a hora estava próxima chamei o marido novamente e pedi para se arrumar para irmos para a Clínica.

Abre parênteses

Marido levantou super sonado, demorou um tempo para trocar de roupa, ir ao banheiro e tomar café. Isso mesmo! Perguntou se podia tomar café, comer algo...

Eu muito boazinha falei que podia comer algo rápido, já que as contrações estavam aumentando. A verdade é que dessa hora em diante só pensava em estar na Clínica, sendo atendida, tendo notícias do meu bebê.

Fecha parênteses

Entrei no carro e tudo incomodava, a música, o cinto, cada brecada dada pelo marido. Ufa, mas os 10 minutos passaram e lá estava deitada na cama fazendo o CTG (vejam foto no post anterior), medindo a pressão, sendo examinada para ver quanto estava de dilatação. Sabem quanto? 3 cm. Só isso! 

No momento lembrei do parto do Thomas no qual comecei com 3 cm de dilatação e demorou somente 12 horas para o nascimento. Uma mistura de sentimentos tomaram conta de mim. Mas o que me angustiou no momento foi pensar no tempo de espera, no tempo de contrações que teria dali em diante.

Permaneci deitada, enquanto marido lia um tanto de revistas. Mal conseguia olhar para o lado, para ele. Uma dor, uma vontade de sumir dali, ou melhor; de ter logo em meus braços o meu bebê.

Entre uma contração e outra tinha a presença de uma Hebamme (enfermeira) para preparar as coisas na sala para o nascimento do Lucas, uma outra pedindo para assinar determinado papel, a médica para fazer o ultrassom. Tudo estava em ordem, comigo e com o bebê. Apenas tínhamos que esperar.... esperar e nada mais.

A cada contração parecia que minhas costas saiam do lugar. Uma dor, uma puxada intensa demais, uma vontade de chorar, uma respiração que travava... mesmo sabendo que deveria ser ao contrário. Então, a enfermeira perguntou se gostaria de um remédio (na veia ou supositório). Logo falei que o que fizesse efeito mais rápido. Nesse caso foi na veia, pingando devagarinho, devagarinho, demoraria em média 15 minutos para começar a aliviar.

O tempo passou devagar, passaram os 15 minutos e nada de aliviar, apenas me senti mais mole, meio zureta...rs

Um atendimento 100% por parte das Hebammes (enfermeiras), a mesma voltou e me ofereceu uma bolsa de água quente para as costas. Aceitei imediatamente. Agora, imaginem a cena, deitada, uma contração, um aperto da bolsa de água quente nas costas, uma respiração falhando, ora profunda, ora travada. Já não aguentava mais!

Marido ofereceu água, suco a pedido da enfermeira. Aproximou-se tentando ajudar a segurar a bolsa de água quente. Nada ajudava mais nesse momento.

Então, de repente, de uma hora pra outra, melhor; já haviam passado 2 horas e poucos minutos; comecei a sentir uma dor muito profunda, comecei a abrir as pernas e sentir algo na porta, melhor era a cabeça do Lucas. Literalmente a impressão de algo entalado. 

Nessa hora gritei para o marido correr para chamar a Hebamme. Ele começou a rir, pensando que estivesse variando da cabeça de dor, já que havia feito isso no parto do Thomas. Só que no parto do Thomas fiz isso pedindo por remédio, por não suportar mais as dores da contração.

Dessa vez sabia, sentia que era diferente, que meu filho estava prestes a nascer...

Então, marido saiu do quarto e voltou com a Hebamme que imediatamente me examinou. Terminado falou que estava de parabéns, que a sensibilidade estava em alta e que realmente fariam o parto, que Lucas estava prestes a nascer.

Rapidamente a médica entrou no quarto e as duas começaram o auxílio no trabalho de parto. A cabeça do Lucas estava ali, prestes a sair, foram três contrações, uma força tirada sei lá de onde, misturada com gritos, com uma emoção tremenda.

Enquanto isso, meu marido ao meu lado, observando cada movimento da Hebamme, da médica. Estava dando impulso na minha cabeça, deixando meu tronco mais elevado, conforme vinha cada contração, cada força que fazia... Meu grande amor, meu melhor amigo, apesar de não conseguir ajudar muito, estava ao meu lado sempre, sempre!

A cabeça havia saído, logo mais uma contração, os ombros também e logo vi meu filho, meu Lucas sendo levantado nos braços pela Hebamme. Mas um detalhe importante e que jamais será esquecido. Lucas estava roxo, roxo e com o cordão umbilical em volta do pescoço. Não estava enrolado, apenas em volta e caído como se fosse um colar. Ahhh que susto! Só lembro de falar para meu marido, olha a cor dele, está roxo, roxo...

Rapidamente elas enrolaram o Lucas numa toalha e deram para mim. O momento mais marcante, mais emocionante no qual não conseguimos nos conter, as lágrimas tomaram conta. Foi um choro compulsivo, com soluços da minha parte, enquanto meu marido cortou o cordão umbilical com os olhos repletos de lágrimas. Tiraram a placenta e levaram a mesma para ser examinada, só então voltaram e deram os parabéns para nós!

Agora sim havia chegado ao fim.... estávamos com o Lucas em nossos braços. Acalentando meu menino, amamentei um tanto meu pequeno e fiquei admirando-o pelo seu tamanho, seus traços, seus pelinhos claros pelo rosto todo. 

Uma emoção, uma felicidade sem tamanho, no qual agradeci e agradeço desde aquele momento por tudo ter dado certo, por ser uma mãe abençoada, feliz e presenteada pelos filhos que tive... Obrigada! Só tenho a agradecer... Muito obrigada!

Foram exatamente 3 horas e 26 minutos. Um parto normal rápido e tranqüilo, no qual apesar do tamanho do filhote (54 cm e 3960 g), a Hebamme foi a única que me ajudou, não precisando da médica no momento. Ela estava ao lado, no qual somente no final de tudo, após um tempo considerável com meu pequeno, a mesma deu aqueles pontinhos necessários. Enquanto, levava os pontos, Lucas estava ali na minha frente, sendo examinado e cuidado... Desse momento em diante, sempre comigo, passei a ser uma mãe de três. E volto, volto para contar do grande encontro entre eles.

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Relato do parto - PREPARAÇÃO

13.04.2012: Um dia antes do nascimento mil pensamentos estavam no ar. Uma ansiedade tremenda tomou conta de mim. Apesar de saber que há possibilidade do nascimento até a 42ª semana, não conseguia pensar muito a respeito, ou melhor, não queria, pois inúmeras questões surgiam, como:

E se não nascesse até a 42ª semana? Como mãe de dois ainda não tinha vivenciado algo similar.

Será que induziriam o parto na 42ª semana? Como seria tudo isso?

Será que chegaria ao último momento e com a possibilidade de uma cesárea? Algo que tive receio, pois gostaria de outro parto normal, tudo da forma mais natural possível.

Haveriam chances de acontecer algo ao meu bebê permanecendo por mais tempo na minha barriga? Quais seriam os riscos?

O que será que estava guardado para mim? Será que algo de ruim aconteceria? 

Um turbilhão de pensamentos, no qual pesava os mil acontecimentos dos últimos meses (partos adiantados de conhecidas e amigas), me impulsionaram a dias de angústias, preocupações e desejos. 

Fora todas essas dúvidas e “pré-ocupações” de um lado, do outro estavam todos, sem exceções, querendo saber se estava passando bem, se as contrações já se faziam presentes, se sentia alguma dor. Uma torcida organizada dizia que seria nessa semana, que não passaria de tal dia, uma fala mais divertida que a outra. Uma ansiedade maior que a minha...

Ao mesmo tempo, ao meu lado muitos pensamentos e energias boas, no qual amigas contaram suas experiências (não é mesmo Jas), vibraram junto comigo pensando no melhor para meu parto, para meu filho (não é mesmo amigas blogueiras distantes, pertinhos de coração).

E desse dia em diante, mesmo não acreditando nesse tempo de espera, deixei de me preocupar, de ficar esperando, resolvi me ocupar ainda mais, deixar as horas correrem. Comecei a colocar a mão na massa, organizar um tanto de coisas, lavar roupa, limpar a casa, sem polpar muitos esforços, enquanto minha respiração permanecia ofegante, curta e fora de mim. Nítida e destacada para qualquer pessoa.

Um dia especial também, aniversário do meu marido, meu maior e melhor companheiro. Fiz bolo e uma pequena comemoração em família. Um dia de expectativa, já que papai dizia que Lucas poderia nascer, pois assim comemorariam juntos.


O aniversário passou e a surpresa aproximou-se de nós.

Minha barriga enorme, chamando atenção de qualquer pessoa caminhando pela rua. Uma diversão em família, já que marido dizia que precisava chamar o guindaste para conseguir me levantar do sofá; que abraço já estava distante demais, não cabendo mais na nossa relação; que havia necessidade de ampliarmos os corredores estreitos, os lugares de passagem em comum...

Mas mal sabíamos que tudo isso estava chegando ao fim. O momento de cansaço, de ansiedade, porém o mais esperado estava começando, começou no dia 14 de abril às 5h30...

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40 semanas + 2 dias

 

 



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Blogagem Coletiva: Infância Livre de Consumismo


Hoje é o dia da Blogagem Coletiva cujo assunto é Infância e Consumismo. Estou acompanhando os posts das amigas referentes a isso e conseqüentemente recebi o convite pela Paloma para escrever sobre o assunto.

Apesar de estar barriguda demais, prestes a parir, me animei muito para me posicionar frente a essa questão tão polêmica e, ao mesmo tempo, falar minhas impressões de como acontece na Alemanha.

Quando penso em Infância Livre de Consumismo três aspectos são relevantes para mim:

1) Valores e princípios familiares
Acredito que a ideia de consumir passa de geração para geração, algo familiar. Atualmente casada, olhando para o passado, para o modo de vida e valores intrínsecos, tão familiares, da minha família e do meu marido avalio que são muito diferentes; desde a criação como os hábitos. Por exemplo, meu marido sempre teve uma educação mais rígida, no qual havia a presença da palavra NÃO, da orientação e do bloqueio da televisão. Enquanto a minha sempre foi mais liberal e nossos pedidos (meu e dos meus irmãos) na maioria das vezes foram atendidos. Um tanto de mimo, de fazer de tudo para satisfazer todos os desejos. Fui muito feliz, porém nos dias de hoje vou ao encontro das ideias do meu marido, pelo menos me controlo ao máximo para transmitir valores, princípios tão importantes aos meus filhos.

Não acredito que o melhor caminho seja o desejo de querer o tempo todo, dos pais satisfazerem a criança para que não haja frustrações.

Temos o hábito enquanto pais de regularmos essas vontades, de falarmos não, darmos os devidos limites ao impulso e a vontade de ter, ter, sempre ter...

Felipe, por exemplo, costuma pedir um brinquedo ao vê-lo no supermercado, mas costumamos dizer com todas as letras que não é o dia, que pode pedir numa data especial. Muitas vezes corta o coração da mãe, ao mesmo tempo, sabemos que é o melhor caminho para valorizar o que tem e não pensar que tudo é viável, tudo é necessário para viver bem e ser feliz.

2) A influência da sociedade, do modo de vida
Esse é um aspecto que interfere muito na maneira como as pessoas lidam com a questão do Consumismo.

A sociedade em si, o lugar que você vive e freqüenta faz toda a diferença. Lembro que quando morava no Brasil, por experiência própria, era influenciada demais pela mídia, pelo círculo de amigos ao desejo de querer, de consumir. E detalhe: muitas vezes sem necessidade, sem uma tremenda urgência. Por isso, vem à tona novamente a questão de termos valores, princípios referentes a vida, enraizados e praticamente imutáveis, caso contrário, a onda da publicidade, a mídia te carrega para os gastos, ao consumo cada vez maior.

Em relação as crianças mesmo, em todo o lugar há essa influência, porém consigo enxergar na Alemanha uma forte postura dos pais diante do desejo de querer ter. Primeiro que são mais econômicos, a grande maioria pensa no bem estar e não na quantidade e diversidade. Então, incentivam o uso até o último. Segundo que valorizam o passar de geração para geração. Por exemplo: as crianças venderem os próprios brinquedos no bazar, nas Feiras para obterem o dinheiro e fazerem uso em objetos usados ou não. Com isso, sem sombra de dúvida, interferem no modo que as crianças e adolescentes olham para a questão do Consumismo.

Por último, o modo de vida em si, os valores são outros. Digo isso, pois mudei muito desde que vim para cá, atualmente vivemos de uma maneira mais simples, sem a necessidade de termos inúmeras coisas, valorizando outros aspectos tão ou mais importantes para o bem estar, como aproveitar o que a natureza e o espaço geográfico oferecem.

3) A Publicidade Infantil
Em qualquer lugar do mundo terá forte influência sobre as pessoas e, principalmente, nas crianças.

Percebo que na Alemanha tudo é muito similar ao Brasil, os canais abertos da televisão bombardeiam com a publicidade de brinquedos; cabendo aos pais darem limites, orientarem os filhos desde pequenos.

Atualmente durante o tempo que meu filho Felipe assiste televisão percebo que não dá importância, às vezes ignora e outras vezes faz um comentário sem grande relevância. Ainda vejo esse meio distante da vida dele, porém requer um cuidado desde já, pois tenho certeza que daqui a pouco, quando estiver na escola a influência será maior ainda.

Por isso, mais uma vez o papel dos pais é fundamental na criação e valores a serem transmitidos. Requer conhecimento, clareza e persistência.

Apoio Infância Livre de Consumismo!!!

Enquanto isso, pelo que pesquisei nos sites tudo na Alemanha está em processo em relação a legislação. Por isso, vamos aguardar. Assim que tiver notícias escreverei mais a respeito.

Se vocês quiserem saber mais a respeito, seguem os links:

- Facebook _ Infância Livre de Consumismo

- Instituto Alana

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DEMAIS... uma história, um presente, uma amizade

Ontem tive uma bela surpresa quando recebi um email com uma história, no qual sou personagem junto com meus filhos. Uma grande amiga do Brasil se inspirou em nós para escrever e ilustrar uma pequena história.

Atualmente está fazendo um curso de ilustração no Instituto Tomie Ohtake -São Paulo e teve como tarefa essa criação. Fiquei lisonjeada por ter lembrado de nós.

Uma história infantil, uma graça por sinal.... Adorei! Sabem que li para o Felipe e precisava ter filmado a expressão dos olhos dele, levantando a sombrancelha. Achou divertida e pensou, pensou... Será... que 3 será demais?! rs

E vocês, o que acharam? Gostaram? Podem opinar em relação a ilustração, a história em si.... Aposto que ela não ficará ofendida e sim gostará de ouvir outras opiniões, dicas ou mesmo elogios.

Aproveito para deixar um grande beijo e meu agradecimento a minha querida amiga de sempre Leila Monteiro.








    
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Blogagem Coletiva: Páscoa na Alemanha


Tem hora que pareço uma criança, pois tem certas coisas que gosto tanto. Uma delas é a Páscoa! Tem algumas datas que realmente gosto do jeito que os alemães comemoram e fazem todos os comes e bebes.

Enquanto morava no Brasil era uma data no qual reuníamos a família, trocávamos ovos de Páscoa e ponto. Havia pouco ou quase nada de magia. Sempre gostei de acompanhar a busca dos ovinhos de Páscoa no jardim pelos meus sobrinhos, que sempre seguiram a tradição alemã.

Atualmente morando na Alemanha vivemos isso anualmente, algo próximo do que já conhecia e um pouco a mais.

Tudo começa com os enfeites organizados e preparados por cada família. Eles fazem questão, aproveitam a mudança de estação, no qual a Primavera favorece os marcos desse período, por exemplo: da época que os coelhos geram grandes ninhadas, ou seja, a representação da fertilidade e o recomeço da vida. 

Enfeites no jardim: coelhos, ovos coloridos... As pessoas ficam uma boa parte do tempo preparando, enfeitando tudo!
(foto: lado esquerdo) Esse ano preparei um arranjo com os ovinhos que comecei a colecionar. Uma graça! São de porcelanas. Do lado um coelho feito pelo Felipe no Kindergarten.
(foto: lado direito / em cima) No ano passado, ovos pintados no Kindergarten pelo Felipe.
(foto: lado direito / embaixo) Duas colagens nos ovos realizadas pelo Thomas no Kinderkrippe. Todo orgulhoso, diz: "- Thomas! Thomas!" Como se diz, fui eu que fiz....
Uma pazinha que o coelho deixou no Kindergarten para o Felipe. Uma pazinha com um ovo cozido e pintado, dois ovinhos de chocolate (que os meninos já comeram). Agora, não vejo tanta graça nisso. Geralmente a escola compra e deixa de presente para as crianças. Gosto mais quando as crianças preparam alguma coisa, dentro das suas condições de fazer. Mesmo o coelho acima, tenho certeza que meu filho não fez sozinho. Diferente do Thomas, no berçário, que tenho certeza que fez...

Pesquisando sobre a tradição soube que na Alemanha o costume de se procurar os ovos de Páscoa no jardim está baseado na crença dos povos germanos e de outros povos antigos de que o coelho e o ovo são os mais antigos símbolos da Páscoa.

Segundo Jacob Grimm, um dos famosos irmãos Grimm, o próprio termo alemão, Ostern, deriva de Ostara, a deusa germânica da primavera.

A Páscoa é uma grande festa da Primavera, representando a vitória do sol sobre as trevas e o frio do inverno.

É tradição também pintar, decorar e presentear com os ovos. Foi a partir daí que surgiram outros costumes em torno do ovo, como a brincadeira de escondê-los.

Uma antiga lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los aos seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se, então, a história de que o coelho é quem trouxe os ovos.

E segundo a tradição alemã, as crianças procuram no domingo de Páscoa ovos de chocolate “presenteados e escondidos pelo coelho” no quintal ou jardim da casa. Além disso, ganham cestam com coelhinhos, pequenos ovos de chocolate e de galinha cozidos e coloridos com tintas especiais.

Algumas famílias ao invés de símbolos que marcam a Páscoa colocam presentes no ninho. Os costumes passam de geração para geração e são alterados.

Para nós Páscoa sempre teve como símbolo marcante o ovo de chocolate. Então, foi a primeira coisa que pensamos nesse momento, além de espalhá-los a fim de deixar a busca mais divertida. Um único ninho seria encontrado rápido demais. 

Então, adaptamos e fazemos dessa forma. Diferente de muitas famílias que deixam um ninho preparado e pronto no jardim com todos os presentes e símbolos da Páscoa.

Agora, compartilho com vocês um pouco da busca dos ovos, dos ninhos e mais um pouco sobre a alegria e vivência dos meus filhos.

Ninhos encontrados... deixados pela coelho, quer dizer, pela oma (vovó) e opa (vovô) da Alemanha. Adoramos ver a cara do Thomas quando olhou para a pequena cesta e identificou um saquinho de bala que ganhou da oma no dia anterior. Então, disse: "- Oma! Oma!" Como se diz, foi a Oma e não o coelho....rs rs rs
Agora não pensem que comem tudo isso! Aqui controlamos ao máximo, apesar de todo bom velhinho oferecer balas por todos os cantos. Tem dia que dá uma raiva! As gelatinosas até que meus filhos comem, mas faço um super controle em relação ao horário e a quantidade. Haja doce... não precisa, né?
Um coelho, outro ovinho, um coelho. O mais divertido realmente é a busca, a procura de tudo. O chocolate em si as crianças não ligam... Comem pouco! Muito pouco! Nós pais sim.... nos deliciamos com tudo! Confesso que estou aproveitando agora, pois sei que após o nascimento do pequeno Lucas diminuirei, praticamente tirarei os chocolates do meu dia a dia.


O mais divertido de tudo... "- Mamãe, hoje eu queria uma roupa de coelho!" Então, já que não tinha falei que podíamos pintar o rosto e lógico que Felipe fez questão. Curtiu tanto!
E o Thomas durante a busca dos ovinhos. Encontrava um, dois, três, deixava dois na mão e guardava o restante na cesta. Queria, por que queria ficar segurando... segurando...

Aproveite para conhecer como foi a Páscoa das Mães Internacionais. Aposto que será muito interessante. É só clicar aqui.
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A vovó chegou... Ufa! Em tempo...

Essa semana para nossa alegria recebemos a vovó do Brasil, a data tão esperada chegou, pois confesso que pensei que o Lucas nasceria antes de poder curtir minha mamãe, os presentes e guloseimas trazidas do Brasil.

Por sinal, que maravilha! Como essa parte é boa. Os presentes nos aproxima um tanto do Brasil. Agradeço imensamente todos que fizeram questão e lembraram de nós.

Felipe ficou está radiante, super feliz com a presença diária da vovó. Ficar ao lado desde o momento que acorda, tê-la presente para conversar, brincar, ouvir música e passear. Falando muito mais português, já que agora são duas pessoas de referência. Algo que considero muito importante para ampliar o vocabulário, formular novas frases; enfim avançar no idioma.

Como meu menino está crescido! Agora, além de falar português com a vovó, acreditam que também está de intérprete da mesma. Outro dia nossa vizinha estava falando com minha mãe em alemão e logo Felipe traduziu direitinho atualizando a vovó.

Thomas a princípio observou atentamente a vovó e suas ações. Mas uma tarde foi suficiente para a aproximação entre eles. Hoje aponta, olha para mim e diz: “- Vovó! Vovó!”

Oportunidade ímpar que meus filhos estão tendo de curtir a presença da vovó. E nessas horas penso como é bom ter família por perto, possibilitar esses encontros para meus filhos. Um conhecer, aproximar-se de quem sempre cuidou, me deu muito amor e carinho.

E que assim seja esse mês de abril....

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O terceiro...


O terceiro filho está prestes a chegar e com isso mil pensamentos pairam no ar, desde considerar o fato de ir para a clínica e ficar longe do Felipe e Thomas, já que diariamente estamos juntos, cuido deles na maior parte do tempo, separando a roupa, dando banho, fazendo comida, brincando; enfim, difícil pensar que estarei distante por pouco tempo, por volta de dois, três dias, solicitando, delegando, passando realmente a bola tarefas ao meu marido e a minha querida mãe (que chegou, chegou para acompanhar todo esse começo de vida do meu terceiro filho).

Outro aspecto que me pergunto, fico imaginando como será minha vida daqui pra frente sendo mãe de três filhos. Será que mudará muito? Como será o relacionamento entre eles? Quais serão as demandas que terei sendo mãe de três? Será que darei conta de equilibrar as inúmeras tarefas?

Frequentemente com todas essas questões e literalmente com algumas preocupações “PRÉ-ocupações”, por coincidência, conversando com algumas amigas e também através de comentários realizados (não é mesmo Ingrid Maria, Cíntia Anira rs) deparo-me com as seguintes falas/frases escritas:

“- Não sei se estou preparada para ser mãe de mais um filho!”

“- Não sei se dou conta de amar tanto outro filho, como amo o...”

“- Não sei como seu coração aguenta com dois e chegando mais um...”

Esses posicionamentos estão longe das minhas preocupações atuais, pois a partir do momento que passei a ser mãe de dois aprendi no dia a dia a ser, a conciliar, equilibrar, sobre quanto o coração de mãe sempre cabe mais um...

Essa frase, esse dizer parece clichê, mas é a mais pura verdade. Enquanto você é mãe de um, seu olhar, todas as suas atenções estão voltadas somente aquele ser, seu ÚNICO filho. Se observarmos as nossas ações veremos que tudo é novo e exclusivo para ele, somente para um. Somos cautelosas até demais!

No entanto, a partir do momento que temos o segundo filho, o dia a dia nos ensina, faz com que passamos a ter um olhar além de um único ser. As demandas nos obrigam a agirmos de maneira diferente, a sermos mais práticas, objetivas e isso de maneira alguma quer dizer que amamos mais um do que o outro, que priorizamos mais um filho.

Da mesma forma que dividimos o olhar, que aprendemos a equilibrar as diferentes demandas, amamos os filhos tanto quanto, a intensidade é grande demais, porém é diferente. Diferente, não que seja pior, melhor, deixando evidente uma preferência; mas eles fazem com que gostemos de cada UM, de um jeito especial, já que são únicos em questão da personalidade, de se relacionarem com o mundo e estão em fases de desenvolvimento no qual há conquistas marcantes.

Cada um com seu encanto! Conseguem imaginar? Isso faz com que sejam muito amados. Outro dia mesmo marido e eu conversávamos como será o terceiro em questão de personalidade, será que parecerá mais com um filho, com outro ou totalmente diferente. Nesse momento, nos deparamos falando das qualidades, dos aspectos marcantes que cada um apresenta. E sinceramente, não tem como não falarmos com olhos brilhando, demonstrando o amor que sentimos por todos.

Eles fazem com que passamos a lidar de um jeito ou de outro, a depender das necessidades apresentadas. Um requer mais carinho, colo, brincadeiras, outro quer falar mais, enfim; a gente consegue equilibrar o tempo, atendendo cada um deles com suas particularidades, com sua graça.

E você mamãe que tem dúvida de ter outro filho, se amará tanto quanto, pense na parceria, na cumplicidade que haverá entre eles. Na relação que você terá com ambos, tão única, marcante e feliz. Aproveite e aumente a família. Verá que terá mais ganhos e alegrias.

Por experiência própria de mãe de dois, quase três sou muito feliz! Amo, amo tanto meus dois filhos que o coração aguenta sim, viu Cíntia Anira, porém transborda de cuidado, amor e querer bem. Um bem difícil de explicar, uma emoção tremenda a cada conquista, a cada fala, a cada gesto tão único. 

E o melhor de tudo isso é quando você pensa... Nossa, meus filhos! São meus filhos! Que você é a mãe! Um belo presente da vida!

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Thomas e a coruja

Vocês conhecem o filme do Thomas e seus amigos? Então, posso dizer que vem acontecendo, se repetindo o filme do meu Thomas e a coruja.

Diariamente, enquanto estamos nesse momento de espera, Thomas vai até o quarto do Lucas, pega a almofada e sai pela casa, ao nosso encontro, dizendo: “- Luca! Luca!”

Agora, só me resta saber se pensa que a coruja chama Lucas, se o Lucas é a coruja ou se realmente aquele é o quarto do tão esperado irmão.

Sabe-se lá o que se passa na cabeça de um menino de 2 anos. Tem hora que aponta para minha barriga e diz: “-Luca! Luca!”

Mas a realidade é que a ficha, a compreensão virá somente quando o bebê estiver em meus braços. Não é mesmo?

Assim como foi com o Felipe que tinha quase 3 anos quando o Thomas nasceu. O entendimento da situação, de toda mudança será somente no dia a dia. Pra falar a verdade espero, espero ansiosa para ver a relação entre eles, entre os meus três meninos Felipe, Thomas e a coruja, quer dizer, o Lucas.

E desejo que seja assim.... Ohhhhhhhh.......

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Ter ou não ter?

É primavera! Tempo de admirar a paisagem, ver tudo verde e florido. É tempo de sentir o cheiro das flores, de passear com os filhos e procurar bichos pelo jardim. 

Meus filhos tem passado boa parte do dia no jardim, brincando com areia, andando de bicicleta, jogando bola, observando as minhocas, joaninhas e abelhas que aparecem.

Nessa estação aumenta minha vontade de ter flores pela casa, de plantar e viver tudo que tem de mais belo na natureza. Talvez passe esse carinho imenso que tenho pela natureza, pelos bichos para meus filhos e, em especial, para o Felipe.

Quando era criança lembro da minha adoração pelos bichos de estimação. Tivemos duas cachorras, meu irmão teve passarinho, minha avó tinha “tem” tartaruga e, assim foi minha infância. Sempre cercada de um bicho amigo. 

Antes de mudarmos para a Alemanha fizemos a tentativa de ter um cachorro no apartamento, porém não deu certo! Ele era grande e passaria boa parte do tempo sozinho. Então, passamos para frente a ideia...

Hoje moramos em casa, porém os donos não permitem que tenhamos cachorro, mesmo porque para você ter esse bicho paga-se um imposto também. Então, é um caso para pensar seriamente.

Mas sabe-se que criança tem uma vontade imensa de ter um bicho de estimação. Sabe-se o quanto é importante o contato dela com eles. O tanto de valores e sentimentos que são despertados.

Nesse meio tempo você pensa: A Celi pirou! Três filhos, mais um bicho de estimação! Pode ser! Realmente pode ser que tenha pirado de vez...

Nesse final de semana, papai e mamãe empolgados, fomos até uma loja gigantesca de artigos de jardim e bichos. Queríamos muito comprar terra, sementes para plantarmos; quer dizer o Felipe.


Felipe e Thomas ficaram animados com tudo que viram. 

“- Mamãe, quero ver as flores!”

“- Mamãe tem mais peixinhos?”

Entre uma observação e outra começamos a pensar na possibilidade de termos um aquário. Mas aquário? Qual é a interação desse bicho com as crianças? N-E-N-H-U-M-A! Agora, tem o fato de ter um bichinho em casa, de tentar, estabelecer uma relação das crianças com o modo de viver do peixe e os cuidados necessários.

Será que eles curtiriam por um bom tempo? ou Será que sobraria mais para os pais? Alguém tem uma experiência parecida? O que você pensa? Dê sua opinião para uma mãe que está prestes a parir...

Agora, engraçado como as crianças de imediato se empolgam e abraçam a ideia. No dia seguinte, lá estava Felipe no jardim, para lá e para cá.

Logo observei que foi buscar um jogo de imagens que tem e levou para o jardim. Até então não sabia o que estava fazendo, o que realmente queria. Mas logo voltou com a sequência apresentada e um balde. 

“Mamãe olha o que eu fiz... Primeiro coloquei pedras, depois as plantinhas, a água e depois os peixes. Olha meu aquário! Gostou? Agora, quando teremos um de verdade?” rs 

Jogo de correspondência de imagens de acordo com o que é solicitado. 
E o aquário elaborado por ele... Seguiu os passos direitinho!

Posso com isso!? Agora, o que fazer? Ter ou não ter?

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Achados e Perdidos: Um belo exemplo!

Entre idas e vindas a biblioteca escolhi aleatoriamente um DVD para o Felipe cujo nome é Pinguim Gefunden! (Achados e Perdidos) de Oliver Jeffers. As imagens e o assunto despertaram meu interesse e pesquisando vi que o autor é também o próprio ilustrador das histórias.

Felipe assistiu levantando um monte de hipóteses sobre o jeito de ser dos personagens e a relação entre eles. Realmente o cenário prendeu a atenção. Por sinal, lindo! Fiquei apaixonada!

Mas o mais incrível foi o jeito que a história tocou meu filho. Ele assistiu, pediu para assistir novamente comigo, com o pai, tentou colocar para as visitas. Uma história de amizade entre um pinguim e um menino.

A história se trata de um pinguim que aparece na casa do menino. O mesmo acha que o pinguim estava perdido e decide ajudá-lo a encontrar o caminho para casa. O menino vai até o achados e perdidos para ver se alguém havia perdido, esquecido o pinguim em algum lugar, depois segue para o pólo sul para deixá-lo em casa. Só que o pinguim mostra-se muito triste e volta ao mar. Logo se encontram e ficam juntos! Uma história de amizade simples e comovente.

Uma história curtinha que despertou o olhar do Felipe e alguns pensamentos em mim.

Fiquei pensando tanto na amizade que podemos começar com uma pessoa, mesmo estando distante. O quanto a distância, o tempo não impedem uma relação de confiança e cumplicidade.

Com isso, também quero aproveitar para agradecer o carinho de todas vocês no último post. Pensei, pensei muito em agradecê-las mostrando esse trecho da história. Espero que gostem, que consiga sensibilizar um pouquinho todas vocês, assim como eu...

Aproveito para contar, que por mera coincidência, nesse último final de semana, conheci a Ingrid e o lindo filho Pok. Foi um encontro delicioso! Uma aproximação fora das telas do computador. E assim como aconteceu com ela, espero um dia conhecer vocês!




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