Memória de grávida e diversão dos filhos

Felipe começou a fase de querer convidar e freqüentar a casa dos colegas para brincar. Antes, tão pequeno, tão dependente, total egocêntrico querendo apenas brincar sozinho ou apenas na companhia dos pais. Aprendeu a brincar com o outro e hoje relaciona-se muito bem com os colegas. Isso mostra que meu filho está crescendo, não? Fico imaginando aquela fase na qual vai querer passear com os amigos. 

Outro dia estávamos na estação de trem quando vimos uma mãe pra lá e pra cá. Na hora pensei que estava esperando o trem, assim como nós. Mas antes do nosso trem, passou um no sentido oposto, parou e tamanho foi o desespero da mãe quando não viu o filho saindo do trem. Logo, antes do trem fechar a porta, ela começou a gritar, a chamar pelo nome do filho. Ele saiu e ela abraçou tanto aquele menino. Na hora imaginei que devia ser a primeira vez que aquele menino saiu sozinho, andou de trem. Juro que me deu um aperto no coração quando vi aquela mãe chamando pelo filho. Fiquei imaginando o dia que isso acontecerá comigo. Será que deixarei meu filho com 10 anos andar de trem sozinho? Ah, será que dá para parar o tempo? Gosto tanto dos meus filhos perto de mim. Brincando com os colegas em casa.

O tempo passa... voa... mas continuando... Felipe um dia é convidado para brincar na casa de um amigo, outro dia quer convidar um amigo para brincar em casa. Semana passada foi brincar na casa de um e quando fui buscá-lo acabei combinando com a mãe do amigo para ele vir em nossa casa nessa última sexta-feira. Voltamos para casa, uma semana se passou e a grávida (com ótima memória) esqueceu de marcar no calendário e que era dia do convidado.

No mesmo dia, quando fui buscar o Felipe na escola acabei encontrando com uma outra mãe, no qual nossos filhos brincam sempre juntos. O que fiz? Convidei o filho para brincar com o Felipe na nossa casa. Pensei: “- Ah, hoje é sexta-feira! O Felipe gosta tanto de receber amigos!” 

Quando chegou o horário combinado, ambas as mães chegaram, praticamente juntas para trazerem o filho. Tamanho foi minha surpresa! Mas logo lembrei e comentei apenas com o Felipe.

Foi ótimo o esquecimento da mãe, pois Felipe ficou tão feliz! Afinal, dois amigos da mesma sala, na casa dele no mesmo dia. Brincaram tanto, tanto! E detalhe, Thomas que costuma ficar comigo, por todos os lados da casa, acabou nem lembrando de mim. Aproveitou o momento ao lado do Felipe e dos amigos. 

Agora, me diz se grávida fica com a memória fraca, se o esquecimento acaba sendo rotineiro. Meu marido lembrou que aconteceram alguns episódios nas primeiras gravidezes e logo falou: “- Daqui pra frente, é bom você marcar tudo no calendário! É tão simples!” O que será que quis dizer com isso? Que ando esquecendo os compromissos?!


   
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A história do meu nome e a próxima escolha


Essa semana o assunto especial do Mamatraca foi sobre a escolha do nome. Por sinal, você conhece o Mamatraca? Um blog que tem vídeos e mais vídeos, formado por cinco mães mega simpáticas e blogueiras (Anne, Priscilla, Camila, Roberta e Carol).

Hoje tem um vídeo que fiz contando sobre a história do meu nome. Uma história engraçada! Você imagina de onde surgiu meu nome? Então, vai lá para conhecer o Mamatraca e a história do meu nome. Assim você também me conhece através do vídeo, mesmo que esteja com uns quilinhos a mais...rs

Aproveitando esse assunto, fiquei com uma enorme vontade de contar sobre a escolha do nome dos meus filhos. Interessante como cada pessoa tem uma história para contar. Eu não tive nenhuma influência, apenas escolhi nomes que gostava muito, que simpatizei no momento da minha vida. 

Na primeira gravidez ganhei revista de nomes de bebês, pesquisei na Internet e fiz uma lista enorme de possibilidades. Depois, aos poucos, fomos tirando um monte da lista que achávamos que não seria bacana, um por conta de amigos que já tinham filhos com o mesmo nome, outro porque estava muito na moda e todo mundo estava colocando e, assim nossa lista ficou pequena. Lembro que no final ficamos entre Lucas / Luca e Felipe. Acabamos escolhendo Felipe, pois meu marido gostava de Lucas e eu de Luca (além de estar na moda aquele ano). Então, para não ter briga ficou Felipe. 

Com o Thomas foi diferente. Esse nome estava na lista que havíamos feito quando estava grávida do Felipe, mas logo havia sido eliminado. Morando na Alemanha gostaríamos que fosse um nome possível para viver aqui ou no Brasil. Pois aqui encontramos muitos nomes diferentes, como: Maximilian, Felix, Ben, Leon, Nico, Lenny, Julian, Leopold, Sebastian. Não podia ser um nome com uma pronúncia diferente, difícil e com total “ar” de estrangeiro. Logo vimos que Thomas podia ser um nome interessante, já que aqui ou no Brasil seria igual a pronúncia. Então, Felipe e Thomas.

Agora, para o TERCEIRO penso que devo seguir o mesmo caminho da escolha do segundo, já que não sabemos se viveremos aqui para sempre. Ainda nem começamos a pensar. Engraçado, pois no primeiro filho e no segundo assim que fiquei grávida logo começamos a anotar ideias de possíveis nomes e a pesquisar. Agora, no terceiro tudo está tão tranqüilo. Penso que é porque não queremos criar muitas expectativas sobre um sexo ou outro. Talvez mais próximo de saber o sexo começaremos a listar possíveis ideias ou somente quando soubermos realmente o sexo. 

 E você, o que pensa sobre dar um nome comum, popular do país que talvez não fique morando para sempre?
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Seu filho toma banho todos os dias?


Se tem algo que realmente me incomoda morando aqui na Alemanha é o fato de conhecer e precisar conviver com pessoas que não tomam banho todos os dias. Fico imaginando como conseguem já que o banho além de possibilitar uma limpeza diária, também traz uma sensação de bem estar e relaxamento. Não consigo imaginar meus filhos depois de um dia de escola, de terem brincado no parque deitando na cama limpinha sem banho.  

Se bem que é uma questão cultural e apresentam alguns motivos, como:

* A água daqui apresenta muito cal, o que a torna dura deixando a pele ressecada.
* Por conta da umidade do ar as pessoas suam menos. O ar é menos poluído.
* A energia é cara, então vários banhos quentes custam dinheiro.

Quando mudamos para cá sabia que muitas pessoas não tomavam banho, porém no dia a dia fui convivendo e conhecendo.

Aos poucos fui ouvindo os motivos de não tomarem banho todos os dias. A primeira vez foi logo que tive o Thomas quando a Hebamme (enfermeira que acompanha os primeiros meses do bebê) recomendou que desse banho nele somente uma vez por semana e nos outros dias passasse um pano úmido (tem uma espécie de luvinha própria para isso). Dizia que era para a pele não ficar ressecada, também pela questão do clima frio.

Sinto muito mas não dei muito ouvidos para o que ela disse. A verdade é que minha cultura é diferente e com o Felipe no Brasil teve banho todos os dias. O que tem de mal? Muito pelo contrário, sempre acreditei nos benefícios de um bom banho para o bebê e para a criança.

O tempo foi passando e a curiosidade também. Não precisei sondar muito para saber que os colegas mais próximos do Felipe também não tomam banho todos os dias. Pelo mesmo motivo, tomam banho de 2 a 3 vezes na semana (no verão). No inverno, ainda não sei ao certo (talvez 1 ou 2 vezes no máximo). Mas fiquei sabendo, pois geralmente quando busco o Felipe na casa do colega ou peço para entrar, quando está brincando no jardim, costumo dizer que tomará banho para jantar. Engraçado, pois basta falar isso para as pessos ao redor arregalarem os olhos para mim. 

A última aconteceu essa semana quando fui buscar o Thomas na escola. Uma professora contou que o Thomas estava com a pele um pouco irritada, vermelha (um pouquinho de assadura) na virília e também na dobra atrás de um dos joelhos. Falou que havia passado uma pomada e pediu para dar uma olhadinha. Nesse momento, falei que geralmente tem um pouquinho devido as dobrinhas, muitas vezes por conta do banho, se não seco bem acaba ficando assim. Falei que geralmente passo uma pomada. Adivinhe o que falou para mim? Que ele não deveria tomar banho todos os dias, apenas a cada dois dias pois não faz bem para a pele. 

Logo falei que o Thomas toma banho todos os dias. Costume! Que olharia direitinho e que se fosse o caso o levaria ao pediatra. 

As professoras são muito cuidadosas e atenciosas com os pais. Porém, mas uma vez a questão do banho. E agora, mudar o hábito de dar banho todos os dias nos meus filhos? Brincadeira, pois a princípio não tenho essa dúvida. Em casa, todos tomam banho todos os dias, mesmo enrolando para ir para o banheiro, querendo brincar primeiro disso, daquilo ou jantar. 

Ressalto mais uma vez que entendo e respeito as pessoas que não tomam banho todos os dias. Uma questão cultural, no qual tem seus próprios motivos. Agora, acho estranho! Tenho esse direito! Tenho o direito de não querer fazer igual, mesmo que esteja frio. Temos aquecedores, então... uma maravilha! Todos cheirosos!
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Reação 2


Escrevi aqui sobre a reação do Felipe quando contei que estava grávida. Muitas amigas da blogosfera comentaram que deveria ter perguntado para o Felipe se ele acha que é menino ou menina. Então, fiz do jeitinho que falaram. Sabe qual foi a resposta? Dancei, pois não tive resposta. Ele ficou olhando, olhando para mim, depois para minha barriga e falou: “- Não sei mami!” Não sei!” Nem adiantou perguntar de novo, falar:  “- Mas filho você não precisa acertar, só falar o que você acha que é”.

Na mesma semana que postei a foto do último ultrasom mostrei para o Felipe. Ele olhou e perguntou como que dava pra ver. Então, expliquei e logo ele falou que também quer ver na “televisão”. Combinamos que levaremos ele na próxima consulta. Quero só ver o que falará no momento.

Felipe e Thomas estão grudados em mim, parece que até mais do que antes. Pode ser mera coincidência, mas o fato é que querem ficar o tempo todo no meu colo. Enquanto estou sentada está tudo ótimo. Felipe senta direito e toma todo um cuidado, dizendo: “- Mami, está doendo? Está machucando o bebê?” Posso com isso? Não sei de onde tirou essa ideia. 

Com o Thomas preciso ter um cuidado maior, pois senta no meu colo, quer pular, não é assim tão delicado. Ele não entende, é pequeno e talvez só perceba algo estranho quando a barriga estiver maior. Lembro que Felipe só se deu conta realmente quando o Thomas nasceu. 

Está tudo bem, mesmo porque minha barriga nem começou a aparecer. Ou melhor, talvez um pouquinho, que fica aquela dúvida se é barriga de gordura ou de gravidez. 

Outro dia estava trocando de roupa quando Felipe chegou bem pertinho da minha barriga e começou a falar: “- Bebê, você está aí? Bebê!” 

Agora Felipe, com 4 anos, já compreende um tanto do que viveu com o irmão Thomas. Tudo tão diferente para ele, uma outra maneira de olhar, perguntar e ficar inciumado. 

Em novembro tem mais, após a consulta e ultrasom.
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"- Faça o que eu digo!"

Falas de um irmão que deseja ensinar tudo e mais um pouco.
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Felipe e Thomas brincando com carrinhos: 

“- Tem que fazer assim oh! Do jeito que estou fazendo! Não assim, desse jeito. Olha!”
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Num belo sábado, todos prontos para levarem o lixo no galpão reciclável e depois irem ao supermercado, Thomas senta na mesinha do quarto do Felipe e começa a brincar com massinha. Nesse momento, Felipe diz:

“-Thomas agora não é hora! Tem hora pra brincar, tem hora pra comer e agora nós vamos passear”.
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Quando o Thomas corre para pegar um brinquedo que o Felipe estava brincando. Logo Felipe diz:

“- Não! Eu já disse que não! Nããão é nããão! Sim é sim!”
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Quando Felipe faz alguma coisa que o Thomas não gosta, logo o mesmo vai para cima para bater. Então, na maioria das vezes, Felipe diz:

“- Não. Não pode bater! Só carinho... olha.... e faz carinho no irmão!”
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Quando o Thomas pega uma coisa que não pode como, por exemplo, um enfeite da estante. Logo Felipe pega da mão dele, coloca no lugar e diz:

“- Esse é só pra olhar. Olha com os olhos! Não pode pegar!”
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Algumas atitudes e muitas outras indicam o quanto Felipe na maioria das vezes mostra para o irmão o que é melhor a ser feito no momento. Tenta ensiná-lo. Mostra-se um belo exemplo. Agora, o interessante de tudo é o quanto suas atitudes individuais mostram uma contrariedade entre o que fala e o que realmente faz. Quantas vezes conversamos com ele, explicamos o que não pode fazer e lá está ele fazendo tudo que não é bacana. A gente fala não e ele continua fazendo de acordo com sua própria vontade. 

Bom, mas já é um bom começo ele guardar um tanto do que falamos, da maneira que agimos para mostrar para o irmão. Nessas horas, ficamos surpresos! Quer dizer que entendeu, sabe bem o que quer dizer e faz uso em outro contexto. 

Enquanto isso, a esperança continua de que um dia atenderá imediatamente nossos pedidos. Não que não faça, mas a depender do dia... Mãe sabe bem que tem dia que não é fácil, tudo conspira contra. Não é mesmo? Ficamos com inúmeras perguntas sobre como estamos educando os filhos...


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O Passeio do Dragão

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Três! Será demais?

Desde que fiquei grávida tenho um pensamento que vai e volta. Tenho pensado como será minha vida daqui alguns meses, com um filho de 4 anos e meio, um de 2 anos e um bebê. Será que darei conta?

Faz tão pouco tempo que mudei de país, que minha vida mudou totalmente. Fazendo uma retrospectiva de todos os momentos vividos, avalio que tem muitos pontos positivos. Ser mãe, exclusivamente mãe fez com que crescesse muito como pessoa, viver longe da família fez com que amadurecesse bastante. Passei a dar valor em pequenas coisas, passei a me dedicar a minha família, ao Felipe e a vontade de ter mais um filho. 

Hoje com Felipe e Thomas sou muito realizada e feliz, apesar de saber o trabalho que dá ter filhos. Uma preocupação constante, uma tarefa diária, tenho menos tempo para dormir e para fazer atividades individuais ou na companhia das amigas. Mas a vida é feita de escolhas e acredito que será uma fase! A gente precisa abrir mão de algumas coisas, para termos outras... tão fofas, tão sorridentes, que movimentam a casa de uma maneira inacreditável, com brinquedos por todos os lados.

Mas lembro que quando estava grávida do Thomas passei por momentos bem difíceis, tive momentos de desespero e choro. Quis voltar para o Brasil um milhão de vezes. Não foi um período tão tranquilo minha gestação. Tudo por viver num país diferente, longe da família, por não ter ajuda com os meninos, com a casa, enfim; por ter que dar conta de tudo sozinha. Lógico que o marido sempre ajuda, mas é diferente. Aqui não tenho com quem contar nos momentos de emergência, não tenho um braço direito. 

Hoje estou mais acostumada e vivendo melhor. Tenho certeza que essa gestação será bem diferente da segunda, assim como foi a primeira.

Mas é impossível não pensar no futuro, ou melhor, não pensar em como será daqui alguns meses. Por coincidência, essa semana aconteceram duas coisas que mexeram ainda mais com meu pensamento. A primeira foi que o Thomas ficou doente. Está de molho em casa, com febre e com tosse. Só nesse meio tempo, sem poder ir para a escola, tivemos que mexer totalmente na nossa vida. Fomos ao pediatra bem cedo, fui para o curso de alemão e o marido ficou com ele, depois na hora do almoço o marido foi trabalhar e voltei para casa para ficar com o Thomas. No outro dia, não fui para o curso. Fora isso, tem o ciúmes do irmão, pela dedicação que acabamos tendo com quem está doente. Enfim, uma criança doente requer mais atenção. Fiquei imaginando uma situação parecida só que com três filhos. Você já viveu algo parecido? 

A segunda foi que lendo alguns posts, assim como faço diariamente, deparo-me com o seguinte título: Quantos filhos vocês querem? Uma das amigas da blogosfera materna e que também mora na Alemanha estava dizendo sobre a dedicação que requer um filho pequeno, sobre as dificuldades para conciliar filhos (mais de um), com a casa e tudo mais. Tudo verdade! Porém, a gente vive um tanto de dificuldades, diz que não quer ter um monte de filhos e depois esquece e acaba assim... assim como eu nesse momento. 

Uma questão de escolha, de planejamento, mas juro que me pego pensando: será que darei conta? Como será minha vida?

Engraçado que também tem aquelas pessoas mais velhas que dizem que lógico que darei conta, pois na época, quando eram jovens, não tinham condições de ter empregada, babá e faziam tudo sozinha. Muitas tiveram 3, 4, 6 e mais de 10 filhos. Então, por que comigo seria diferente? 

Sei que será apenas uma fase, talvez uma fase mais difícil. Será que fui doida de engravidar de novo? Corajosa? O que você acha? Passaria por isso vivendo num país no qual não tem ajuda (empregada, babá), não tem família por perto?

 Depois contarei para vocês!!!


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Alegria de mãe

Tem coisa mais gostosa do que você ouvir alguém falar bem do seu filho e sobre o desenvolvimento dele?

Apesar que mãe sabe muito bem sobre a personalidade, sobre aquele jeitinho ou gênio que os filhos apresentam diariamente. Agora, alguma vez você já ouviu que uma criança se comporta de um jeito em casa, na escola de outro? Ou que em casa come de um jeito, tem certas preferências pelos alimentos e na casa do colega é diferente, experimenta e come praticamente tudo? Pois bem, isso acontece. 

Justamente por isso, acho interessante dar oportunidade para as crianças vivenciarem situações diferentes e inesperadas. Convivendo com outras crianças, com outros adultos elas tem um outro espaço para se colocarem, mostrarem um tanto da personalidade e desenvolverem outros aspectos. 

Os pais ficam com os filhos, procuram dar bons exemplos e educar. Um compromisso diário. Uma responsabilidade e tanto. Mas de repente, a gente vê os filhos tendo uma postura em casa, que ora pode ser por pura birra, para chamar atenção, por pura descoberta, experimentação, ora um aprendizado.

Mãe acaba estranhando! Fica se perguntando qual foi a causa ou mesmo com quem aprendeu. E todas as hipóteses podem ou não se confirmarem a partir do momento que a mãe conversa com outras pessoas que convivem um tanto também com o filho. Nesse caso, familiares ou na escola.

Thomas é uma criança feliz! Sempre de bom humor. Ultimamente no convívio com Felipe vem se revelando, ampliando o vocabulário, experimentando outros brinquedos, mostrando que a sua vontade prevalece perante a do irmão. Não tem quem tire ele de uma situação! Teimoso, persistente volta para finalizar a ideia inicial e caso o irmão o impeça logo vai pra cima dele, pra empurrar ou mesmo levantar a mão. Medo? Não tem nenhum, mesmo sendo menor que o Felipe. Enfrenta, mesmo que tenha que chorar depois.

Agora, levantar a mão e empurrar. Com quem será que aprendeu? Não fazemos isso. Não é a melhor maneira de resolver uma situação. Mas o que parece é que o Thomas faz para chamar atenção, detalhe; para chamar a minha atenção. Por que será? Ainda não é cedo? Será que já percebeu alguma coisa de diferente com a mamãe? 

Então, que isso acontece esporadicamente. Mas acontece! É fato! E na escola que passa todas as manhãs, como será que é? Como será que está?

Semana passada tivemos uma reunião individual com a coordenadora da escola. Marcaram com todos os pais, pois queriam dar um retorno de como cada filho está desde o momento que iniciaram na escola. 

Ficamos muito felizes com o retorno e principalmente com o desenvolvimento do Thomas nesses últimos dois meses. Disseram que ele é muito tranquilo, esperto, sapeca, persistente e que entende tudo, tudo mesmo. Que dorme sozinho, sem precisar de ajuda. Falaram das suas preferências em relação as atividades e brinquedos. Contaram que ele jamais levantou a mão para uma criança. Muito pelo contrário, que ele tem ajudado as crianças. Que mostra-se paciente, que pega a mamadeira para dar água para os bebês, que gosta de pegar bonecas e colocar no carrinho para brincar. Apenas uma brincadeira. Já imaginaram quando me ver com o bebê?

E quanto ao vocabulário, a gente vem se divertindo. Thomas devagarinho vem ampliando o repertório de palavras. Além de bagger (trator), mama, papa, mas (ThoMAS), aqui, Jacke (jaqueta), repetir algumas palavras que falamos, também fala Danke (Obrigado). Com quem será que aprendeu a falar Danke? Só sabemos que é uma graça esse momento, pois basta entregarmos uma coisa para ele que fala Daanke e abre um sorriso. Tem como não agradecer e ficar feliz?



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Outono! Hora de fazer compras...


Dá pra acreditar que já estamos chegando no final de mais um ano? Ontem estava olhando algumas fotos do ano passado, fotos do Natal, da neve e principalmente do Felipe e Thomas. Chamou muito minha atenção como eles cresceram e como as fisionomias mudaram. Cada vez mais independentes e falantes. Cada época, cada estação uma demanda diferente. 

E agora é tempo de viver mais um Outono. Já contei para vocês que apesar da distância e das saudades que sinto do Brasil, gosto de viver intensamente cada estação do ano. Uma beleza inigualável, algo tão próprio da natureza que encanta, ilumina e faz cada dia ser diferente. Até pouco tempo estávamos torcendo pelo verão, pelos dias quentes, mas cadê? Os dias quentes, poucos por sinal, passaram. Agora, junto com o Outono, temos dias com céu azul, mas também com temperaturas baixas. E tudo acontece muito rápido, assim como diz a previsão. Eles conseguem acertar a previsão, pelo menos 80%. Dito e feito, vai esfriar, então temos que se preparar para tirar o casaco do armário.

E de repente, esfriou mesmo. Temos acordado com a temperatura por volta de – 3 a 2 graus. Sabem o que é isso? Uma mudança repentina, no qual fiquei resfriada e agora foi a vez do marido e do Felipe. 

Nosso corpo está preparado para tanta mudança climática? Não podia ser gradual, assim como acontece na gravidez?

Deixando de lado todo o impacto tem a beleza da paisagem. Árvores que até então estavam floridas, coloridas, cheias de frutos, ficam amarelas, com tons de laranja e vermelho. Folhas começam a cair formando-se um belo tapete. Natureza sábia, bela! 

Mas com todo o Outono, beleza, temperatura, lembro que vivo num país que o clima é predominantemente frio. Com isso, precisamos de roupas quentes. Tudo bem que o adulto improvisa, continua usando o mesmo casaco, compra um acessório ou outro. 

Agora com as crianças não dá para fazer a mesma coisa. Certo? Elas crescem, as calças e as mangas das blusas ficam curtas. Então, vamos ao investimento, gastar dinheiro, já que passarão uma boa parte do tempo precisando de meias, leggings, regatas, blusas de manga comprida, moletom ou blusa mais grossa, casaco, cachicol, luvas, gorro, botas e.... Será que esqueci alguma coisa? 

Elas parecem um ursinho de tanta roupa. Elas nem ligam para o frio, para o vento gelado e para a neve. Querem mesmo é se divertir lá fora. Enquanto isso, prefiro meu chá, meu cobertor e um bom aquecedor.

Mas o que fazer para se aquecer sem gastar muito? Hora de passar um bom tempo pesquisando lojas e sites que apresentam um bom preço. E você, como faz? Costuma investir muito nas roupas para as crianças? Prefere gastar pouco, pois sabe que logo perderão tudo? Compra 2 números maiores? Sabe que elas perderão as roupas, mas mesmo assim acha que vale o investimento? Gosta de vê-las com tudo combinando? O que realmente você considera importante. Conta pra mim!

  
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Sumiço e os sentimentos de uma grávida

Praticamente uma semana ausente da blogosfera materna e do Nova Vida, Vida Nova. Uma saudade imensa de escrever, de comentar nos blogs das amigas, porém a correria e indisposição fizeram com que me afastasse de verdade. Esses três dias da semana foram os últimos de um dos módulos do curso de alemão. Além de todo o estudo, pra minha “alegria”, também fiquei doente. Um resfriado forte, com dores pelo corpo, com o nariz totalmente entupido (e assim como o Felipe diz, com o nariz escorregando, não escorrendo), com dor de garganta tendo que conciliar com um milhão de coisas. Inúmeras tarefas diárias que sempre estão esperando por nós como: casa, roupa, comida etc. Então, a noite, só queria ficar quieta no sofá e ir direto para a cama. Mas com muito chá, mel e limão estou me sentindo melhor.

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Tenho tanto pra escrever, para contar...

Mas quero começar a falar sobre os sentimentos de uma mulher grávida. Como que você ficou durante o período dos 9 meses? Sabe que percebo que a sensibilidade toma conta da mulher. Ela fica mais emotiva, mais carente por um período, chorona; mas ao mesmo tempo, logo passa essa fase e vem uma disposição sem tamanho. Comigo sempre foi assim, períodos mais melancólicos, mais sensíveis e, depois uma disposição, animação e vontade de fazer tantas coisas juntas. Sei lá de onde vem tanta animação para dar conta de tantas tarefas. Cada pessoa reage de uma maneira, mas é interessante como muda tudo quando ficamos grávida, o corpo, os sentimentos, a disposição, os planos... Mexe de uma maneira com a mulher! 

E por falar em sentimentos fui na segunda consulta. Como tive o Thomas na Alemanha, então as consultas de pré natal deixaram de ser uma novidade para mim. Tudo sempre igual, chega no consultório, espera para ser atendida, faz xixi no copinho (exame de urina), pesa para ver quantos quilos já ganhou, tira sangue e depois é atendida pela doutora. Na sala da médica conversa sobre como foram as últimas semanas, tira algumas dúvidas, é examinada e, por fim, faz o ultrasom.

Tudo mais leve, mais tranquilo e sem aquela ansiedade tremenda. Agora, nessa última consulta, me emocionei profundamente. A médica pediu para deitar na cama para fazer o ultrasom. Lá estava meu marido e eu olhando para aquele monitor quando de repente começamos a ver o bebê. A médica mediu e viu que estava tudo dentro do esperado para o tempo de gestação. Em seguida, foi mostrando as partes do corpo para nós. Quando vi aquele bebê as lágrimas começaram a rolar. Não sei se foi sentimento de mãe, se estava mais sensível no dia, mas fiquei pensando na formação do bebê. Tão pequeno, com as partes do corpo, olhava para ele e imaginava mais um ser fazendo parte da nossa família. Fiquei imaginando como acontece toda a formação de um bebê. Foi uma emoção inexplicável, ainda mais quando vimos se mexendo, virando de um lado para o outro. Cada filho, uma emoção, um sentimento... Que só o amor da mãe explica...que só sendo mãe...

Engraçado mas no início a primeira imagem que passou pela minha cabeça foi de que estava vendo o perfil de uma menina, mas assim que começou a se mexer, a virar de um lado para o outro, logo pensei e falei para o meu marido que deve ser outro menino, sapeca igual aos nossos, já que estava se mexendo daquele jeito...rs 

Só pensamentos! Só sentimentos!

  
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Questionando o trabalho de Artes na Escola

Para quem acompanha frequentemente o meu blog sabe que há pouco tempo escrevi sobre Arte na Escola, Arte na Escola II. Relatei como tem sido o trabalho / propostas realizadas na Escola de Educação Infantil onde o Felipe está atualmente. Contei para vocês sobre a frequência das atividades, a presença da escrita da professora na produção da criança e sobre a inibição e insegurança do meu filho na hora de desenhar. 

Por um tempo, observei e registrei sobre a minha insatisfação com o trabalho. Estava esperando a hora certa para questionar, pois independente da proposta pedagógica diferente, tem algumas coisas que não conseguia entender. E vocês, me apoiaram, disseram o quanto devia sim questionar para entender todos os encaminhamentos realizados diariamente.

Então, solicitei uma reunião com a professora da sala. No momento, falei que gostaria de saber mais detalhes sobre o planejamento e atividades de Artes. Por um instante, ela parou e arregalou os olhos. Fiquei imaginando que na hora deve ter pensado: Como assim questionar o nosso trabalho? Sei lá o que realmente passou pela cabeça dela, só sei que na útima quinta feira fomos até a escola. Marido e eu, mais uma pequena lista de perguntas, questionamentos, dúvidas...

Primeiramente já antecipo que não fiquei surpresa com nenhuma das respostas, na verdade já esperava ouvir muito do que disse a respeito do trabalho de Artes. Sabe quando o trabalho criou raízes, há uma proposta praticamente imutável? Pois é, foi isso que percebi pela segurança e tranquilidade ao contar sobre as atividades. Agora, fiz a minha parte. Pelo menos falei tudo que tinha vontade de saber e questionar. 

Imagino que nada tenha passado despercebido, mesmo que não haja alteração alguma na proposta daqui pra frente, pelo menos possibilitei poucos momentos de reflexão e pensamento da professora. 

Agora, contarei um pouco sobre a reunião:

- Rotina e freqüência das atividades na rotina: Há em média e no máximo 3 vezes por semana propostas de desenho com tema. Isso quer dizer que as propostas são direcionadas. Que geralmente desenham o tema solicitado, ora fazem o desenho do próprio corpo, ora todo mundo desenha um cachorro e, assim por diante. Uma vez por semana tem pintura com aquarela.

Contou que há possibilidade das crianças escolherem e desenharem “livremente” também, mas isso só acontece no momento de cantos (chegada) e dificilmente todas as crianças passam pela mesa no qual os materiais estão dispostos. Então, qual é a chance do meu filho desenhar, desenhar e desenhar? Colocar as idéias no papel? Criar? Imaginar?

- Encaminhamento e organização das crianças para a realização das atividades.
O encaminhamento geralmente é feito na roda. A professora faz o levantamento de idéias de como, por exemplo, podem desenhar um cachorro. As crianças falam, a professora mostra fazendo o desenho. Nesse momento, questionei falando o quanto as crianças devem se apoiar no desenho que ela faz. Pois o tempo todo Felipe quer um modelo, uma imagem, um tema para fazer o próprio desenho. A professora contou que não interfere durante a produção, somente nesse início mostrando o formato da cabeça e das partes do corpo. Ficou meu questionamento, pois acredito que não há necessidade da professora mostrar um modelo em toda proposta. Deve sim favorecer e ampliar as imagens das crianças, mas mostrando a diversidade e não o que é simplesmente correto aos olhos da escola, da professora.

- Materiais: Por que não usam canetinha? Ficam somente no lápis de cor... Essa parte foi a que me deixou mais indignada. Adivinhe a resposta da professora:

- Porque suja a mão e a roupa;
- Porque muitos pais já reclamaram;
- Porque preferem incentivar o desenho com os diferentes tipos de lápis de cor;
- Porque as crianças não tem a musculatura desenvolvida para usar canetinha;
- Que o lápis de cor favorece que desenhem deixando marcas mais fortes no papel;
- Todas as alternativas.

Isso mesmo, todas as alternativas acima estão corretas. Bom penso tudo ao contrário, meus anos de estudo parecem que não valeram pra nada. Ela deu uma aula e achei tudo um absurdo. Discordamos da sujeira, falamos da possibilidade de usarem uma camiseta grande e velha por cima da roupa. Mas nessa hora lembramos que muitos pais e crianças não tomam banho todo dia. Então, deve ser por isso. Discordamos da musculatura para desenhar com canetinha. Achamos que para desenhar com lápis de cor requer muito mais conhecimento, já que exige que a criança tenha um traçado mais firme. Conclusão: sabe mesmo por que elas oferecem só lápis de cor? Pois na verdade não estão preocupadas com a criança, com o desenvolvimento e sim com o processo da alfabetização. Querem que cheguem na escola sabendo segurar bem o lápis, que saibam fazer as primeiras letras. O que acham? Posso sentar e chorar? rs

- Escrita da professora na produção da criança
Contou que geralmente escreve na produção da criança para os pais saberem o que o filho desenhou, para conhecermos e lembrarmos do percurso do desenho da criança. Falamos o quanto as crianças são capazes de contarem o que desenharam. A professora ficou muito surpresa, falou que geralmente pedem permissão para a criança. Pedimos para não escreverem mais na produção do Felipe. 

Contei para vocês uma parte da reunião, os pontos mais importantes. Agora, o que fazer? Cheguei a conclusão que tenho dois caminhos: conhecer uma escola Waldorf para uma possível transferência ou fechar os olhos para muitas das propostas dessa Escola de Educação Infantil, favorecendo o contato com a Arte em casa e, talvez, num possível Atelie.

Nem tudo é como a gente gostaria... Não é mesmo? Cada escola, em qualquer parte do mundo tem suas surpresas, incoerências que suscitam inúmeros questionamentos.



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Sexo do bebê


A partir do momento que uma mulher fica grávida acredito que seja impossível não pensar no sexo do bebê. Muitas mulheres mesmo antes de engravidarem já ficam sonhando, imaginando e comentando aos quatro ventos o desejo de ter um menino ou uma menina. Vontade relacionada a história de vida, ora porque teve um ótimo relacionamento com a irmã, por isso a vontade de ter uma filha, ora por simples preferência dos espoletas, molecagens dos meninos, ora por afinidade, pelo jeito que acredita que poderá educar. São inúmeros os pensamentos antes e durante a gravidez. 

Agora tem um aspecto comum entre todas as mães que é gerar um filho que nasça com saúde. Acho que isso sempre tem peso maior, independente do desejo de ter um filho e da vontade que seja de um sexo ou outro. 

Sempre acreditei que existem certas coisas na vida que não acontecem por acaso, que tudo tem um por quê, mesmo que não seja explicado muitas vezes no momento. Por isso, sempre deixei tudo acontecer e a única coisa que sempre pedi foi que meus filhos nascessem com saúde, independente do sexo. 

Agora sonho, imaginação fazem parte, não é mesmo? Não sei as reais causas que sempre me levaram ao sonho, desejo, vontade de querer ter uma menina. Sempre fiquei me imaginando como mãe de menina e o que aconteceu? Felipe foi o meu primeiro filho. Esse sonho foi ficando pra escanteio, já que aprendi tanto sobre como ser mãe de menino. Aprendi como são os meninos e que tanto um sexo como o outro tem muito o que oferecer, tem muito para nos fazer ser a mãe mais feliz do mundo. São diferentes, cada um com suas peculiaridades, características tão próprias que encantam.

Um dia já falaram para você que leva mais jeito para ser mãe de menino ou menina? Uma fala engraçada, sei lá o que passa pela cabeça das pessoas para ficarem imaginando isso, mas com certeza é pelo jeito de ser, agir e pelas características físicas que temos. Sempre me disseram que seria mãe de menino. Por que? Boa pergunta! Talvez por ser mais solta, desencanada, não muito delicada como uma boneca, um jeito mais espoleta, mais direta para dizer o que sinto e penso. Uma total viagem minha resposta. Apenas o que acho! 

Mas independente disso depois que tive o Felipe o meu desejo de ser mãe não parou e logo fiquei grávida de novo. Só que dessa vez as falas e esperanças das pessoas, dos familiares era de que fosse uma menina e novamente foi um menino. Um menino que queria muito fazer parte da família, que mostra-se muito feliz. Amém!

Com isso, observo o quanto foi bom ter mais um menino, o quanto Thomas fez e faz um bem enorme para o Felipe. Que o aprendizado entre eles com certeza seria diferente se tivesse tido uma menina no lugar do Thomas. Tive a possibilidade de favorecer isso para eles, de serem irmãos, parceiros, companheiros e cúmplices. De aprenderem um com o outro!

Sou muito realizada e feliz por ser mãe de dois meninos. Então, que como todas vocês sabem fiquei grávida de novo! E agora? O que os familiares e os amigos pensam? Continuam apostando que serei só mãe de menino? Ou que dessa vez terei uma menina? 

A gente acostuma a ser mãe de menino, já conhece tudo a respeito do próprio corpo, das características principais, já passa a ter milhões de roupas de meninos, uma coleção de brinquedos, um jeito de lidar com eles que tenho certeza que seria diferente se fossem meninas. 

Lógico que meu marido e eu não perdemos as esperanças de ter uma menina para balançar o movimento da casa, para possibilitar isso a toda a família. Fico imaginando um quarto com tema de menina, organizar as roupas na gaveta que sejam cor de rosa, pink, amarela, lilás, com temas de princesas etc. Enquanto meu marido fica dizendo que independente do sexo já temos tudo que é suficiente, precisamos apenas tingir as roupas se for uma menina. O que acham da ideia? Coisas de marido, de pai que pensa com a razão, com o dinheiro no bolso.

Agora, sinceramente, vindo com saúde, pode ser menino ou menina. Deixarei tudo acontecer, como tem que ser. Agora, assim que souber o sexo em meados das 18ª a 22ª semana contarei para vocês. 

Enquanto isso, vamos curtindo os dois meninos, deixando os dias correrem sem se preocupar com os nomes de menino ou menina. Terceira gravidez, então tudo caminha lentamente, muito mais tranquilo, sem ansiedade, grandes preocupações, apenas com azia, sono e indisposição.

Como foi para você? E você acha que é um menino ou menina? Faça sua aposta...rs

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“- Papai, me dá a chave do carro!”

Hoje por livre e espontânea vontade tenho um convidado especial. Meu marido sem mais, sem menos resolveu contar para vocês um acontecimento. Algo que aconteceu com Felipe e Thomas, que possibilitou diversão, mas que no fundo tenho certeza que foi um susto.

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Pensei que ouviria essa frase somente daqui alguns anos, afinal o Felipe tem apenas 4 anos e o Thomas ainda nem tirou as fraldas. Porém no final de semana passado fui surpreendido.

Belo domingo de sol, estava cuidando das crianças (para dar uma folga para a mãe) e resolvi lavar também o carro, afinal os homens também conseguem realizar várias tarefas ao mesmo tempo. Fechei o portão, que apesar de baixo (cerca de meio metro), dá uma certa tranquilidade para deixar os meninos mais soltos. Tirei o carro da garagem, bati a porta para evitar que escalassem para dentro do carro e fui no porão pegar as coisas para lavar. As crianças até então estavam brincando no quintal, andando de bicicleta, bobycar e entre outras, tudo sob controle.

No porão peguei os apetrechos básicos para lavar o carro... "- Celi, cadê o pano que separei para usar no carro?"... Não demorei nem dois minutos e quando voltei, que silêncio. Cadê as crianças? Será que escalaram o portão? De longe olhei para o carro, nada. Será que entraram em casa? Melhor nem perguntar para a Celi se os meninos estão com ela dentro de casa. Também se estivessem logo perceberia e escutaria o barulho.

Tudo sob controle, claro, afinal estamos na Alemanha. Aqui as únicas coisas ruins que acontecem são acidentes com crianças de pais desatentos! Foi nessa hora, enquanto minha cabeça estava formulando a matéria do jornal local do dia seguinte, que reparei que o volante do carro estava se mexendo de leve. Ao aproximar-me constatei que os dois estavam dentro do carro, portas fechadas. Felipe estava ao volante, todo empolgado, cinto de segurança, sentado no banco fazendo de conta que estava dirigindo. Ao seu lado estava Thomas, afundado no banco, igualmente de cinto de segurança, porém devido ao seu tamanho passava na frente do rosto. Suas mãos estavam segurando o banco e sua expressão não era das mais felizes, parecia temer o instante do carro andar. Nesse momento o empolgado grita de dentro do carro: “-Papi, cadê a chave? Me dá a chave?”. Por sorte havia tirado a chave do contato, ufa, vão ter que achar outra história para o jornal local de amanhã.

Foto tirada após alguns dias, gostaram tanto da farra que quiseram repetir...
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A Fala

Contei aqui o quanto Felipe vem avançando na fala referente aos dois idiomas. É impressionante como funciona a cabeça das crianças, como elas tem uma facilidade maior para lidar com diversos idiomas ao mesmo tempo. Parecem uma máquina registradora, no qual escutam uma palavra, no dia seguinte já estão repetindo e utilizando no contexto adequado.

Felipe ampliou o vocabulário de uma maneira que tem nos deixado de boca aberta, palavras novas presentes durante as conversas, durante uma simples resposta ou pedido.

Atualmente além de se referir a pessoa certa para falar em português, para falar em alemão, já dá conta de distinguir para quem deve fazer a pergunta para saber como fala isso ou aquilo. Engraçado que muitas vezes me dirige a palavra em alemão para perguntar algo (já que não sabe como fala em português), mas imediatamente já olha, dá uma risadinha e chama o pai para perguntar. 

Temos adorado vê-lo ampliando o vocabulário dizendo palavras como: Lógico, claro, com certeza! Palavras que tem utilizado para confirmar algo que perguntamos para ele. Ou mesmo em alemão, como: Natürlich (naturalmente). 

Felipe avançou muito na fala. Digo isso, pois foi uma criança que demorou muito para começar a falar. Desde o nascimento, teve a presença dos dois idiomas, o que sabemos que impede um tanto a criança de começar a se soltar. Mas depois de um tempo, por certo período, optou por um idioma para começar a estabelecer a comunicação com as pessoas mais próximas.

Agora, mesmo sabendo disso tudo era engraçado e às vezes nos preocupava quando ouvíamos pessoas questionando a demora do Felipe para começar a falar. Começou propriamente com 2 anos e antes disso diziam que era para levarmos numa fonoaudióloga, que poderia ter algum problema. Nunca demos muito ouvidos para o que as pessoas falavam, mesmo porque tanto o pai como eu fomos parecidos com ele, demoramos muito para começar a falar.

Hoje com 4 anos deslanchou, fala pelos cotovelos, tanto que tem hora que parece mais um papagaio.

Outro dia, por exemplo, foi muito divertido vê-lo conversando com o pai pelo telefone. Sempre telefonamos para o pai a tarde no trabalho. E sem dúvida alguma, quem sempre faz questão de começar a conversa? Lógico, que é o Felipe!

Falou tudo em alemão, mas transcrevi a conversa em português.

“- Oi papai.”

 “- Tá tudo bem no trabalho?”
Isso porque geralmente o papai liga e pergunta se está tudo bem em casa, se foi tudo bem na escola.

“- Que horas você volta pra casa?”
Aprendeu essa fala direitinho com a mãe, já que sempre pergunto que horas voltará para casa, para me organizar com o jantar, para colocar os meninos na cama. Agora, o filho também controla os passos do papai. Como se não bastasse uma...

“- Hoje voltará de carro, de ônibus ou de trem?”
Olhem só a curiosidade do menino. Tem a intenção de saber, mas o interesse maior é porque acha divertido demais e adora andar de trem e de ônibus.

“- O que você está fazendo?” (Trabalhando!!!!!!!! Certamente! Assim espero...)
Essa pergunta porque ele na escola não fica só sentado na cadeira, brinca, toma lanche, brinca no parque, brinca com carrinhos, desenha...

“- Como estão seus amigos do trabalho?”
Porque o pai sempre pergunta se o Felipe brincou com os amigos na escola. Então, nada mais certo e correto de perguntar sobre os amigos do papai. Fiquei imaginando o dia que perguntará se ele brincou também com os amigos do trabalho.

Com isso, dá-lhe imaginação e esperteza. Mais uma vez só reforça o quanto as crianças estão antenadas a tudo que falamos, absorvem de uma tal maneira e fazem uso com uma naturalidade incrível. 
    
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