Tomar decisões pelos filhos...


A partir do momento que temos filhos sabemos que a relação com eles passa por um caminho da super dependência para a independência. Algumas crianças demoram e precisam de mais apoio para que isso aconteça. Mas tudo tem haver com o tipo de mãe que somos. Por exemplo: as mais protetoras, mesmo sem objetivo de querer torná-lo dependente para sempre, acaba fazendo isso pensando em estar junto ou mesmo dando carinho. Muitas vezes, por experiência própria ou até por conta do tempo, perdemos a noção de que nossas atitudes poderiam ser outras. Que ao invés de calçar o tênis, poderia deixá-lo tentar. Que ao invés de dar comida na boca, podíamos deixá-lo comer sozinho. Poderia citar um milhão de exemplos. Mas o que quero ressaltar é o quanto fazemos pelos filhos e tomamos decisões que na verdade eles próprios teriam condições no momento ou mesmo no futuro. Sendo uma questão de tempo, dar TEMPO, respeitar o ritmo e limitações de cada filho.

Vivenciei uma situação com cada um dos meus filhos. Elas favoreceram muitas reflexões sobre o meu jeito de agir e pensar sobre o grande amor que tenho por eles.

Outro dia Felipe estava brincando com dois amigos no jardim quando de repente os dois amigos começaram a cercá-lo com a bicicleta para provocá-lo. Felipe não estava gostando do que estava acontecendo e muitos menos nós (falo nós pois o Boris estava vendo tudo). A vontade que tínhamos era de falar para pararem, uma vontade imensa de se intrometer. Por outro lado, ficamos ali quietinhos para ver a atitude do Felipe, lembrando de que será na experiência e na vivência de situações novas (boas e também difíceis) que aprenderá a se defender e futuramente resolver sozinho o que encontrar na vida. Mas é difícil segurar... Ahhhh isso é!

Outra coisa é em relação a tomada de decisão quando a criança ainda é pequena. Algo que talvez não saiba fazer agora, mas sim no futuro. E nesse caso, o que fazer? Esperar que a criança cresça para que possa ao menos participar da decisão? ou Confiantes e acreditando que seja o melhor para ela resolver logo a situação? Fico me perguntando se às vezes não antecipamos muitas coisas por querermos um bem maior, muuuuuuito maior.

Falo isso em relação ao Thomas. Decidimos por ele! Essa semana passou por uma pequena cirurgia que até então considerávamos a coisa certa a ser feita no momento (com a faixa etária). Uma preocupação nossa e que seria no futuro para ele. Talvez sim! Talvez não! Dizem que nada é por acaso, não é mesmo! Que temos que aceitar como somos e o que acontece para nós!

Mas concluimos e tomamos essa decisão. Pensando em tudo acho que há mais ganhos do que perdas. A perda maior foi viver essa situação ao lado dele. Foi um momento difícil para nós, pois envolveu uma série de aspectos que fizeram com que pensássemos: Será que foi o melhor momento?

Me pego a pensar que para um adulto, a depender da situação, também é difícil demais tomar uma decisão! Imagina para esses pequenos... Mas precisamos ter discernimento, considerar prós e contras para ir adiante. Não é mesmo!?


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