Adaptação! De quem?

Como é importante que a criança seja acolhida com carinho e atenção para que sinta-se bem e tenha segurança no ambiente que se encontra.

Sabemos que a primeira referência das crianças pequenas até então são os pais. Em alguns casos, há também pessoas bem próximas como avós, tias, babás e outros.

Na Alemanha a maior referência e proximidade somos nós; além é claro do casal que Felipe considera como sendo os avós. Essa é uma outra história e logo contarei para vocês. Mas o mais importante é que eles tratam meus filhos como se fossem netos. Isso para mim é muito bom e faz a diferença onde estou morando.

Ah... como me lembro do Brasil. Da relação que Felipe teve com os avós, tias e com a querida Fatinha (moça que trabalhava em casa). Além disso, acompanhei o processo de adaptação de muitas crianças na escola onde trabalhava e do Felipe no berçário quando tinha apenas meses. O que observei e concluo: aqui o processo de adaptação é muito diferente. A relação das crianças com os adultos da escola também.

Felipe passou por esse processo quando chegamos aqui. Foi difícil justamente por conta da relação (professora X criança) e planejamento dessa adaptação pela escola. Posso dizer que sofri e quase desisti de colocá-lo na escola. Mas tinha um bem maior para meu processo de adaptação nesse país e necessário que era estudar alemão.

Novamente começou tudo isso. Só que agora com o pequeno Thomas. Ontem ele completou 1 ano e 2 meses de idade e voltarei aos estudos do bendito alemão. Com quem deixá-lo nesse período? Não tenho opção, ou melhor; só tenho o Kinderkrippen (berçário).

Lógico que observo e vejo muitos ganhos em relação ao desenvolvimento dele. Porém, na semana passada, fiquei extremamente incomodada com o processo de adaptação.

A escola tem uma tarefa importante: adaptar. Fazer com que a criança faça parte de um grupo de crianças, que veja o ambiente como referência e de grande prazer. Sei que os pais podem contribuir e muito para favorecer esse acontecimento. Sei que a mãe precisa passar segurança para o filho. Mas e o adulto (refiro-me a professora) qual é o papel dela nesse momento? Ou melhor, nesse caso, o que elas fazem para que isso aconteça? Elas mesmo! Pois são várias e cada hora uma está próxima do Thomas.

Como está difícil entender as intenções que elas apresentam durante esse processo. Será que a primeira etapa é reconhecer o ambiente como favorável a esse processo? Fazer parte de um grupo de crianças? Quer dizer, estar ao lado de outras crianças? Fazer parte de uma rotina? Tudo isso está muito confuso para mim. Tenho a imagem da adaptação como algo processual, cuidado demais pela escola e adultos que fazem parte.

Não está sendo como sonhei, mas é a realidade e a maneira como tudo acontece nas escolas daqui. Assim acredito, já que está sendo a segunda adaptação e em escolas diferentes.

Agora, cadê o contato? A relação próxima? É possível que haja essa distância entre os adultos, agora com as crianças não! Isso não pode acontecer!

Um desabafo. Um protesto. Digo mais: isso não ficará assim. Da outra vez também, marcamos uma reunião e falamos tudo que observei. Melhorou? Bastante! Dessa vez, não será diferente. Será um pouquinho pior rs

Trata-se de crianças que passam uma parte do tempo com outros adultos, com outras crianças. Precisa ter referência. Precisa de vínculo afetivo! Será que é muito difícil?

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3 comentários:

Ingrid Gomes disse...

Ai Celi, estou entrando no dilema sobre escola agora, ele ta com quase 10 meses, ainda vai demorar um pouco, apenas no proximo verão, mas mesmo assim tenho procurado me informar até porque é preciso fazer inscrição com um ano de antecedencia... é dificil, preciso procurar bem e pelo oque dizem as conhecias, eles ainda tem muito a aprender sobre educação infantil e a necessidade do afeto, de ter profissionais que amam seu trabalho e que não estão lá apenas cumprindo obrigação. =(

Boa sorte ai, acho que vc está no melhor caminho, o acompanhamento dos pais em cima das escolinhas sempre dá um bom resultado.

Beijocas

Sofia disse...

Olá Celi,
Vim retribuir a sua visitinha lá no meu cantinho e dizer um olá já que somos vizinhas né??? :)
Não tenho grande cnhecimento de como funcionam aqui os infantários ou berçarios, O Leo tem 20 meses e começou faz quase 2 meses a ir ao Kinderbetreuung do Fitnessstudio que frequento, são 2 horas 3 vezes por semana e até hoje só posso falar bem, a adaptação não foi fácil como contei lá no blog mas estou muito contente com a atitude das professoras, são super competentes e queridas com o Leo.
Acho que por aqui a grande diferença é que as crianças são mais independentes e é nesse sentido que a educação evolui, deixam que as crianças procurem o que querem e por isso parece que as professoras são mais distantes... bem não sei. A minha experiência não é muita...
Veremos quando chegar altura de ir para o kindergarten.
Quanto a vocês boa sorte... e conversar com a professora é o melhor que podes fazer.
beijinhos

Anne disse...

Puxa, difícil de comentar até.
Aqui a adapt, ainda que tenha ido 2 meses antes que o thomas, foi tranqüila.
Somos mais quentes, as professoras da escola dele Ja viraram super queridas.
É uma questão cultural mesmo, de ajuste de expectativas, especialmente por parte da escola, que tem que atender as necessidades das famílias e em especial dos pequenos. Não?
Bjo