Despedida

Como é difícil uma despedida. Depois de 40 dias juntas hoje minha mãe voltou para o Brasil. Que tristeza a hora que vi entrando no carro para ir para o aeroporto. Não me contive e foi muito difícil. Por um instante olhei para o carro, olhei para ela, falei novamente tchau e depois novamente muito rápido comecei a ver o carro sair do lugar. Não queria mais olhar, não queria deixá-la me ver com expressão de tristeza e choro. Logo com o Thomas no colo entrei em casa e comecei a chorar. Chorar, chorar muito! Que aperto! Que difícil! Uma situação incontrolável.

Durante o convívio diário tivemos muitos momentos de alegria, mas também muitos momentos de discussões. Afinal, assim como dizem, por sermos muito parecidas, acabamos tendo um jeito nada fácil de lidar e falar certas coisas. Tudo que faz parte de uma relação entre pessoas. Mas como mãe, muitas vezes dói demais ouvir certas coisas do filho e vice-versa. Idéias, pensamentos que devem ser guardados. Que devem ser colocados distantes da relação entre mãe e filho, porém muitas vezes escapa, muitas vezes quando pensamos, já falamos... Um aprendizado constante! Um aprendizado diário ser mãe e também filha.

Agora que sou mãe e tenho dois filhos fico pensando em tudo que minha mãe falou, tento entender um pouco de tudo, pois sei que mãe só quer o bem do filho, um bem maior no qual o amor fala mais alto em todas as circunstâncias da vida.

Agradeço imensamente a minha mãe! Agradeço imensamente a visita e o tempo que esteve conosco. Sem dúvida alguma, foi muito bom para meus filhos ficarem ao lado da avó. Eles curtiram e tenho certeza que também sentirão muita falta. Falta dos momentos em que estiveram ao lado dela, no qual brincaram de fazer uma pista de carros no sofá, ficaram no colo, receberam um carinho tão imenso e foram ao balanço com ela. Não tem alegria maior do que ver nossos filhos felizes e sorrindo.

Infelizmente sempre fico com a sensação de algo ter faltado, um sentimento de não ter feito tudo que queria, de não ter conversado o suficiente, de não ter curtido tanto como poderia. Como o ser humano é difícil. Como os sentimentos tomam conta, como as falas pesam entre nós. Mas sei, sei que devo olhar para tudo que vivemos e ficar feliz por tudo que fizemos juntas. E, assim como meu marido falou, foi bom, foi muito bom, mas agora tudo continua; por isso é importante não dar tanta importância as mínimas coisas que acontecem na vida. O importante é viver e ser feliz! Viver muito bem um dia de cada vez! Tudo a mais pura verdade.

Por isso, guardarei essa fala e também essa frase:

“Não chore nas despedidas, pois elas constituem formalidades obrigatórias para que se possa viver uma das mais singulares emoções da vida: O reencontro” (Richard Bach)

E é justamente isso que deixarei em minha memória. Pensarei que logo terei um reencontro e que, por enquanto, guardarei com carinho as boas lembranças: como o momento em que tomávamos café juntas, em que esquentávamos uma o leite da outra, em que conversávamos sobre a nossa vida e da família, em que trocávamos idéia do que seria feito de almoço para as crianças, em que combinávamos os passeios que faríamos e quando conversávamos sobre os planos da minha visita ao Brasil. Tudo muito gostoso!

Agora, ainda muito recente, está faltando alguém em casa. Está faltando minha mãe. Minha mãe sentada ao meu lado, enquanto escrevo no blog. Minha mãe deitada ao lado do Felipe para dormir, minha mãe tomando chá de maçã conosco, minha mãe, minha mãe... 

Mas que bom que pude viver isso. Esse vazio aos poucos será preenchido com tantos afazeres que tenho vivendo aqui na Alemanha e as lembranças ficarão na memória, aumentando ainda mais as saudades. Um amor entre mãe e filha, um amor que sabemos que só as mães tem pelos filhos.

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6 comentários:

Anne disse...

:f
seus meninos estao lindos...:h

Gaby disse...

Ai Celi, me comovi com o que você escreveu. Essa relação mãe e filha é muito difícil mesmo. Muitas vezes achamos que somos mais sabidas que nossas mães, que elas já estão ultrapassadas, e que as modernidades do mundo, só nós dominamos. Só nos esquecemos que o sentimento não muda com o passar das épocas, ele é o mesmo sempre. O amor incondicional que temos pelos filhos, o sentimento de proteção, a vontade de fazer sempre o melhor pra eles, a preocupação que nunca acaba. Esquecemos que somos para nossas mães o que nossos filhos são para nós, eternas crianças!

Ingrid Gomes disse...

O minha querida, infelizmente a vida é assim, nao podemos ter tudo sempre!
Agora é guardar os bons momentos e tocar vida enquanto não chega a próxima vez! =)

Beijocas

PS: Os meninos estão lindos DEMAIS!

Sandra Kautto disse...

Ai Celi...sei EXATAMENTE o que é isso, mas com a diferença que eu foi quem sempre fui embora e minha mãe ficou me vendo ir... lembro que a última vez chorei tanto, mas tanto que meu esposo ficou assustado! Ele nunca tinha visto eu me despedindo da minha família...
Mas é isso minha amiga, guarde as boas lembranças e pense já no re-encontro! :-)

Beijos e forças! :g

Mikelli disse...

as despedidas sao sempre difíceis. E me identifiquei com a sua relacao com a sua mae...nos tb somos muito parecidas e as vezes a gente bate de frente, mas no final a gente se entende. Muita força agora e fique só com as lembranças boas e deixa a tristeza da despedida de lado. bjs!

Anônimo disse...

Eu vivo em Portugal há mtos anos, e vivenciei tudo isso que voce falou acima, só que no meu caso eu nao tenho filhos. Foi duro ve-la ir embora, mas no meu caso lutei com todas as minhas forças e trouxe ela para viver comigo em Portugal. Agora ao menos tenho ela perto de mim. Discussões? Claro sempre existiram e existirão, e qdo isso acontece me dá uma dor no ♥ de arrependimento, principalmente pq penso que um dia eu não a terei mais ao meu lado; e de familia sou so eu e ela neste mundo. Bjs