Blogagem Coletiva: Pediatria


"- Hoje vou no médico!"

Na saída da escola: "- Papi schneller schneller gehen wir zum Artz". (Papi rápido rápido vamos para o médico).

Chegando no consultório: "- Vamos brincar de Bahn?" Felipe senta no chão e começa a brincar na sala de espera. Brinca com Bahn (trem com pista de madeira), faz desenho e quando chega a hora de ir para a sala da médica diz: "- Ahhhhhhhhhhhh não quero!"

Mas logo pergunta: "- Qual sala? Essa mami? Ou essa? Vamos na sala do trem?" (sala que tem uma cama em formato de trem). 

Na sala brinca, brinca e brinca enquanto espera a médica chegar.

Mas logo chega a auxiliar da médica e convida Felipe para medir a altura e pesar.

Quando a médica chega fica ao lado dela ouvindo com atenção toda a conversa. Conversamos com ela sobre nossas dúvidas, respondemos algumas questões específicas a respeito da personalidade, rotina e alimentação do Felipe.

Em seguida, hora de ser examinado.  Primeiro hora de colocar o estetoscopio. Felipe fica quietinho só aguardando. Depois hora de abrir a boca e colocar um pouquinho a língua para fora. Depois hora de ver os ouvidos. Em seguida, hora da conversa. Sobre a escola, sobre os amigos e brinquedos que mais gosta. Depois hora de avaliar os reflexos. No joelho, no cotovelo, no pé...

"- Ah, me mostra se você sabe fazer isso: Felipe pula comigo, agora anda na pontinha do pé, você sabe pular com um pé só?"

Em seguida, faz as anotações no caderno (Kinder-Untersuchungsheit) e comentários a respeito do Felipe.

Por fim, "- Felipe você quer Gummibärchen?" Logo, come duas balinhas e volta feliz para casa.

Felipe gosta bastante de ir ao médico. Não somente para ganhar as balinhas de ursinho, porém sente-se bem, interage com a médica e brinca em ambientes diferentes dos habituados.

No Brasil, também era assim. Felipe gostava de ir ao médico, porém era pequeno e a interlocução e postura era muito diferente.

Hoje diz que gosta de ir ao médico, algumas vezes pede para levarmos e para tomar remédio, por exemplo: quando está com dor de barriga ou mesmo dor de garganta. É engraçado,  lembra dos remédios e fica na marcação para tomá-los. Nós não estamos acostumados a dar remédios. Procuramos seguir um caminho mais natural possível. Mas quando não há melhora, a depender da gravidade, não tem como e temos que recorrer a eles.

Logo que chegamos aqui na Alemanha tivemos uma ótima indicação de pediatra. Estamos contentes, apesar das pequenas diferenças. Sabemos que há em todo lugar, se compararmos com os médicos do Brasil. Talvez menos acolhedores, talvez mais sérios e somente médicos. Isso mesmo! São médicos pediatras, diferentes de terapeutas e babás. Uma relação mais distante, no qual realizam o trabalho a fim de garantir uma boa consulta e avaliação do desenvolvimento das crianças. Por sinal, percebo que é padronizado o que será cuidado e olhado em cada consulta. Por conta, dos Us que as crianças realizam periodicamente os pediatras já sabem exatamente o que deve ser olhado em relação ao desenvolvimento. Geralmente seguem fielmente.

Conheça a tabela dos meses correspondentes para a realização de cada U (encontro com o pediatra para ser examinado). Os pais são obrigados a levarem os filhos, caso contrário correm o risco do filho não ser aceito nas escolas de Educação Infantil.

Há dois planos de seguro saúde: o privado e público. Agora, se vocês me perguntarem qual é a diferença digo que é muito pequena. Tanto tendo um, como o outro as pessoas tem direito aos mesmos hospitais e médicos. Isso é muito bom! Independente do seguro saúde há igualdade no atendimento. Existe a preocupação com o bem estar e saúde do paciente, independente se o mesmo é um operário ou dono de empresa. 

Uma pequena diferença entre eles, assim como no Brasil, é o pagamento. As pessoas que optam pelo plano público realizam um pagamento fixo independente da quantidade de filhos. Ou seja, paga-se por um plano familiar. Enquanto no privado o cálculo é realizado por pessoa. 

Uma curiosidade interessante é que precisamos de receita médica para todos os medicamentos. Um controle e cuidado fora do comum. Não dá para se auto medicar ou sair comprando o que faz bem nos momentos de dores.

Sendo assim, senti falta de algumas coisas que estava acostumada no Brasil. Alguns medicamentos básicos para febre, nariz, dor de cabeça entre outros. A solução no início foi usar os medicamentos de costume no Brasil e, após um tempo, solicitar para o pediatra os principais para possíveis imprevistos e acontecimentos.

De modo geral, tenho uma ótima avaliação dos médicos e pediatras. Apesar da distância com o paciente / pais e de termos médicos específicos para tudo há uma boa avaliação e acompanhamento do desenvolvimento da criança. Assim não tem como gostar, pois o que vale realmente é garantir a saúde dos filhos e ter alguém para recorrer nos momentos de desespero e preocupações da mãe. Isso eles fazem! Garantem um ótimo atendimento!

Conheça também como são as consultas com os pediatras em outros países. Para isso é simples, basta clicar aqui e escolher por onde quer começar.
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8 comentários:

Dani Cassar disse...

E acho que e bem coisa de europeu, eles sao super profissionais e nao sao mto de jogar conversa fora neh, aqui tbm nao se compra nada sem receita e se vc vai ao hospital e eles nao sabem oq vc realmente tem, eles te deixam em pbservacao e nao te medicam, ao contrario do Brasil que te medicam so ao te olhar...rs

Bjos

Ann disse...

Oi Celi,
Nada como a Alemanha, ja morei em Dusseldorf muitos anos atras e sei bem como e o atendimento. Nos meses que estive ai me tratei de tudo, ate do que nao tinha rsrsr e falo ate hoje para todos, os melhores medicos que ja fui.
Que lugar da Alemanha vc esta? Outro dia te deixei um recado perguntando aonde vc mora, vc viu? Estou passando pela Alemanha na sexta indo para a Polonia, iamos fazer paradas, mas, decidimos que talvez so na volta.
Bj

Unknown disse...

Vc sabe que nao me importo com a forma q os medicos tratam os pacientes, acho bem melhor q aquele bate papo e o pediatra dizendo maezinha hehehe
Acho que atendem de uma forma super profissional.
Bj carol

Lu disse...

Oi Celi!

Acho q com o tempo a gente se acostuma a não esperar mto carinho dos médicos, né? Contanto q eles façam o trabalho deles bem feito e não sejam grossos, tá td bem. No final a gente acaba preferindo àqueles brasileiros q ficam puxando o saco da mãe pra não perder paciente.

Bjs!

Anne disse...

Eu nem vou comentar o sistema médico de pais desenvolvido pq vc sabe, aqui temos 3 opções - e no fim nao sei tb a diferença entre elas. Publico, convênio e particular.
Sou usuária dos dois últimos. Pediatra só particular, nao me adaptei com nenhum de convênio. Mas ainda assim acho que os médicos tem pouco preparo no geral para olhar famílias e crianças como um todo e analisar situações específicas. Alguns me parecem fabrica de receitas, e instruções...
É uma pena, mas co fio menos na classe medica pediátrica do que eu deveria....
Bjo

Mikelli disse...

espero ter a sorte de achar um pediatra assim tao bom como o de vcs! =) pq acho que aqui na alemanha, tudo depende muito de sorte ou persistencia. Por exemplo, nos trocamos de Hausarzt 4 vezes antes de achar o nosso, que é bom. =) Ja a minha gineco eu achei de 1a, mas foi super sorte hehe Cada medico aqui tem um jeito diferente, e odeio os que acham que sabem mais do que o paciente sobre as proprias dores.
Ah, sobre os planos de saude...existe sim uma boa diferenca entre publico e privado ;) Por exemplo o Selbstbeteiligung que vc tem no privado...geralmente vc arca com valores abaixo de 50€ (depende do seu limite) e alguns tratamentos tb. Por isso muitas pessoas "adiam" a consulta o maximo possivel e acabam se prejudicando com isso. bjs!

Sarah disse...

Muito interessante Celi! Gostei de saber que há poucas diferenças entre o sistema público e o privado, é assim que deveria ser em todo lugar né... E gostei tb de saber que as crianças PRECISAM ir ao médico para frequentarem a escola. Isso diminui bastante a circulação de vírus e bactérias entre os pequenos.
Sobre comprar medicamento somente com receita, um conhecido alemão veio recentemente para cá e ficou indignado com nossa facilidade em comprar remédios sem receita. Somente há pouco tempo passaram a exigir receita para medicamentos que contêm antibióticos, mas para aqueles de uso mais cotidiano não há controle mesmo.
Vou ler os outros posts da blogagem!
bjos
Sarah
http://maedobento.blogspot.com/

Renata disse...

Fico sempre impressionada com essa organização alemã! Muito bacana esse controle que eles fazem.