O pequeno explorador


Sempre tive receio dos passeios, estudos ou qualquer outro nome que dão para essas atividades propostas pelas escolas. Mas no contexto atual considerando a proposta em si Felipe foi para o bosque. A atividade foi realizada durante uma semana, no qual iam e voltavam todo dia, de ônibus, com as professoras e colegas da escola. Um aspecto relevante foi a escolha de um bosque localizado perto da escola, na própria cidade. Deixando-me assim mais tranqüila para permitir a participação do Felipe.

Você pode me achar preocupada demais ou mesmo paranóica, mas as condições sociais do país em que morava tiveram forte influência sobre mim. Lembro da minha infância, do meu tempo indo para a escola, de muitas pessoas desconhecidas que encontrei pelo caminho, enfim; da falta de segurança e dos meus pais dizendo para tomar cuidado com isso e aquilo. E lógico que nessas horas a história de vida e as lembranças chegam à tona. Penso que talvez ainda esteja num período de adaptação em relação a escola que esperava para meus filhos. Não que as escolas daqui não sejam boas, porém sempre tive um “modelo” e, pra falar a verdade, brasileiro para eles. No qual, envolvem outras condições sociais, físicas, propostas pedagógicas, valores, costumes e o ser criança.  

Nessa realidade, tenho certeza, que mesmo as escolas sendo diferentes, meu filho está tendo oportunidades excelentes para ser e viver realmente o tempo de criança. Viver intensamente cada momento, com a possibilidade de olhar o que a vida oferece de tão belo como a natureza. E o que mais posso querer disso? Tenho que aceitar pois apesar das diferenças há aspectos positivos também.

Para essa proposta a escola tinha como objetivo geral a vivência dessa experiência, a sensibilização dos sentidos, o despertar da curiosidade e de sentimentos para construirem uma relação positiva com a natureza; a fim de servirem de base para uma futura ação consciente e responsável sobre ela. Avalio esses objetivos amplos para crianças da Educação Infantil. Na verdade, são inúmeras minhas questões diante do currículo. Mas aos pouquinhos tenho me colocado para entender melhor e concordar ou não com toda proposta de ensino.

Agora, despertar o tato quando está com uma pena na mão, o cheiro de um galho de árvore, escutar o silêncio e em seguida diversos barulhos, sentir a brisa do vento batendo no rosto, perceber a diferença entre a sombra e a luz no rosto, estimular a fantasia e a criatividade por parte das crianças acredito que seja possível com as intervenções do adulto.

Independente de todos esses objetivos ressaltados pela escola e minhas preocupações, talvez, até falta de conhecimento; Felipe deixou evidente a animação e adoração pela realização do passeio. Pude notar dia a dia as novidades trazidas por ele. Um dia comentou com quem sentou no ônibus, outro dia do piquenique, das formigas que observou de pertinho, da joaninha, das árvores e flores bonitas. 

Foi a primeira experiência! Um tanto de exploração para o despertar do olhar, de conhecimento, de aproximação e respeito à natureza. No qual ficará em sua memória o que foi significativo durante esse passeio no bosque.

Afinal, valeu a pena!

 
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5 comentários:

Dani Cassar disse...

Que lindo, imagino que ele deve estar super feliz com as novas experiencias, se todas as criacas tivessem essa oportunidade, acho que criariamos um mundo melhor e com mais respeito a natureza =)

Bjkas

Sofia disse...

Que bom que tudo deu certo. Como disse ontem adoro estas experiências com as crianças e acho que elas só têm a ganhar. :)

beijo

Sandra Kautto disse...

Que maravilha poder proporcionar ao filhote essa experiência tão bacana com a natureza!!!

Beijos

Anne disse...

:a
que post bacana!
sabe, eu ando pensando muito nisso também - em coo os objetivos que as escolas propõe podem ser um tanto fantasiosos ou pretensiosos demais.
ando querendo menos textos, menos objetivos, menos referenciais e mais liberdade para ele, sabe?
deve ser difícil para vc, com a bagagem que tem se adequar a uma educação totalmente nova, de outra cultura. eu ando rebolando (em menor escala, claro, pq estou ainda no berçário, shame on me)para achar uma escola com uma proposta que eu encare aqui... no bairro. imagina em outro país.
não sei, ando meio revolts com escolas. fala sério, tem mesmo que ter festa junina?
ai meus sais (mas podem ser os hormônios falando)
bjo

Renata disse...

Que delícia de passeio!!! Amiga, acho que até me esqueci de conversar com vc sobre isso, mas cada vez mais me interesso pela educação que é dada aí na Alemanha. Cheguei a conversar com o meu médico antroposófogo sobre isso e ele é até mesmo a favor da Waldorf. Acho que as crianças estãos sendo privadas cada vez mais desse espaço de brincar, explorar os espaços e serem felizes. Pois são cobradas a aprender a ler e escrever cada vez mais cedo...Fico muito feliz quando vejo que os meninos estão tendo oportunidades como essas. Ainda mais pode compartilhar um passeio como esse com os colegas da escola. beijos!!