Blogagem Coletiva - Quem cuida dos nossos filhos



Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi Mami Papi
Papi Mami Papi Mami Papi Oma Opa Mami Papi Mami Papi Oma Opa Mami Opa Oma Papi Mami 

Pronto! Respondi. Da forma como Felipe diariamente fala em alemão para nós. Sempre a mami, o papi, eventualmente a oma (avó) e o opa (avô) postiços, outras a oma (avó) do Brasil.

Brincadeirinha.

Mas confesso que quando li qual seria o assunto da blogagem coletiva foi isso que veio na minha cabeça e, acredito, que para muitas das mães internacionais também. 

Mudei para a Alemanha e trouxe muitos pertences, enchemos boa parte de um container, foram malas e malas; porém a Família (com letra maiúscula, pois merece um destaque importantíssimo na nossa vida), a babá do meu primeiro filho (demais de amorosa e prestativa) e amigos muito próximos não vieram conosco. Uma mudança e tanto! 

Logo um turbilhão de sentimentos tomaram conta de mim. Percebi que tudo havia mudado demais e que seria assim: meu marido, Felipe e eu. Nós três e mais ninguém conhecido, próximo e familiar ao lado. Uma grande responsabilidade cuidar totalmente do Felipe e, hoje em dia, do Thomas também. Digo responsabilidade ainda maior, pois distante do meu país de origem, senti que sobrecarregou em todos os sentidos. Cuidar de tudo que envolve uma casa, cuidar dos filhos, do marido, conhecer um país novo com características próprias, conhecer uma cultura, aprender um novo idioma e cuidar de mim. Sabe quando tudo ficou distante e algo totalmente novo começa a fazer parte da sua vida. Isso mesmo! Passei a ter uma nova vida. 

Agora, não pense que me enganei. A escolha foi minha e imaginei que seria assim, com um período longo de adaptação e com momentos bem difíceis.

Durante esses 2 anos aprendi muito sobre como viver na Alemanha e mudei bastante também. O dia a dia, a distância de tudo conhecido, as saudades, o precisar fazer isso e aquilo, o sentir-se sozinha em muitos momentos interferiram muito no meu jeito de ser. Algumas pessoas dizem que foi para melhor. Que mostrei o quanto sou capaz e dou conta de tudo que fazia no Brasil e um pouco a mais. Outras dizem que me revelei como dona de casa e mãe. Ainda tem aquelas que dizem que me tornei auto suficiente, totalmente independente e mais distante. 

Na verdade, meu jeito de ser se sobressai perante o meu modo de viver na Alemanha. Uma vida totalmente diferente, no qual minha família é prioridade, a maior preciosidade.  

Com a mudança larguei o trabalho também. Uma tarefa diária que ocupava demais meu tempo e o tempo de viver para a família. Amava de paixão o que fazia, mas afirmo que hoje estou realizada e sou uma mãe muito feliz por acompanhar os passos de cada filho, por cuidar de cada detalhe e demandas relacionadas ao ser criança. Se estivesse no Brasil trabalhando talvez não daria conta, existiria uma cobrança interna maior ainda de fazer sempre o melhor e de querer fazer isso e aquilo. Pois bem me conheço e sei o quanto sou detalhista e perfeccionista. 

Com a escolha feita aqui estou cuidando dos meus dois filhos, pois sabe-se bem que aqui na Europa dificilmente as pessoas tem uma empregada, uma babá; o custo é muito alto e as pessoas não tem esse costume.

Minha impressão durante esses dois anos é que elas são plenamente responsáveis por tudo que escolhem ter. Tem casa, então se esforçam para cuidar, pois sabem que o custo é alto para delegar a outro alguém. Por exemplo: pintar, consertar etc. Tem filhos, cuidam dos filhos sozinhas. 

Ficar junto com o filho chamou muito a minha atenção logo que cheguei na Alemanha. Lembro bem de todo lugar encontrar os pais com os filhos, mães e filhos, pais com os filhos, mães e bebês, mães e filhos, pais e filhos, mães e filhos... Um exagero na escrita, porém isso é o que realmente acontece. Os filhos, na maioria das vezes, estão com os pais e, principalmente com as mães, já que o pai trabalha fora. 

Por aqui não tem essa de deixar com a empregada dois minutinhos para tomar um banho e deixar com a babá para fazer compras no supermercado. Os pais ficam com seus filhos, são obrigados a pensar em soluções para resolverem tarefas simples do dia a dia; muitas vezes antecipando a realização de pequenas coisas pelas crianças, tornando-as “pré autônomas”. Ou seja, antecipando e fazendo com que dêem conta de se vestirem, calçarem o tênis, comerem sozinha; entre outros cuidados básicos. Elas acabam aprendendo na marra, na repetição e com as circunstâncias trazidas pela rotina dos pais.

Agora, você pode estar se perguntando se as crianças daqui não tem avós e outros familiares. Lógico que tem, mas pela experiência e contato que tenho com outras mães, são poucas as que contam diariamente e delegam tarefas para os avôs e tios. Uma vez ou outra, mas não sempre.

Também tem as mães que trabalham fora. Tem uma grande parte. Mas nesse caso muitas conciliam o trabalho com o horário da escola. A escola, é quem cuida e ensina. Agora, quantas mães no Brasil fazem isso? Milhares. Quando as mães tem um bebê e não tem com quem deixá-lo após o término da licença maternidade acaba optando pela escola. Muitas vezes por questão de segurança ou mesmo por querer garantir alguns aspectos importantes para o desenvolvimento. 

Mas tem algo que preciso confirmar com você que é mãe e está no Brasil, na Alemanha ou em outro país. Independente dos costumes, da influência de outras pessoas que cuidam, sejam elas babás, empregadas, familiares, amigos ou responsáveis na escola me diga: Quem realmente cuida do(s) seu(s) filho(s)? Quem cuida melhor dos seu(s) filho(s)? Aposto que responderá que é você. Se pensou isso, não fique preocupada que é uma mãe coruja e ciumenta; pense apenas que tem um filho, alguém que ama incondicionalmente, que fez você aprender a ser mãe e que os sentimentos maternos levam você a ter esse pensamento e muitos outros. Todos com um propósito maior: de cuidar e querer bem.

Parabéns! Parabéns por cuidar tão bem do seu filho!

Aproveite clique aqui e conheça a realidade de outras mães que estão pelo mundo.



           
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7 comentários:

Ingrid Gomes disse...

Com o meu filho aprendi que apesar de não ser nada fácil criar, não existe ninguém nesse mundo que faria melhor que eu e o pai dele e que devagar as coisas se ajeitam de forma que só nós dois basta.
Eu sinto falta de ter minhas tias e minha mãe por perto mais pela companhia delas ou pra ter alguém de confiança pra sairmos sem ele num momento muito especial, porque pra todo o resto, já aprendemos direitinho hahahha e ele vai pra todos os cantos numa boa. =))

Beijocas.

Mãe Viajante disse...

Oi Celi,
Aqui na Austrália não é diferente, as pessoas não têm o hábito de recorrer à família para ajudar na criação dos pequenos, e é muito comum as mães darem um tempo na carreira (de até uns 5 anos, em alguns casos) para ficar com os filhos. E o melhor é que ninguém vê isso de forma ruim, se vc fala numa entrevista de emprego que ficou fora do mercado para cuidar dos filhos, isso não é demérito para você. É no mínimo interessante essa postura, mas ainda não me acostumei a ela (eu e a minha cabeça brasileira competitiva!).
Post muito legal o seu, gostei muito!
bjo
Livia

Carol Szabadkai disse...

É Celi, pensamos parecido, até o primeiro pensamento ao escrever o texto.... hahahah
como já disse, acho que você é muito corajosa por mudar de país com filho e tudo. parabéns, você é uma daquelas pessoas que vai atras do que quer e consegue, tenho certeza que seu resultado como mãe só pode ser bom. :)
Beijinhos!

Ann disse...

Oi Celi,
E bem por ai mesmo, temos que botar a mao na massa e ser polivalentes rs e nao e mal nao, acho que so temos a ganhar com isso. Quanto a parar de trabalhar, estamos todas no mesmo barco, mas, como ja disse em um outro post, vamos colher os frutos la na frente, quando as criancas crescerem. Na realidade acho que temos muita sorte e nao percebemos. Muitas dariam tudo para ter esta chance de ficar perto dos filhos, mas, nao podem.
Amei a ilustracao, e tua?
xx

Ana Paula disse...

Oi Celi, adorei teu post. Aqui no Canada funciona da mesma forma, os pais e maes sao bem presentes na vida dos filhos. Se trabalham, todo o resto sao eles que fazem sozinhos, se viram pra fazer tudo com as criancas a tira-colo. Eh tao bom quando a gente se sente capaz e da conta do negocio, ne? Bjs.

Priscilla Perlatti disse...

Mesmo morando no Brasil, escolhi um jeito meio europeu de criar minhas filhas, se é que eu posso colocar desse jeito. Só de falar em babá tenho arrepios e sempre pude contar muito pouco com avós para olhar minhas filhas, por causa da distância.
Carrego as meninas para qualquer lugar que vou e sempre incentivei muito a autonomia delas. Essa foi a nossa opção e tem funcionado muito bem pra gente.
Bjs
Pri

Renata disse...

Parabéns pela mãe que você é amiga!! Parabéns pela escolha que fez de poder curtir a materidade de forma intensa!