Ser criança


Como é bom ser criança! Lembro que tive uma infância muito gostosa, no qual brincava de boneca, de casinha, de escolinha,  freqüentava clube (o adorável parquinho e suas piscinas), fazia passeios com meus pais e irmãos e curtia as festas de aniversário com bolos decorados e brigadeiros feitos por minha mãe. Brincar na rua, na minha época, enquanto era criança, já foi mais difícil devido a segurança. Hoje em dia pensando na vida, em uma cidade grande como São Paulo, ainda é mais difícil. Há pouca segurança e mesmo as brincadeiras de rua foram se perdendo e sendo esquecidas para o espaço de dentro das casas, condomínios e tecnologia. Agora, não é porque não moro mais em São Paulo que estou escrevendo isso. Muito pelo contrário, acho que tem espaços interessantes para se divertir. Os parques, por exemplo, são espaços que devem ser aproveitados. Que por sua amplitude possibilitam que as crianças andem de bicicleta, empinem pipas, corram, brinquem de esconde-esconde, no balanço etc. Pouco a pouco os lugares para diversão foram sendo alterados, ganhando outra dimensāo.

Mas estou aqui, pois quero falar do quanto aprecio ver a felicidade das crianças. O quanto é bom ser criança aqui na Alemanha. Por que na Alemanha? Porque identifico uma grande diferença entre ser criança no Brasil (em São Paulo) e aqui onde moramos. Se estivéssemos morando em São Paulo acredito que a rotina do meu filho seria em torno de ir para a escola, brincar em casa, de vez em quando na casa de um amigo ou primo, na casa dos avós, participar de alguma aula extra, brincar no parquinho do condomínio e passear com os pais para outros lugares, como: parques, museus, etc. Mas aqui é diferente! Tem a questão da segurança (acho que 90% rs) no qual as crianças ficam na varanda da casa, ou seja,  na área externa. 

Além disso, lembro-me bem do quanto fiquei encantada com os parquinhos quando cheguei na Alemanha. Encantada com a quantidade em cada cidade, com a diversidade de brinquedos e principalmente com a qualidade. Vocês pensam que tem brinquedos quebrados ou pichados? Muito pelo contrário, observa-se freqüentemente homens da prefeitura limpando, trocando, organizando e colocando novos brinquedos no espaço. Digo brinquedos referindo-me ao balanço, gangorra, gira-gira, casinha com escorregador, trepa-trepa, etc. Logo que cheguei aqui acho que minhas amigas (educadoras também) chegaram a receber muitas fotos desses espaços. 

O mais interessante é que eles são freqüentados por avós, pais e crianças. No verāo, junto com a vizinha (uma das pessoas mais próximas) e seus filhos, fomos passar a tarde e fizemos piquenique. Outro dia fomos novamente e encontramos com  crianças que sāo do mesmo Kindergarten (Jardim da Infância) que o Felipe. Também tem outro agravante que é: parece que as mães tem mais tempo para seus filhos e se dedicam mais à família (mas sobre isso falarei em outro post). 

Com tudo isso, as crianças são mais felizes! Aproveitam intensamente a companhia da mãe, a área externa e posso dizer que cada estação. Quem pensa que as crianças sofrem no inverno, no período de chuva está muito enganado. Aqui tudo é planejado, elaborado e vivido como tem que ser. Na primavera, as crianças plantam e cultivam as flores. No verão, aproveitam os lagos, piscinas e parques. No outono, brincam com as folhas, pisam no barro e nas poças. No inverno, brincam e muito na neve. Não se incomodam nem um pouco! Quem se incomoda são os adultos! Mas tudo é uma questão cultural e de costume.

Lembro que quando começou o inverno passado pensei:  E agora, não vou mais sair de casa? Tinha que ir ao supermercado, levar o Felipe para a escola, ir ao médico realizar o pré natal e.... a vida continuava. Olhava as pessoas na rua preparadas e numa boa encarando o dia mais cinzento. Foi assim que, pouco a pouco, fui começando a olhar para cada estação e o que de bom ela também tem a oferecer. Hoje ainda sofro um pouco, mas sei que meu filho é feliz e tem aproveitado cada minuto que está lá fora: seja mergulhado na poça, tirando a neve da frente da garagem, voltando da escola e passando por canteiros cheios de lama, na chuva ou num dia ensolarado. 

Só tenho a agradecer a NATUREZA e a relevância que tem cada ESTAÇÃO DO ANO.


Junho / 2009 - Primeiro parquinho que conhecemos em Regensburg




Junho / 2009

Dezembro / 2009
   









Agosto / 2010




0

0 comentários: