Despertando o interesse

Felipe a poucos meses de sair do Kindergarten (Jardim da Infância) vem demonstrando um interesse grande pela escrita. Algo que até então nunca havia sido cobrado por nós, imposto pelas professoras do Jardim da Infância, hoje quer escrever o nome dos irmãos, dos pais, dos brinquedos... No Kindergarten a única palavra que notei que aprendeu foi a escrever o próprio nome.

Outro dia enquanto organizava uma loja que venderia de tudo (brinquedos, livros, roupas, enfim, de tudo um pouco) pediu para ajudá-lo a escrever o nome dos compradores (todos da família) e também o nome dos objetos.

Interessante foi vê-lo emitindo os sons, as sílabas das palavras. Chamou muito a minha atenção ver o quanto tem a percepção das consoantes. Enfim, acredito que além de toda a parte silábica alfabética com valor sonoro de consoante (assim como classificam as fases da escrita segundo Emilia Ferreiro) seja uma grande influência do alemão. Felipe pronúncia todas as letras e após as sessões com uma Logopädie (fonoaudióloga) não deixa passar um som, todos são corretos. Realmente fez a diferença para ele, já que muitas consoantes no português são pouco pronunciadas, acabam sendo praticamente nulas, apenas fazendo parceria com outras letras e cumprindo um papel na escrita.

Logo a escrita ao meu lado suscitou um grande pensamento: Como será a alfabetização do meu filho? Primeiro em alemão, depois em português? As duas ao mesmo tempo? Pela experiência que tenho o melhor será o contato inicial com o alemão, para depois adquirir uma escrita fluente no português. Agora, será que conseguirei ajudá-lo?

Quero muito que seja alfabetizado nas duas línguas. No entanto, sei que terei um desafio interessante pensando que a partir de setembro Felipe terá lições de casa, um contato maior com as palavras, textos e letras, uma maneira talvez “tradicional” de ser alfabetizado.

Conhecer a maneira como ensinam, como acontece o processo da alfabetização, pensar somente em alemão, dando referências da cultura jamais passou anteriormente pela minha cabeça. Tenho uma visão tão diferente de como as crianças aprendem a escrever. Outra cultura, outro jeito de ensinar, outra concepção, enfim, imaginava que seria em outro contexto. Também muito por conta que não é a minha língua materna. Por isso talvez surgem todas as preocupações.

Agora, no que diz respeito ao tempo de cada criança isso foi muito respeitado e incentivado de acordo com os próprios interesses. Felipe sempre teve receio, sempre escolheu brincar, brincar, brincar, sempre arriscou pouco e hoje com todo o conhecimento adquirido, no ambiente escolar e no meio social, sem preocupação alguma fala, esforça-se para escrever as palavras desejadas buscando inúmeras referências, corrige os pais, o irmão e mostra-se um menino crescido, pronto para um novo desafio: o de aprender a ler e a escrever.

Que tudo aconteça realmente da melhor maneira para o Felipe.

Veremos!

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10 comentários:

Unknown disse...

Que graça, Celi!!! Mas, ó! Quando fui procurar uma escola bilingue pro Dan (acabei desistindo porque o ensino era fraquinho), a pedagoga me explicou que não se alfabetiza os dois idiomas juntos não. Que primeiro ele se alfabetizaria em inglês e no ano seguinte em português. Dá uma procurada no que dizem os pedagogos sobre isso. Beijos, beijos!!!

Dani Rabelo disse...

Áh Celi, não tenho dúvida de que ele aprenderá tranquilamente..... será natural, desde que vc não demonstre excessivo medo ou receio de que ele não aprenda (ou aprenda errado). Quando dizem que os filhos sentem o que a mãe sente (ou o cuidador/responsável), acredito muito nisso, então, se vc ficar tranquila e acreditar que ele conseguirá se alfabetizar sem traumas, sem estress e que tudo correrá naturalmente, a tendência será uma alfabetização bem bacaninha.
Eu acho.

Compreendo o seu receio, no entanto, não só pq o alemão não é a sua língua-mãe, como, também, pq o alemão é difícil pra caramba, tem muitas particularidades, é extremamente ímpar nesse mundo de meu Deus, concordo que eu tbm ficaria apreensiva, mas o Felipe tem se saído tão bem com todas as experiências que ele tem por aí, ele se mostra tão cuidadoso e responsável com tudo, não acho que seja diferente na hora de aprender. Ele vai alavancar com tudo na hora certa e na língua certa.

Um grande beijo, chuchu!!!

Sissi disse...

Que lindo de ver, esse é mais daqueles momentos de se orgulhar dos pequenos. Desejo muita sorte e paciencia neste mundo que nós mesmo nem entendemos. Já foi dificil aprender uma outra lingua, imagina ter de aprender 2...Mas cabeca de crianca é livre e aberta, estao prontos pra receber informacoes. ;-) Nao tenha medo, vá ensinando e pronto......ele já mostra sinais que vai cooperar:)

Ana Gaspar disse...

belezinha!!
olha penso muito nisso também...
Valentina já escreve seu nome e reconhece algumas letras (tudo em portugues).
É complicado pra nós mães né Celi, tanta coisa pra se preocupar e no que diz alfabetização, preocupação DOBRADA!!!
beijos para você e lindos

Unknown disse...

Ei Celi!

Acho normal que você fique pensativa sobre o qusito duas línguas. Mas acho que as coisas irão acontecer naturalmente. Alemão é bem complicado, rs, mas tudo irá bem para o Felipe!

Beijo!

Celi disse...

Geralmente é assim mesmo... entendo perfeitamente que será alfabetizado em alemão. Agora, minha preocupação será como ajudarei com esse idioma, sabe!? Tenho certeza que dou conta de alfabetizá-lo em português. Assim espero...:)
Beijos querida e obrigada pelas visitas.

Celi disse...

Dani querida,
Você tem total percepção e conhecimento. Você disse tudo no segundo parágrafo. Adorei!!!! Como é bom ter apoio das amigas.
Um grande beijo.

Celi disse...

Isso mesmo Sissi. Deixarei as coisas acontecerem...
Tudo dará certo!!! Não é mesmo?
Beijos

Celi disse...

Você me entende, não é mesmo Ana?
Outra língua, outro contexto, outro lugar... tudo tão diferente para nós que somos mãe. Mas eles se adaptam muito melhor. Darão conta sim...
Ainda conversaremos muito sobre isso. Sobre a Valentina e o Felipe.
Beijos

Celi disse...

Isso mesmo Andreia Cristina... deixarei tudo acontecer... Nada melhor, não é mesmo?
Beijos querida.