Sinto falta de...

Como tem dia que é difícil continuar insistindo e ser idealista pensando que tudo vai ser diferente. Desde que cheguei tenho muitas idéias e muita força de vontade para tudo. Nem sei bem de onde aparece toda a coragem e determinação para fazer as coisas por aqui. Mas sigo em frente... Sigo em frente, pois sei que um tanto depende de mim. Além do mais, sempre tenho algumas frases na minha cabeça que me colocam adiante. Frases que já escutei da minha mãe e de amigas como: "Nada dura para sempre!",  "Viva um dia de cada vez",  "Aproveite a chance que está tendo",  "Seja corajosa".

Com tudo isso, estou seguindo e fazendo de tudo para ser feliz. Agora, sou feliz quando estou com meus filhos e com meu marido maravilhoso. Amo eles de paixão!!! Eles me fazem feliz!!! Agora, em muitos momentos, me sinto sozinha. Sinto falta de... pessoas. Sinto falta da família por perto, sinto falta de amigos, sinto falta de pessoas que falam o mesmo idioma e que pertencem a uma mesma cultura. Será que vocês me entendem? Talvez não! "Muitas vezes quando se está presente na cultura, com milhares de pessoas parecidas e com aspectos em comum tudo se passe despercebido" (adorei essa frase que li no relato de uma pessoa que também se mudou para a Alemanha e, também, sem falar alemão. É a pura verdade!).

Desde que nascemos convivemos com outras pessoas, dependemos de outras pessoas para o bem estar, para nossa vida. É por isso, que aqui, a cada dia, passei a valorizar mais as pessoas que sempre estiveram por perto de mim. Hoje sinto urgência de me relacionar com outras pessoas também, com pessoas que agora vivem realmente perto de mim. Pessoas até então desconhecidas, mas que logo logo estarei próxima, pois com determinação voltarei a estudar e a me comunicar com todos a minha volta. Acredito! Não quero fazer grandes amizades, mas quero saber me comunicar com o atendente, questionar ou elogiar a professora do meu filho etc. Ter um contato maior! Me sentir um pouco mais próxima e com um sentimento um pouquinho maior de pertencer a um lugar até então bastante desconhecido.

Pois sei bem e venho pensando seriamente que amizade nós temos... que contato nós temos... assim como Boris sempre me diz: Por aproximação em determinado período da nossa vida! Por certos momentos da vida! Quando os objetivos são comuns! E se durar para sempre, sei lá... era pra ser!

Isso, às vezes, me chateia bastante. Não queria que o percurso da vida de cada um fosse assim. Mas preciso respeitar, pois tudo tem seu tempo e, realmente, nada é por acaso. 

Estou chegando a conclusão que meu tempo, o agora, hoje, é de viver intensamente os momentos, de me ouvir mais, aceitar e colocar em relevância meus desejos e valores, de aproveitar cada segundo ao lado do meu marido e de meus filhos. De viver o que a vida está me proporcionando nesse lugar. Muito nesse tempo (1 ano e 8 meses), queria fazer de conta que não estava aqui, que ainda pertencia a um grupo de amigas, a uma cidade, a um ambiente de trabalho, a uma rotina que já não me fazia mais parte. Isso demorou para mudar!

Mas daqui pra frente farei melhor, viverei intensamente para superar cada obstáculo que ainda surgirá nesse processo todo de mudança. Estando confiante de que tudo há de ser melhor! Melhor ainda!

O apoio do meu marido é imprescindível para isso e a cada dia tenho mais e mais.

Quanto ao que ficou, ao que passou... ficam as boas lembranças! Quanto as pessoas, essas farão parte do meu coração para sempre; principalmente aquelas que sempre me apoiaram, incentivaram e mostraram muito do certo e errado. Pessoas que hoje, mesmo distantes, se mostram bastante próximas! Agradeço as poucas pessoas que se fazem presentes, pois sinto falta de...
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1 comentários:

Su disse...

Olá, Celi!

Estava a procurar "soluções" no Google, para não ficar pensando tanto na saudade que sinto da minha família, da terra que morei desde que nasci... E me encontrei no seu blog!
Estou no mesmo país, mas mesmo assim, tenho em mim aquele sentimento horrível de separação e solidão que agoniza dentro de mim. Tenho um namorado que me apóia em tudo, incentivando nos estudos e trabalho. Ele não pode estar sempre comigo, porém é maravilhoso e eu o amo muito! Mas e a minha família? Os amigos, o ambiente tão familiar e aconchegante a que sempre estive adaptada...? Faz um ano que estou em terra distante, já consegui me adaptar, mas... Sempre que visito a família e volto... É uma tortura psicológica!

Não sei o que fazer, sinto muita, muita falta mesmo, tanto que tive vontade de voltar pra casa. Entretanto, seria largar as conquistas de estudo (não gosto muito do estudo que faço, mas penso sempre como um objetivo maior ao futuro) e trabalho, além de tantas outras coisas...

Bem, isto foi um desabafo, pois me identifiquei com a sua situação e vejo que há outras pessoas como eu também.

Abraços e boa sorte!