A fase do "Por quê?"

(Por quê) é a palavra que mais ouvimos ultimamente.
Você imagina quem esteja nessa fase? Já tínhamos ouvido falar muito, mas é diferente quando se passa por ela. Haja imaginação para conseguir encontrar resposta para tudo...rs rs
Eu, por exemplo, lembro quando estudei na faculdade Piaget e Vygotsky, sobre o desenvolvimento e aprendizado das crianças. Tem fases características que as crianças passam desde bebê. Além disso, vivi um tanto enquanto dava aula para crianças pequenas. Sempre me deparava com uma ou outra perguntando: "Por quê isso....? Por quê acontece aquilo? e, assim por diante.

Mas agora estou vivendo um tanto de tudo que estudei e vi acontecer com meus alunos. Uma outra realidade! Acontece com meu filho, nosso filho! Ele é um exemplo de tudo que acontece no período da infância, do desenvolvimento, crescimento e inteligência de uma criança.

Sabemos que essa fase vem carregada de significados para esses pequenos. Não podemos ignorar! Acreditamos que seja o momento de grande descoberta, no qual há (ou pelo menos elas tentam) o estabelecimento de conexões entre uma coisa e outra que conhece. Não é aleatoriamente que surgem as perguntas, mas a criança está querendo ampliar seus conhecimentos, está construindo uma maneira própria de pensar sobre os fatos e acontecimentos do dia a dia. Geralmente pergunta esperando que haja uma interlocução com o adulto, mesmo que esse não termine com toda curiosidade.

Felipe anda perguntando por tudo. Ouvimos "Warum" para cá e para lá, seja para o pai ou mãe. Lá vai algumas perguntas:
- Warum... você vai tomar banho?
- Warum... hoje não tem escola?
- Warum... você vai fazer purê e carne de comida?
- Warum... você falou isso?

Geralmente muitas das perguntas são respondidas tranqüilamente por nós. Apenas requer uma explicação da importância de se fazer isso e não aquilo ou mesmo uma simples confirmação de algo que já saiba. Nesse exato minuto, por exemplo, enquanto escrevia Felipe chegou para dar um beijo, pois estava indo dormir. Aí ele perguntou: "-Mami o que tá fazendo?" Logo, respondi: "-Escrevendo!" e adivinhem qual foi a próxima pergunta dele? Essa mesma! "- Warum mami?" Aí falei: "- Ah, porque gosto de escrever. Gosto de escrever contando sobre os meus filhos". Com a resposta, virou imediatamente e foi para o quarto. Com isso, mais uma confirmação de tudo que sabemos: A criança não espera que venham grandes explicações e outras tantas teóricas. Basta respondermos objetivamente, pois é isso que a mesma deseja, algo realista e nada de "porque é" ou "porque sim"...rs Quando acontece de falarmos desse jeito, logo torna a questionar. Já sabe distinguir entre uma e outra resposta.

Agora o mais difícil fica quando não temos uma resposta fácil. Como, por exemplo, na seguinte situação: Felipe adora folhear livros de história e ouvir histórias lidas por nós. Nessa última semana está "perseguindo" a história do Grúfalo e O Filho do Grúfalo. Começamos a ler para ele e por coincidência Andréa Polo (amiga da mamãe) colocou no Facebook os vídeos de animação. Felipe assistiu e gostou muito. Ficou fascinado! Num certo dia, enquanto líamos, logo perguntou:



"Warum o Grúfalo tem uma verruga cabeluda na ponta do nariz?" (pergunta para o papai)

Em outro dia:
"Warum o Grúfalo tem espinhos nas costas espetados?" (pergunta para a mamãe)

E aí você tem resposta para cada uma dessas perguntas? Na hora H é difícil. Logo, Boris respondeu: "-Tem verruga porque é um monstro!" e eu respondi: "Ah...porque ele é um Grúfalo!" O que falaríamos a respeito disso? Tinha que ser algo relacionado ao Grúfalo, porque ele tem uma aparência de monstro, para assustar os outros bichos, sei lá. Mas são perguntas que surgem e que nos fazem pensar o que responder. Uma reflexão também para os pais...rs rs rs

Isso vem acontecendo e muito com os livros de história. Uma imaginação só, para o Felipe e para nós.

Conversando sobre isso com o Boris resolvemos também começar a fazer as perguntas para ele: "- Por quê você acha que ele tem isso?" Ou seja, levá-lo a expor suas idéias, exercitando sua maneira própria de pensar para ampliar seu conhecimento sobre o mundo.

Mas que é divertido... ah, isso é!
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