1 de 4 - Diferenças culturais na criação dos filhos


Mais um mês, mais uma blogagem coletiva das Mães Internacionais. Esse mês escolhemos falar sobre as diferenças culturais na criação dos filhos, desde escrever sobre as diferenças culturais de acordo com cada país de origem ou também sobre as diferenças culturais que os pais apresentam de acordo com a influência da própria criação, dos princípios trazidos desde a infância.

Escolhi falar sobre o segundo aspecto, ou seja, o quanto meu marido e eu apresentamos diferenças na maneira de olhar para a vida, no jeito que lidamos com as situações do dia a dia e criação/educação dos filhos. Temos muitas diferenças no modo de pensar, em relação as nossas atitudes. E de antemão já digo que não é fácil chegarmos a um consenso, dá-lhe conversa, discussão...

Tanto ele como eu somos brasileiros, porém a família dele mantém a tradição alemã por conta dos avós, seguindo alguns princípios e costumes bem diferentes dos brasileiros. Lembro como se fosse ontem do meu primeiro Natal junto com a família dele, dos almoços de domingo, ao lado de toda família. Alguns costumes e uma tradição muito diferente. Me encantei, pelos princípios e postura que sempre apresentaram diante da vida, dos acontecimentos marcantes, da relação familiar. Cá entre nós me apaixonei e hoje estou casada com ele. Hahahaha...

Porém todo esse encantamento, depois de anos de convivência, quando temos filhos nos impulsiona aos questionamentos, favorece algumas discussões, algumas horas sem falar com o outro. Isso mesmo! Aquela postura tão admirada pode incomodar muito!

Mas a graça da relação é justamente essa troca, a discussão para chegarmos a um consenso de opinião, de postura diante da criação dos filhos. Muitas vezes, mesmo não aceitando totalmente, porém existindo respeito. 

Há três aspectos que vira e mexe estamos discutindo, argumentando ao nosso favor ou por consideração ao outro relevando uma série de coisas para um bom convívio. O primeiro é em relação a proposta pedagógica das escolas, ou seja, a maneira como aprendemos e atualmente nossos filhos. O segundo se trata dos cuidados e olhar que temos diante do ser criança, o que sabemos que homem e mulher lidam de maneira muito diferente. Por último é a questão do consumo. 

Comecei a conversar com o marido sobre os três aspectos durante a escrita e, detalhe, parei... A conversa tomou uma dimensão que não consegui finalizar. Por um lado, achei muito interessante, pois assim posso aprofundar os assuntos nos próximos posts. Esse é o motivo desse post ser 1 de 4. Aos pouquinhos darei continuidade...

Agora me contem...

Vocês também têm aspectos que permeiam a família, que batem de frente, discutem sempre com o marido pensando na melhor criação / educação dos filhos? Quais são?

Aproveitem e conheçam mais sobre esse assunto. É só clicar aqui.
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27 comentários:

Dani disse...

Oi Celi, pra mim a maior diferenca com a sociedade alema é a naturalidade com que encaramos a maternidade. Aqui teve filho tem que mudar de vida, tem que viver em funcao da crianca, tem que ficar em casa, tem que colocar na cama as 7 da noite, tem que sair só com os amigos com filhos, ir em lugar que seja só pra criancada, enfim, esse isolacionismo social das criancas me incomoda muito, vira e mexe to chorando minhas penas no blog.

E ainda em comparacao ao Brasil o que mais gosto é o estimulo à autonomia na creche, todo mundo que me visita fica de cara com as coisas que nossa filha faz desde muito tempo tipo comer sozinha.

Gracas a Deus com meu marido nao temos qualquer diferenca na criacao.

Beijos e parabéns pelo filhao que tá cada dia mais fofo

Celi disse...

Oi Dani,
Faz tempo que não vejo você por aqui, por sinal estou devendo uma visita para você. Sabe que a correria anda demais, né?
Quanto aos aspectos que ressaltou concordo um tanto com você. Realmente pela estrutura que a sociedade alemã apresenta é muito diferente a vida de uma mãe, com a vida de uma mulher sem filhos. Lembro que no curso de alemão a minha professora vira e mexe dizia que quem tem filhos dificilmente consegue trabalhar fora. Primeiro pela própria sociedade, segundo pela organização em relação a rotina e todos os horários. Mas a vida muda... isso é verdade! Acabamos optando e tendo que nos relacionarmos com pessoas que também tem filhos. Agora, em relação a conduta, sabe que não ligo tanto para a maneira como educam, criam os filhos. Juro que sigo bem o meu instinto, meus princípios e a educação que tive no Brasil.
Quanto a autonomia acho que é um ganho para nós que dificilmente temos ajuda de outras pessoas. A tendência é a criança ser independente para cuidar de si. Se bem que estranhei muito no começo. Logo que mudei e o meu filho mais velho foi para o Kinderkrippe me chamaram para uma reunião, dizendo o quanto tínhamos que incentivar mais e mais a autonomia. Mas sabe que naquele momento achava cedo demais!
Quanto as diferenças em relação a criação dos filhos com o marido acho saudável. Que bom que você não apresenta. Nós combinamos em muitos aspectos, mas discutimos um tanto sobre o jeito que ele foi educado, sobre o jeito que educam aqui na Alemanha...rs
Obrigada! Vamos trocando... vou lá te visitar... Beijos

LOVE MAKES A FAMILY disse...

Celi, aqui é a R. Pensei muito sobre este post...Olha, eu e a A. temos muitas coisas em comum. Porém, há algumas coisas que aprendi com ela, especialmente neste quesito de educação infantil. E, segundo ela, aprendeu outras comigo.
Com o nascimento do sobrinho dela, o B., observei algumas coisas interessantes que ela já me alertava e eu não captava, internalizava. Por exemplo: tinha mania de dizer: " não chora" pra qualquer pessoa, mas sem intenção de interromper o desabafo, entende? Toda vez que o B. chora, ela diz pra irmã e para quem tenta fazê-lo parar: " ele precisa chorar, precisa desabafar. E se ele não pude chorar, vai ficar com uma dor no peito na vida adulta. Chorar faz tao bem quanto sorrir". Eu achei interessante! Ele chora, ganha colo e depois acaba a choradeira. Ela me disse que aprendeu isso quando fazia massoterapia com uma pesquisadora da área de saúde corporal, na universidade. Ela tinha a tal dor no peito. Fez muita massagem no local e a dor se foi. Durante o processo, chorou bastante. A gente faz isso com as crianças frequentemente. Muitas vezes é sem intenção negativa, mas gera certos problemas.
Outra coisa que aprendi muito com ela foi o tal do diálogo. Ela diz que até os bebês dialogam, do jeito deles. Ensinava isso pra irmã. E vejo claramente este diferencial no B.
Penso que duas pessoas educando uma criança, lógico, enriquece muito a vida desta. A gente carrega tanta coisa ao longo da vida, não é? O melhor é quando há quebras de paradigmas, há crescimento, aprendizado. Quado o casal é flexível um com o outro, tenta ver a visão do outro, tudo vai bem na educação dos filhos.
Gosto de te ler sempre, embora seja a A. que comenta sempre, rs.
Um beijo,
R.!

Unknown disse...

Nossa, as diferenças culturais entre eu e meu marido são infinitas, acho ele muito rígido, do tipo que acha um absurdo se o meu filho disser que não gosta de uma determinada comida, por exemplo...fui criada com liberdade e sempre falei abertamente com meus pais, diferente dele, acho que as kids exercitam quem elas serão no futuro com a gente...acho importante meus filhos aprenderem a negociar e não abaixarem a cabeça para o primeiro não, sem perguntarem o motivo, já ele acha imperdoável...enfim, a gente chega sempre a um consenso, mas as vezes é complicado...

Carol Damasceno disse...

Celi as diferenças que "rondam" a minha casa são culturais também, mas dentro do próprio país... Meu marido é nordestino e a criação que ele teve foi bem diferente da minha, muito embora ele seja baiano, mas ainda assim fica aquela coisa de que mulher tem que ser "submissa". Não sei se seria exatamente essa palavra, pois ele não quer que eu seja capacho dele, mas que de certo modo a última palavra é a dele, entende??? E no começo as brigas eram sem fim, pois batíamos de frente feio... Eu não era de ficar quieta, mas com o amadurecimento eu acabei aprendendo a lidar com ele.. Quanto a educação da Laura eu contorno pelas bordas e acabamos chegando em um consenso quase "unilateral"...rsrsrs (jeitinho de mulher).. Mas é muito difícil, pois eu tenho um pai e mãe muito carinhosos e ele não, então até para ele entender a importância disso é difícil... Enfim.. Desculpe o desabafo... rs
Mas as diferenças são boas para aprendermos, né!!!

Beijocas
Carol

Dani Rabelo disse...

as diferenças são graaaandes, hein, Celi???

mas vc dá conta! Vc é uma mãe nota 10! Vc e o maridão estão constituindo essa família linda, amorosa, carinhosa de vcs, que é só exemplo.

Beijos grandes, adorei o relato!

Michelle Siqueira disse...

Olá, Celi.

Eu e meu marido, embora brasileiros, discordamos em muitos aspectos sobre a educação dos nossos filhos. Como ele trabalha fora e eu não, acabo tendo mais knowhow para tratar de algumas questões e ele respeita, não sem antes colocar o ponto de vista dele. É que o Brasil é também um país de dimensões continentais, por isso não é difícil concluir que os hábitos de alguém do norte sejam diferentes dos de alguém do sul, as discussões só enriquecem o relacionamento da família.

Respondendo a pergunta, um aspecto que me incomoda e que está presente em parte da família é o machismo. Quando fiquei grávida e souberam que era uma menina, enquanto alguns davam pulos de alegria (natural, qdo se recebe a notícia sobre da vinda de um bebê, independente do sexo), outros faziam comentários do tipo "é, as coisas estão melhorando para as mulheres" (algo que soou como um consolo por uma notícia não tão boa). Passei dias com aquilo em mente e me perguntando os porquês.

Um abraço,

Michelle

Neda disse...

Celi, eu venho de uma casa bem diferente. Se por um lado minha mãe não seguiu a linha que minha avó seguiu na educação das filhas, por outro tivemos uma educação bem mais rígida do que a maioria dos meus amigos e acho que isso era muito do meu pai (justo ele que tinha muita liberdade). Uma coisa que eu gosto e hoje tendo introduzir em doses homeopáticas em minha família são as tradições não só nas datas comemorativas como no dia a dia, por exemplo fazer o máximo das refeições todos juntos a mesa. A família do meu marido é muito diferente nesse aspecto e muitas vezes batemos de frente, vamos conversando e ajustando as coisas.
BJS

Gabriela Grossi disse...

Oi Celi! Eu e João, até agora, concordamos em muitos aspectos na educação do Tomás.
Agora, o que eu gosto muito na Alemanha,é essa autonomia desde cedo, é essa maneira de ver a educção na primeira infância como algo muito sério, muito especial..
Beijo grande

Karen disse...

Oi Celi! Realmente as diferenças não só de país pra país, mas de homem para mulheres são grandes. Mas acho que com jeitinho e muita conversa sempre se chega a um consenso. Estou curiosa para ler o resto da sua série!!
Beijo!

Unknown disse...

Oiii

realmente, criar filhos e tentar ensinar os valores de duas culturas nao deve ser nada fácil... O seu blog vai ser para mim manual de instrucoes daqui uns tempos...

bjsss

Celi disse...

R. que surpresa boa você por aqui... Interessante o que você pontuou e contou para mim. Realmente tem toda razão quanto ao choro. Muitas vezes falamos e fazemos isso sem saber realmente o bem que é chorar, assim como sorrir. Na verdade, acho que é algo inconsciente, falamos por falar, para acalmar rapidamente a criança, não vê-la gritando, berrando ao chorar... sei lá!
Mas realmente aprendemos um tanto no convívio diário com nosso parceiro. Acho lidamos de outra maneira a depender da situação, justamente porque tem o olhar do outro. Um contribui para o outro. Na minha opinião, tudo isso é muito bom e faz parte do convívio. Não é mesmo?
As diferenças existem... é importante lidarmos com elas, mesmo que não aceitamos completamente. Ora mudamos nossa postura, nosso modo de agir e de pensar, ora brigamos, defendemos até o último momento nossos ponto de vista. É a vida....
Um grande beijo.

Celi disse...

Nem fale Ka! Tem situações difíceis, mas aprendemos e amadurecemos com elas. O que acontece por aqui não é nada grave, apenas há divergências de opiniões, o que acredito que seja natural num relacionamento.
Agora, concordo com você... somos "modelos" para nossos filhos. Boa sorte por aí. Um beijo.

Celi disse...

Nossa Carol imagino que deva ser muito difícil. Mais uma vez você viu só como a criação é importante e interfere muito no nosso jeito de ser. Olha só a família do seu marido, olha o jeito dele.... Pelo jeito muito diferente da sua... Mas realmente isso que é bom, a gente aprende um tanto, amadurece e muda nossas atitudes para o bem (pelo menos acredito que seja assim...rs)
Beijos

Celi disse...

Nós damos conta... não é mesmo Dani! Mas sabe que não são tão graaandes assim. Há uma divergência de opinião, mas sempre conversamos e chegamos a um consenso para o bem. Até que é muito tranqüilo, no final damos risada e nos divertimos com a situação.
Um grande beijo.

Celi disse...

Michelle as diferenças sempre existirão, não é mesmo? Acho que isso que é a graça do relacionamento (assim como já escrevi acima...). Agora, nada melhor do que o diálogo para chegarmos a um consenso. É preciso entendermos um tanto da criação que a pessoa teve (parceiro) e ponderarmos um tanto das ações...
Quanto aos comentários quando você ficou grávida achei um absurdo... sem necessidade alguma. Porém infelizmente muitos carregam princípios, posturas diante da vida dos tempos antigos, bem antigos...rs rs rs
Beijos e obrigada pelo comentário. Seja muito bem vinda.

Celi disse...

Isso mesmo Neda, um ajuste diário e um diálogo sem fim para fazermos o que é o melhor para a nossa família. A gente mescla posturas, hábitos e organiza nossa própria rotina. Por isso, é importante estarmos fortalecidas de princípios que julgamos corretos. E isso tudo vem carregado de vivências, de experiências, da maneira como fomos criadas.... Não é fácil quando pensamos na educação dos nossos filhos.
Beijos

Celi disse...

Oi Gabriela! Que saudades! Que bom que vocês concordam... sabe que Boris e eu também concordamos como agimos diante dos nossos filhos, mas temos divergências com a maneira que ensinam na escola (Kindergarten). E sem sombra de dúvida, tem muito a ver como nós aprendemos e vivemos o período escolar. Ora discussões sem importância, ora apenas para fortalecer nossas condutas, nossos princípios.
Quanto ao que pontuou que gosta muito, sabe que tenho lá minhas questões. Apesar de considerar importante, às vezes tenho a dimensão que incentivam tanto, dão um peso tão grande para isso, que deixam de lado o lúdico, a importância do brincar, de ser criança... Mas é um assunto para aprofundarmos e trocarmos muito mais. Vamos conversando...
Beijos, beijos

Celi disse...

Verdade Karen! Estou doida para ler seu post. Comecei mas não consegui finalizar. Pelo jeito você sabe de um tanto a mais do que eu... precisamos trocar figurinhas. Depois passarei para deixar meu comentário.
Logo, logo darei continuidade aos posts...
Beijos e que bom que voltou com a corda toda... animada!!!

Celi disse...

hahahahaha Divertido Anna! É bom saber disso...
Beijos, beijos

Erica disse...

Oi Celi,
Aqui em casa, eu e meu marido concordamos em quase tudo, o que torna a vida bem mais fácil. O problema é quando vamos ao Brasil... Lá a crítica rola solta e a gente acaba perdendo um pouco do controle sobre as crianças pra que não haja conflitos frontais... ;)
Vou aguardar os outros posts da série :) Confesso que também tive vontade de escrever vários capítulos sobre o tema rsrsrsr
Beijoca!

Dani disse...

Celi adorei sua visita e sua resposta! A gente mora pertinho, eu estou em Bamberg, vem passear aqui menina!

Carol Damasceno disse...

Celi querida eu também prefiro acreditar que sim... Agora se tem uma coisa que muda a gente são os filhos, né.. E sabe que depois que comentei aqui parei para pensar que até que o meu marido está se permitindo mudar... Aos poucos, mas já é um grande avanço... :)

Beijocas
Carol

Celi disse...

Moramos pertinho mesmo... Continuaremos trocando figurinhas e quem sabe não nos conhecemos ao vivo e a cores. Seria bom, hein!? rs
Beijos

Celi disse...

Com certeza Carol.... os filhos fazem com que repensamos uma série de atitudes, fazem com que engolimos outro tanto...rs rs rs
Beijos, beijos

Celi disse...

Por isso que precisamos nos fortalecer, termos clareza dos nossos princípios. Depois disso tudo fica mais fácil e podem vir as diversas opiniões e pitacos, não é mesmo? rs
Beijos

Unknown disse...

Olá querida, acho que pelo fato de eu e meu marido sermos brasileiros não discutimos muito ..mas como eu sou um pouco mais japonesa em certas coisas, procuramos equilibrar os pontos..Super bjs