Povo estranho? Seco? Rude? Não! Apenas alemão!

Mudei para a Alemanha trazendo uma impressão sobre o povo, de que eram rudes, frios e totalmente independentes. Vim confirmar isso no dia a dia e compartilho com vocês que são diferentes, que possuímos histórias bastante distintas.

O que caracteriza o jeito de ser de um povo é sua cultura, uma trajetória muito única. Ao mesmo tempo, não podemos deixar de considerar que há pessoas que pertencem a uma cultura, nos quais possamos nos identificar em muitos aspectos, ideias e opiniões. Geralmente o mais difícil é compreender o jeito tão específico de ser e respeitar. Melhor, tentar aceitar a pessoa do jeito que ela é, mesmo que não entenda todas suas atitudes.

Chama minha atenção o fato de mostrarem-se um dia muito próximo, querendo ser o seu melhor amigo e no outro dia estarem distantes e calados. A impressão que tenho é que estão acostumados a serem independentes, a viverem pra si um tanto de alegrias, tristezas e acontecimentos. Acabam se isolando, não compartilhando ou expressando no olhar, num simples sorriso (diferente do jeitinho brasileiro de ser). Também não tenho tantos amigos alemães assim, meu contato é com os vizinhos, com as mães das escolas e professoras.

Amigas para conversar sobre a vida e bater papo essas sim até hoje foram brasileiras ou mesmo estrangeiras. Dizem que os opostos se atraem, mas tratando-se de viver numa cultura totalmente diferente, os estrangeiros se aproximam, tendo muitos sentimentos em comum. E assim exemplifico dizendo que tenho uma amiga do curso que é turca, casada com um francês, outra que é russa, casada com um espanhol.

O início da vida é muito parecido, há um sentimento que permeia o olhar. Incrível como as pessoas são mais receptivas, solidárias e próximas. Olha que a experiência que tenho abrangem muitos estrangeiros, desde pessoas que trabalham em consultórios médicos, supermercados, mães de alunos até estudantes de alemão.

Todas essas pessoas as quais conversei e tive a oportunidade de trocar opiniões sobre viver num país totalmente diferente, assim como muitas mães internacionais blogueiras, aposto que se enquadram em uma das categorias abaixo:

- Pessoas que saíram do país de origem em busca de algo melhor profissionalmente, uma qualidade de vida superior.
- Pessoas que vieram acompanhar o marido, começar uma nova vida.
- Pessoas que mudaram para o país de origem do marido.

Entre essas, há aquelas que:

- Amam o país que estão vivendo e não tem vontade de voltar.
- Vivem bem, mas a depender das condições no país de origem voltariam sem sombra de dúvida.
- Estão esperando somente a hora certa para voltar.
- Não pretendem mais voltar e se adaptariam facilmente em outro país.

Mudei para a Alemanha, pois meu marido recebeu uma proposta de trabalho. Além disso, tínhamos como objetivo rever nosso modo de vida. Agora, se isso será para sempre? Achamos cedo para responder. Só mesmo com o tempo... Mas os alemães fazem questão de querer saber, vira e mexe me deparo com a seguinte pergunta: Vocês pretendem voltar para o Brasil? 

Engraçado, pois isso acontece toda vez que paro de pensar nessa possibilidade. Toda vez que estamos num período ótimo, sem grandes saudades, lá vem de novo alguém. Uma curiosidade, uma vontade de saber sobre nossa adaptação.

Confesso que estamos bem! Vivemos bem! 100% Feliz e completa acho que será impossível, mesmo porque geralmente isso é pouco provável que a maioria das pessoas sintam em qualquer parte do mundo. Não é mesmo?

 
18

18 comentários:

Sofia disse...

Incrível é mesmo assim, eu tenho a mesma percepção.
E também adoro viver aqui, apesar de eu e o meu marido sermos os dois portugueses e de ainda termos algumas barreiras por causa da língua sinto-me muito bem aqui :)

beijo

Bruna Müller - Alemanha disse...

Oi Celi!!
Gostei muito do seu texto!! Pra mim foi bem difícil essa adaptacao com o povo alemao... No Brasil é diferente, basta ir ao mercado, a gente acaba batendo um papinho com a caixa, ou com alguém da fila, né? Aqui o negocio é punk: cada um na sua, literalmente.
Depois q comecei a trabalhar, conheci mais alemaes e mais estrangeiros. Engracado q minha chefe, q é alemao, fala q eu sou o Sonnenschein do depto e q agora q estou no Elternzeit faco falta. Perguntei pq... ela disse q eu era a única q abracava todo mundo de manha, tava sempre cantando alguma coisa pelos corredores e que respondia ao famoso 'wie gehts?' com um sorriso e a resposta de q está tudo maravilindo (mesmo qdo nao estava).
Acho q o povo aqui sofre de excesso de sinceridade e um certo pessimismo. Ninguem nunca está 100% bem ou feliz. Sempre tem algo pra reclamar. Se parar pra pensar, todo mundo tem algum problema ou algo pra reclamar, mas reclamar nao ajuda, nao é mesmo?
Cá entre nós, eu queria muuuuito voltar a viver no Brasil. Acho triste o Lucas crescer longe dos avós brasileiros. Mas eu nao sei se essa seria a melhor escolha pra gente. Pensando na qualidade de vida, na seguranca, a Alemanha ganha de 1000 a 0 do Brasil. Mas... pra mim, aqui, nao é Zuhause, sabe? E qdo passo férias no Brasil, lá tb nao é mais Zuhause... Uma amiga minha q mora em Chicago diz, q brasileiro q mora no exterior nunca está completo, seja no Brasil ou no país onde mora. E acho q ela tem razao.
Um beijo!
Bruna

Christiane Thiele disse...

Celi,

Também penso como você e adoro viver na Alemanha. Tenho muito contato com estrangeiros e penso que vivo uma oportunidade maravilhosa, conhecer várias culturas é uma experiência enriquecedora.

No início você poderia me colocar no grupo que voltaria se as condições no Brasil fossem outras, principalmente no quesito segurança. Hoje simplesmente não sei responder se voltaria a viver no Brasil. Gosto muito de viver na Alemanha.

Quanto a essa pergunta chata dos Alemães, que sempre parecem estranhar muito o fato de estarmos aqui, sempre respondo: Vou ficar aqui, vcs tem um ótimo e lindo país e parece que ainda não descobriram.

Bjs

Chris

Unknown disse...

Com certeza querida, sempre e totalmente feliz não conseguimos, mas fazemos o nosso melhor, com certeza..E sabe de uma coisa, por aqui, fora os japoneses, quem mais pergunta são os próprios brasileiros, parece como aquele início de conversa do tempo, depois logo passam para esta questão.rsrs..acho muito engraçado..Super bjs,

Gabriela Grossi disse...

Oi Celi! Muito bom o post! Lugar perfeito, vida perfeita...nada disso existe, nao é mesmo? Nem lugar 100% bom ou lugar 100% ruim. E eu sou da opiniao que estamos onde temos que estar.

Adorei seu comentário lá no Blog. E obrigada pelo selinho. Mas sabe que eu nao sei como funciona essas coisas? Eu tenho que fazer alguma coisa? rsrsrsrs.

Muita obrigada e um grande beijo!

Cíntia disse...

Oi Celi,
Quando você fala sobre afinidade com os costumes locais, eu me enquadro nele. Gosto do jeito direto do sueco, curto e grosso, fala na cara, sincero e sem lero-lero. Tenho uma amiga sueca que é amiga de verdade, que eu converso com bastante espontaneidade. Eu faria amizade com qualquer um, seja estrangeiro ou local, desde que eu sinta afinidade e empatia suficiente para trazer para minha vida pessoal. Eu evito amizade criada por conveniência ou por similaridade de papéis. Se eu gosto de uma pessoa, gostarei dela em qualquer lugar do mundo! :)

beijo

Futura mãmã disse...

O que interessa e voce se sentir bem e estar bem. bj

Celi disse...

Bruna é verdade... Estranho essa sensação que temos. Um sentimento de não pertencer que muitas vezes bate a nossa porta.
O que mais sinto também é a falta da família. Não possibilitar o convívio dos meus filhos com os avós, primos, tios... Mas nem sempre temos tudo, não é mesmo?
Um beijo.

Celi disse...

É isso mesmo Chris! Já conversamos bastante sobre isso... tem muitos aspectos que precisamos considerar antes de tomar qualquer atitude.
Beijos

Celi disse...

Certíssima Cíntia. Está coberta de razão. Apenas acho que nem sempre precisam ser 8 ou 80. Entende?
Eu também não acho que a amizade com estrangeiros é melhor. Independente da cultura de um povo, há pessoas bacanas, com ideias próximas e que vale a pena termos por perto. Mas há mais afinidades, pelo menos encontrei nesse período morando fora.
Beijos

Dayane disse...

Eu escuto demais que os americanos são frios. Acho que nenhum povo é tão caloroso como os brasileiros, mas não acho que os americanos são frios, eles apenas respeitam muito o espaço e privacidade do outro. E eu gosto disso. Também vivo bem aqui, mas como você falou, a onde quer que formos, vamos sempre sentir saudade de alguma coisa. Temos que nos adaptar ao lugar em que vivemos.
Beijos

Telma disse...

Celi, nao conheço os alemães , mas eles levam essa fama mesmo. Dizem que são educadíssimos. Acho que mais parecidos com a gente são os portugueses e os espanhóis. Sou te família italiana, mas qndo visitei a Itália nao gostei dos italianos. Achei o povo muito grosseiro. Prefiro ate os franceses e ingleses, pois nao são calorosos mas pelo menos são muito educados . Conheço muita gente que mora ou morou fora. Amizade é difícil. Só mesmo com brasileiros ou algum estrangeiro. Mas amizade mesmo como temos por aqui, acho que nao existe em nenhum lugar do mundo . Quase todos que conheço quiseram voltar . Foi só aparecer uma boa oportunidade profissional que eles voltaram . Mas tenho uma prima que mora em Chicago e nao pensa em voltar nunca mais. Ela sr adaptou tanto que prefere lá. Pesa muito tb o futuro dos filhos. Ela acha que o estudo lá é disparado melhor que aqui. E é mesmo. Difícil né! Cada um tem sua história. Se vc voltar guardara essa experiência maravilhosa e acredito que será muito benéfico tb para destacar seu currículo. Se vc ficar dará um estudo muito melhor a seus filhos, saude e serviços públicos de qualidade, eles terão fluência em vários idiomas e muitas outras vantagens. Nao se preocupe, o tempo dirá qual é o caminho de voces! Beijos

Anônimo disse...

A verdade e que acabamos por perder nossa "IDENTIDADE", o lugar onde moramos e diferente, nosso pais ficou diferente e na verdade somos nos que estamos diferentes, se e bom ou nao, depende de cada um, mas penso que nao saber de onde somos e o que somos nao e bom para ninguem, acho que o tempo que cada um tinha seu pais era melhor, pois cada um sabia onde ficava a sua praia, hoje vemos um bando de perdidos e pior que se sentem achados.

Anônimo disse...

Gostei do seu post émuito raro alguem que sai daqui , manter a neutralidade de Brasil em rlação aos pais onde estão. Geralmente os que sem ficam comparando o Brasil com outros países e falndo mal de nosso BR.Nós todos sbaemos que o Br tem muita coisa boa mas tb tem muita coisa ruim e que precisa melhorar. Eu e vários brasilerios estamos aqui lutando e trabalhnado duramente para melhorar nosso Páis para que nossos filhos tenham o melhor. Eu já amo o Br mesmo com os problemas que le tem, e creio que não seria feliz em nenhum outro lugar , mas espero que Deus ilumine vc aí , e com certeza o que tiver de ser será.

Anônimo disse...

Oi. Tambem moro na Alemanha, e para mim ser sincera estou odiando o povo. Claro que o ambiente em que estou eh diferente do em que voce vive e pessoas sao sempre diferentes. Estou morando em Internato e estudando aqui na alemanha. Acho as pessoas falsas, frias. Aqui as meninas praticam muito bulling. Sempre acham que estam na pior situacao do mundo ou que sao os unicos que estam certos. Mas sao bem abertos a novas culturas. Tambem conversam com voce amigalmente mesmo te odiando, e depois indo para o outro falar mal de voce. Os adultos soh cobram e esperam que agente chegue em um novo pais, uma nova escola sabendo de todas as regras e nem sequer te ajudam. Acho os alunos lentos para aprender, mas acho que os trabalhadores trabalham bem e muito. Sao nacionalistas e conservam as tradicoes e o modo de educacao... Nao gosto do povo alemao

Elizangela disse...

Olá, sou brasileira, e tenho um namorado alemão, quando você fala que é só o jeito alemão, é mesmo! Sempre falo para os meus amigos que quando você tem um relacionamento com um alemão, não pode ser insegura, porque em um dia, fazem um declaração maravilhosa, no outro é como se nada tivesse acontecido, talvez seja por isso que eu gosto tanto dele, sempre consegue me surpreender de alguma forma, positiva ou negativa, é um exercício diário. Temos que respeitar a cultura, os costumes, e principalmente as tradições que eles fazem questão de manter. O país é maravilhoso, a organização, a disciplina deles são invejáveis... Estamos "juntos" tem 3 anos e ano que vem penso em viver na Alemanha, isso é se eu conseguir convence-lo a se casar comigo. Adorei o Blog, só não consegui identificar onde você mora, gostaria de manter contato, encontrar brasileiros na Alemanha pra mim vai ser muito bom. Ele é de Merseburg e vocês onde estão? Um abraço carinhoso e tenha uma ótima semana!

Anônimo disse...

Achei incrível que a menina ali foi nomeada a Sonnenschein no trabalho, meus parabéns! Em alguns setores se você toca as pessoas, sorrindo, tratando bem, respondendo prontamente, o que voce pode ganhar é um bulling. Existem outros ambientes moralmente hostis e de grande concorrência naquele país, nem tudo são flores, nem 8 nem 80, estejam preparados.

Anônimo disse...

bem eu sou alemã,e o povo da alemanha e do brasil é bem diferente , foi difícil me acostumar pois o povo alemão é bem tímido,frio e do brasil é divertido e alegre